São apenas sonhos lúcidos que ficaram mais frequentes, a quimioterapia está deixando-me mais sonolenta.

Sou chamada de Amora e entro em casas abandonadas em busca de um quarto seguro o suficiente para eu dormir, tenho memórias de uma infância em uma vila de casas feitas de tijolos e armazéns de madeira, são boas as memórias; Me vejo em uma cozinha fazendo pães com outras mulheres, estudando mapas, brincando pela vila e lembranças de rostos que nunca vi na vida.

Há outras recordações notícias na tv de desastres variados, lugares destruídos e de criaturas, este último no sonho mais recente que tive no qual Amora estava em um vilarejo construído de frente ao mar ela conversava com um homem sobre passar algumas noites ali naquele lugar, o dia estava nublado, as ondas fortes, mas por causa da maré mesmo parecia ser um fim gostoso de tarde. O homem estava feliz e indicava os lugares em um mapa improvisado, um novo assunto veio e enquanto discutiam o mesmo atirou pedrinhas no mar e apareceu um peixe saltando, era grande e de aparência boa.

Amora e o homem atiraram pedras no peixe e uma criatura fechou sua boca parecia engolir o peixe, mas segundo o morador daquele lugar o peixe era uma armadilha.
Sua explicação deu maiores detalhes e aparentemente um vazamento nuclear havia acontecido a alguns quilômetros do lugar e criou tão criatura.

O que mais existe nesse novo mundo? E qual a relação entre tratamento de câncer e tais visões ?

Seja a ação diária que me move para os meu sonhos, que me faz focar no construir algo.

Seus olhos transpassa-me, seus olhos eram um espelho que eu me via.
Olhos cor de âmbar, olhos que retirava para fora o melhor de mim. Olhos que fornecia outras perspectivas e compreensões da vida.

Eu sempre estou com uma mochila negra nas costas, sempre… Não importa a situação, evento ou lugar.
Sempre tão cansada e desanimada por causa do peso e do medo que carrego. Medo de não ter em mãos algo que possa me salvar...