Janelas da Alma escrita por Liz lonelyk oficial


Capítulo 10
Rachaduras e trincas parte 2




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—Como se levanta uma barreira como está?

Perguntei a Alai quando voltamos ao abismo. Eu e ela verificamos ambos os lados do abismo, mas sobre a  barreira invisível não descobri muito só o que já sabia:

Um: era feita de escolhas

Dois: tinha a base formada por atitudes

Três: havia uma camada composta de sentimentos, os chamados por Alai “primordiais da sobrevivência” que são: Medo, Ódio, Amor e Preguiça (este último ela chama diferente, mas esta é a tradução digamos assim), tais sentimentos são  digamos respostas aos estímulos que podem ser qualquer coisa como uma lembrança, uma imagem, uma palavra enfim, são as chamadas emoções que “fabricamos” digo fabricar devido ao processo químico (queria que a Zoe estivesse aqui para explicar melhor),

cada hormônio, cada neurotransmissor e dentre outros são combinados e novas substâncias agem em nosso corpo em uma velocidade realmente assustadora.

Esta camada protege a barreira e até pode deixá-la mais espessa e forte dependendo da quantidade de vezes ou melhor a “afirmação” dos sentimentos.

Quarto: Só é possível “dissolver” com Verdades, Realidade, consciência e mudança  

Quando diante de uma situação seja ela a primeira vez ou não  temos como “sobrevivência” repetir a mesma atitude, sentimento, emoções e etc. em um momento semelhante o que ocasiona os chamados Vícios ou bloquinhos que vão se acumulando até criar uma barreira.

Isso tudo Alai já havia me contado com o objetivo de escrever um relato de uma de minhas personagens, eu só escrevi aqui antes de continuar para ficar mais fácil de entender o “como remover” a barreira aos pouquinhos conforme a ponte é construída.    

— Bem escritora já sabe a resposta!

Alai estava séria. Quando começou com Billy (o porquinho irritante), calcular  as distâncias, o porquinho marcou cada ponto com preguinhos e amarrou em cada um diferentes linhas, cada uma com uma cor. Cada cor um significado de prioridade.

Eu fiquei aguardando na montanha, tinha ao meu lado a ampulheta, mas minha atenção estava voltada para a barreira e em minha aliança.

Quanto de sentimento ? todo este tempo…

— De qualquer forma (disse para a minha miniatura), tudo isto será experiência !!! O que é melhor que isso para construir ?   

Ela deitada de costas com aquele olhar que realmente me cativava concordou.

...

Virtude, uma de minhas personagem me chamou, tirando-me de meus pensamentos. Virtude tem suas asas prateadas,vestida com uma  frente única preta e uma calça de mesma cor que dava a impressão de ser uma saia, seus cabelos estavam presos em um coque, em suas mãos tinha um alforge com um arco e flechas, o detalhe nas penas das flechas chamou-me a atenção, tinha fios de ouro que caiam de forma delicada quase imperceptíveis.

— Escritora?

Não tive como conter a minha surpresa, pois a personagem estava incrivelmente bela, parecia um anjo.

— Virtude?  Como tá linda! Essas asas! !!!

Eu mal acreditava em meus olhos,  não me contive acabei por tocar em suas asas o que a deixou muito constrangida.

— Escritora?

— Desculpa é que. ..como assim? Ei queria dar uma volta com você!mas vejo que tá sem tempo. ..

—  Desculpe por isso, eu só estou aqui para te dar isso.

Ela ofereceu o alforge

— Quanto mais pegar mais terá e todos os alvos atingidos por estas flechas, irão se incendiar, serão pequenas luzes!  Enquanto não se esquecer de seu maior compromisso e escritora saiba nunca está só!

Eu aceitei e ela complementou

— alguns alvos precisarão  de mais de uma flecha e outros  mais treino, outros ainda não será você a atirar a flecha por isso divida as flechas e multiplique as luzes!

Ela me abraçou...

— te vejo logo! Preciso lhe contar tantas coisas!

— obrigada

—  não a mim.  Conhece  a fonte

— Sim e isso me deixa muito feliz !!

Confesso que esperava que Zoe fizesse algo assim não Virtude. uma das novatas sua história tão mais séria mais até que as da coruja por isto achei que estaria muito ocupada para “fugir”. Devido a minha surpresa não disse mais nada e ela se foi.

Alai viu tudo em silêncio,aproximou-se assim que Virtude foi embora.

— Alai foi você que a chamou?

— Não minha escritora, Virtude veio aqui por conta "própria" e sabe ? De todas as escritoras tens um diferencial nem todos são personagens em seu mundo! O que traz um valor inestimável a suas narrativas.

— Alai...  obrigada por está aqui.

— Sabe que não é só eu né? Do outro lado tens também bons amigos, quero te mostrar algo. Venha comigo.

Andamos um pouco, o dia estava agradável havia chovido e aquele cheiro de chuva tão bom no ar dava a tudo uma cara de novo tempo, o céu agora tinha nuvens brancas e já começava a escurecer. Caminhamos de forma a nos afastar do local da ponte em direção a uma floresta densa, Por um momento pensei que iria rever uma outra personagem, mas tive outra surpresa.

— A caverna. Se lembra?   

— Não nunca estive aqui.

— Uma vez enquanto você estudava topou sem querer em um mito. Tal mito começou a te instigar a achar o seu digamos “Lar”, fugir da caverna ! A raposinha ganhou forma aqui!

Entramos na caverna, Alai tinha em sua direita a ampulheta e na esquerda o porquinho irritante a sua frente uma esfera de luz ia mostrando o caminho.    

Sem a magia de Alai teria me perdido. Eram intermináveis corredores,  labirintos que davam em lugares tão mais distantes, a outras dimensões e sim a outros mundos como o meu, porém aquela caverna não fazia parte de meu mundo digamos assim.  Por fim chegamos a uma gruta, lembrei das termas de Arrom devido a semelhança, um fio de água bruta do teto e cai sobre pedras formando um pequeno lago, acima dele algumas ampulhetas como a minha.

Eu estava muito distante para ver o que cada uma tinha dentro cada … bem chamarei de “prisioneiro” ? não não melhor sonhos! sim sonhos que serão realidade esperando ansiosos pela liberdade.

Uma ampulheta destacava-se das outras, era verde esmeralda tinha uma árvore dentro.

—  Boa parte das trincas na barreira está sendo causada pelo outro “lado” daquela Ampulheta, nem preciso dizer o tamanho de sua missão minha escritora, nem comentar sobre suas responsabilidades!

—  Alai (disse olhando para a minha aliança), eu prometo será real!

Eu então olhei para o alforge, retirei o arco e uma flecha.

— Mestre… (amarrei a linha dourada em minha aliança sem a retirar). Obrigada!

Atirei na ampulheta da árvore.  A flecha deu um tom dourado a sala, após ricochetear em todas as outras. A sala se iluminou e o lago passou a refletir não as ampulhetas, passou a mostrar um bom futuro onde tudo fazia sentido.

— Isso! Veja o elo da força da amizade se somar ao Ágape. (disse Alai).

Eu e Alai voltamos ao abismo e eu tentei atirar nos pontos que foram marcados pelo porquinho.

Eu sabia o significado da linha dourada, seu significado estava explícito sozinha eu nunca conseguiria… há um projeto bem maior para ser feito, e como Alai havia dito nem todos são personagens, eu mesma tive e tenho um relacionamento com o Ágape, Mestre e com ou chamado de sentimento do amor incondicional (existem outros nomes mas ficarei com estes).

Sei que  meu desejo de me tornar uma verdadeira escritora não é à toa, não é apenas algo aleatório sem um propósito existe um e eu fui e estou sendo treinada para isto.

Na beira do abismo eu atirei acertei dois apenas, mas já seria um começo. As flechas passaram pelas trincas e acertaram os alvos desta forma eu entendi o que Virtude havia me falado.

— Os pontos que serão cada um ligado com a linha dourada do Ágape, formam juntas o caminho pelo qual caminhará sobre o abismo ligando ambos os lados.

— Entendi. Alai, estas flechas podem ser usadas no mundo real?

— Sim desde que não esqueça do maior entre os projetos.

Ao voltar agora para o mundo real tinha ligado a mim as linhas douradas as quais não estavam entrelaçadas em minha aliança, mas entrelaçadas em meu coração e lá uma flor floresceu.


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Notas finais do capítulo

O mito da caverna de Platão uma breve meditação sobre realidades e possibilidades...



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