Janelas da Alma escrita por Liz lonelyk oficial


Capítulo 14
Compreendendo o quartinho e seus detalhes parte 1


Notas iniciais do capítulo

Vamos viajar por um ambiente que psicólogos iriam adorar.
Usei de parábolas para expor cada "mostro" cada pesamento que surgi e atrapalha o prosseguir da vida.
Estou deixando mais complexo tudo por isto coloco aqui um mini glossário.
Intangível tudo que não se pode mesurar ou tocar. ex. sentimentos, emoções, valores e qualidade de algo...
Tangível tudo que se pode ver, tocar, mesurar e provar com testes científicos (este último no conceito que tenho rsrs).
parábolas narrativa alegórica que transmite uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia.
se faltou ou não entendeu pode perguntar a vontade ^^.



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A escola. Um novo universo dentro de meu quartinho da "bagunça ", um lugar em minha memória onde cenas, situações, instantes, momentos enfim tudo que eu ignorei, evitei, temi e não resolvi…  A fonte da barreira.

Cada monstro tinha consigo uma versão minha como a garotinha do Menos um. Apesar do lugar está cheio de monstros e versões minhas de diferentes idades e períodos, ninguém me atacava. Sempre que atirava nos monstros nada acontecia a fecha apenas sumiu  no ar.

Eram como orações angustiantes que só choravam nada de ouvir ou agir.

Uma sensação horrível e um desespero me tomou assim que vi todos os lugares, salas e enfim partes desse mundo que se auto criou com o tempo.

Havia uma estranha névoa no lugar que limitava os acessos, por mais que tentasse não conseguia ultrapassar a barreira,  porém era possível ver “novos” espaços...

Eu explorei o lugar como se fosse mais um de meus universos sentindo que alguém me observava, mas  busquei compreender o mesmo. A escola extremamente velha, mas dava a impressão que era mal cuidada, que com uma boa reforma seria um lindo lugar.

Percorri os corredores. Uma versão minha fechava as portas das salas com tijolinhos, ela fazia isso para se proteger de um monte de camundongos que unidos viraram pessoas.

O pátio com a grama alta tinha árvores violetas lindas um pouco triste demais. Uma  enorme aranha havia feito sua teia entre as duas, uma aranha bem menor tentava começar uma, mas lhe faltava espaço entre as duas árvores e estava impossibilitada de encontrar um lugar só seu. minha versão "acompanhante " estava presa não na  teia dá maior, mas presa em sua sombra, tanto a aranha maior quando a menor (versão minha criança) em tempos em tempos viravam humanas, a maior era uma mulher de aparência severa mais bela sabe, isso me chamou a atenção, pois até agora todos eram de fato monstros horríveis mas esta aqui era bonita não se parecia comigo, mas eu entendi a referência.

A alguns laços familiares que se tornam verdadeiros desafios. A aranha parecia preocupada com minha versão cuidando a sua maneira. Eu olhei um tanto impressionada a teia era uma bela renda, de fato a aranha era bem compete e tão melhor que eu no mundo real, sua referência não perdia em nada e assim como esta visão eu passei muito tempo sendo apenas uma sombra tentando fazer um trabalho igual, ser constantemente comparada traz certa revolta afinal sou mais nova, nasci em outra época e infelizmente não tive o acesso às mesmas oportunidades, então como poderia me igualar a ela?

Coração apertado um desejo de mostrar a aranha seu verdadeiro valor, uma vontade de me libertar de sua sombra, mas ao tentar fui surpreendida pela proteção da maior  — É ela não é bem um monstro…

Na quadra coberta  ao fundo não tive acesso, assim como o laboratório e a biblioteca…

No campinho de futebol escondido uma versão minha chorava em seu vestido branco cheio de babados   parecia querer jogar junto de monstrinhos.

No auditório uma segurando no colo um coelhinho rosa tão bonitinho, assistia a apresentação de um rei de estatura baixa quase de mesmo tamanho do coelho. A coroa do rei trazia um brilho dourado ao lugar que tinha seu palco elevado com cortinas vermelhas de seda, o mesmo falava tão eloquente tão cheio de si o que agradava ao coelho,  a sombra do rei se estendia atrás de si um formato de lobo, era Jack hock um de meus personagens, outra de minha versão acompanhante estava cuidando da iluminação do lugar dando total foco ao rei .

Na sala de música havia três ou quadro, uma versão minha tentava tocar um violino, mas havia monstros que a impedia um deles um homem seboso e tão nojento a se coçar com suas unhas,  ele incentivava menosprezado o instrumento, revezando entre se coçar e pegar o arco impondo um movimento incorreto, meu eu parecia estar quase explodindo de raiva.

Em um dos cantos da sala tinha uma com a testa apoiada na parede se criticando, dizendo que deveria ser melhor, havia uma no quadro negro tentando ensinar a ler  partitura.

O que posso comentar?  Antes de me apaixonar pela escrita e bem antes de enxergar estas novas possibilidades eu tentei aprender violino, diversas dificuldades surgiram e eu desistir. .. Desistir desse amor...

Na secretária uma versão minha falando ao telefone ela parecia dar o seu melhor até uma mulher gorda bater em sua cara dizendo que não servia de nada.Eu pulei a bancada motivada por uma raiva sem igual, mas apenas dei pontapés e tapas no ar.

Eu gritei de tanta raiva já não queria mais chorar estava tão em fúria a falar palavrões e a destruir o que tinha ao redor foi apenas neste momento que ouvi uma voz familiar.

—  O tempo cria versões nossas, cria períodos de evolução, são os camundongos a chave e estas versões os verdadeiros monstros.

— Zoe ?

Imediatamente eu parei, a cientista se debruçou sobre o bancada deitou sua cabeça sobre os braços cruzados,  uma aparência cansada mais feliz em me ver. Eu demorei para assimilar sua presença tão inesperada, apesar de que já havia percebido certa intervenção. O mesmo jaleco branco e tiara, mas seus cabelos estavam bem maiores e cheios bem ondulados.

— Então criadora?  Pronta para uma boa conversa sobre este mundo?

— Zoe ? Não sabe como tô feliz em te ver!

— confesso que eu também. Venha!  Conversaremos melhor no telhado.

Eu a seguir por corredores e subimos uma escada, três andares depois e uma escadinha e pronto estávamos no telhado. Eu havia tentado antes o acesso, mas o nevoeiro não permitiu. Zoe explicou este fenômeno o que ela chamou de gatilhos que ativam e desativam partes de minha memória e ativa alguma "janela" ou melhor as portas que dão o acesso.

Zoe estava muito decidida a me ajudar,  esta personagem está sempre envolvida com o tempo,com obsessões e com os processo científicos. Se Alai controla os sentimentos e emoções tudo que é intangível, Zoe é a parte tangível tudo que o conhecimento humano pode provar  através da ciência a existência.

Uma de minhas primeiras personagens, Zoe cresceu comigo sempre me levando pela mão para o mundo do conhecimento. Sendo extremamente chata e arrogante as vezes.

É estranho o sentimento que tenho por ela e mais estranho ela é a única que sempre me chamou de criadora, sempre com certo desdém, raras as vezes que chamou- me de escritora.  Para Zoe há uma peculiar diferença a qual apenas ressalta as minhas obrigações e responsabilidades para com ela e os demais.

Uma personagem é uma criação de fato,  uma fusão de diversos fatores, situações e pensamentos diferente do que ouvi uma vez uma personagem não é um ser "morto" insignificante o qual se assimila com um fantoche,não não eu me nego pensar nisso! !!! Que apenas existem nos pensamentos de um autor qualquer e ali condenados a serem como um escravo algemado e sem maiores utilidades apenas o servir seu “mestre”.

Quando no mundo real tenho a consciência que no momento apenas eu interajo com tal, o faço sabendo que é apenas um meio de pensar, pois como eu já disse é uma ferramenta, um complexo pensamento que tenta  ver todos os ângulos de um mesmo objeto de interesse, como a antiga Zoe a denominava um pensamento de fato inteligente, não comum porém que atende ao conceito tudo é relativo e incontrolável na vida, por isso deve-se sempre duvidar e na duvida a ciência pode provar, a personalidade da cientista ou melhor a ideia da ciência combinado a ideia do tempo faz com que avalie melhor o que realmente sinto, vejo e estou fazendo...

São meus adoráveis devaneios afinal só se consegue ser livre quando se pensa, imagina e se usa a criatividade combinados ao conhecimento.

Algo sobre a Zoe que preciso comentar ela é um lado meu preguiçoso que acredita fielmente que não só entende as coisas as controla. A tecnologia pode fazer o que nós fazemos muito bem sem que haja nenhum esforço. Quer um amigo (a)pode construir um andróide e programá-lo para te amar,  quer se sentir inteligente e necessário? É só usar uma máquina que pronto! Sem nenhum esforço sem contato humano, sem atritos máquinas fazem o que são programadas para fazer, calculam cada resposta são criadas para servir e nos agradar.

Já a sociedade em si é um desafio que se deve enfrentar todos os dias, são imperfeitos mas nestas imperfeições que está a parte boa,pois ensinam e trabalham nossa inteligência emocional e com isso leva-nos a um novo nível de sabedoria. Os relacionamentos humano dão sentido a vida só  buscar compreendê-los.

Então todos os meus devaneios são formas de pensamentos conscientes baseados em alguma parte importante do que existe e foi desenvolvido pela humanidade combinado com minha criatividade e imaginação que personalizou cada um… Por isso não são bem amigos imaginários, são apenas formas de pensar que roubam a minha atenção e tira totalmente o meu foco.

Ali no telhado com a Zoe, observando o mundo que criei inconscientemente, conversei mais sobre ela.

Até aqui estava fugindo negando e ah desistindo. Um ideia tola me veio poderia apenas viver aqui, desitir do mundo real afinal sinto-me sempre tão tão estranha e sozinha tão cansada de tentar provar que a vida é um processo de aprendizagem para a ascensão de um novo ser o qual é como um quebra cabeça composto de peças da natureza, peças de relacionamentos, peças espirituais,biológicas, químicas, históricas e etc… etc… Em resumo não existe um corpo saudável e mente desperta sem levar em conta o que come, o que se fala, faz e as relações com o meio ambiente e social.

Somos um complexo e simples sistema onde são necessárias cada peça do quebra cabeça para o seu correto funcionamento.  


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Notas finais do capítulo

Não consegui evitar a minha nerdice e acho que foi bem bem chata e talvez arrogante ? bem queria ter exporto melhor estas ideias e pensamentos mas sei la foi isso o que conseguir. Críticas, duvidas e reclamações é nós pode dizer como poderia ter feito, amo aprender e estou aberta a novos pensamentos.



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