Edward,

Não sei o que você deve estar pensando, mas eu aposto que, aqui, você já entendeu do que se trata, e posso suportar que você me odeie por séculos — embora eu saiba que você não conseguirá me odiar de verdade. Um dia a dor vai passar, e ambos entenderão que é melhor assim. 

Quero deixar claro, por escrito, que eu não vou me arrepender, porque ontem eu e Charlie tivemos um momento único, e eu não quero deixar isso para trás. Não quero fugir das minhas responsabilidades e viver ao lado de alguém que, se pudesse, teria escolhido outro desfecho. 

Eu te amo, mas não para sempre, e não ao ponto de ver todos aqueles que eu amo morrerem. Não ao ponto de me colocar em risco e estragar a vida de pessoas que se importam comigo. 

Se eu tivesse nascido em sua época e você estivesse saudável, poderíamos ter vivido por décadas, e provavelmente teríamos um lar e crianças. Mas é inegável: você é um vampiro, depois de noites de insônia, concluí que não consigo lidar com as nuances disso. 

Não quero ter momentos extraordinários e estar fadada a milênios. Não consigo ignorar a minha existência, Edward, e o impacto que o desaparecimento dela teria.

A minha escolha é:

Não, não quero viver a eternidade ao seu lado. 

E eu sei que você é o cara que qualquer pessoa se sentiria sortuda em ter em vida, e certamente aceitaria me acompanhar até a velhice. Mas nós dois sabemos que, quando eu estivesse prestes a partir, você me traria de volta, e talvez eu pensasse melhor sobre uma segunda chance.