Pokémon: Ascension - Interativa escrita por Maylie Lannister


Capítulo 6
Sherlock


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo na minha seca de internet que dei meu jeito mágico de postar por vocês kkk boa leitura.



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Kiran levantou cedo para mais um dia de trabalho, ainda não estava acostumado com a rotina na nova cidade e quase sempre acordava atrasado devido a mudança de fuso horário, hoje não era diferente. Levantou correndo da cama e correu até o banheiro, em alguns minutos saiu pronto. Ele era um homem jovem e alto, de vinte e quatro anos e quase 1,80 de altura, tendo o corpo definido e a pele morena com um tom bronzeado, seus olhos tinham uma incomum coloração dourada e o cabelo castanho e escuro era liso e caia em algumas mechas pela testa.

Dois detalhes em seu corpo eram a tatuagem de um sol tribal no pescoço e uma larga cicatriz que percorria desde o ombro até o pulso na parte frontal do braço. Vestia uma camisa social branca e uma calça jeans azul clara, além dos sapatos de couro marrom. Também chamava atenção seu relógio dourado.

— Vamos acordar! — Ele gritou e bateu palmas de uma forma calma diante da porta de seu quarto e um Pokémon enorme já estava na porta. — Bom dia Soleil. Onde está Felix?

O Pokémon que estava na porta era uma larga mariposa, com quatro pequeninas patas. Tinha olhos azuis compostos, tendo algo parecido com chifres alaranjados em cada lado da cabeça. Tinha um pouco de pelo branco ao redor de seu pescoço, e seu abdômen era preto com laterais azuis. O mais chamativo nele eram as seis asas majestosas em formato de folhas laranjas com pequenas pintas pretas espalhadas por elas.

A Volcarona planou até seu treinador dando algo parecido com um abraço nele, onde envolvia suas asas no corpo dele. Kiran respondeu o gesto passando seus braços ao redor de Soleil.

O outro por quem Kiran havia chamado exibia um sorriso malicioso, uma pequena bola negra envolta por gás roxo, com uma boca e olhos largos. O Gastly parecia pronto para aprontar algo, mas olhava para Volcarona e ficava parado, apenas olhando para os dois, com seu largo sorriso estático, mas assim que a grande mariposa de fogo se afastou do treinador, Gastly percorreu o corpo dele com seus poderes fantasmas, causando um calafrio em Kiran, então o fantasma desapareceu e apenas uma risada semelhante a um sopro permaneceu no ar.

— Para a pokebola, Felix. Ou eu te deixo em casa. — Kiran pegou o objeto do bolso e levantou, a risada foi substituída por um lamento triste, e o fantasma apareceu estampando uma expressão chorosa e abatida. Kiran o olhou sem dizer nada e o Pokémon entrou na pokebola sem mais protestos. — Vamos voar. — Ele chamou e foi animado com Soleil para fora de casa.

Kiran vivia em Fuschia a apenas uma semana, mas gostava do local pela riqueza de sua vida selvagem. Sobrevoando a cidade era possível ver que não era exatamente grande, e tinha um relevo bem íngreme, as ruas ainda eram em grande parte de terra, mas a pavimentação já havia começado a alguns meses, tarde em Fuschia pelo que ele ouviu falar. Os arredores da cidade eram envoltos por árvores muito altas, e ao norte era possível visualizar a Safari Zone, com seus lagos e Pokémons raros como características típicas. Perto dela seu local de trabalho, o zoológico que continha muitas espécies raras e um centro de pesquisa, Volcarona já havia decorado o caminho e eles chegaram lá em poucos minutos.

Kiran desceu da Pokémon e pegou alguns papéis em sua bolsa, seu trabalho era dentro do prédio hoje e por consequência não podia levar uma mariposa gigante de fogo para dentro, então chamou seu Pokémon para a pokebola e prosseguiu.

Para chegar ao prédio precisava passar pelo zoológico, era uma caminhada agradável durante a manhã, pois os monstrinhos estavam bem calmos ou dormindo ainda, pela pouca movimentação, era bem melhor que quando no fim do dia eles estavam agitados e violentos. O edifício parecia algo que não deveria estar ali, naquela cidade ao menos, era exageradamente suntuoso demais para um local que havia começado a pavimentar suas ruas a alguns meses, mas a Silph Company não tinha limites, em muitos sentidos.

— Identificação. — Um dos guardas que mais parecia um robô o interrompeu, mas quando outra pessoa mais velha passou, ele fez uma saudação e a deixou entrar.

— Qual é. Trabalho aqui a uma semana, já deveria ter decorado. — Era a sexta vez que isso acontecia com a mesma pessoa. Ele não costumava se importar mas aquilo havia começado a aborrece-lo pela frequência.

— Você é um entregador de pizza? Um pesquisador da Silph nunca... — Antes que o guarda terminasse de falar, Kiran praticamente colou seu cartão ID no rosto do homem para que este entendesse que não é porque não parecia um trabalhador dali que não era. — Ah... Perdão. São normas Sr. Rayner. Bom dia.

— Claro. Normas... — Ele levantou a sobrancelha, num gesto de clara ironia. Normalmente deixaria pra lá, Kiran tentava ser cordial naquele lugar ainda desconhecido, mas o filho de Arceus estava o irritando a algum tempo, e seu lado levemente mais hostil precisava fazer uma aparição.

 

Kiran entrou, passando por seu primeiro obstáculo, mas o dia estava começando e ele não sabia ainda, mas sua vida ia tomar um rumo, o que ele estava buscando. Enquanto passava o cartão no identificador do elevador, um colega de trabalho conhecido puxou seu braço.

— Precisamos conversar. Achamos conexões importantes. — O homem que o parou era Michael, um dos cientistas que o recebeu quando chegou a cidade com apenas dois objetivos em mente. Volcarona e seu "sexto sentido" quase o mataram no momento que chegou para falar com Kiran sobre seu pai, mas Soleil se segurou. Em pouquíssimo tempo ele havia se mostrado arrependido e disposto a cooperar de qualquer forma possível. O que impedia Kiran de começar a confiar nele era desconhecer o que havia feito para estar tão desesperado para se redimir.

— Vamos para minha sala. — Kiran assumiu um tom mais sério do que estava usando e seu olhar levemente alegre se tornou mais frio.

— Não, não. Não pode ser aqui, vamos pra fora. — Ele parecia nervoso e paranóico, olhando para os lados atento. Michael era da mesma altura que Kiran, e mesmo tendo a idade igual, parecia muito mais velho. Seu cabelo negro e liso estava desarrumado, caindo em mechas pelo rosto, indo até a altura do ombro. Os olhos verdes exibiam olheiras marcantes e definidas, um óculos preto e quadrado repousava sobre seu nariz e as orelhas.

— Porque não podemos falar aqui? — Kiran não queria parecer desconfiado, mas estava. Estava em um lugar desconhecido, e não sabia em quem podia acreditar, olhou nos olhos aflitos de Michael esperando uma justificativa convincente. Ele respondeu com um olhar discreto para as câmeras de segurança no local, Kiran percebeu que era um bom motivo, então a tensão em seu corpo diminuiu, e saiu acompanhado de Michael.

Caminharam um pouco antes de sentarem em um banco próximo de uma área para Chansey, mas nenhuma era visível ainda já que estavam escondidas.

— Seu pai... Os Rockets estavam com um esquema, haviam outros cientistas envolvidos. Os que não quiseram cooperar... — Michael falava muito rápido com os olhos atentos ao seu redor, algumas pessoas estavam começando a chegar.

— Calma. Fale mais devagar. — Kiran respondeu calmo, colocou a mão no ombro de Michael e o olhou nos olhos, este desviou o olhar e baixou a cabeça.

— Seu pai, o Flamel e um dos líderes do crime em Kalos, Lucien Delacoroix, que foi morto por sua filha, que dizem estar morta também. — A velocidade da fala diminuiu, mas ainda parecia rápida demais. — Todos eles estavam envolvidos no mesmo esquema... bem, não envolvidos, mas ligados.

Kiran parecia ainda mais sério. Esse era o maior avanço que havia feito em suas investigações desde que chegou a cidade para resolver o mistério que cercava a morte de seu pai, mas ainda não sabia o que exatamente aqueles nomes poderiam fazer por ele.

— Entendi... a família Delacroix acabou e o único outro cientista envolvido está morto também. Que conexões podemos buscar?

— Não! A menina que matou Lucien não morreu. Lilith Blakeden, e o filho do Sr. Flamel é Nicolas. Os dois estão em Lavender! — A cautela antes proeminente na fala de Michael foi substituída por uma euforia e ele nem se deu conta que havia levantado muito o tom de sua voz, algumas pessoas o olharam, mas Kirian apertou seu ombro delicadamente para chamar sua atenção para os arredores. — Você tem que ir pra lá...agora! Se os caras da Silph descobrem essas ligações, eles não vão hesitar em apagar todas.

Kirian contemplou o colega por alguns segundos antes de chegar a uma decisão, não precisava correr ainda, sabendo que a Silph não deveria ter acesso a essa informação, mas se Michael estava sendo tão cauteloso, algum motivo tinha e ele não queria perder de vista uma pista que poderia ser a conclusão do mistério.

— Se você for, eu cubro suas faltas. Digo que está em pesquisa ou algo, só te peço uma coisa em troca... não comente com ninguém da equipe que te falei essas coisas. — A voz cautelosa e levemente eufórica de Michael deu espaço a uma mais calma, de alguém implorando por algo. Suas mãos envolveram as de Kiran, e o olhar que antes desviava focou em seus olhos parecendo o penetrar. — Se cuide. — Foram as últimas palavras antes do homem se levantar e sair apressado. Kirian estava visualizando o olhar que ele havia lhe dado, que parecia genuinamente o mais sincero possível. Ainda estava com um pé atrás quanto confiar nele, mas parecia mais inclinado a essa ideia.

Kiran não precisava pensar muito naquilo, havia apenas uma opção em sua frente, e poderia levar onde queria chegar.

 

*  *  *

 

Lilith e Nicolas pensavam em ter mais um dia normal em suas vidas, mas para eles também o destino parecia disposto a dar uma virada que os levaria para uma direção inesperada.

A noite já havia chegado e como de costume Lilith estava pronta para sair. Vestida com as cores negras e vermelhas de costume, dessa vez alguém a acompanhava. Uma mulher um pouco mais alta que Lilith ruiva, com o cabelo curto e liso, olhos verdes azulados e a pele clara. Parecia se vestir praticamente igual a Lilith.

— Porque não saiu assim ontem, Nyx? — A treinadora perguntou enquanto fechava a porta de sua casa, e guardava a chave em um dos bolsos.

— Não estava afim. — Ela respondeu de uma forma não exatamente áspera, mas para quem não estava acostumado poderia soar com algo rude.

As duas não falaram muito antes de começar sua rotineira caminhada, a noite estava com uma temperatura agradável, para Lilith ao menos. Dez graus era um frio que não a forçava usar roupas demais. Estava próxima do local onde havia encontrado Nicolas no dia anterior, próxima ao cemitério que ainda estava com uma quantia razoável de pessoas, e não era surpreendente rever alguém por lá.

Como a mulher imaginava o jovem estava lá naquele dia, ela não esboçou nenhuma reação específica, e normalmente seria apenas mais um desconhecido, mas ele acenou de longe e já que estava em um cemitério o gesto pareceu incrivelmente deslocado, ainda mais com o pequeno sorriso que ele exibia. Lilith não tinha muita vontade de retribuir, mas não conseguia evitar, e forçou seu corpo a retribuir o gesto com um sorriso convicente. Ele se levantou e a mulher suspirou, sem vontade de ter alguma interação social naquele momento, mas não começou a caminhar em sua direção, o que ela estava esperando. Ao invés gritou para avisa-lá de algo que não entendeu, seu dedo apontava para cima e ele pulava inquieto, Lilith tentava entender mas não teve sucesso, apenas sentiu algo jogar seu corpo por lado e algo caiu com força no chão, causando uma explosão de fumaça. Nyx estava sobre ela, havia se jogado para a tirar do caminho, assumiu sua forma de Pokémon e logo as duas desapareceram. A explosão havia chamado atenção dos bandidos que andavam pelas ruas como de costume, e a curiosidade pelo que havia caído ali mantinha eles focados lá.

— Pidgeot, descanse... Blastoise, preciso de sua ajuda novamente... — Uma voz exausta falou entre a fumaça e a silhueta da grande tartaruga de água se formou, ainda não era possível vê-lo completamente, mas era reconhecível. Em pouco tempo ela se dissipou e o humano e seu Pokémon se tornaram completamente visíveis. Era um adulto com cabelo castanho, longo e arrepiado. Usava uma camisa azul e uma calça preta, os olhos castanhos exibiam seu cansaço e as marcas em seus braços, rosto, as roupas rasgadas mostravam que estava em uma batalha recente contra pessoas não muito esportivas.

— Blue... o desgraçado que montou uma resistência contra nós... — Uma pessoa gritou, apontando para o local onde a conhecida figura estava. Seu Blastoise virou-se para ele e em um gesto de aviso liberou duas poderosas rajadas de água de seus canhões para cima. Nicolas e Lilith estavam ocultados por seus Pokémon, mas ainda estavam ali.

— Você vai morrer! — Outra pessoa gritou e tocou algo que parecia ser uma pedra nele que o atingiu no braço, estava sem energias até para tentar desviar. O grupo ao redor de Blue havia crescido, formando um circulo de onde não poderia escapar. Blastoise não esperou ordem alguma, curvou seu corpo na direção da pedra deixando um canhão apontado para lá, liberando uma esfera de água que explodiu ao entrar em contato com o alvo, jogando-o para trás. Rugiu agressivamente, mas era possível ver que estava cansado embora não quisesse demonstrar.

— Não podemos lutar com tantos... Arcanine, me desculpe. Não posso honrar seu sacrifício... — Ele ajoelhou se no chão, levando as mãos até o rosto para tentar esconder que chorava, sem sucesso. Alguns riam dele, apontando. Blastoise respirava com dificuldade, olhando para seu treinador, talvez um Pokémon não pudesse chorar, mas ele parecia muito triste.

— Temos que ajudar. Ele luta contra os Rockets. — Lilith falou com Nyx, que ainda estava a ocultando. A Pokémon balançou a cabeça em negação, não desfazendo sua ilusão ou se movendo.

— Para trás, todos! — Nicolas e sua Zoruark se revelaram, ao lado de Blue ele gritou para o grupo de quase vinte criminosos que liberavam seus Pokémons em sequência. Ele soltou um pequeno pato amarelado, que olhou confuso a situação. O Psyduck levou a mão a cabeça e seus olhos perdidos no horizonte pareceram ganhar uma certa determinação.

— Nyx. Não quero fazer isso porque sou boa, sabe que não arriscaria minha vida por ninguém. Ele luta contra o que luto, os Pokémons dele precisam de ajuda. Me libere. — Ela disse olhando nos olhos de Nyx, a grande raposa baixou a cabeça. Seu instinto protetor foi vencido pela vontade de não magoar sua treinadora e ela desfez a ilusão, a mulher rapidamente retirou sua pokebola e liberou seu outro Pokémon. Um inseto bípede e de corpo majoritariamente verde surgiu, sendo grande mas não enorme, com altura de um metro e meio. Sua cabeça lembrava um réptil e mantinha uma expressão fria e intimidadora. Suas garras eram grandes lâminas brancas, que reluziam com a luz dos postes. Ainda tinha dois pares de pequenas asas amareladas. O Scyther olhava a onda de inimigos sem demonstrar alteração alguma em sua expressão, caminhou até o lado de Blastoise, sendo que Psyduck, Kurama e Nicolas estavam do outro lado. Lilith e Nyx estavam um pouco mais distantes, mas se aproximaram também, formando um circulo com os dois treinadores que encaravam os inimigos.

— Hoje de novo. — Nicolas comentou olhando para Lilith, que esperava atenta algum dos oponentes fazer menção de atacar.

— Destino. — Ela respondeu, mesmo naquela situação ela permanecia como seu Scyther, com o olhar frio e sem emoção alguma. Nyx estava sobre quatro patas e grunhia com raiva, similar a Kurama, que ainda estava de pé. — Você tem outros Pokémons?

— Pidgeot está exausto e Arcanine... não pode mais lutar. — Blue havia se recuperado, a voz cansada havia sido substituída por uma que demonstrava sua vontade de lutar, mas a forma que vacilou quando falava de seu Arcanine entregou o que havia acontecido com o Pokémon.

— Tudo bem. Podemos dar um jeito. Bandidos não são bem treinados e nem coordenados entre si. Podemos vencer. — Nicolas disse, estava tentando confiar em suas palavras também. A tensão em todos estava alta, a batalha era inevitável e provavelmente derrota custaria suas vidas.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá. Não tenho muito pra dizer sobre esse, além de que eu gostei bastante dele por estar satisfeita com um personagem meu kkk no mais foi tudo normal durante a "confecção" deste.

Minha pergunta é:

Qual batalha dos jogos de Pokémon (qualquer um) foi a mais marcante para você?

Espero que tenham gostado. Todos os personagens foram introduzidos e agora, como devem ter notado nesse capítulo, vou começar a aprofundar os plot points. Espero suas críticas, sugestões, elogios, enfim, espero vocês. Até mais.