Ode aos desafortunados escrita por Angelina Dourado


Capítulo 46
O Herege e o Fogo


Notas iniciais do capítulo

E aqui estamos, o fim.



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Ali não havia a visão das árvores para que pudessem lhe contar o que estava prestes a acontecer, contudo, Loki soube imediatamente quando abriram a porta de sua masmorra, que havia chegado sua hora.

Seus braços foram pegos cada um por um guarda, mas ele deixou que eles o levassem quase que arrastando pelas masmorras. Os tornozelos doíam a cada passo que dava, porém ainda conseguia caminhar se mancasse bastante. Loki não queria ter parado de resistir, mas estava tão fraco e ferido que tinha consciência que havia chegado a hora de abaixar a cabeça, do contrário, acabaria apenas recebendo mais humilhação e sofrimento.

O obrigaram a ficar de joelhos, fazendo Loki pensar por um breve instante que seria para rezar ou confessar seus pecados, lhe forçando a passar por toda aquela ladainha católica mais uma vez. Contudo, se surpreendeu ao ter sua barba puxada, o obrigando a olhar para cima, tendo que encarar o carrasco com a navalha em mãos. Loki engoliu em seco, sentindo o restante de sua vaidade e orgulho quebrar-se por dentro, mas de toda forma, permaneceu firme, não querendo mostrar uma única expressão de abalo, mesmo com a dor em seu interior.

De forma rude, puxaram seus fios de forma propositalmente dolorosa e passaram a navalha á seco para que irritasse sua pele, raspando toda a sua barba. Deixando assim o seu rosto liso – e com alguns cortes – como um dia fora em sua triste juventude. Quando outro carrasco puxou seus cabelos para trás com força, pensou que raspariam sua cabeça também, mas só foi cortado bem rente com uma tesoura, deixando os cabelos ruivos domados pela primeira vez.

Em seguida os carrascos lhe jogaram uma trouxa de roupas, mandando que se trocasse. Sabendo que não tinha escolha, Loki começou a retirar os trapos que vestia, vendo depois de dias os resultados de seus hematomas, tão roxos e escuros que alguém mais leigo poderia até achar tratar-se da peste tomando seu corpo. Ao ver os calções e a túnica branca que lhe ofereceram, quase chegou a ter pena de profanar o tecido limpo com seu corpo imundo dos dias de cárcere.

Seus pulsos foram amarrados mais uma vez, libertados antes das correntes, mas agora estrangulados por uma corda que lhe queimava a pele. E sendo arrastado pior que um animal no cabresto, Loki se viu fora das masmorras pela primeira vez em dias, com o céu azul e límpido cegando seus olhos quando o levaram para o pátio da fortaleza dos Castel. O vento fresco bateu em seu rosto tomado pela poeira, lhe trazendo um alívio momentâneo, que perdurou somente até o último puxão para obrigá-lo a andar.

 Ao abrir os olhos por fim, acostumando-se com a luz do sol, Loki olhou atônito para suas laterais, formadas por uma muralha de cavaleiros que lhe cercavam. Não sabia dizer se para protegê-lo do povo ensandecido que esperava sua aparição lá fora, ou para que eles fossem protegidos dele. Á sua frente, havia uma carroça o esperando, puxada por dois cavalos de tração brancos vestindo mantos carmim.

Loki não esperou que lhe puxassem feito uma besta fera, de queixo erguido ele adentrou no veículo sem pestanejar. Sentou-se e se pôs a olhar ao seu arredor, fazendo questão de estudar as faces dos cavaleiros a lhe escoltarem, que lhe encaravam ora com repulsa ou com temor. De forma altiva, posicionou-se de forma mais nobre que um detentor de sangue azul seria capaz de fazer, como se estivesse no controle daquele instante e não temesse o que estava por vir.

Em verdade, ele sentia o coração no meio da garganta e o estômago embrulhando, com as mãos e pernas teimando em tremer de pavor. Todavia, não daria o gosto do desespero para os oficiais que não tiravam os olhos de si. Engoliu o próprio medo da morte e do fogo, focando-se em instigar o desgosto alheio e ferir seus egos inflamados. Só se era executado uma vez, certo? Tinha então de fazer a cerimônia ser completamente sobre ele, faria bom uso de seu egocentrismo naquele instante.

Loki só abaixou a cabeça quando saíram da fortaleza e se viu rodeado pelo povo que o esperava ansiosamente. Justamente por isso ele evitava olhá-los, pois sabia o quão afoitos estavam para vê-lo, querendo assim frustrar seus anseios completamente, não deixando que pudessem comprovar por si próprios se realmente possuías olhos de gato. Apenas ouvia seus gritos e maldições jogados em sua direção, não podendo evitar um sorriso curto que beirava á perversão ao ouvir tantos insultos jogados para ele. Pois para Loki, haviam de serem muito miseráveis para darem tamanho palco para um estranho sem nome feito ele. Como Friedrich diria ‘’Perdoe-os, pois não sabem o que fazem’’, ou qualquer outro pensamento que fosse de sua filosofia cristã.

O sorriso sarcástico ruiu nesse instante, tornando-se sombrio como nas masmorras ao pensar sobre o amado. Estaria Friedrich em meio à multidão naquele instante, assistindo aos seus momentos finais? Ou negando-se a ver tamanho horror, permanecendo no mosteiro onde se entocara? O druida não conseguia definir qual possibilidade mais quebrava seu coração.

Quando os cavalos pararam diante do patíbulo, Loki ergueu novamente o rosto para dar-se com a visão da pira já preparada para ele. O pavor e o trauma lhe paralisaram o corpo, apertando sua garganta com força e fazendo sua pupila sumir em meio ao verde de seus olhos assustados e vibrantes. Não conseguindo retornar á postura confiante de antes, teve de ser arrastado novamente por sua escolta para cima do cadafalso.

Esperando por ele, estavam um padre da qual Loki não conhecia e outro clérigo a segurar uma longa vara erguendo uma cruz de ouro ao alto. A Inquisição já havia partido dias atrás, pois de toda forma dificilmente participava das execuções da qual julgavam, geralmente deixando para o clero secular do local se encarregar da pena. Eles vestiam capas douradas ornamentadas com bordados em formato de cruz que quase os escondia dentro do próprio tecido, mas ainda era possível discernir suas cabeças olhando para Loki com a comoção de uma estátua.

Um arquidiácono subiu no patíbulo em seguida, fazendo sinal para que o povo se aquieta-se e ficasse em silêncio.

Os olhos de um azul frio do padre desceram até Loki, num olhar que beirava o asco.

— Realmente não desejas pedir perdão á Deus pelos teus pecados? – Ele indagou firmemente, tirando Loki de seus devaneios repletos do terror de antes e o fazendo encarar o clérigo. Que havia de responder? Loki não era inocente, o palco já havia sido montado, por mais que naquele instante implorasse por todo perdão divino e se humilhasse aos pés do padre e de toda Igreja, seu destino já havia sido traçado. Eles só queriam tentar tirar o restante de dignidade que ainda lhe sobrava, mas Loki se negava a entregá-la.

 – Que deus? O fogo? – Rosnou, mas não recebendo qualquer reação do padre que apenas se pôs a rezar em latim em sua frente, com sua voz rouca sendo o único som além do guincho dos corvos, sendo ouvido em meio a toda aquela multidão por alguns instantes.

— Tens de repetir Amem. – O clérigo que segurava a cruz murmurou para ele.

Amem. – Loki respondeu sem pestanejar, pois havia aprendido que isso significava Assim seja. Já havia aceitado seu destino.

Domine Iesu Christe, Fili Dei. Miserere mei. – O padre declarou por fim, fazendo os carrascos que aguardavam Loki se aproximarem.

 – Miserere nobis. – Respondeu a multidão em um grande e poderoso coro.

Loki foi arrastado mais uma vez, agora em direção á pira que lhe esperava. Ele engoliu em seco, sentindo o arrepio da morte percorrer seu corpo, como se estivesse sussurrando seu chamado próximo ao ouvido, em uma voz gélida e impetuosa. Seus pés desnudos travaram no chão, os braços que já estavam presos enrijeceram ainda mais, a garganta voltou a apertar-se dentro de si. Loki não estava pronto para enfrentar o fogo, contudo, já não possuía escolha alguma a partir daquele instante. Mal fez perceber seus sinais de hesitação, foi empurrado e levado com rispidez até a pira.

Dois carrascos juntos se esforçaram para amarrá-lo na pira, com cordas grossas e fortes, de maneira tão firme que Loki as sentia se apertarem em seu tronco e lhe tirarem parte do ar. Em seguida, mais lenha foi posta ao seu redor, formando uma pilha que chegava quase até sua cintura, tão espessa que Loki podia sentir o seu peso e as farpas lhe comichando. O pânico pesou ainda mais em seu peito, tremendo-lhe os lábios e umedecendo seus olhos ao ver as tochas serem acesas com o peso do ódio formado pelas centenas de olhos o assistindo.

Antes que atirassem por fim o fogo sobre si, Loki fechou os olhos e lutou para respirar fundo ao som da chama crepitando. Não queria partir em desespero e de forma tão miserável, mas sim em paz consigo mesmo e aliviado por ter sido capaz de salvar a pessoa que amava pelo menos uma vez, tal como desejava ter feito por todos. Ao invés de amaldiçoar os deuses, resolveu no final simplesmente agradecê-los por terem o feito feliz nem que por um breve período de sua triste vida, ao colocarem Friedrich em seu caminho. Quiçá, o fim de sua jornada simplesmente significava que já havia vivenciado o que era mais importante e que realmente significava uma boa vida. Era uma boa companhia.

Encontrarei vocês novamente sem qualquer medo. Prometeu para sua família no silêncio de seus pensamentos, quando a primeira tocha foi jogada sobre si.

De forma plácida e resoluta, Loki esperou que as chamas lhe consumissem.

Ainda de olhos fechados, enquanto sentia mais tochas sendo atiradas em sua pira para que o fogo se espalhasse mais rápido, Loki se esforçou para focar os pensamentos apenas em suas memórias, sentindo o aperto do pânico a lhe tomar a garganta e algumas lágrimas teimosas de desespero escorrer de seus olhos por baixo das pálpebras. Punha-se a relembrar do abraço acolhedor de sua mãe no dia que lhe entregou seu manto, do riso e da companhia de seus irmãos, da primeira vez que vira o mar junto ao pai, dos tempos de algazarra e bebedeira ao lado de Joshua, de sua primeira vez em Londres, dos seus melhores casos de cura, e claro, de Friedrich.

De quando ele pensava demais e fazia aquela feição séria que lhe enrugava a testa, da forma plácida e tranquila que se punha a escrever seus estudos, do seu jeito delicado e gracioso, da bondade que tinha para com toda criatura, do jeito afável e um tanto mandão que ele tinha de cuidar dele, de como ele ficava envergonhado com qualquer mínimo elogio e do quanto achava uma graça seu jeito acanhado á todo gesto de carinho, de seu sorriso torto da qual só mostrava quando estava no ápice da alegria... Pelos deuses, como ele amava aquele sorriso! Loki tinha certeza que se na próxima vida que teria não mais o encontrasse, haveria um vazio em sua alma que mesmo que não soubesse o que seria, o sentiria pela eternidade até que pudesse revê-lo mais uma vez. Porém, esperava que os deuses lhe fossem mais piedosos e pudessem juntá-los mais uma vez, nem que Loki fosse apenas uma árvore a ter Friedrich a lhe pousar como um pássaro em seus galhos, pois isso já seria o bastante para fazê-lo feliz. Ele não entenderia o porquê na nova existência, mas sentiria aquela peça que faltava em sua alma por fim se encaixando novamente.

Era por isso que mesmo em meio ao fogo que tanto já lhe feriu, Loki não mais o temia. Por que já havia sido feliz, aceitando assim a própria morte.

O cheiro de queimado aumentava, assim como a fumaça a adentrar seus pulmões, junto ao som do fogo crepitando cada vez mais a lenha. A multidão que parecia ficar cada vez mais eufórica, de repente se tornou um completo silêncio. Os carrascos gritavam um com o outro, pedindo por mais lenha e para que aumentasse o fogo.

Loki não queria, tinha muito medo de fazer isso. Contudo, achando estranho que passados vários minutos ele sequer tinha começado a sentir o calor do fogo, por fim abriu os olhos.

O fogo estava por toda a parte. Ele quase gritou pelo medo, vendo as chamas tomarem inteiramente sua visão, seu corpo, praticamente tudo ao seu redor, o que Loki via naquele instante era apenas a visão por trás das chamas, tremulando em amarelo e laranja em uma luz tão brilhante quanto o sol. A fogueira o tomou por inteiro, havia o engolido e agora fazia parte de si.

Contudo, Loki não estava queimando.

Seria aquilo um sonho? Ou seu espírito já desprendido do corpo morto que ainda permanecia na terra? Por um instante, Loki não acreditou inteiramente no que acontecia, ficando sem reação além da mais profunda surpresa e confusão. Até perceber o olhar apavorado da multidão, que permanecia em um silêncio fúnebre, além dos carrascos desesperados que não compreendiam por que ele não estava se contorcendo de agonia naquele instante com o fogo tomando seu corpo. Sentiu suas amarras começando a cederem, queimando e se desintegrando como qualquer outro material tocado pelo fogo, mas não ele. Loki permanecia intacto, as chamas estavam o abraçando com suavidade, percorrendo seu corpo sem inferir uma única queimadura.

Ainda tomado pela surpresa e descrença, Loki tentou se mover, percebendo que as cordas estavam esfarelando facilmente. Quando se libertou por fim, ainda com o fogo em seu corpo e dando um passo à frente, um coro de gritos pode ser ouvido da multidão, com muitas pessoas abandonando a praça e correndo por suas próprias vidas. O condenado olhou para os carrascos, se impressionando ao ver o olhar completamente atônito e apavorado que aqueles homens grandes e ameaçadores possuíam, começando a darem paços cautelosos para trás, temendo o homem flamejante diante deles.

 ‘’ Tu os apavoras. ‘’ A voz da velha bruxa soou em sua mente, lembrando-o do por que o terem colocado naquela posição, mas se arrependiam naquele instante. Pois Loki não os assustava simplesmente por não sucumbir ao fogo, mas pelo que ele era antes disso, o bruxo, feiticeiro e druida. Aquele povo aprendera que o fogo era a arma infalível para gente como ele. Se o fogo tão poderoso e capaz de purificar a mais perversa das almas não era capaz de detê-lo, então o que ele era exatamente? O que poderia ser pior e mais tenebroso que um bruxo do qual nem o fogo era capaz de exterminar? Um demônio.

E assim como as pessoas a lhe assistirem, Loki também não compreendia por que não se queimava. Será que sempre havia tido o dom de ser intocável pelo fogo? Fruto de algum feitiço solto por sua família no dia de sua morte? Ou eram os deuses sendo finalmente misericordiosos com ele, dando-lhe a benção de se escapar da morte naquele instante? Não tinha nenhuma resposta naquele instante, contudo, ficou completamente eufórico ao se dar plenamente conta do que estava acontecendo. Era invencível e intocável.

Como se para testar o próprio poder, Loki deu um passo sonoro em direção aos carrascos, movendo um dos braços como se para jogar algo longe, fazendo algumas chamas voarem até os homens. Em completo pavor eles largaram os fardos de lenha e abandonaram o posto, com medo de que ele se aproximasse. As chamas tremulavam com o vento, como uma grande capa a lhe vestir, o druida era um verdadeiro rei coroado no Inferno que ninguém ousava enfrentar.

Loki sorriu. Um sorriso tão largo que superou o seu típico de vigarista. Estava radiante, extasiado, completamente louco. Era o sorriso da insanidade que corrompe os poderosos e caracteriza os maiores tiranos.

— Quem irá me enfrentar agora? Vamos! Apareçam! Ou hei de encontrá-los! – Ele bradou colérico diante de todos, fazendo os clérigos correrem junto dos nobres para dentro da igreja, acompanhado por uma porção da plebe. Loki riu, satisfeito, pois se o viam como o diabo, então ele agiria como tal! Ignorando as próprias dores do corpo já tão ferido pelos dias de cárcere, Loki saltou do patíbulo, completamente tomado pela euforia e fazendo o restante dos mais bravos se dispersarem para se esconderem dele. – Não era o Diabo que queriam?! Aqui estou! Não fujam agora que por fim despertei!

Ninguém mais ousava enfrentá-lo. Ele que por tanto tempo fugira, agora espantava, em uma peça tenebrosa em que era o louco, ator e pagão.

Aqueles gritos tornaram-se como música aos seus ouvidos, um coro dedicado somente á sua grandeza e onipotência. Conforme ele andava, se aprazia completamente ao ver o povo se dispersar por todos os lados, entrando em qualquer porta, janela ou buraco que achassem no caminho para esconderem-se. E ele ria, tão alto como nunca havia feito, até sentir o próprio estômago doer e lágrimas aparecerem no canto de seus olhos de gato, enquanto sua presença apavorava e esvaziava ruas inteiras, com o fogo terminando de consumir sua túnica branca de condenado e aos poucos morrendo em seu corpo, o deixando da forma que veio ao mundo.

Apenas uma pessoa da multidão sobrou ali em pé, observando em silêncio o bruxo se recompor e vendo as últimas chamas esvaírem de seu corpo nu. Loki olhou para ele, enquanto respirava ofegante para recuperar o fôlego, arregalando os olhos e relaxando os ombros tensos, por fim compreendendo o que verdadeiramente havia acontecido.

 Friedrich lhe esperava. Ainda vestido como um frade, de olhos marejados pela emoção e com um sorriso de alívio ao ver que seu druida havia conseguido enfrentar o fogo. Ele realmente havia voltado e cumprido a promessa de que não deixariam que o queimassem.

O que ocorrera na masmorra não havia sido um sonho. Friedrich realmente havia aparecido em algum momento de seu cárcere, o feito tomar uma poção amarga e saído às pressas antes que suspeitassem. Era por suas mãos habilidosas com a ciência da alquimia que ele havia lhe salvado do fogo.

Ele havia arriscado tudo para salvá-lo. Sua vida, sua fé, sua chance de retornar à vida santa, Friedrich havia abandonado tudo sem pestanejar para poder salvá-lo, pois o amava incondicionalmente. Naquele instante, Loki teve por fim a maior prova de amor em sua vida, seus medos de que não era o bastante para Friedrich caíram todos por terra quando olhou para aqueles olhos bondosos e completamente apaixonados, tendo a certeza de que não havia nada mais forte que eles dois em conjunto. Eram perfeitos um para o outro, completavam-se e se amavam mesmo quando a vida os castigava em separá-los. No qual de toda forma, eles sempre prosseguiriam a juntar-se de novo, em uma rebeldia pungente plantada pela paixão e o amor em suas almas.

Cambaleando pelo corpo que agora o relembrava de suas injúrias, Loki aproximou-se completamente arrebatado até Friedrich, que passou a também andar em sua direção. Nenhuma palavra precisava ser dita, a explicação de tudo já estava estampada em seus olhares emocionados.

Abraçaram-se em puro desvelo, reunindo finalmente o sagrado e o profano, em um beijo ardente de dois amantes que não possuíam mais nada a temer. Pois naquele instante e para o resto de suas vidas, souberam que eram mais fortes que toda autoridade que os perseguia.

Estavam livres.


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Notas finais do capítulo

Teremos um epílogo ainda...

Contudo, creio que este é o momento em que devo dizer algumas palavras sobre essa história que me acompanhou e que tanto me ajudou a me encontrar como escritora durante esses dois anos de escrita e publicação. Não imaginei que ao escrever essa história e mostrá-la por aqui chamaria a atenção de tantos leitores incríveis, que sempre me incentivaram e que me acompanharam nessa jornada de Loki e Friedrich. Eu quero agradecer a cada um que favoritou, comentou ou simplesmente leu como fantasminha, á todos vocês que me deram forças para prosseguir contando essa história que há muito tempo eu almejei colocar em palavras. Ode aos desafortunados foi um grande projeto que tenho orgulho de poder terminar, mas que não seria o mesmo sem o apoio de todos vocês.

Espero poder levar Ode aos desafortunados para longe ainda, mas até lá, fico contente em ter tido a oportunidade de ter mostrado a evolução do início ao fim dessa história para vocês. Assim como Loki e Friedrich, levarei cada um em meu coração Muito obrigada pela leitura de todos, que os deuses os abençoem.



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