O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante


Capítulo 31
Capítulo XXXI: A Espada onde o Demônio Habita


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos: Sage, Hakurei e Ângelo partem para a Inglaterra afim de auxiliar Albert. Alguém invade o Templo Submarino de Poseidon e toma a sua Arma Sagrada, o Tridente de Poseidon. Krest decide acompanhar o comboio de longe em sua missão.



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O garoto estava no meio do salão, adornando o tablado central várias imagens demoníacas. O braço onde residia o selo, estava preso por uma grossa corrente de elos negros.

— Toda vez que você se render as trevas, você pagará com seu próprio corpo.

O velho estava parado frente ao rapaz de joelhos. Seu peito expandia e contraía numa respiração ofegante. Sua pele reluzia o fogo que iluminava o recinto devido ao suor que lhe permeava…

— Você tem que dominar as trevas e não o contrário…

O garoto gritou como se libertasse de dentro do seu coração uma dor sem precedentes. Seus olhos tinham um brilho vermelho.

— O demônio vai tomar conta de você… seu coração tem que ser mais forte que ele!

Mais um grito ecoou por todo o salão.

— O poder e a corrupção caminham juntos, Albert, se você não souber resistir à tentação seu coração irá ser destruído pela Corrente da Expiação.

O cosmo que emanava do garoto era uma mistura de uma aura dourada com uma aura obscura.

Cotswolds, Inglaterra

— É incrível… - disse Hakurei com nítida empolgação - Ângelo, você se tornou um Cavaleiro de Ouro.

O garoto cujos cabelos teciam um tom de azul com marcas nítidas do louro que eram a cor original dos fios, seguiu caminhando levando em suas costas a urna dourada da Armadura de Ouro de Peixes.

— Conseguem sentir? - perguntou Sage.

— É uma mistura de Cosmo.

— Puramente caótica. Como se houvesse dois cosmos disputando o mesmo espaço. - comentou Ângelo.

— Provavelmente é Albert.

— Vamos!

Litoral

— O mar está agitado… muito mais agitado do que de costume.

Krest desapareceu.

Dentro do templo, Albert continuava a sentir aquela excruciante sensação, como se sua alma estivesse sendo mastigada pouco a pouco. Por fim ele perdeu a consciência.

Ele estava caindo, mergulhando e afundando no completo mar de escuridão.

— Eu estou afundando… não consigo mais ver o horizonte… o céu… o céu está se afastando…

Finalmente ele sentiu seu corpo parar. Em todas as direções que olhava apenas podia ver a completa escuridão.

— Então você veio… - a voz maligna era ampla e dava a impressão de ser gigante.

Ele abriu os olhos.

— Finalmente eu posso tocar sua alma… você fraquejou… você caiu… Albert de Capricórnio.

Quando finalmente alcançaram a porta do templo os Cavaleiros tiveram uma surpresa se deparando com o batalhão de soldados rasos dos espectros.

— Quem são vocês?! - perguntou um dos Esqueletos.

— Não interessa para vermes como vocês saberem quem somos.

— O que os exércitos de Hades fazem nesse lugar?

— Não interessa a mortais estranhos…

O guerreiro avançou disparando uma lança contra o corpo de Ângelo, no entanto, a arma gigante foi parada por uma rosa.

— O que…? O que é aquela Rosa Negra?

Piranhan Rose (Rosa Piranha) … a minha técnica especial. Essas rosas tem um poder destrutivo tão grande que podem estraçalhar o corpo de vocês em questões de segundo.

— Seu maldito!

Pelo menos 10 dos Esqueletos avançaram, Sage e Hakurei entraram em posição de batalha. Mas Ângelo fez um movimento para que os mesmos se mantivessem em sua retaguarda.

— Vocês avançaram para morte… Piranhan Rose!

As flores foram lançadas como dardos na direção dos inimigos que tiveram braços, pernas e cabeças arrancadas pelo ataque do Pisciano.

O sangue agora formava uma poça entre os opositores.

— Esses ataques só podem significar que se tratam de cavaleiros de Athena.

Nesse momento Ângelo colocou a urna dourada em suas costas no chão ao seu lado. O objeto se abriu, revelando a Sagrada Armadura de Ouro de Peixes. O objeto se separou em diversas partes, acoplando uma a uma ao corpo do cavaleiro.

ARMADURA SAGRADA DE PEIXES - CAVALEIRO DE OURO DE PEIXES

— Sage e Hakurei, vocês podem dar conta desses caras? - perguntou Ângelo.

— Claro… - responderam os dois.

O cavaleiro de ouro avançou como um raio dourado não dando tempo para que os adversários o tentassem impedir.

Ângelo alcançou o teto da construção a qual estavam na porta.

— Obviamente Hades não enviaria um batalhão de esqueletos sem uma das Estrelas Malignas, porém você é um juiz do Inferno, Aiacos de Garuda.

— Vejo que me conhece bem cavaleiro, mesmo sendo um Cavaleiro de Ouro novato, sabe quem são seus inimigos. Eu sou Aiacos de Garuda a Estrela Celeste do Heroísmo, um dos três juízes do Submundo.

— Então qual o interesse de Hades nesse lugar?

— Muito simples, Santo de Ouro, viemos atrás do Poder da Pecado Original… o Imperador Hades deseja a Merodach.

— Quem é você? - perguntou Albert.

— Eu sou o Demônio que habita a Merodach, meu nome é Samael.

— Então é você que deseja tomar meu corpo?

— Seu corpo é meu Albert. Desde sempre ele foi meu…

— Do que está falando?

— Então você não sabe como foram as circunstâncias do seu nascimento? - perguntou a sombra gigantesca que amparava o corpo do Cavaleiro na palma da mão.

O imenso dedo do ser demoníaco tocou com a ponta da unha imensa a testa de Albert.

— Foi dessa forma Albert, que você veio ao mundo…

“Uma escuridão absoluta tomou o campo de visão de Albert, quando desapareceu ela deu lugar a um dia de sol, numa mansão cujo jardim imenso se estendia tão longamente que era possível perder de vista o verde que o compunha.

Da janela da casa uma mulher olhava por entre a cortina. Ela tinha um semblante triste e carregado de dor.

— Senhora. Não deve ficar desse jeito…

— Lúcia, já é o quarto bebê que eu perco, não é possível que seja problema como meu marido. Sou eu. Se trata de mim e do meu útero amaldiçoado!

— Senhora tenho certeza que em breve estará pronta para tentar novamente e então irão conceber o herdeiro que seu marido tanto deseja.

— Oh! Lúcia, que os deuses te ouçam…

Alguns dias depois a mulher caminhou para o recôndito mais escuro do jardim, onde os olhos dos intrusos não a pudessem alcançar.

Naquele local sobre um altar de pedra ela tomou o punhal entre as mãos, fez um corte na região do ventre e coletou uma quantidade de sangue.

— Se os deuses não podem me abençoar eu mesmo irei procurar a solução para minha maldição.

Ela colocou o sangue sobre o púlpito de pedra e molhou a ponta do dedo com o sangue, escrevendo em sua testa as letras ininteligíveis.

— Óh! Espíritos dotados da escuridão que guarda os anseios humanos, atendam meu chamado egoísta para que eu possa oferecer-lhe o preço pela solução dos males que me afligem.

Um raio cortou os céus e quando ela deu por si, vislumbrou uma serpente vermelha como o sangue que usará para o ritual, seus olhos eram como duas pedras âmbar.

— Eu sou Samael, o demônio do Pecado Original.”


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Notas finais do capítulo

Na próxima semana:
Capítulo XXXII: Consagrado às Trevas; Consagrado à Luz



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