Rebuilding life. escrita por Tetekah18


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Vim adiantar o capítulo para vocês!! Estou no cursinho e quinta já tem aula de novo. E não sei se alguém viu, mas estou com uma nova estória. Postei o prólogo e quem tiver curiosidade vai lá:

Eu não tenho data para começar a postar os capítulos já que, é muita pesquisa e não estou com muito tempo. Entretanto, como nas outras estórias farei questão de terminar. E vamos ao penúltimo capítulo de RL:



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Em uma semana o nosso grupo aumentou. Lissa, a antiga rainha da escola, se juntou aos plebeus exilados.

Ainda me lembro do dia que as coisas mudaram. Depois de sair da sala de Stan, feliz da vida quase saltitando como um coelho. Havia terminado o trabalho com Dimitri. Ele era exigente, mas eu percebia o quanto ele segurava o riso com minhas reclamações. O importante é que não foi tão ruim quanto eu pensei. Entrei no banheiro e ouvi alguém chorando. Lissa estava escondida em um canto sentada no chão do banheiro.

E claro. A idiota coração mole aqui foi lá tentar ajudar. Ela me contou certos boatos que circulavam no colégio. Eu já tinha ouvido a maioria. Desabafando que não eram verdadeiros e enfim... chamei para andar comigo.

E no final das contas? O Christian ficou caidinho por ela. E eu, como boa amiga que sou, sempre dava um jeito de pirraçá-lo. Tal como Adrian que continuava no loft de Dimitri e não perdia uma chance de me queixar. Eu já tinha feito de tudo para fazê-lo parar: denunciar por assedio, pedofilia... Bem, esse último não por muito tempo. Eu seria de maior em duas semanas. Isso estava começando a consumir o meu juízo. Olena me colocaria para fora depois disso?

—Rose, é bom você diminuir no peso da comida. Você vai ficar obesa desse jeito.- e como podem perceber, o Chris está fazendo de tudo para chamar a atenção de Lissa. Isso tem piorado a cada dia.

—E daí? O corpo é meu.- respondo emburrada comendo o meu hambúrguer.

—A Rose está bem desse jeito, para de coisa.- Mason me defende. E mesmo com a boca cheia faço questão de colocar a minha melhor cara de "vai encarar?" enquanto mostro meu dedo do meio para ele.

—Draga...- fala revirando os olhos. Que diabos de apelido era esse? Christian percebe que estamos olhando confusos para ele. Até mesmo Lissa. Se deu mal Chris! -Draga, uma máquina que retira areia, lama ou lodo do fundo do mar. Nunca ouviram falar?- responde exasperado recebendo vaias de Eddie e Mason. Lissa e eu rimos da cara dele.

—E a Lissa está andando com os palermas e a Hathaway,- ouvi uma voz feminina irritante atrás de mim. -soube que ela está sob custódia dos Belikov...

Olhei para trás vendo aquela anã vinda do inferno. Como uma criatura tão pequena podia ser tão linguaruda?

—Há Rose, sinto muito pela sua mãe morta. Certamente era uma vag...- interrompi seu showzinho dando um murro no meio da cara dela. Eu não aguentava mais. Ela estava a semana inteira importunando. Fiquei revoltada por ela sequer saber da minha mãe. Mas não pude me controlar quando começou a falar o que não devia. Meu soco foi direto em seu nariz.

—Não ouse falar dela!- gritei a plenos pulmões e só então percebi que o refeitório estava em silêncio.

—Rosemarie Hathaway e Mia Rinald, se dirijam para a diretoria imediatamente!- soou o alto-falante.

Meu sangue ainda cheio de adrenalina me fez seguir de imediato para onde mandaram. Fiquei sentada em um canto do sofá, e Mia quando chegou sentou no assento mais longe do meu. A raiva parecia combustível em minha corrente sanguínea. Já não me importava com mais nada. Fiquei balançando minha parna na tentativa inútil de me acalmar. Estavam apenas esperando os responsáveis chegarem. Será que Alberta apareceria aqui de supetão para me levar pra algum outro lugar?

Meus pensamentos foram interrompidos pela figura espalhafatosa de Abe. Que diabos ele estava fazendo aqui? E logo atrás dele, o que seria o pai de Mia. Espera aí, eu conheço esse cara. Ele não estava trabalhando aqui no colégio?

Sem tempo, tivemos de entrar na sala. Eu e Mia, cujo nariz estava sangrando, nos sentamos nas cadeiras em frente à mesa da diretora Kirova.

—Responsáveis,- começou com a voz educadamente controlada. -Temos a seguinte situação: uma aluna da casa foi agredida por uma órfã, que está sob custódia nesta cidade. -ressaltou o "órfã" e me indignei.

—Você não sabe o que aconteceu de verdade...- comecei a falar nervosa até que Abe apertou o meu ombro.

—O que ela quer dizer é que você não está dando o direito de defesa a ela.- Abe falou em um tom assustador. Mas com toda a minha fúria, isso era o de menos.

—Senhor...- Kirova começou com deboche.

—Mazur.- Abe continuou firme e a feição de Kirova mudou totalmente. Que merda era aquela?

—Bem senhor Mazur, apenas isso me foi passado.- começou em tom quase subserviente e percebi a indignação de Mia.

—Rose, fale o seu lado da história.- Abe disse firme sem tirar os olhos de Kirova.

Depois de ouvir o meu lado e o de Mia, Kirova chamou algumas testemunhas. Abe se prontificou a pagar todo o gasto hospitalar de Mia e saímos de lá com a diretora pedindo desculpas.

Saímos do colégio e chegamos ao estacionamento.

—Venha. Vou te levar para um café, lá conversamos.- disse ele simplesmente indo entrando no carro. Respirei fundo pensando se ele não iria me levar para um canto qualquer e me mutilar. Entretanto, ele me tirou de uma enrascada e era um conhecido antigo de Olena e a bruxa velha. Me dei por vencida e entrei.

Ele estacionou o carro em frente ao Mark's. Agradeci mentalmente. Pelo menos eu teria a quem recorrer. Saltamos em silêncio e entramos. Sentamos em uma mesa e fizemos os pedidos.

—Belo soco.- elogiou assim que a garçonete saiu.

—Por que está fazendo isso?- perguntei confusa.

—Por que você acha.- perguntou se encostando na cadeira.

Porque você parece ser um maníaco?

—Eu não sei...- respondi dando de ombros.

—Sobre o que aquela menina disse...- começou. Entretanto eu já sabia que tipo de discurso viria a seguir.

—Eu sei que eu agi de forma erra...- me interrompi pela cara confusa dele.

—Garota, não me interrompa. E eu não vi nada de errado.

O que?

Meus olhos quase saíram de órbita. Minha cabeça estava querendo dar uma volta por aí. Minha mãe com toda certeza me colocaria de castigo, brigando comigo por esse motivo para o resto da vida. Mas ela não está aqui... Ironicamente eu já estava sentindo falta até das brigas que não podemos mais ter.

—Como ela era?- Abe continua. Em seus olhos há um brilho diferente. Os nossos pedidos chegam e eu começo a beber o chocolate quente. Minha displicência me fez queimar a língua. Porcaria.

—Ela era normal.- começo a assoprar o chocolate quente.

—Normal como?- insiste. Apenas dou o meu olhar de "você já quer saber demais".

Ficamos em silêncio enquanto eu tomava a minha bebida, já que ele havia terminado a pequena xícara de café há tempos. Quando terminei, ficamos em silêncio. Não chegava ser constrangedor, mas agora eu pensava nas consequências que teria ao retornar à fazenda. Uma das garçonetes se aproximou para limpar a mesa. Abe a olhou com repreensão fazendo a menina sumir.

—O que está te preocupando?- quebrou o silêncio.

—Quando vai me levar de volta para a fazenda?- perguntei. Já me sentia sufocada com tudo. O decorrer do dia, as lembranças...

—Pode ir para o carro, vou pagar a conta.- sem questionar me levantei e saí.

Fiquei encostada no carro batendo o calcanhar do sapato no meio fio. Eu queria chorar, mas não podia. Não agora.

—Não vai entrar?- Abe perguntou já dentro do carro. Eu realmente estava perdida em pensamentos.

[...]

Entro na casa e vou direto para o quarto. Fecho a porta e me deito na cama. As lágrimas começam a fluir sem parar. Eu só queria sumir, desaparecer, parar de existir. Ouço uma batida na porta. Vejo Olena se aproximar e sentar ao meu lado na cama.

—Eu soube o que aconteceu...- diz carinhosamente mexendo em meus cabelos.

—Eu não me orgulho do que fiz.- falo de imediato. Eu já sei que não foi o certo, mas não queria ouvir isso da boca dela.

—Eu sei que deve ser difícil.- sorri docemente. -E sei também que isso não vai te definir. Não é a pior coisa do mundo.

—Como pode saber?- pergunto quase em exaspero.

—Dimitri fez algo do tipo no colégio. Um menino ficou provocando-o e quando tocou no nome do pai dele... Bem, ele agiu por impulso e você já deve imaginar.- me surpreendi com sua afirmação e fiquei quieta. -Tem algo mais te incomodando?

Hesitei em falar. Abri a boca e nada saiu. Respirei fundo e tomei coragem era agora ou ficar me remoendo.

—Olena, quando eu ficar de maior, você vai me colocar pra fora?- perguntei em um fiapo de voz soltando mais algumas lágrimas. Olena parou um instante confusa e respirou fundo antes de me responder.

—Eu não vou Rose, você se tornou parte da família.- percebi toda sinceridade em suas palavras.

Não consegui me segurar e a abracei. Ela me acolheu em seus braços. Eu não fazia ideia do quanto eu precisava disso. O quanto isso me fez falta. Minha mãe sempre foi mais distante nesse aspecto. Uma das raras exceções era de quando eu adoecia, uma raridade.

Eu me senti acolhida por uma mulher que não tinha parentesco nenhum comigo. Ela se fez parte importante na minha vida, mesmo antes de me conhecer. E sem me questionar, me recebeu de braços aberto. Pela primeira vez no dia, ou em semanas. Não sei ao certo quanto tempo. Senti que boa parte do peso que tanto carregava foi tirado de mim.

Nos afastamos um tempo depois. Enxuguei minhas lágrimas enquanto agradecia. Eu devia parecer uma garotinha de cinco anos, mas o que eu podia fazer? Já havia perdido todo o controle.

Do lado de fora do quarto, uma movimentação rápida. A voz embargada de Sonya chamando pela mãe faz Olena se levantar. Quando ela chegou a porta, Sonya se jogou em seus braços quase aos prantos.

—O que aconteceu?- Olena perguntou preocupada.

Eu não conseguia imaginar como ela conseguia lidar com vários problemas ainda com a mesma calma. Meu único papel ali era como espectadora. Eu observava a cena. Imaginava Janine em seu lugar. Ela não seria tão complacente, mas mesmo de seu jeito torto me daria seu apoio.

Meus pensamentos foram interrompidos quando Sonya falou que estava grávida e que teria de parar a faculdade.

Eu sabia que ela pagava boa parte da faculdade com seu emprego de meio período. Ela teria que abrir mão de um sonho. Fiquei tocada por sua situação e como sempre, eu não controlei minhas palavras.

—Se o seu trabalho não exigir nível superior, eu poderia te substituir lá. Você não precisaria parar sua faculdade.- eu e minha boca grande. Esperava pelo pior. Um "não é da sua conta" seria o menos agressivo nesse caso. Mas a reação delas foi inversa. Olena me olhava com carinho tal como Sonya.

—Obrigada Rose.- aquilo me desarmou por completo. Eu realmente me senti parte daquela casa, daquela família...


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de votar e dizer o que achou!
Beijos da raposa!
Teka. :3



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