Janelas da Alma escrita por Liz lonelyk oficial


Capítulo 11
Monocromático




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O mundo real sempre foi tão monocromático tão sem graça.

Indo para o trabalho e passando pelo meu antigo colégio me do conta do quanto já usei de meu tempo de vida, embora sinta que estou bem melhor do que aquela adolescente que ficou em matemática nos três anos do colégio, sempre passando pelo conselho com uma nota vermelha próxima do zero.

Desde que Alai me proibiu de voltar ao meu mundo Billy e a ampulheta me seguem, eu realmente acreditei que usando a aliança de compromisso eles iriam permanecer em meu quarto.

Grande engano! O mundo continua monocromático, mas a visão dos dois de certa forma faz com que eu enxergue uma ou outra cor espalhada sobre este tom melancólico.

É bem estranho observar os adolescentes fazendo o caminho que eu já  fiz, o que faz eu pensar que e se eu já soubesse naquela época que ser escritora é algo tão bom? Será que este mundo seria monocromático?

Eu realmente não sei a resposta... Apenas sei que deve haver alguma aluna lá como eu.

Em meu ombro o porquinho se sente tão à vontade que dormiu segurando a ampulheta que assim como o bicho irritante está bem menor.

A garota dentro da ampulheta observa comigo alunos atrasados a correr enquanto eu enfrento um trânsito.

Sua visão assim tão frágil de fato mexe comigo ao ponto de começar a acreditar que eu definitivamente não sou nada normal.

Enxergar meus pensamentos no mundo real é algo que já me acostumei, hoje consigo conversar com chefes, professores e demais com os dois em  meu ombro ou sendo a única a ver um  personagem que do nada resolveu me acompanhar no mundo real.

Bem pelos menos Billy tem me ajudado a enfrentar meus medos bobos do dia a dia, os demais até que ajudavam mas não eram assim tão sinceros quando ele é . O estranho é que até agora nada comentou sobre sua história nem pediu para escrever seus relatos, não me levou a nenhum outro lugar fora a sua “incrível casa”, ele não tem um olhar de súplica, curiosidade, ambição ou qualquer outro sentimento ele apenas está lá sendo um porquinho irritante, sempre fazendo  lama e agora inovou resolveu decorar sua casa com fotos minhas de meus digamos momentos “épicos de vida”, momento que eu de fato odeio ter de encarar.

Ok! um bom tempo Alai vem explicando todo esse lance de sentimentos, Zoe com a parte “técnica”, e bem o restante contribui bastante com diversos lados e perspectivas de um mesmo objeto de estudo o ser humano e de todas as minhas personagem a lonely surgiu pedido para que a ajudasse e acabou que eu fui ajudada, mas é de fato estranho… Bem talvez ele esteja acompanhando a moça...

No colégio eu ia bem em todas as matérias menos matemática ( e nos trabalhos em grupos), e por incrível que pareça educação física, era cada bolada épica na cara, cada desmaio incrível e a última a ser escolhida. uma ou outra aula “pulada” para ir à biblioteca ler ou para ir ver meu mundo.

essa fase de colégio e até um pouquinho antes ou depois, uma fase de estruturação que deveria ser mais suave a passagem, ver que hoje estou na segunda faculdade e continuo a ter devaneios bem mais controlados, mesmo assim eu em boa parte do tempo não estou “presente” sempre vejo as diversas perspectivas e sempre a falar de coisas que ninguém entende e caído em um abismo chamado “ nada vale a pena” sentindo sem um lugar, sem amigos é sempre tão deslocada… sempre na direção contrária.

a areia da ampulheta caindo sobre mim e eu sem nenhuma reação…  Só sobrevivendo a cada dia.

Quase que perco o ponto de descida e quase que não chego no trabalho.  

Um dia normal no trabalho tão normal que Billy resolveu desaparecer com a garota e eu pude me concentrar sem perder o foco, ao sair do trabalho quase caio no velho círculo vicioso.

Um pensamento que sempre vem e traz tanta má sorte...

— É quinta-feira e eu deveria conversar com minha orientadora do tcc, deveria ir assistir aula e quem sabe ir a igreja...mas preciso ir no banco estou tão cansada tão mole….

Bem eu  fui no banco em um shopping ai passei pelo meu lugar favorito(uma livraria amo livros), dei  aquela olhada ao redor e vejo que o porquinho não está perto, desejo um dia de descanso,mas ao pegar um livro vejo meu compromisso. Ok OK penso e saio daquele lindo lugar, no ponto vejo o ônibus que sempre pego para voltar para casa. Um tanto cansada e sem ânimo o pego, mas Billy ressurgi para me lembrar que tenho aula, tentei argumentar, mas sem sucesso acabo por  obedecer-lo mesmo com muita fome sou forçada a ir direto falar com minha orientadora.

— Se tivesse pegado o ônibus certo não teria perdido o tempo de seu almoço!  Como é culpa sua nada melhor que ficar com fome para aprender!

—  sinceramente se não fosse Alai faria de você bacon…

Boas notícias e mais responsabilidade e um bom dia na faculdade.

Quase que perco. ..

Vou a igreja mais para agradecer mesmo.

Os dias passam tão rápidos e são tantas as oportunidades. Talvez seja por isso que o hoje se chame presente nunca se sabe o que tem dentro de um dia, se eu tivesse desistido ? não iria falar com minha orientadora e bem nada de oportunidade… Oportunidades são como a chuva, caem, caem assim sem aviso, sem um momento apenas caem,  mas se não tiver nada, nenhum projetinho como algo pode dar certo? e se tiver algo e não ter uma oportunidade?…

Eu tenho um ampulheta, um porquinho e uma ponte … Perdemos grandes oportunidades por omissão!

E por ficar olhando este único tom que as situações trazem consigo, fazendo de um belo dia algo monocromático e um tanto sem grança apesar que ultimamente venho enxergando uma ou outra cor a cada vez que o nome dela é pronunciado.  


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