Para: Mike escrita por João Cheshire


Capítulo 2
Inverno


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, esse capítulo tá curto, mas eu juro que os próximos vão ser grandes, e como eu disse, a narrativa é de acordo com o desenvolvimento do personagem, mas se a narrativa ficar muito difícil de entender, podem avisar que eu vou revisar e tentar deixar de um jeito mais claro, mas de qualquer forma, espero que gostem do capitulo e deixem um feedback



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Olá Mike.

 Bom, já faz uma semana desde que eu escrevi a primeira carta, e aquilo me ajudou psicologicamente, eu consegui colocar coisas pra fora que ninguém poderia ouvir, então eu decidi escrever uma carta dessas toda semana, pra ver se pode me deixar melhor.

Bom, essa minha semana realmente foi péssima, quer dizer, toda semana é, mas nessa parece que tudo de ruim na minha vida resolveu aparecer, é como o professor de dança dizia “Quando a vida quer te apedrejar, ela vem com umas quinze pedras ou mais”.

Tudo começou com  o básico, ou seja, meu maldito “pai”. Além de sempre fazer merda e ser uma pessoa ruim a vida inteira, parece que essa semana ele decidiu intensificar o nível de pessoa desprezível. Você sabe que a minha situação financeira nunca foi boa, ser criado só pela minha mãe, que ganha um salário minúsculo e injusto é realmente difícil,  mas a minha mãe finalmente criou coragem e decidiu ir a justiça pro meu pai dar uma mísera pensão, e bom, tirando o fato de como sempre ele ter se colocado de coitadinho pra juíza, tudo ocorreu relativamente bem na justiça, o problema foi o que ele andou fazendo fora de lá. Primeiro ele começou a encher a cabeça da minha vó (mãe dele no caso), e colocar ela contra mim, o que resultou em mais uma briga em casa, além disso ele fica fazendo fofocas com todo mundo da família falando mal da minha mãe e dizendo que ela estragou a vida dele. O pior é que ele não quer olhar na minha cara ( de birra claro), mas reclama que eu parei de falar com ele, sendo que até no ano novo, que eu apesar de ter passado pelo décimo segundo ano consecutivo na igreja contra a minha vontade,  eu me esforcei pra falar um feliz ano novo pra ele e ele nem na minha cara olhou. O meu “pai” nunca vai ser um pai de verdade pra mim, tudo que ele fez e ainda faz me afasta cada vez mais dele... e você sabe muito bem as atrocidades que ele fez comigo e com a minha mãe, mas a cada dia que passa começo a pensar que é isso que um pai faz não é?

O meu “pai” realmente é uma pessoa ruim e disso eu não duvido, mas a minha mãe não, ela não faz o que faz por mal, ela realmente me ama e quer fazer de tudo por mim, o problema é que ela quer controlar toda minha vida, incluindo minhas crenças, opiniões e quem eu sou, eu sei que isso é normal, mas como eu vou conseguir acreditar que ela me ama se ela sempre nega quem eu sou e até disse que me prefere morto do que aquilo. Essa semana (como todas da minha vida), ela continuou a me pressionar pra ir a igreja, sendo que essa semana ela me deu mais um sermão. Eu lembro que essa pressão só aumentou quando ela viu uma conversa com o aquele menino lá, uns 5 anos atrás, ela imediatamente me colocou pra conversar com pastores e obreiras que me trataram como um criminoso ou um doente. Foi essa pressão um dos principais motivos de eu ter começado a me mutilar e ter minhas crises de depressão (e foi bem nessa época que nós nos conhecemos).

Mas eu realmente me “acostumei” com essa pressão, mas o problema só piorou com aquele "incidente com o pastor" que eu prefiro evitar falar sobre pra não me sentir ainda mais uma pessoa horrível, mas como de praxe ele continua um hipócrita falando que é errado mas fazendo mesmo assim.

E pra finalizar, a Joyce, assim como todo mundo me usou, mas eu não esperava isso dela.

Bom, isso começou quando uma "amiga" nossa, convidou a Joyce pra ir na formatura dela. E bom, basicamente os pais das duas disseram  que ela só podiam ir se eu fosse, e ai elas decidiram me convidar. Eu realmente não estava a fim de ir, eu estava mal por conta de tudo que havia acontecido durante a semana, mas como eu poderia dizer não...

Nós saímos e estávamos indo, até que os “amigos” da Joyce (que também são amigos da menina que estava se formando) foram junto. Eu sei que a Joyce estava namorando um deles escondido, mas esse nem era o problema, o problema é que ele é um real babaca. Eu fui a essa porcaria de formatura, e como esses amigos delas estavam lá, as duas me deixaram 100% de lado, sendo que se não fosse por mim, elas nem estariam lá. E no fim, os pais delas ficaram bravos pelos meninos terem ido e me usaram como fonte confiável, mas eu to meio cansado disso.

É... essa foi a minha semana, e como sempre foi uma merda, mas isso nem é novidade.

Eu sei que na outra carta eu fiquei o tempo todo dizendo que queria você aqui... mas essa é a verdade, eu quero você aqui...

Toda vez que eu saio na rua eu espero você aparecer, toda vez que pego meu celular espero você falar alguma coisa. Até a sua família sumiu, e ninguém tem noticias de você...

Parece que tudo que eu vejo me remete a você... parece que tudo em minha volta é sobre você, eu quero você aqui mais do que qualquer outra coisa... eu queria você aqui para secar as minhas lágrimas nesse momento... 

Mike... eu queria pelo menos saber o que aconteceu com você... mas você foi embora e me deixou aqui... 

Pensar que alguém vai estar sempre com você é uma mentira... ninguém nunca vai estar pra sempre com alguém... ninguém.


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Notas finais do capítulo

Bom, obrigado por ter lido mais um capítulo, se você achou qualquer erro pode falar que eu vou corrigir ok?
Ah, eu vou tentar postar um capitulo por dia ok?
Bjs :*****



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