Eu e Alai saímos para vermos o local onde iríamos começar a construção.

Um abismo. Uma escuridão intransponível, eu cheguei bem perto da beira e um medo me tornou, uma falta de segurança e uma vontade de fugir enlouquecedora.

Do outro lado eu via uma moça. A mesma que ficava do outro lado da barreira…

— Sua falta de segurança em si esta a matando. Ninguém o fará! é você que tem de construir pare de olhar para o abismo! foque na construção. O que fez hoje ? qual passo deu em direção a ela !

Alai apontou para a moça e eu poderei, dei alguns passos para trás e em minha loucura eu corri e pulei.

…

Um abismo com uma queda realmente feia, um perder tudo por falta de planejamento e ação…

— Escritora! (Alai me pegou no ar. Eu não percebi que no meio havia  uma barreira invisivel a qual eu bati e cai direto no abismo). — É a mesma barreira que tem aquele pequeno rachado. Não achei que fosse tão descuidada e idiota!

A curuja me devolveu para a beira do abismo. Eu senti raiva de mim por estar tão impotente, tão perto e ao mesmo tempo… Uma frustração me veio pelo tempo que estou perdendo, pela falta de atitude, pela falta de algo que de fato quebre esta maldita barreira!

Sentei no chão revoltada.

— Alai eu não vou consigui, eu não vou consigui me enfrentar e … Olha para ela! Não é uma personagem sou eu… Um deslubre do que quero ser, um sonho impossível de alcançar… ah sou tão covarde…

— Precisa de uma surra minha escritora! e eu a darei

Transformando-se em uma guerreira com asas ela desbainhou uma bela espada cor de esmeralda e passou a me atacar.

— Alai o que deu em você?

corria e tentava me proteger, porém ela me atigiu em minha perna que passou a sangrar e uma dor agunda veio.

— Tem razão não é digna de seu mundo! é covarde e preguiçosa! Ao invés de escrever e estudar fica ai parada choramigando pelas coisas que não  alcançou.

disse aproximando-se de mim e eu em um alto mais covarde ofereci meu pescoço.

— Sério? nem tentou e já desistiu ? ah você tinha um grande potencial, chega a ser um desperdício te matar.

Do outro lado a moça tacava pedras que batiam na barreira e caiam no abismo.

— Ela sofre por não existir, de todas as suas ideias… de tudo que pensou e criou… Vou matar ela e não você, pois quero que viva com este peso. quero que todos os seus malditos dias pense em como teria dado certo e como seriam uma só realidade… Sua outra parte não merece você cara escritora.

Ela deixou-me e com um salto voou entrando em um portal e reaparecendo do outro lado. Eu caminhei com dificuldades até a beira e vi que minha criatividade lutava contra a coruja com um afinco admiravel sem armas, sem armaduras… apenas com a sua vontade de existir.

Eu chorei. Minhas lágrimas se juntaram e uma sobra pequena surgiu e ao subir pela perna se alimentou do ferimento da espada de Alai e cresceu.

Antes que tudo se tornasse negro eu vi a moça continuam a tentar acertar algum chute na coruja.

Um nada me tomou, nada um completo silêncio e… me vi pequena a brincar, com tantos sonhos, vi quando a imaginei. naquele tempo esperava ser adulta para ser aquela moça.

Não sabia o que faria, mas sabia que seria algo importante…

Um pensamento me veio como uma flecha. Preciso ter atitudes diarias e me avastar da beira, preciso enfrentar minhas emoções e focar no objetivo.

Eu acordei de meu devaneio na sala de aula, em minha frente uma moça com uma tatuagem nas costas escrito.

Até o meu último suspiro…

ou algo assim. todavia a verdade era clara eu estava apanhando feio da vida por não ter atitudes, por não enfrentar até o último suspiro.