O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante
Notas iniciais do capítulo
Anteriormente em O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos estando sob influência da espada maligna Albert entra em seu subconsciente encontrando-se com o seu demônio interior e uma viagem ao passado revela o segredo por trás do selo da Merodach
“A serpente circundou a mulher. Ela olhava a víbora escarlate que parecia querer sentir algo nela.
— Você tem o potencial… - disse como uma voz sibilante.
— Você é mesmo um demônio?
— Sim eu sou um demônio…
— Você vai poder me ajudar?
— O que você deseja é algo difícil, mulher, nós demônios não somos seres de vida. Somos seres de morte, somos seres de destruição. Porque você enlouqueceu tanto a ponto de invocar um demônio para solucionar seu problema?
— Eu e meu marido já perdemos muitos bebês e o sonho dele é ter um herdeiro para o seu império.
— Entendo… talvez eu possa auxiliá-la, mas haverá um preço.
— Quando o preço? Diga eu estarei disposta a pagar, deseja fortuna?
— Não seja tola, mulher, nós demônios somos donos de todas as fortunas, além do mais sua fortuna não sua é de seu marido, não pode me oferecer o que não te pertence. Eu quero que essa criança seja consagrada a mim.
Os olhos da mulher se arregalaram completamente, era possível para ela sentir o terror palpável naquele instante.
— Mas… mas… isso não…
— Veja bem, - a serpente circundou a mulher roçando em seus pés - ele ainda será seu, seu esposo ainda terá o herdeiro dele, porém a criança será, num futuro distante, quando nem você e nem seu esposo estiverem mais aqui, minha.
Ainda aterrorizada a mulher ponderou sobre a proposta indecente feita por Samael. Ela caiu de joelhos chorando as mãos apertando o tecido da saia do vestido em seda.
Com olhos já cheio de lágrimas ela exprimiu com imenso pesar as palavras.
— Sim… eu aceito o acordo… disse entre lágrimas.
— Muito bem…
A serpente circundou a mulher de joelhos desaparecendo por entre o tecido de sua saia.
9 meses depois a criança nasceu, era um garoto como ela desejou que fosse. Saudável e muito parecido com o pai nos traços.
A criança cresceu, e quando completou sete anos a dívida sobre a qual nascera viera ser cobrada.
Mas antes um contratempo seria o ponto de mudança nessa história.
O pai de Albert em todos os seus aniversários o levava para um local que era chamado de Pico de Amalteia, naquele local era dito que a luz da Deneb Alged - a estrela Alfa de Capricórnio - incidia diretamente. A mesma estrela que no momento em que seu filho saiu de dentro da mãe pontuou o céu brilhantemente como um sinal de que aquele menino era seu protegido.
Naquele instante o pai prostrou-se de joelho diante do véu noturno, cujo centro era pontilhado pela constelação de Capricórnio e orou pedindo a benção da Deusa da Terra para seu filho e que ele, que fora escolhido pela estrela de Capricórnio fosse abençoado e se tornasse um grande e honrado homem. Nesse momento através do próprio sangue, o pai consagrou o filho ao caminho da luz e da justiça.
Justamente isso foi o contraposto do que fizera sua mãe ainda naquele mesmo dia, antes do relógio anuncia a meia noite, a mulher levou o garoto pelas entranhas do caminho do jardim, onde sete anos atrás criara a dívida que deu vida a ele.
Ali, ela pegou uma velha espada, a lâmina já velha e passou pela palma da mão, deixando um rastro vermelho pelo fio da arma, o sangue dela seria o pacto final quando reunido ao do filho.
Foi então que quando o sangue da criança se misturou ao da mãe na lâmina da arma, a serpente emergiu novamente de seu ventre como se tivesse usado o próprio corpo da mulher como porta para esse mundo.
Como uma víbora sagaz, ela se enrolou com rapidez no braço do garoto lhe dando um bote no pescoço. Contudo com a mesma rapidez que se prendera a ele, ela se soltou caindo no solo com contorções violentas, enquanto dizia a mulher caída de joelhos.
— O que você fez maldita?! O que fez com o sangue desse garoto?!
— Eu não fiz nada! - ela respondeu apavorada.
— O sangue dele foi consagrado aos deuses!
— Não isso… isso não é possível!
— Não podendo tomar sua alma nesse instante, eu lhe tomarei o destino. Seu filho estará amaldiçoado a carregar a marca do Pecado Original em seu corpo e esse poder será a porta para que no futuro eu consiga o meu pagamento. Quando a sua família… a lâmina maligna irá destruir tudo…
Naquele instante uma aura negra tomou o corpo do garoto que simplesmente avançou e com o braço que havia sido circundado pela serpente em riste decepou a cabeça da mulher, em seguida atravessou o jardim adentrando a casa e lá o maior massacre foi realizado naquela noite.
O último a ser assassinado foi seu pai, seus olhos estavam possuídos por medo, por terror, mas principalmente por tristeza e dessa forma ele abraçou o filho que atravessou o corpo com o mesmo braço que assassinara todos.
O pedido final do homem foi de que tudo que o filho sofrera ali fosse apagado de sua memória.”
Santuário de Athena
— Eu encontrei em meio aquele mar de sangue, o garoto parecia catatônico. Como se sua mente tivesse sido perdida dela mesma… - Itia olhava para o céu do Santuário - eu apenas o acolhi e trouxe para o santuário e com alguns meses eu pude entender sua história com a ajuda de Brafmah. Mas ao mesmo tempo, eu percebi que aquele garoto amaldiçoado fora escolhido para ser um cavaleiro de ouro. Eu e Brafmah criamos o selamento em seu braço, com isso conseguimos selar o poder demoníaco que estava em seu corpo. Quando o selo se desfez pela primeira vez, na Aurum Probatio de Capricórnio, descobrimos que o que habitava em seu corpo era a Merodach, a espada mitológica dita como a Pecado Original.
— Então foi isso que aconteceu… - o garoto estava ainda na palma da mão do demônio dentro de si mesmo - Eu fui consagrado a luz, mas também fui consagrado às trevas… isso está chamando Hades para mim…
— Hades também não terá seu corpo, mortal, seu corpo e sua alma serão meus…
— Um demônio não poderá ter meu corpo, eu sou um cavaleiro da justiça, eu luto pelo amor e paz na Terra.
— Você não pode mais me rechaçar. Você já foi dominado.
— Não… você ainda não chegou no meu coração.
A alma de Albert começou a brilhar emanando uma aura dourada.
— O Santuário deve considerar o cara que está aqui muito importante.
— Não importa se um cavaleiro é bronze ou ouro, todos tem seu valor para o Santuário.
— Isso é tolice! - escarneceu o Juiz do Inferno - Logicamente que nós que somos o exército imortal de Hades não temos esse tipo de problemas, afinal somos imortais.
— É mesmo? - disse o cavaleiro com clara ironia - Vamos ver o quanto você pode ser resistente contra o veneno de minhas rosas.
Quando o Juiz deu por si, estava completamente cercado pelas rosas vermelhas de Ângelo.
— O… o que está acontecendo com meu corpo? Eu sinto…
Na porta do grande templo, Sage e Hakurei lutavam contra os Esqueletos. Socos e chutes eram desferidos pelos gêmeos em velocidade tão grande que nenhum dos esqueletos era capaz de acompanhar os movimentos.
Sage chutou o peito de um Esqueleto com os dois pés saltando para trás e dando cambalhotas espalmando as duas mãos no chão.
Hakurei, por sua vez, socou dois esqueletos, parando de costas as costas com o irmão.
— Esses caras são fracos, mas são muitos…
— É de fato… você está sentindo?
— Sim, é o cosmo de Ângelo lá em cima…
— Temos que acabar com isso rápido…
— Ok! Então você sabe o que fazer…
Sage salta e quando seu corpo chega a uma certa altura tendo distância ele apontou seu dedo indicador, de onde saíram diversas ondas azuladas…
— Provem do terrível poder da constelação de Câncer: SEKISHIKI MEKAI HA!
As almas que davam movimento aos esqueletos simplesmente abandonaram seus corpos.
— Hakurei, é a sua vez!
— Claro!
Hakurei ergueu a mão acima da cabeça e foi seu cosmo que se ascendeu dessa vez…
— SEKISHIKI KONSŌ HA…
Uma enorme explosão azul despontou ao longe.
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No próximo capítulo...
Capítulo XXXIII: Degelo