Pokémon: Ascension - Interativa escrita por Maylie Lannister


Capítulo 5
Warning "R"


Notas iniciais do capítulo

Olá. Mais um capítulo saindo bem antes do planejado, mas creio que não seja problema. Tenho internet por alguns minutos e essa é minha salvação de hoje, então não podia esperar pra postar, mas ele não foi feito com pressa, apenas rápido já que estava inspirada kkkk
Boa leitura.



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O sol mal havia aparecido, mas a jovem Ayumi estava acordada já. As planícies esverdeadas de sua fazenda ainda pareciam pacíficas enquanto ela as olhava da janela. O pequeno cão vermelho que dormia ao seu lado se espreguiçava, abrindo sua boca. Seu pelo laranja era marcado por listras pretas nas pernas e costas. O pelo mais denso e claro ficava na cauda, peito e um maço na cabeça.

— Bom dia, Misuki. — A garota falou enquanto pegava algumas roupas de seu armário. Rapidamente se vestiu em frente ao espelho, arrumando seu cabelo no processo. Ela tinha o cabelo roxo e caído até os ombros, liso e formando uma franja na testa. Era magra e não muito alta, quase um metro e setenta. Seu rosto era um padrão asiático, com olhos puxados e boca e nariz finos, sendo também muito magra. O Growlithe latiu para chamar sua atenção, e abriu a porta do quarto, correndo as escadas, logo sendo seguido por ela.

A parte de baixo da casa era simples de uma forma não tão simples. Era como se fosse propositalmente organizada para ser modesta, mas com coisas caras. A aparência era convincente, os móveis de madeira sem pintura, as luzes amareladas e fracas davam um clima "antigo" ao local, mas era vísivel que tudo tinha uma boa qualidade.

 

Em alguns minutos ela terminou seu café da manhã, estava pronta para definitivamente começar o dia. Usava uma regata branca e um casaco amarrado na cintura, além de calças jeans e uma bota longa. Esticava seus braços na porta de sua casa, e era possível ver a extensão da enorme fazenda de seus pais. Ambos estavam abrindo as portas de um grande estábulo, soltando alguns Tauros que caminhavam preguiçosos para o pasto. Ela notou um número bem menor do que normalmente saíam, sendo quase cinquenta geralmente e não conseguiu contar mais de trinta.

— Porque tão poucos?! — Ela levou as duas mãos a boca formando uma concha com cada uma, e gritou do fundo de seus pulmões. Seus pais foram assustados pelo grito, a mãe chegou a levar a mão ao peito e suspirar. O homem acenou para ela se aproximar do estábulo.

Já cheia de energia, Ayumi correu pela grama até seus pais, abrindo os braços e gritando animada, Growlithe pulava e a acompanhava, latindo tão animado quanto a dona. Chegaram ao local cansados, Ayumi bem mais que o Pokémon.

— Eles. — O pai de Ayumi, sempre muito amoroso, não disse nada além disso para a filha, além de apontar para dentro do estábulo. A mãe estava com os olhos cheios de lágrimas, tapando sua boca.

A garota olhou para onde os olhos deles estavam focados e teve que se segurar para não gritar ao ver o sangue espalhado pelas paredes de madeira, com um grande "R" desenhado bem no centro da parede que ficava após a porta. Ela desviou os olhos dos Tauros e Milktank no chão, enquanto sentia algo no seu estômago revirar. Pelas marcas neles, pareciam ter sido atacados por Raticate ou Arbok, ou outros Pokémons com mordidas potentes.

De certa forma não era inesperado aquilo, mas ainda era impossível de aceitar. A Equipe Rocket já havia os ameaçado várias vezes por não cumprirem as demandas deles, entre esquemas de falsificação de produtos até fornecer Pokémons para as atividades ilícitas deles, e cada vez eram mais agressivos, avisando que a família não poderia negar para sempre. E esse provavelmente era o último aviso deles, antes que fizessem algo ainda mais drástico.

De fato era o último aviso, e já estavam vindo intimar Ayumi e sua família mais uma vez. Um time de Rockets estava chegando no portão da fazenda, Ayumi contou rapidamente cinco, e olhou para os pais. Nenhum dos dois era exatamente um exemplo de treinador, e tinham Pokémons apenas para proteção, mal sabendo os usar corretamente, e ela não podia de forma alguma lutar contra cinco Rockets com dois Pokémons, mesmo que Growlithe estivesse em uma posição de ataque e decidido a lutar. Ela também queria, afinal, havia saído de casa para se tornar forte o suficiente para lutar. Já haviam lidado com eles a quase dois anos, e terminou em um incêndio nas plantações da família, mas ela não podia aproveitar um fim de semana com os pais sem que aqueles malditos desgraçados surgissem.

— Mimi, vamos ter que nos segurar. Pai, mãe, tentem... sei lá, fingir que vamos aceitar os termos deles, depois damos um jeito. — Ela começou a falar rápido para acordar eles do transe induzido pelo medo em que estavam, e funcionou. Os Rockets já estavam no pátio quando o pai dela parou de tremer e foi os encontrar.

Ela notou duas pessoas diferentes no meio deles, uma cientista usando um jaleco branco e com o cabelo preto preso, segurando uma caneta e uma plaqueta com algumas folhas, e um homem que não estava usando uniformes.

— E então, vão ou não vão nos ajudar? — Um dos Rockets que figurativamente carregava uma etiqueta de capanga inútil falou, parecia sorrir debochado ao olhar para o estábulo, de onde viu que a família recém havia saído. Ayumi sentiu uma leve vontade de derrubar ele no chão e chutar sua barriga até ele ficar sem ar.

— Não podemos mais... Vocês mataram mais da metade dos Tauros e todas Milktank... — O pai de Ayumi gaguejou, tentando se manter firme.

— O que? Vocês mataram quantos? — A mulher pareceu levemente irritada e surpresa ao falar isso. Ayumi percebeu que ela não concordava com o que eles haviam feito. Growlithe rangia os dentes, olhando fixo para os Rockets.

— Não se meta. Você foi mandada só para supervisionar essa negociação! — Outro Rocket gritou, e tentou a empurrar, mas o homem que não estava usando uniforme segurou sua mão e o encarou como um Pokémon olha para algo que ameaça seu dono.

— E é isso que estou fazendo. O chefe vai saber disso. — Ela disse, e anotou algo em seu caderno. Ayumi olhava atentamente para a cena, seu corpo fervendo pela vontade de usar a menor chance para acabar eles.

— É uma pena... a família nos atacou e eles mataram nossa cientista e seu namoradinho. — O primeiro Rocket voltou a falar ainda com seu sorriso debochado enquanto se virava.

— Rhys! — Ela gritou e ele olhou para o Rocket que tirava sua pokebola, Rhys desapareceu no ar e o atingiu com um soco antes que pudesse liberar seu Pokémon, o deixando indefeso já que derrubou sua pokebola.

— Bite! — Essa era a chance que Ayumi e Misuki estavam esperando, ela não hesitou e ordenou seu Pokémon, apontando para o segundo Rocket, Growlithe saltou diretamente em seu braço e cravou suas presas através da roupa, que logo foi marcada pelo vermelho de seu sangue enquanto ele gritava e se debatia tentando se livrar da pequena Mimi, que rosnava e mordia com mais força.

O terceiro Rocket nem tentou se defender, mas tentou fugir. Ayumi se preparava para mandar Growlithe o perseguir, mas a cientista colocou a mão em sua frente, sinalizando que não havia necessidade.

— Poxa Cressie. Ia ser legal ver ele tentando correr do Growlithe. — Rhys falou, desapontado por perder a cena, que secretamente, Cressida também gostaria de ver, mas era melhor não arriscar que ele pudesse escapar. Rhys apontou a mão para o homem que tentava fugir, seus olhos reluziram dourados por um instante e uma energia rosa correu por seu braço, a energia envolveu o Rocket e ele parou, depois de um súbito grito, caiu sem forças. — Pronto.

Ayumi ainda olhava com desconfiança para Cressida, mesmo após tudo aquilo, não conseguia simplesmente ignorar suas paranoias e imediatamente confiar neles. Misuki já havia soltado o braço do Rocket que choramingava segurando o membro ferido.

— Nós temos que fazer algo com relação a eles. — Rhys cortou silêncio constrangedor que estava se instalando lentamente entre o grupo. — Se você tivesse pensado mais...

— E você queria o quê? Não sou uma Rocket de verdade, e ainda me ameaçaram. — Cressida respondeu, suas mãos reviravam seus bolsos em busca de algo.

— Talvez esperar um pouco, você não quer manter seu disfarce? — Rhys estava arrastando o corpo do Rocket que atingiu com seu Psyshock.

— Vocês esqueceram que eu estou aqui? — Ayumi balançou os braços para chamar a atenção de Cressida e Rhys, que conversavam alheios a garota. Cressida achou um pequeno comunicador no bolso e colocou no ouvido.

— O que? Operação em Goldenrod? Hoje? Como assim, venham agora? Mas são quase duas ho... Sim, sim, já estaremos aí. — Ela falou rapidamente com a pessoa do outro lado da linha, e desligou o objeto, recolocando-o no bolso.

— Você conhece essa história. Cara, eles não desistem. — Rhys falou rabugento, jogando os braços para baixo.

— É uma boa chance para fazermos alguma diferença finalmente. É uma operação de alto nível, se eles falharem vão ter uma quantia de recursos desperdiçados que...

— Me levem com vocês! — Ayumi gritou, dessa vez chamando atenção de Rhys e Cressida, ele quase riu sobre o pedido da garota, mas a cara séria da mulher o impediu.

— Não podemos levar uma criança para uma operação desse...

— Não sou uma criança! Sou uma adolescente e treinadora qualificada, tenho até três insignias!

— Mas ainda é uma criança...

— Chega! Eu estou indo com vocês e vamos acabar com esses malditos! — Growlithe latiu animado, apoiando a atitude de sua treinadora. Cressida olhou para Rhys procurando uma resposta, mas ele balançou os ombros mostrando que não tinha uma.

— Se você parar de gritar posso pensar nisso. — Cressida respondeu, suspirando ao perceber que aquela batalha não poderia vencer, e de qualquer jeito, ajuda seria bem vinda.

— Sério?! — Ayumi gritou, se deu conta das exigências da mulher e tapou a boca. — Vamos, vamos. — Ela sussurrou para Misuki, que pulou e latiu em resposta, enquanto Cressida refletia se talvez fosse se arrepender dessa escolha mais tarde.

— Não se preocupe. Ela é forte. E nós daremos um jeito nesses bandidos. — O pai de Ayumi interviu, colocando a mão no ombro da filha e sorrindo para apoia-lá.

 

*  *  *

 

Matsuo caminhava por Goldenrod cedo ainda. Seus dias na escola de treinadores haviam acabado a algum tempo, mas ele continuava frequentando o local, pois volta e meia encontrava treinadores fortes ou alguma garota bonita, então as visitas eram quase sempre benéficas a ele. Pichu em seu ombro brincava com a orelha do treinador, enquanto ele andava no meio do fluxo de pessoas o pequeno rato elétrico se segurava para não cair pela movimentação dificultada naquele local.

Geralmente os sons produzidos em Goldenrod eram ignorados por serem em suma sem importância alguma para a vida das pessoas, ainda mais com o grande número de construções ocorrendo, mas quando algo conseguia parar algumas pessoas no meio da multidão, significava que algo deveria estar errado.

Naquele dia, a explosão no topo da torre de rádio foi o som que parou o fluxo de habitantes pelas ruas, e os fez focarem em um ponto só. A fumaça negra que vertia das vidraças quebradas do último andar e desaparecia no céu azul era ainda outro chamativo sinal, alguns gritos vinham da área em que a entrada da torre estava, pessoas começaram a correr de lá. Matsuo avançou através da multidão estática até mais próximo do local, onde podia ver que fitas estavam isolando o local e a polícia já havia sido chamada, mas a porta continuava trancada e nem um dos policiais havia liberado seus Pokémons para entrar no local.

— Se afastem! — Os policiais tentavam manter as pessoas longe, mas algumas que tentavam passar eram empurradas com uma certa violência para trás.

Pichu puxou a orelha de Matsuo quando este fez menção de dar as costas e deixar pra lá o que quer que estivesse acontecendo ali, apontando para o prédio. Matsuo a olhou e depois voltou os olhos para a torre. Sabia que algo não estava certo pelo comportamento dos oficiais, mas não era seu dever se meter naquilo, mas Pichu havia decidido que queria, e como a conhecia bem, não havia como negar um pedido dela. Ele olhou o ambiente atentamente, procurando por alguma brecha, e encontrou uma rua que provavelmente levaria a uma porta lateral para entrar na torre.

Deu a volta na quadra discretamente para não chamar a atenção dos policiais e entrou na rua que havia avistado antes, sua dedução estava correta e uma porta de metal estava na parede que formava a base da torre de rádio. Foi até ela olhando desconfiado para o ambiente ao seu redor, mas parecia ser uma rua com pouca circulação, ainda menos agora que aquilo estava acontecendo.

— Olha, a porta está trancada, não dá pra entrar. — Ele forçou a maçaneta e falou olhando para Pichu, na tentativa de que ela desistisse da ideia, mas a Pokémon apenas atirou uma quantia moderada de eletricidade na porta, que fez um "beep" e depois o som de uma tranca abrindo. Matsuo teria ficado surpreso, mas a Pichu gostava de surpreender. Ele deu uma última olhada ao redor para se certificar que não estava sendo seguido e então entrou no local, fechando a porta em seguida.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, obrigada pelos elogios, críticas, correções e tudo mais. Não canso de agradecer por eles já que todos me fazem querer ser melhor como escritora, até o menor dos comentários é uma grande motivação.

Segundo, obrigada também a todos que participaram e finalmente completamos as seis fichas, que digo, ficaram perfeitas. Claro, sempre terão algumas melhores, mas todas, e não falo isso para puxar saco, todas foram ótimas, personagens divertidos ou sérios, com Pokémons variados, estratégias interessantes e histórias bem elaboradas. Fico muito feliz com cada um que dedicou algum tempo para fazer uma ficha e participar comigo dessa jornada (nunca que eu criaria uma interativa porque não gosto dos meus personagens e quero ler os dos outros para ter ideias e me sentir confiante).

Terceiro, não corrigi os erros do último capítulo pq sabem né, ainda não estou com as condições ideais mas vou deixar tudo bonitinho, é satisfatório.

Quarto e final, a pergunta de hoje é:

Qual cidade do Mundo Pokémon que existe apenas nos animes/filmes é sua preferida?

Eu particularmente nunca assisti o anime além dos filmes, então qualquer cidade nova vou dar uma pesquisada sobre.

Enfim, é isso aí. Vejo vocês nos comentários e até mais.