Ode aos desafortunados escrita por Angelina Dourado


Capítulo 14
O Sonho e a Vaia


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Consegui trazer o capítulo a tempo, nem sei como consegui esta façanha, mas que bom que aqui estamos! Nesses dias apareceu um pessoal novo aqui pela história, quero agradecer os novos acompanhamentos e dar boas vindas a Ode aos Desafortunados ♥
Boa leitura ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/754466/chapter/14

 

Geralmente Friedrich não demorava a pegar no sono, ao final do dia estava sempre tão exausto de andar que precisava apenas escorar a cabeça em qualquer superfície que acabava dormindo ali mesmo. Por isso foi estranho se ver deitado na madrugada com os olhos abertos, a floresta em silêncio e sem um sinal de que finalmente descansaria. Estava alerta, mas sem pretensão de se levantar no meio da noite.

Ouviu Loki se mover ao seu lado, sentindo em seguida a respiração dele contra sua nuca e se arrepiando inteiramente por conta disso. Tinham o costume de deitarem de costas uma para o outro, um pouco afastados se não estivesse frio, sendo assim uma surpresa tal atitude. Ainda mais quando o sentiu se aproximar ainda mais, o abraçando e encostando o queixo em seu ombro. Friedrich sentia a pele em chamas e a respiração se acelerar, mas não repelia o contato como imaginava que o faria, na realidade o desejava ainda mais. Precisava, pedia por mais! Levou um pequeno susto ao notar que as mãos do ruivo foram para debaixo de sua túnica, explorando seu peito com os dedos gelados, mas descobrindo que tal sensação era um verdadeiro júbilo que nunca havia esperado, deixando soltar um suspiro de seus lábios.

Os fios da barba de Loki percorreram a extensão de seu pescoço, com seus lábios lhe distribuindo ósculos em sua pele que abrasava ainda mais pelas carícias. Seu corpo implorava por mais daquele contato, levando suas mãos até a cabeça do druida e sentindo seus fios preencherem sua palma com deleite, puxando-os levemente quando as mãos de Loki pressionaram seu tronco para que se aproximasse dele, como se respondesse que concordava com tal investida e o queria ainda mais perto. Por mais que sentisse seu espírito se encher de prazer, não parecia nunca ser o bastante, querendo experimentar mais ainda de sua paixão. Assim, Friedrich afastou por um momento o abraço do outro, virando-se em sua direção.

Foi quando acordou em um sobressalto, com a respiração acelerada e o suor escorrer em sua pele. Sentou-se em seu lugar com a mão no peito, sentindo o coração aos saltos enquanto sua mente tentava se reorganizar, ainda perdido entre a realidade e fantasia. Olhou para o lado vendo Loki adormecido de costas para ele, confirmando que tudo não havia passado de um sonho.

O rosto se tingia em rubro conforme se dava conta do que havia acontecido em sua cabeça, com a pressão em seu baixo ventre não ajudando em nada para apaziguar sua situação. A vergonha e a culpa lhe consumia de uma forma que sentia vontade de sumir daquele mundo, junto com um enorme peso invisível que sentia em seus ombros, pois havia prometido a si que se livraria de tais emoções persistentes. Não havia contado com o pecado sendo tão ardiloso daquela forma, o pegando de surpresa e lhe fazendo suplicar por piedade divina.

Podia imaginar os demônios rindo de sua desgraça e sua fraqueza ao cair em uma armadilha de incubus. Aproveitando-se de sua situação em um caminho longe da santidade, para tentar corrompê-lo até os portões do Inferno. Pensava até o momento que era capaz de lidar com tais artimanhas, mas agora se sentia apenas sujo e degenerado como um pecador dissimulado, capaz de ser enganado até pelos demônios mais baixos.

Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa... — Murmurava para si incessantemente, enquanto em tremor segurava a cruz de madeira em seu pescoço com força, implorando perdão por algo que jamais imaginou estar se desculpando.

                                                                       ***

Loki puxava a corda em tamanha velocidade que a roldana do poço rangia e chacoalhava, ameaçando quebrar-se pelo metal enferrujado e amassado. Enquanto ele olhava para a peça e sentia sua mão queimar pelas farpas da corda, Friedrich olhava para a escuridão infinita que a boca do poço parecia ser e questionando-se se o caminho ao Inferno assemelhava-se com aquele portal de mistérios.

— Por que está colocando tanto esforço para trazer de volta o balde? – Friedrich indagou com os braços escorados nas pedras que formavam as bordas do poço. O balde de madeira retornou e Loki o pegou de forma desajeitada, quase deixando cair e destruindo todo o trabalho.

— Nunca é bom ser o estranho a usar o poço dos outros.

— É apenas água.

— Quer arriscar pela benevolência alheia? – Loki indagou ironicamente enquanto enchia os cantis com a ajuda de Friedrich que ficou pensativo por alguns instantes. Ambos ficaram em silêncio reabastecendo a água, ficando Loki com a responsabilidade de levar tudo consigo, visto que como se tratava de uma manhã de domingo Friedrich passaria a manhã na igreja. Quem sabe não passasse o dia, como costumava fazer para tentar compensar os domingos da qual não havia conseguido ir.

Loki já havia desacostumado levar todas as coisas em suas costas, sentindo o peso a mais pressionar as suas vértebras enquanto procurava por um lugar tranquilo para descansar. Longe da vila de preferência, pois pela maneira que os habitantes o encaravam não parecia ser uma comunidade amigável, além de parecer um lugar ainda mais devoto ao catolicismo. Não havia tavernas, nenhuma música que não sacra era ouvida, a Igreja lotava-se naquele domingo, não tendo nenhuma alma mais traquina a aproveitar a folga e perambular pelas ruas.

Eram detalhes da qual Friedrich não percebia a diferença dado o pouco tempo de estrada, mas Loki sabia muito bem quando suspeitar de um lugar que o levaria para a Inquisição ou direto a condenação. O pelourinho manchado de sangue fresco sendo logo utilizado para prender um condenado pelo crime de indolência, já era um bom indício de que aquele era um ambiente de regras impassíveis. Se condenavam um homem por não comparecer em um dia de arado, quem diria sobre um a vender ocultismos. Sem falar dos comentários sobre a última pessoa enforcada na praça pública, só a ideia já lhe causava arrepios.

Afastou-se do vilarejo, apostando na sorte que encontraria o parceiro em algum outro momento, quem sabe não o procuraria aos arredores da igreja no final do dia.

Friedrich já havia sentido muita paz durante a missa, mas naquele momento apenas havia um desconforto em seu âmago, como se estivesse deslocado daquele ambiente que já lhe fora tão familiar. Ainda era um homem de fé, mas a culpa que sentia por seus pensamentos profanos lhe feriam a alma e a consciência, junto a duvidas em sua mente que beiravam a heresia. Pois Loki não era seu único problema, era o que mais lhe preocupava, mas aquele mundo coberto em desgraça também fazia um papel importante em seus devaneios.

Jamais imaginou que sentiria ira na casa de Deus, mas foi o que sentiu ao sair de punhos cerrados e o rosto retorcido antes mesmo da comunhão. O padre falava da peste e do castigo divino que ela representava, de como ela não atingia os puros e os enfermos deveriam implorar pelo perdão para que quiçá recebessem a benevolência divina. Não conseguiu ouvir muito mais daquilo, lembrava-se da família, dos vizinhos que perdera e até dos estranhos que cruzou pelo caminho e foram levados por tal rastro de morte. Crianças implorando as mães pelo cessar do sofrimento, famílias inteiras abraçadas e esperando pela passagem, pessoas abandonadas a míngua para que morressem longe dos demais. Não podia, não queria acreditar que tantas almas merecessem tamanho sofrimento, não era o que acreditava e passava muito longe do amor divino que havia aprendido. O mundo tornara-se um caos e as pessoas o acompanhavam sem questionar.

Desceu os degraus de pedra lentamente, como se tantos pensamentos em sua cabeça pesassem de maneira literal. Um curso considerável de pessoas também passava por ali, espalhando-se pela praça central e por vezes adentrando as diversas ruelas ao redor, formando labirintos de ruas estreitas e lamacentas conforme o calçamento de pedra não acompanhava o restante das choupanas mais simples. No ar havia um aroma repulsivo que era anormal até mesmo para um feudo sem sistemas de saneamento, impregnando toda criatura ao redor.

Não foi difícil descobrir sua origem, estava amostra para todos de forma proposital. O cadáver pendurado na forca já estava ali fazia alguns dias, com a pele já estando em um tom arroxeado, o cabelo raspado por completo, os olhos e língua que já haviam sido devorados pelos corvos e abutres, deixando o rosto da mulher irreconhecível, com o vestido branco de condenação manchado de sangue e sujo pela poeira. O corpo balançava lenta e levemente de forma macabra, contudo ainda parecia ser uma imagem invisível para os aldeões que perambulavam por ali sem se importar. Duas mulheres conversavam entre si a alguns passos de distância, crianças corriam e cantarolavam ao redor e um cavaleiro passava em sua frente sem ao menos olhar para o lado.

Adultério. Foi a resposta que Friedrich recebeu ao questionar para um local o porquê da sentença. Acreditava ser uma atitude muito exagerada para tal infração, na realidade pensava que a pena era um pecado maior. Por mais que tivesse aprendido que para Deus todos os pecados se equivalessem, não conseguia conter a moral dentro de si ao pensar que o assassinato era muito mais grave que outros crimes. Contudo nada podia dizer sobre tal, pois além das leis da Coroa, cada feudo tinha suas próprias leis que mudavam dependendo da opinião de seus senhores e o clero local. Quiçá seus pensamentos valessem uma ida à forca.

Desviou o olhar da mórbida imagem, seguindo caminho pelo vilarejo procurando por Loki, ainda atordoado com a visão que havia acabado de presenciar. Não era incomum que se perdessem um do outro, acabando por gerar como resultado algumas horas desperdiçadas pela procura. Friedrich esperava que aquele não fosse o caso, era angustiante não saber o que se passava com o companheiro enquanto o procurava sem pistas.

Desta vez não foi difícil encontrar o druida, contudo isso só foi possível por conta de uma dose de infortúnio. Friedrich reconheceu o parceiro de longe por conta das madeixas ruivas, mas sua visão fora bloqueada com um pequeno grupo de aldeões se metendo na frente do caminho dele, não parecendo nem um pouco contentes com sua presença.

— O que um vagabundo como tu fazes por essas terras? É capaz de sermos amaldiçoados com a tal peste se o Barão continuar permitindo a entrada de estranhos, pois a doença é o castigo divino aos pecadores. – Loki não teve vontade o bastante para erguer a cabeça apenas para enxergar o rosto do indivíduo, virando apenas os olhos para cima com uma expressão de certa impaciência. Já conhecia tal discurso, sabendo muito bem que era a pitada necessária de desgraça em seu dia.

— Sou apenas um andarilho cansado, tal como pode ver não carrego morte alguma em meus braços.

— Tens certeza? Pois pareces com um herege! O vi trabalhar com feitiçarias ocultas. Não passas de um degenerado! – Uma velha senhora disse enquanto apontava em sua direção. Loki tentou não mudar a expressão, mas a ideia de ser observado ás escondidas o assustava, por mais que a delação em diversos vilarejos era um costume. Vizinhos que apontavam uns para os outros por poucos motivos, mas fazendo com que a história fosse elaborada o bastante para que a cólera se apagasse com a fogueira. Uma desconfiança cega e beirando a insanidade que se alastrava feito ratos em um celeiro.

— Por mim o levaria ao padre para condená-lo, tens até cara de bruxo com esses cabelos de diabo.  – Quem o disse estava um pouco mais atrás do fatíloquo, mas disse alto o bastante para que fosse bem ouvido.

— Eu duvido muito que possuir cabelo vermelho é o bastante para tal acusação. – Loki retrucou com um sorriso irônico no rosto. Desafiar aquelas pessoas de tal forma não era a coisa mais segura de se fazer, pela audácia que o druida tinha toda a sua pouca sorte era gasta somente para se safar daquelas situações. – Muito menos palavras da boca de falso testemunho.

— Indolente! Se achas ser tão esperto assim, então mostre o que esconde em sua bagagem! – Loki não pode conter o olhar assustado quando aquele homem muito mais alto e robusto que ele o pegou pelo colarinho sobressalente da camisa de linho, o erguendo na altura de seus olhos escuros e o desafiando com o olhar. Agarrou a alça que atravessava seu peito, sentindo o medo subir pelo seu corpo conforme ideia alguma passava por sua cabeça para fugir daquilo. O resto do povo bradava para que largasse seus pertences, fazendo com que seu corpo tremesse diante do fim.

— É ilegal julgar o crime de outrem sem a presença do Santo Ofício e da Coroa! – A voz de Friedrich precisou ser levantada num tom antes nunca ouvido pelo druida, para que assim fosse capaz de atravessar o escudo de tal rebelião.

— Quem és tu para se intrometer em assuntos alheios? – Um homem ao lado do aldeão que segurava Loki foi quem questionou, virando-se para trás junto com todos os outros olhares na direção de Friedrich. Por um breve momento se viu novamente no salão de pedra, com batinas vermelhas e anéis de ouro a sua frente. Só que ali apesar do mesmo ar de júri, era o céu aberto e roupas esfarrapadas de mãos calejadas. Era a mesma moeda, apenas o outro lado dela.

— Não tenho nome ou título, contudo sei o bastante dos princípios da Igreja para saber que tal ato vai contra suas leis. – Friedrich sentia a ira se apossar do seu corpo ao ver tal injustiça se acometer em seu companheiro. Era consciente que grande parte do trabalho de Loki realmente poderia leva-lo a condenação, mas não acreditava ser justo ser julgado por causa da ignorância alheia. Já havia sentido isso na própria pele, por isso acreditava que poderia jogar toda sua honra na lama se não fosse capaz de defender Loki contra tais acusações.

— As leis da Inquisição não chegam até aqui. – O homem que disputava a razão com Friedrich disse quase cuspindo em sua face, com a barba mal feita enrugando-se junto ao rosto irritado.

— E isso é motivo para achar que não está sendo visto pelos olhos de Deus? O único que pode julgar nossas ações? Falas de heresia, mas blasfema contra os ensinamentos Dele. – Friedrich ditou as palavras com os punhos cerrados, contendo-se para não apontar o dedo diante aquelas pessoas, pois não era baixo a esse ponto. O povo ficou irado com tal acusação, afinal quem aquele estranho pensava que era para ousar dizer tais coisas? Na realidade, apenas queria livrar o amigo da forca. Sentiu a multidão se concentrar mais ao seu redor do que em Loki ainda suspenso nos ares, com vaias a poluir seus ouvidos.

— É dono de muito atrevimento! – Foi gritado em direção ao seu rosto como um rugido de fera.

— Pelo contrário, apenas desejo me retirar com meu companheiro sem derramar sangue no chão.

O povo ficou pensativo por alguns segundos, logo com cada um tendo uma opinião diversa sobre o rumo de tal impasse. Discutindo uns com os outros a decisão a ser tomada, se um julgamento ou a liberdade do suspeito. Friedrich sentia o suor frio começando a escorrer em seu corpo, com medo do destino que tal decisão levaria. Olhava para os orbes esverdeados de Loki com urgência, como se ambos gritassem pela ajuda um do outro em silêncio.

De repente, Loki em uma tentativa desesperada de se livrar de tal situação, aproveitou a distração do povo e chutou o homem que o segurava, fazendo com que o derrubasse no chão. A urgência de fuga se apossou de tal forma que sequer sentiu os arranhões em seu corpo ao cair no chão de pedregulhos. Levantou-se em um sobressalto e empurrou parte da multidão para alcançar Friedrich, pegando em seu pulso e fazendo-o correr em disparada junto com ele.

Foi tudo tão frenético enquanto corriam pelas vielas e se metiam floresta adentro que Loki nem teve certeza se os aldeões realmente se deram o trabalho de o seguirem. O sentimento de perigo só saiu de seu corpo quando o cansaço falou mais forte e o coração pulsava dentro de sua própria cabeça, parando somente quando desabou ao chão por exaustão, os dois escondidos embaixo das raízes de um grande carvalho.

Ficaram vários minutos inspirando o ar para os pulmões exaustos, tentando recuperar todo fôlego perdido na fuga e no susto. Olharam-se em certo momento, sorrindo um para o outro, mas não um sorriso comum, aquele que beira a loucura e que aparece nos momentos mais insanos. Era um sorriso nervoso, de quem não sabe mais o que fazer com a própria vida.

— Não esperava que fugíssemos por nossas vidas mais uma vez. Estava enganado pelo jeito. – Friedrich disse esbaforido e apesar da respiração ainda pesada, sentia-se aliviado ao ver tanto ele quanto Loki longe de tamanho perigo. Agradeceu a Deus em sua mente por tal benevolência, pois por um momento pensou que tudo estava acabado para eles.

Não esperava que Loki o surpreende-se mais uma vez naquele dia, contudo o ruivo parecia sempre saber como pegá-lo desprevenido. O druida tocou em sua nuca, fazendo sua cabeça se aproximar tanto da sua que por um milésimo de segundo Friedrich chegou a pensar que lhe tomaria os lábios, mas acabou somente beijando com doçura a sua fronte. O coração já acelerado pela corrida palpitou ainda mais com o gesto, assim como o rosto tornando-se mais corado do que antes. Os pensamentos calaram-se em sua mente, com a impressão de que Loki fora capaz de tirar sua alma do corpo e perambular como espírito pela floresta. Sentia que se precisasse dizer algo, as palavras não saíram, e se o fizesse provavelmente seriam apenas sons desconexos.

— Foi corajoso de sua parte tentar me defender de tal forma, bom seria se palavras pudessem resolver conflitos. – Loki queria poder fazer um afago nos fios loiros do companheiro, contudo achava que já havia ido longe demais. O importante é que estavam a salvos, mesmo que com alguns vidros quebrados na bagagem.

Friedrich pigarreou nervoso antes de responder, desviando o olhar e voltando repetidamente de forma tímida.

— Não diga tal coisa, ao menos me deixe acreditar que elas podem. – Respondeu com um sorriso acanhado, sentindo o peito aquecer-se enquanto olhava para Loki que lhe agraciava com uma expressão afável. Aquele homem fora a melhor coisa que havia aparecido em sua vida em muito tempo de pura desgraça, um verdadeiro suspiro quando quase se afogava em águas tempestuosas. Imaginar agora sua vida sem a presença de Loki era quase uma silhueta esvanecida, dado que ultimamente era o próprio quem trazia brilho para os seus dias. Em meio tais devaneios o coração clamava por reivindicar tal paixão, arriscar-se para tê-lo de corpo e alma. Se por um acaso apenas considerasse aproveitar tal sentimento, fazendo tal amor tornar-se mais do que meros devaneios...

Não.

Não se dá ouvidos a propostas feitas por pecado.

Friedrich engoliu as próprias emoções, mas o que sentiu foi apenas um amargo no fundo da garganta. O que sobrou do momento anterior foi apenas a calmaria por estarem vivos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente eu já devia ter feito isso faz tempo, mas por algum motivo eu acabava esquecendo. Tanto que vou deixar uma cópia no primeiro capítulo disso daqui nas notas. É uma breve explicação sobre os pronomes de tratamentos utilizados na história, pois por ser uma história medieval e em um local que os protagonistas falariam inglês, fiz algumas adaptações do que eles diriam no original e de como está sendo mostrado no enredo. Então, voilà:
Vós (We no original, mesmo pronome usado para plural): figuras de autoridade e nobreza.
Tu (thou no original, não mais utilizado na língua inglesa): forma mais correta de se referir a alguma pessoa que não seja nobre.
Você (ye no original, do qual hoje em dia tornou-se o you utilizado na língua inglesa): forma mais coloquial e ''incorreta'' de se referir a alguém, mais utilizado por camponeses e servos no geral.
Se gostaram deixem um comentário, obrigada pela leitura e nos vemos no próximo capítulo! ^-^