Light — King Kill 33° escrita por Charbitch


Capítulo 2
ATO I:III — A ASCENSÃO ➠ De seis a dez anos após a morte de ℒ (Início do primeiro ato)


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta. Confesso que o primeiro ato é o menos interessante dos três, mas ele é necessário para o desenvolvimento da história. Como ele ficou meio grandinho, preferi dividi-lo em dois capítulos para não ficar muito maçante. Ah, e antes de começarem a leitura, um aviso: o ano da morte do detetive L (2007 no anime) será usado para demarcar o tempo no qual a minha fic se situa. Será sempre algo como "x anos após a morte de L", daí é só fazer as contas para não ficar perdido. Sei que já estou falando demais, mas só mais uma coisinha: muitos leitores tendem a pensar autor e narrador como um só, mas, por favor, não confundam a ideologia do Light com a minha. Se for pra vocês ficarem pistolas, fiquem com o Light, não comigo, haha xD Eu não acredito nesse lance de "bandido bom é bandido morto". Agora chega de enrolação e divirtam-se!



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ℒight
King Kill 33°❝Nada é mais criativo ou destrutivo do que uma mente brilhante com um propósito❞.
—Dan Brown

~*~

ATO I – A ASCENSÃO

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Seis anos após a morte de ℒ.

ℵEAR... MIKAMI... RYUK... AIZAWA... MATSUDA... e todos os outros membros da Força-Tarefa Japonesa cujos nomes eu nem me lembrava mais...

Todos eles, naquele galpão, aguardavam ansiosos o que era mais certo: o meu triunfo.

40 segundos...

39...

38...

0.

Xeque-mate.

Near não conseguiu ter nenhuma ideia melhor que a minha. Meu plano, por fim, se concretizou: matei todos os meus perseguidores irritantes e sem talento.

Já não era sem tempo..., pensei.

Convenhamos, ℵ jamais seria tão icônico quanto ℒ, por mais que tentasse. Matá-lo havia sido um favor prestado à humanidade. Near era apenas um moleque nem um pouco original, com pretensões maiores do que a falta de experiência dele permitia cumprir. Uma cópia mal feita do ℒ.

ℳello, por sua vez, nem era justo citar. O rapaz do cabelo de boneca não era páreo para mim. Às vezes eu pensava que tipo de desvario havia levado ℒ a pensar que escalar ℳello como um de seus sucessores seria uma boa ideia. Afinal de contas, o loiro era tão estúpido que provavelmente o seu cérebro havia derretido e se tornado chocolate...

Honestamente, às vezes eu sentia falta do ℒ. Ele me rendia um bom jogo, apesar dos chutes na cara que eu levava.

— Hum, Light, parece que você venceu, não é? Deletou, deletou e deletou mais uma vez, parece até o Mikami. – Ryuk riu sarcasticamente – Mas o que pretende fazer agora?

— Acalme-se, Ryuk. Tudo a seu tempo. A taxa de criminalidade precisa cair para algo próximo de 0%. Quando isso acontecer, entenderei que todos já sabem de Kira e não mais cometerão crimes, pois temem pelas suas vidas. Então, darei início ao meu processo de dominação mundial: com o Death Note, manipularei jornalistas de mídias do mundo inteiro. Marcarei para que todos transmitam a minha mensagem em pleno horário nobre de seus respectivos canais, de acordo com o fuso horário de cada país, é claro. Eles divulgarão que Kira está ameaçando matar todos os políticos que se recusarem a deixar o poder em seus territórios. A comprovação de que será realmente Kira agindo ocorrerá quando todos os jornalistas selecionados morrerem de ataque cardíaco após a mensagem ser dada. Dessa forma, nenhum chefe de Estado vai duvidar da veracidade da informação. Racionalmente falando, quem mais além de Kira poderia matar jornalistas do mundo inteiro sem estar presente em nenhum dos locais? Será como tirar doce de criança: todos ficarão com medo e não lutarão, pois nem mesmo todo o poder bélico de uma superpotência como os EUA pode combater um alvo nebuloso como o Kira!

— É um objetivo ousado. Mas não está se desviando um pouco do seu propósito inicial?

— O que quer dizer com isso?

— Pensei que quisesse fazer do mundo um lugar melhor, o que destoa completamente do seu novo plano. Até hoje você só matou criminosos e pessoas que podiam de alguma forma arruinar seus planos. Agora você terá que matar jornalistas que mal possuem uma ficha criminal, jornalistas que nunca te perseguiram na vida. É um tipo inédito de alvo. Sei que você já falou várias vezes que queria ser o deus do novo mundo, mas nunca levei isso muito a sério. Achei que fosse só um delírio de grandeza, típico de humanos da sua idade. Mas colocar isso na prática leva as coisas a outro nível. O que você quer no momento é instaurar um governo totalitário, no qual toda e qualquer Constituição não passará de um monte de papel, pois a única lei válida será a sua. Não que isso me incomode. Você sabe mais do que ninguém que, desde o início, eu nunca tive um lado nessa guerra. Tudo o que eu quero é um entretenimento sádico para me tirar desse tédio. Mas você precisa ter consciência de que o seu plano não tornará o mundo melhor para ninguém, exceto para você. Aliás, a sua forma de pensar me lembra bastante a de um rapaz que avistei há muito tempo. Seu nome era... Adolf.

— Hitler? Ele... Ele também tinha um Death Note?

— Não. Tudo o que ele conquistou foi por mérito de sua lábia. Nunca teve auxílio do sobrenatural. Ele era ainda mais inteligente do que você. E eu realmente gostava de assisti-lo de longe. Ele não podia me ver, é claro. Eu, pelo contrário, não deixava escapar nada. Seus propósitos eram impressionantes demais. Não que eu concordasse com tudo o que ele dissesse, longe disso. Mas você sabe que eu gosto de vigiar os humanos, de saber até onde eles podem chegar pela sede de poder. E Hitler provavelmente foi um dos homens que mais chegaram perto de ter o domínio do mundo. Ainda duvido muito, mas será que você consegue bater o recorde dele?

— Ora, mas é claro! Se ele conquistou o que conquistou sem um Death Note, já começo a salivar pensando no que eu posso conquistar com o Death Note!

Ergui o caderno em triunfo. Mikami, que ouvia tudo atentamente como um escravo aguardando as ordens do patrão, bateu palmas. Quase levei susto com os aplausos repentinos. O rapaz estava tão silencioso que eu tinha até me esquecido de que ele estava lá. Porém, era bom me dar conta de que era daquele jeito que ele estava: hipnotizado, absorto, domado, submisso e surrealmente sob controle.

Sob o meu controle.

E era exatamente daquele jeito que eu queria que toda a população da Terra ficasse...

Meus súditos, meus escravos, meu exército de Mikamis...

Ninguém mais ficaria em meu caminho.

Eu venci.

— Haha, os humanos são tão interessantes... – exclamou Ryuk, rindo descontroladamente.

~*~

ℒEMBRO-ME DAQUELE DIA como se fosse ontem...

O dia em que eu fui comparado a Hitler.

Não, Hitler não...

Eu era muito melhor.

Melhor do que Hitler, melhor do que Stalin, melhor do que Mussolini, melhor do que Mao-Tsé-Tung.

Melhor do que a humanidade inteira de A a Z.

Melhor do que o ℒ.

~*~

Dez anos após a morte de ℒ.

ⅅEPOIS QUE OS CRIMES HEDIONDOS se tornaram raríssimos, comecei a me atentar a criminosos não tão sanguinários, como políticos corruptos e pequenos assaltantes. Era a minha pretensão desde o início: assim que o grosso da sujeira fosse removido, eu passaria o pente fino no mundo. Eu queria mostrar que o caráter de um batedor de bolsa não me parecia muito melhor que o de assassinos e estupradores, independente da circunstância. E não, não me interessava se o tal ladrãozinho era uma “vítima da sociedade”. Vítima da sociedade era quem tinha seus pertences roubados por ele. E eu estava disposto a pôr um ponto final no medo que as pessoas tinham de andar em becos escuros, ou em ruas desertas. O bom cidadão poderia, enfim, respirar aliviado sobre o caixão do mau cidadão. Sem processos demorados, sem gastos exorbitantes com advogados, sem medo de o miserável do criminoso ser solto dentro de dois anos e retornar para se vingar.

Apenas justiça.

Eu sou a justiça.

Minhas ações seriam recompensadoras para as verdadeiras vítimas; elas seriam gratas a mim – e era aquela a razão pela qual eu continuaria. Independente do que os famigerados ativistas de sofá arrotassem sobre a justiça de Kira, o poder era meu, não deles. E eu tinha a consciência limpa, pois sabia que ao menos estava fazendo alguma coisa, enquanto aqueles idiotas só defendiam o politicamente correto e não mudavam nada no mundo. Quem discordava de mim tinha a mesma linha de pensamento do ℒ, outro perdedor que não havia mudado nada no mundo. Ora essa, de boas intenções o inferno estava cheio.

Tempos extremos exigiam medidas extremas.

E se você estiver se perguntando quem havia me dado o direito de brincar de deus, eu direi que foi o Death Note. Aliás, eu sempre aproveitei os poderes do caderno muito bem. E não, eu não tinha pretensões de me tornar uma entidade semelhante ao deus cristão. Eu não era benevolente. Minha triagem era rigorosa: ou o réu era uma pessoa excepcionalmente boa, ou era uma pessoa má. Por quê? Porque eu estava farto de escalas de cinza. Daquela vez seria preto no branco; minha caneta preta nas páginas brancas. E eu estava ciente de que, se ℒ estivesse vivo, ele certamente jogaria na minha cara que ninguém poderia ser 100% bom ou 100% mau. Porém, esse tipo de pensamento perdurou por anos e nunca levou o mundo a lugar algum. Enquanto isso, eu, com meu pensamento “extremista”, estava fazendo em menos de um século o que nunca havia sido feito por nenhum político centrista em milênios.

Por falar em políticos, eu não aguentava mais ver políticos apoiando a justiça de Kira na frente das câmeras e contrariando meus princípios por baixo dos panos. Alguns deles discursavam abertamente que todo crime deveria sim ser punido com a morte, entretanto cometiam o crime da corrupção. Faça-me rir, o deus do novo mundo não aceitaria servos podres como aqueles. Não importava o quanto bajulassem a figura de Kira; eu julgava pelas ações, não pelas palavras. Por isso, comecei a matar todos os presidentes e monarcas hipócritas. Felizmente os líderes que entraram depois não ousaram roubar um único centavo. Além disso, muitos políticos que eu nem pretendia matar começaram a abandonar seus cargos após as últimas ações de Kira.

Irônico, não? Quem não deve não teme.

Suponho que eles devessem muito, então.

Fora isso, combati um investigador sem talento aqui e ali. Apesar de ser relativamente fácil eliminar cada um deles, aquela linha de sucessão interminável era uma pedra no meu sapato. ℒ, pelo visto, havia deixado sucessores até a letra Z. Patético. Era sempre um rapaz com nome de letra tentando ferrar com os meus planos. Afinal, se X, Y e Z falhassem, que detetives de segunda linha viriam a seguir? AA, AB e AC?

Perseguições de cão e gato à parte, o tão sonhado dia chegou. Deparei-me com uma esplendorosa manchete – estampada em todos os jornais do mundo. Ela continha o sinal verde que eu aguardava para dar início à nova etapa do meu plano:

~*~
JUSTIÇA DE KIRA: CRIMINALIDADE É QUASE ZERO NA MAIOR PARTE DO MUNDO

~*~

ℭHEGOU O MOMENTO DE ESCREVER o nome dos jornalistas no caderno...

ℭONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Novamente, não escrevo pelos reviews. Mas se quiser deixar o seu, eu responderei com todo o carinho do mundo. Aliás, obrigada pelo review deixado no meu prólogo, Alexis Rodrigues! Espero que esteja gostando da minha história. Até o próximo capítulo.



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