Sonhos de Grãos de Areia escrita por LaviniaCrist


Capítulo 17
Dominação


Notas iniciais do capítulo

Ainda não editado, pode conter erros.
Aconselho a lerem enquanto ouvem Sarabande de Haendel.
Tem uma Missão Rank-S para você nas notas finais!



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O cômodo escuro era iluminado somente por uma chama baixa de vela.

A luz do sol sempre foi uma melhor opção quando se precisa ter atenção em detalhes pequenos e minúsculas conexões, mas as madrugadas eram a alternativa perfeita para quem buscava o silencio e solidão.

“Falta apenas uma pálpebra...”.

As mãos hábeis mexiam com uma delicadeza incrível para não desarrumar os cílios. Cuidado o suficiente para que os movimentos parecessem o mais real possível.

“Apenas isso...”.

Alguns estalos foram ouvidos, indicando que tudo já estava no lugar.

“Finalmente! ”.

O titeleiro segurou mais uma de suas obras-primas com afinco, enquanto a colocava de pé. Grandes olhos castanhos assim como o cabelo, pele coberta por várias camadas de um vestido rendado e antigo, um sorriso perfeitamente esculpido: uma bela garotinha.

— O que acha? — a voz sombria e baixa predominou entre o silencio — Combina perfeitamente com este lugar.

Novamente, estalos foram ouvidos, mas dessa vez eles indicavam o concordar de uma marionete posicionada em um dos extremos daquele cômodo, ao lado da porta.

Sasori segurou a pequenina marionete no colo como se fosse uma filha, a levando com cuidado para fora. Ao passar pelo outro títere, ele apenas fez um sinal e começou a ser seguido.

Passando entre corredores longos e silenciosos, não demorou muito até que ele chegasse ao saguão principal do que mais parecia ser um castelo.

Estrutura grande, espaçosa, assustadoramente decorada com as ruinas de uma guerra. Uma parte daquela construção estava demolida e concedia a visão do lado de fora, onde casas e seja lá o que eram aqueles amontoados de pedra se encontravam.

Enfileirados de frente para a porta natural daquela fortificação, haviam exatamente uma dezena de pessoas. O olhas fixo para frente, uma pose travada e rígida, roupas parecidas com as da pequena garota – que agora também fazia parte daquele grupo -, não haviam duvidas: foram humanos no passado, mas agora eram marionetes.

— A minha coleção parece estar completa agora... — um sorriso esquisito se formou na face de Sasori — Foram quantos? Cem? Duzentos?

Enquanto a outra marionete se movia, aquela que o acompanhou de “bom grado” até lá, os estalos das articulações quebravam o silencio e ecoavam. O rapazinho apenas ergueu os ombros em um claro sinal de desinformação.

— De quantos sob o meu poder eu preciso para me tornar um soberano... ou, devo dizer, um tirano?

Vários estalos foram escutados de uma vez só, enquanto todas as outras marionetes viravam o rosto para o ruivo. De algum jeito, o olhar delas expressava confusão que normalmente expressariam caso estivessem vivas ainda.

— Curvem-se! — ele ordenou e, sem demora, todas as marionetes obedeceram — Muito bem... Odeio esperar para que as ordem sejam cumpridas.

“E também odeio deixar os outros esperando... ”.

Depois de alguns passos lentos para que pudesse saborear o gostinho de todos aqueles seres encarando o chão pelo qual ele pisava, Sasori chegou do lado de fora.

Tudo o que se podia ver eram ruinas iluminadas pelo luar, restos do que o dia já foi uma cidadela vivida e com sua vasta história para contar. O rapaz caminhou entre os destroços e, sem demoras, chegou ao que um dia foi o centro de todo aquele espaço.

Com cuidado, ele subiu até o mais alto pedregulho e se acomodou sentado sobre ele, observando com satisfação todo o estrago que havia feito.

— Apareçam logo! — a fala saiu em um tom arrogante, seguida de um sorriso orgulhoso.

Incontáveis estalos começaram a serem ouvidos pelo lugar, enquanto várias marionetes saiam de seu esconderijo. Eram em número suficiente para formar um exército particular, mas todas as pessoas que viviam naquele lugar eram uma peça colecionável para ele.

Aquela “coleção” parecia ter vida, o olhar de todos transmitia sentimentos. Os movimentos, apesar de secos e barulhentos, beiravam o real.

— Agora que todo este território está tomado, vamos conquistar um país! — as palavras ditas com veemência davam um tom de ordem para aquela frase.

Enquanto as marionetes rangiam em concordância e começavam a se dispersar novamente, seguindo as ordens de seu soberano, Sasori continuou naquele ponto mais alto, admirando tudo aquilo. Com certeza, aquele momento seria perpetuado por todo o sempre devido a sua beleza e importância.

“A marcha das marionetes! ”.

Ele sorriu, sentando-se e observou o começo de nascer do sol fazendo com que as sobras exageradamente alongadas de suas criações só fizesse com que elas ficassem ainda mais amedrontadoras. Não apenas elas, mas todo aquele lugar em si.

Depois de alguns minutos, tudo se tornou entediante. Talvez fosse a demora com que seus novos títeres se moviam, talvez fosse as noites em claro até terminar de confecciona-los, mas Sasori estava começando a ficar com sono...

Não demorou até que os orbes castanhos se fechassem e demorassem um pouco mais para se abrirem, tempo o suficiente para ele não ouvir estalos ou ver marionetes se mexendo. Ele apenas se deparou com um terreno arruinado por uma batalha que havia cravado contra todos os habitantes de lá.

“... Um sonho?”.

Alguns passos foram dados para que ele tivesse uma visão melhor do lugar.

“Eu perdi tempo sonhando!?”

A irritação tomou conta do ruivo, enquanto ele buscava um caminho menos obstruído para sair de lá. Era sempre assim, seus sonhos nunca eram como a realidade, por mais perto que estivessem.

“Agora me lembro... Não havia NADA neste lugar que merecesse uma imortalização! Foi apenas perda de tempo destruir tudo em busca de algo interessante...”

Os pensamentos continuaram enquanto ele falava ranzinza consigo mesmo, respondendo as próprias perguntas.

“Que aldeia patética”.

O vento soprava forte.

 “Quase ninguém serve como material...”.

Passos lentos e despreocupados eram dados, enquanto a cidadela destruída se perdia no horizonte, só podendo ser identificada pela fumaça escura que ainda saia dela.

 “É bom que a próxima seja boa. ”.

 

 

 

 

 

Uma nuvem de areia se formou com uma rajada mais forte de vento, obrigando Sasori a cobrir o rosto com os antebraços. Algumas palavras que ele não compreendeu bem foram ditas enquanto aquela nuvem se dissipava.

Olhando para sua frente, tudo o que ele viu foi uma sombra de algo flutuando. Quando olhou para o céu imaginou estar sonhando mais uma vez: asas brancas, o corpo se desfazendo em pequenos quadradinhos do que pareciam ser folhas de papel... Um anjo de origami? Impossível! Não parecia estar sendo controlado por outra pessoa.

— Quem é você!?

— Eu venho convida-lo para se unir à Akatsuki.


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Notas finais do capítulo

Música: https://www.youtube.com/watch?v=klPZIGQcrHA
Missão Rank-S:
Aviso que estamos entrando na temporada do escorpião com ascendente em drama para os capítulos! Não faço ideia do motivo, apenas tive inspiração o suficiente para escrever oito capítulos seguidos com a participação do Sasori, sendo este o quarto.
E o que você tem com isso? Tudo! Porque além de poder ter um capítulo inspirado no seu comentário/ideia, ainda pode participar da “votação” para o tema da próxima temporada. Deixarei aqui embaixo algumas opções, nas quais podem votar a cada comentário na que gostarem mais. Também é válido vocês me sugerirem algum tema, ok? ;3
Gaara; Kankuro; Temari; Infância; Família; Culinária; Músical/Dança; Non-sense; Pesadelos;
Espero que tenham gostado!
Sugestões, dicas, críticas e observações são muito bem-vindas.



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