Sonhos de Grãos de Areia escrita por LaviniaCrist


Capítulo 16
Reconhecimento


Notas iniciais do capítulo

Ainda não editado, pode conter erros.

Aconselho a lerem enquanto ouvem Gymnopédie n°1 de Erik Satie.
Tem uma Missão Rank-S para você nas notas finais!



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Já era noite, uma noite estranhamente quente.

Já era noite, as estrelas estavam tão claras no céu que mais parecia dia.

Já era noite, mas Kumoshi corria animado pelas ruas desertas de Suna.

Havia se despedido da mãe sem nenhuma cena vergonhosa pela primeira vez em muito tempo, e com uma razão memorável: estava indo festejar o sucesso em uma missão. O garotinho havia esperado tanto por este dia, o dia em que teria o reconhecimento por suas habilidades!

“Só por eu ter salvo o Sasori no meio daquela batalha, aposto que eu vou ganhar um banquete da Chyio-baa-sama! Eu aposto que ele deve ter contado pra todo mundo e um monte de vezes! Será que o Kazekage vai estar lá também? ... Será que ele vai falar comigo!? EU VOU SER AMIGO DO KAZEKAGE!!!”

Os pensamentos felizes só se interromperam quando Kumoshi finalmente chegou ao restaurante de alta classe no qual havia sido marcado o encontro. Nem em seus sonhos mais refinados já se imaginou entrando naquele lugar...

“... Vai ser tão... NORMAL!?”.

O olhar brilhante deu lugar para a dúvida. Cruzando aquela imensa porta detalhada, aquele lugar que parecia ser tão elegante não passava de uma churrascaria como qualquer outra, não que ele já tinha ido tantas vezes assim em alguma , nada de tão impressionante quanto o exterior.

Em uma mesa em um dos cantos, ele pode reconhecer um homem alto e de cabelos negros, sentado de frente com uma velhinha: o Kazekage e Chiyo. Ele realmente iria falar com o Kazekage!

Assim que se aproximou mais, conseguiu notar um certo ruivo muito familiar...

— SASORI! — ele sorriu, dando passos mais apressados e indo até o amigo — Você está melhor? Cuidou dos machucados? Já contou ao Kazekage como eu salvei você de um jeito heroico? — enquanto bombardeava o amigo de perguntas, tudo o que ele recebia era o olhar apático que já estava acostumado — Nem precisa agradecer! — por fim, deu um tapa no ombro do outro.

— Vamos, Sasori! Não seja tão emburrado! — o homem soltou uma gargalhada, balançando o ruivo pelo ombro — Você estava tão contente contando a história, vai ficar tímido?

— Hun... — ele se debruçou um tanto mal-humorado na mesa e virou o rosto.

“Desde quando pessoas importantes riem assim? Espera, o Sasori estava contando a história? ELE REALMENTE ESTAVA CONTANDO! O KAZEKAGE SABE QUE EU EXISTO E QUE EU SALVEI ALGUÉM! ”

— Você é o Kumochi, certo?

— Ku-umochi? — ele repetiu, sem nem ao menos saber o rumo que a conversa havia tomado enquanto se perdeu nos pensamentos — Sim! Kumochi, eu!

— Tenho uma missão para você...

O clima se tornou sério repentinamente. Qualquer pedido que fosse de uma pessoa tão importante, requeria seriedade.

— Seja lá o que for, eu farei!

“Eu estou pronto! Só me dizer o que é para fazer e já pode considerar feito! “.

— Ótimo, faça os pedidos por nós...

— É para já! — ele deu alguns passos, mas parou e olhou novamente nos orbes escuros — Que?

— Não iria fazer qualquer coisa? — Chiyo soltou uma risada, encarando Kumochi — Vá lá e faça os pedidos, o que quiser...

— M-Mas... Eu...

— Pode ir, é tudo por minha conta... — o homem sorriu — É a recompensa por ter salvo este esquentadinho aqui — ele riu, bagunçando os cabelos de Sasori — Quem diria que suas marionetes serviriam mais em um campo de batalha que você, heim!?

— Ele só foi pego desprevenido... — a avó tentou interceder.

— Não se pode ter distrações em um campo de batalha! Pode custar um braço ou até mesmo uma vida!

— Água. — foi tudo o que o outro garoto respondeu em defesa, fazendo todos se calarem.

— Água? — Kumochi repetiu, sem entender bem — Quer que eu peça água para você, é isso?

Ao receber um aceno positivo de cabeça, ele se apressou em ir fazer todos os pedidos, incluindo o copo de água para Sasori.

Talvez fosse por estar ansioso ou talvez fosse por estar embasbacado com tudo ainda, mas Kumochi só notou que já havia escolhido os pratos quando ele mesmo já estava quase de volta à mesa, segurando uma bandeja com apetitosas fatias de carne prontas para irem para a brasa.

— Por que demorou tanto, Kumochi? — a idosa o encarou um tanto séria.

— Finalmente, eu já estava morto de fome! — o tom que o Kazekage usava era de brincadeira e não de bronca, enquanto ele colocava algumas fatias sobre a churrasqueira — Quase pedi um pouco de água ao Sasori, para tentar me segurar!

— Iria morrer engasgado... — o ruivo retrucou um tanto incomodado com toda aquela falação.

— É que eu... Er...

“Droga! Eu espero não ter causado uma má impressão... Se bem que ele nem deve ligar, já que leva tudo o que o Sasori diz na brincadeira... Espera, então o Sasori fala aquelas coisas estranhas sério e não de brincadeira? ”.

— Sinto minhas forças se esvaindo pela fome... — Chiyo murmurou, fechando os olhos e se inclinando levemente para frente.

— Ei, Chiyo-baa-sama!? — o rapaz a cutucou, mas ela não se mexia.

“Droga! Droga! DROGA! Eu matei a Chiyo de fome! Pra piorar ainda foi na frente do nato dela e na frente do Kazekage! DROGA!!!”.

Todos olhavam para a idosa: Kumochi estava em pânico, ainda segurando a bandeja de carnes; Sasori estava um tanto perdido, encarando o nada; o Kazekage estava sério, um tanto perplexo com tudo.

O silencio reinou até que o pobre Kumochi, tentando verificar se realmente havia “assassinado” alguém, cutucou levemente a pele enrugada da idosa. Depois de alguns toques nas bochechas um tanto flácidas, ele escutou um resmungo e se afastou, assustado.

— Brincadeirinha! — ela riu, “ressuscitando” e pegando uma fatia de carne que já estava no ponto certo.

Passou-se mais alguns segundos em silencio, enquanto os outros três ainda não haviam conseguido processar aquela brincadeira de mal gosto.

— Eu sabia que ela estava brincando! — o mais velho riu — Viu, Sasori? Não precisava ter ficado assustado! Viu!?

— Quem ficou assustado aqui foi você... — Sasori estalou a língua, virando o rosto.

— Eu também fiquei assustado! — os olhos de Kumochi brilhavam — Como a senhora consegue fingir tão bem!?

— Se-gre-do... — ela sorriu, pegando mais um pedaço de carne — Vieram para ficar conversando ou comer?

— Achei que tínhamos vindo comemorar... — o ruivo suspirou — Obrigado, Kumochi.

Tudo o que o garoto pôde fazer em resposta, foi dar um de seus melhores e mais sinceros sorrisos. Aquele dia era um dos, se não o mais feliz de sua vida! Parecia até mesmo um sonho do qual Kumochi jamais iria querer acordar...

Infelizmente, horas passadas daquela comemoração, o garoto acordou em uma das alas improvisadas no hospital de Sunagakure. Ele havia realmente lutado por sua aldeia, mas não se saiu bem ao ponto de ser reconhecido por salvar alguém ou de ganhar um jantar.

— S-Sasori? — ele murmurou, reconhecendo os cabelos vermelhos de alguém próximo a si.

— Hun? — o amigo parecia entretido observando alguma coisa nele.

— Er... Eu não te salvei nem nada assim, né? — sorriu.

— Não, mas posso te ajudar a ficar mais forte agora...

— Como?

— Me procure quando sair daqui... — foi tudo o que Sasori respondeu, antes de deixar o amigo sozinho.

“ EU VOU FICAR MAIS FORTE E DAI SIM EU SEREI RECONHECIDO! ”.

Kumochi se perdeu em pensamentos felizes, já sem se importar tanto por não ter se saído tão bem no patrulhamento da fronteira.


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Notas finais do capítulo

Música: https://www.youtube.com/watch?v=S-Xm7s9eGxU
Missão Rank-S:
Aviso que estamos entrando na temporada do escorpião com ascendente em drama para os capítulos! Não faço ideia do motivo, apenas tive inspiração o suficiente para escrever oito capítulos seguidos com a participação do Sasori, sendo este o terceiro.
E o que você tem com isso? Tudo! Porque além de poder ter um capítulo inspirado no seu comentário/ideia, ainda pode participar da “votação” para o tema da próxima temporada. Deixarei aqui embaixo algumas opções, nas quais podem votar a cada comentário na que gostarem mais. Também é válido vocês me sugerirem algum tema, ok? ;3
Gaara; Kankuro; Temari; Infância; Família; Culinária; Músical/Dança; Non-sense; Pesadelos;
Espero que tenham gostado!
Sugestões, dicas, críticas e observações são muito bem-vindas.



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