Janelas da Alma escrita por Liz lonelyk oficial


Capítulo 15
Joguinhos de situações parte 2


Notas iniciais do capítulo

Eu reescrevi o capitulo e agora sim encaixou na narrativa.
O original eu já postei com o titulo "Fênix"



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Com Zoe no telhado da escola, após conversar sobre ela, quando o assunto acabou veio um silêncio bom, a cientista estava dando tempo para eu assimilar o que era aquele lugar.

Via a névoa em toda parte o que lembrava demais Arrom. Podia ver as duas aranhas trabalhando em suas teias, a garotinha no campinho tentando jogar futebol, no auditório um pouco afastado via-se a luz dourada da coroa do rei que escapava pelas janelas.

Ali ao lado do tempo e do conhecimento permitir pensar sem críticas sobre cada período e sobre quem passou pela minha vida, invocando dentro de mim cada situação, expondo, verificado cada ângulo, verificando os lados e me colocando em outros papéis…

Alai no dia que confeccionou os joguinhos de situações, as cartas da vida (assim que ela as chamou quando terminou), explicou-me como invocar a imagem do entendimento apenas fazendo uma simples comparação entre períodos de vida diferentes.

É claro que antes cada situação épica foi discutida entre o porquinho e a coruja com comentários onde risinhos e digamos um momento de constrangimento,mas até que descontraído, daqueles momentos entre família que se lembra com saudades… Mas ao terminar no momento de me entregar o baralho Alai falou sério.                

— Escritora cada carta que criei usando os joguinhos de situações é uma imagem mental que deve sempre invocar.Lembre que na vida o que não se alcançou pode se ter  hoje e sempre se pode desejar coisas boas que no hoje é impossível, mas com pequenas ações diárias se pode ter no amanhã.

Passado, presente e futuro são a mesma coisa o que muda é apenas a sua percepção a respeito.

Se no passado era uma criança cheia de lutas diárias, privações e sofria perseguição, no hoje é uma adulta com plena consciência que tais passaram que ninguém poderá a discriminar, pois no “mundo” dos adultos as coisas funcionam tão diferentes ( seus olhos brilharam), se antes tinha dificuldades de fala,escrita e etc… No hoje é alguém em processo de transformação.

Escritora não queira se auto enganar, não queira se acomodar neste período de vida, não queira evitar de crescer  como pessoa, pois não existe este lance de bom e mal todas as coisa obedecem uma lógica maior a qual nunca entenderá, por causa de seu ponto de vista do hoje.

É uma humana e está em ascensão, cada novo período de vida é um período de sabedoria maior, uma compreensão mais ampliada do hoje. Cada ano que chega vem  com seu peso, com seus desafios, missões e com as recompensas, estas últimas maiores e melhores que fazem valer a pena.

Sempre que divide o que alcançou ganha como um bônus novos pontos de vista, novas formas de lidar e proceder e isto é essencial, pois não existe como não enfrentar o que a vida traz, cada ponto novo, cada nova perspectiva são novos ataques, novas estratégias e novas vitórias.

As dificuldades são combustíveis para se queimar e se obter  o impulso necessário para grandes saltos por isto o que não se alcançou no passado no hoje se alcança.

Escritora use cada carta para incendiar cada dificuldade mal resolvida, para transformar problemas em vagalumes que iluminam o caminho para si mesma e para os outros.

ela parou ao perceber meu rosto confuso.

— Vejo que cada período seu  grita por sua atenção, desejosos por carinho e aceitação, querem de ti o melhor, querem que aprenda com a vida e seja um livro aberto. Sinto uma revolta, sinto sua frustração, a negação que não convence que se transforma em seus monstros.  

vejo sua mente bagunçada que há um enorme potencial desperdiçado, vejo que precisa conversar com cada versão sua, deve usar as cartas para solucionar cada mágoa, cada frustração e para revelar a si mesma que tudo que desejou, tudo que trabalhou,plantou…  já o possui no hoje, já tem o que precisa é só saltar este abismo dentro de si mesma e pegar o que já é seu!!

— Alai confesso que hoje tenho um desinteresse, não quero lembrar, mexer, entender e enfim o que passou passou.

— Vai mesmo continuar a ser escrava de si mesma? E o seu final feliz não tem haver com todas as suas versões inclusive a moça da ampulheta?

Iria questionar, mas minha mãe me chamou e acabou que não tive nenhuma outra oportunidade.

Zoe se mantinha ao meu lado com um olhar vazio, um tanto choroso por isso fui eu a quebrar o silêncio.

— Zoe eu devo a você desculpas por não ter dado o final mais perfeito e incrível, eu sei que dei uma viajada, deixe-me ser levada pelo meu ego e …

Ela contou-me sem se mexer, continuava a olhar para o vazio?

— Escritora o que escreve sobre si mesma?  

Senti o peso da palavra escritora, a troca proposital, parei tendo total ciência que na realidade estava de frente do notebook na tela branca do word, já tarde da noite.

Ela repetiu ao perceber que não sabia como reagir, ao perceber que a minha presença ali estava tão oscilante entre o real e o lúdico.

— Escritora o que escreve sobre si mesma? Há em seus textos sinceridade?

— Sinceridade ?... nã... não sei o que ando escrevendo sobre mim …

— Escritora, qual melodia tem tocado em seu violino ?

Sua pergunta trouxe-me lembranças ruins e ver as aranhas ao longe fez-me sentir mal, voltando a tela branca…Voltando ao meu quarto… sem resistir encarei o meu violino, as provas em cima da impressora e o meu reflexo …  oscilei entre o real e o lúdico... E ao voltar minha voz não saia… eu nada respondi, perdi a chance de ser sincera com Zoe e comigo… Sentindo uma dor forte e… retornei ao telhado a cientista não mudou seu semblante ou sua posição.

— Deveria parar e ler cada linha,cada parágrafo de sua breve existência. Deveria só trazer a mente a verdade que toca bem, escreve melhor e sabe aprender com seus fracassos, assim evitaria este caos.

Ela se virou para mim deu um sorriso e me abraçou.

— Vamos caçar camundongos! E depois você resolve os furos que deu em meu final!

— Camundongos?? Como assim?

— Andei estudando o lugar, espalhei câmeras e sensores por todos os lugares e descobri algo bem interessante.(Ela puxou sua manga e olhou em seu relógio.) Em cinco, quatro, três, dois e …

Saiu de minha mão direita um ratinho, de meus pés mais dois e bem é nojento mas eu cuspi outro.


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