Janelas da Alma escrita por Liz lonelyk oficial


Capítulo 13
Meus monstros (quartinho da bagunça)


Notas iniciais do capítulo

Adiantei este cap. para dar sentido a saga.



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—  1,2,3,4 e mais um café?  Sabe né que já é hiperativa deste jeito mais acabar explodindo!  (porquinho)

— Só funciono com café!

—  Escritora pare com isso e vá da uma atenção aos seus cachorros, olha como o luke tá ! Tadinho acabou dormindo segurando a bolinha com a boca.

— Eu sei eu sei, mas eu preciso mesmo estudar e escrever é o melhor método.

— Sabe que matemática só se aprende fazendo as contas, tirando as dúvidas, sendo humilde em perguntar,  treinando todos os dias um pouquinho.

Tem duas provas cheias de números as quais senhorita escritora está em dp! E tá aí tentando entrar em seu mundo, tentando negar a real necessidade de saber isso! Quer saber!

O porquinho roubou o meu caderno e fechou meu notebook do nada, devido as xícaras de café eu gritei com ele. Retribuiu jogando a apostila e tacou a calculadora em minha cabeça.

—  é não entra mesmo!

—  Seu …

Tudo ficou escuro, ouvia sussurros…

— Ela é tão estranha, ela não vai conseguir, veja o que ela fez… Quem faz isso ou quem erra nisso.

— É melhor a ignorar! Ela fala umas coisas que eu não entendo! Deve ser louca…

Sentia um forte perfume de homem, apesar de serem varias vozes. 

Um brilho, uma fresta, parecia ser uma porta. Eu a abri quando passei por ela a mesma se fechou.

—  Tem que enfrentar seus monstros sozinha!

—  Billy!  Abra preciso voltar! !!

— Uma dica para sua jornada use os joguinhos de situações de Alai. Ah se precisar de mim estarei curtindo um belo banho de lama por isso me esqueça!

— Não posso ficar aqui presa!

—  vai achar a solução, até mais tarde.

Billy me deixou sozinha presa em meu quartinho da bagunça, o perfume forte foi se tornando cada vez pior até que ao abrir uma nova porta sai  em um corredor cheio de quadros com fotos de meus momentos épicos e no final do mesmo um portão daqueles de escola.

Olhei uma a uma as fotografias dos quadros.

vi-me uma pré adolescente em seu momento de prova, Menos um, um professor alto, magro e um tanto corcunda vestido com seu jaleco ao meu lado observando calado com seu semblante severo e muito irritado.  

Uma foto minha em uma apresentação em um auditório, ao meu lado um Reizinho com sombra de lobo chamou-me a atenção a sombra seria Jack Hock um de meus personagens?

Do outro lado da parede um quadro onde eu segurava um coelhinho inofensivo tão fofo de cor rosa.

Em um quadro eu usava a armadura de Vitória em uma festa. Traje errado momento certo e novamente lá ia eu a perder uma boa oportunidade.

Havia outros, mas por fim o último que foi obrigada a olhar uma fotografia colada no portão, a foto de uma antiga escola.

Eu abri o portão e sai de frente a escola da fotografia. Sem outras opções resolvi  aceitar a “sugestão” de Billy.

Retirei de meu coração os jogos de cartas que Alai confeccionou usando minhas lembranças boas e ruins. Ao pensar no alforje de flechas este surgiu com o arco,  o pôs na costas, respirei fundo olhando a aliança e resolvi explorar o lugar.  

No hall de entrada  da escola havia camundongos por todos os lados, havia infiltrações nas quais morfos se alimentavam, algumas carteiras típicas do ensino fundamental, livros, revistas e jornais espalhados cheios de traças . Um ambiente com pouquíssima luz...   

No ensino fundamental tive sérios problemas de aprendizagem o que só aumentou com a falta de professores, não tive professor de matemática na quinta, sexta e na sétima série só tendo aula de fato na oitava. O professor que tive dava medo,  sentia-me desconfortável nas aulas, a falta da estrutura da quinta, sexta e sétima série pesava demais somada a minha falta de disciplina e organização, na época já frequentava a psicóloga e a fonoaudióloga.

Diferente das professoras que tive antes da quinta série as quais ensinaram bem matemática, este professor não tinha muita paciência, não se mostrava preocupado, como o porquinho ele queria fazer a calculadora entrar em minha cabeça da pior forma. Para contribuir ainda mais em todas as provas ou eu fugia para o meu mundinho ou ficava tão paralisada de medo que não tinha nenhuma reação.

Por isso ele passou a ficar ao meu lado observando eu fazer a prova,  o maldito não fazia isso em dias normais de aula, apenas nas provas.

Desenvolvendo o que chamo de síndrome do professor de matemática, é quando se sabe, se conhece, tem tudo para dar certo mais devido há este sentimento dá tudo errado.

Zeros épicos em matemática e o incrível - 1 um monstro devorador de confiança, vontade e concentração. Menos um ,um monstro  que após este professor passou a aparecer não apenas nas provas de matemática, este sentimento (bem não é um personagem por isso o chamarei assim), aparece sempre que preciso estudar algo que tenho dificuldade, para se ter uma ideia a última vez que o vi foi na prova oral de espanhol do semestre passado, é importante dizer que na mesma semana eu apresentei para professores com a presença do  diretor da faculdade, isso mesmo apresentei meu pré projeto do tcc para o diretor da faculdade, sem constrangimento, sem travar eu apenas fiquei emocionada e nossa como foi legal. Todavia na prova oral de espanhol estava na mesma sala com as mesmas pessoas sem é claro a pressão da presença do diretor e outros professores, mas Menos um surgiu, travei lindamente, fiquei tão vermelha, coração acelerado e simplesmente não me lembrava de nada.

A professora que alias é super competente e como ensina bem não há como fazer qualquer ligação com aquele professor de matemática do fundamental. A professora que já havia me visto em outras situações inclusive sendo representante de sala e tals não entendia o motivo de tanto nervosismo, ela diante disso permitiu que eu fizesse a prova na outra semana valendo é claro oito, ok beleza mais uma semana treinando e eu consigo, quem disse?  Uma semana se passou e por incrível que pareça só estava eu a professora e uma amiga apenas nós três e Menos um atacou de novo. Fiquei em DP em espanhol, o tipo de coisa que se pergunta como ?

Não faz sentido, sem lógica e sem o controle.

Menos um gosta de atrapalhar meus estudos surgindo sempre em minha primeira dificuldade em entender algo, sempre que reclamo de algo está difícil ah e ama surgir nas horas que preciso falar com pessoas para resolver algo seja no trabalho quando estou em dúvida ou não sei um procedimento, seja na faculdade quando preciso ficar no melhor grupo possível de estudo, em casa quando preciso ajudar minha mãe enfim. Esta insegurança e nervosismo só rouba pontos que já tenho na vida por isso o chamo de Menos um.

Menos um ponto  por não ter sido legal com as pessoas.

Menos um ponto por não ter tido disciplina em estudar

Menos uma oportunidade por achar que não vale a pena, por não tentar ou me esforçar .

Menos uma oportunidade por não conseguir  perguntar. .. Acreditando que sou idiota, boba ou burra demais.

No colégio como já comentei fui bem em todas as matérias menos em matemática, minha falta de interesse só aumentou com as situações que passaram a confirmar uma enorme mentira!  Menos um cresceu comigo transformando-se num misto de preguiça, falta de confiança e de situações onde "fracassei ".

Sempre dizendo  as frases:

—  Quer saber?  dane- se isso!

— Ah não vale a pena tentar

—  Pra que fazer um social? São todos uns m...

Enfim Menos um faz-me fracassar  com as pessoas, comigo  e come todas as minhas oportunidades.

Em momentos tensos comi as minhas palavras deixa-me confusa. ..

Eu o odeio mas sempre fujo dele, sempre o levei a sério devido às falsas provas que sempre apresentava, fazendo-me de uma pessoa capaz e inteligente  em alguém sem sorte na vida.

Entrei na primeira sala de aula. vi uma cena tão comum em minha vida.

Lá estava eu revivendo minhas lembranças e vendo-o se alimentar de meus sonhos uma raiva me tomou, uma agonia ao olhar para a minha aliança, uma vontade de chorar, minha  garganta tão travada. A um eu do futuro preso na ampulheta do tempo, tão desejoso por existir...

Mesmo que estranhamente nenhum mostro atacasse eu sentia-me mal e um tanto machucada.  Eu ...eu chorei como uma

covarde. .. quando me dei conta que não achava nenhuma saída. Estava lá presa em minhas memórias tentando libertar-me das ações desses monstros  que só me atrapalham.


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Notas finais do capítulo

Tem um quartinho da bagunça ? onde esconde seus medos, sentimentos e monstros ? Saiba que eu de fato odeio dar razão ao Billy mais é bom se tragar lá e resolver, limpar e por fim abri a porta da gaiola da mente.



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