The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 37
Em Câmera Lenta


Notas iniciais do capítulo

Capitulo Tenso!

Essa semana vai ter outro capitulo!!



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PONTO DE VISTA – ROB

 

(11 dias desde a infecção.)

 

— Ninguém responde! – dou um tapa forte no rádio preso ao meu ombro. Aquele chiado já estava me dando nos nervos.

— Para! Não bate se não quebra de vez essa porra! – Matt tira minhas mãos de cima do rádio e eu bufo.

— Você escutou! Foi mais de um disparo! E se foi eles? Foi tão perto! – Começo a me desesperar falando rapidamente, Matt me interrompe.

— Ei! Ei! Calma! – ele segura meus ombros e dá uma chacoalhada – Eu tô aqui em cima desde que eles saíram e não vi sinal nenhum deles, acho que se tivessem com problemas já teriam corrido pra cá!

Olho em volta. Estamos nós dois no Beco, próximos a guarita quase finalizada. Eu tenho um rifle nas costas, e Matt tem a única sniper presa a uma alça também em suas costas, ele tinha visão aberta da ponte onde Carley, Rey, Mary, Harry e Glenn haviam passado mais cedo.

Era pra eu estar nos Portões, mas quando escutei os disparos tentei contatar Matt, que não me respondeu, pois estava procurando algum sinal deles através da mira de Sniper. Eu fiquei preocupado e saí do meu posto as pressas.

— O que fazemos? – digo olhando pro horizonte. Matt me acompanha no olhar, ele respira fundo.

— Não sei... – ele diz e ficamos ambos em silêncio olhando para o horizonte. Passamos alguns minutos assim.

O que fazer? O que Carley mandaria nós fazermos?

— Acho bom você voltar pro seu posto. Vai que por algum acaso do destino eles voltam pelo seu lado... – Matt diz e eu confirmo com a cabeça.

— Qualquer coisa é só chamar. – digo e dou dois toques no rádio no meu ombro. Me viro de costas e começo a caminhar, depois de apenas alguns passos escuto Matt gritar atrás de mim.

— ROB! OLHA LÁ ELES! – Matt exclama e eu viro minha cabeça em sua direção mais rápido do que o Exorcista.

— ONDE?! – corro em sua direção, ele está com o olho direito na mira da Sniper. Ele tira uma das mãos na sniper e aponta pra frente, em direção a ponte.

— Ali! – ele diz. Eu olho e fico feliz com a vista.

Carley, Glenn e Harry caminham lentamente em direção as muretas próximas do outro lado da ponte, eles se encostam nela e começam a olhar em volta.

— O Harry tá estranho... – Matt diz ainda observando pela Sniper.

— Como assim estranho? – indago e começo a forçar minha vista para tentar ver melhor, eu não enxergava tão bem de longe.

— Sei lá, parece inquieto. – Matt responde.

— Deixa eu ver! – Peço o sniper emprestado para enxergar melhor, Matt o entrega pra mim e eu me posiciono para ver meus amigos.

— Oxe! Eles estão batendo boca?! – Matt diz, mas eu não respondo nada.

Carley e Harry gesticulam bastante. Harry passa a mão no rosto enquanto Glenn transita o olhar entre os dois, realmente parecem estar discutindo entre si.

Aconteceu alguma coisa.

— Tem algo errado. – eu falo ainda observando Carley transitar de lá para cá e Harry encostar furiosamente na mureta. Glenn coça a cabeça, parece desconfortável.

— Será que deu briga? – Matt me pergunta.

— Não sei. Carley parece irritada...ou preocupada. Harry definitivamente está desconfortável com alguma coisa... – começo a pensar. Eles todos ficam em silencio por alguns minutos na ponte, Matt me pede a Sniper novamente e eu a entrego a ele.

Ficamos mais alguns momentos em silencio, eu desisto de voltar pro meu posto já que eles estão a nossa vista.

— Se não foi eles que dispararam, deve ter gente perto. – eu digo.

— Aham...espero que não tenha tido nenhum problem-  – Matt começa a dizer, mas ele mesmo se interrompe. Vejo sua expressão mudar e quando me viro novamente para encarar a ponte vejo um carro prata, todo sujo de sangue correr desenfreadamente pela avenida próxima a nossos amigos.

— EITA PORRA! – Matt exclama e eu ponho a mão na boca.

— Que isso?! – eu digo ainda chocado por ver uma situação daquelas. Da onde aquele carro saiu?!

O carro dá uma brecada brusca a poucos metros de nossos amigos, vejo Carley, Glenn e Harry sacarem as armas, o vidro se abaixa, mas eu não consigo ver direito quem está dentro.

— O que está acontecendo? O que está acontecendo? – pergunto rapidamente, curioso.

— Tem uma mulher no carro! – Matt diz.

— Que mulher?! – pergunto impaciente.

Merda! Queria eu ter uma sniper ou binóculo aqui agora!

— Não sei! Não reconheço! – ele responde rápido.

Fico tentando forçar minhas vistas pra enxergar o que acontece, mas falho. Não dá pra ver tanta coisa assim.

Míope dos infernos!

— Estão discutindo! – Matt diz e depois fica em silêncio.

— E agora? O que está vendo? – pergunto.

— Estão abaixando as armas! – Matt diz e eu consigo ver os semblantes no horizonte abaixando as armas, mas meus amigos estão de costas para nós então não consigo ler suas expressões.

— Carley abaixou as armas?! Como assim?! – Eu indago surpreso. Um mundo onde Carley não é agressiva não condiz com a realidade mais recente.

— Eles...eles... – Matt tenta achar palavras e eu começo a chacoalhar meu pé inquieto. Respiro profundamente.

— Eles o quê?! – pergunto. E tento ver o máximo que posso, vejo Carley gesticulando algo para Glenn e Harry, que começam a dar passos para trás, se afastando do carro, enquanto Carley dá a volta no mesmo, indo em direção ao passageiro.

— Estão vindo pra cá! – Matt fala. Uma ideia me vem a cabeça e eu decido executa-la.

— Vou ligar pra eles! – digo e começo a procurar a frequência que memorizei para entrar em contato com meus amigos do lado de fora.

 

PONTO DE VISTA – CARLEY

 

(11 dias desde a infecção.)

 

— Seus amigos estão em perigo! Mary e Rey certo? Eles foram ajudar o meu pai mais cedo e acabaram ficando presos junto com a minha família. Rey me disse que te encontraria aqui e que você nos ajudaria! Vamos! – a mulher desconhecida começa a gritar em minha direção e todas aquelas palavras me pegam de surpresa.

E se eles tem o Rey e a Mary e agora querem me pegar também? E se quiserem pegar o grupo e nos fazer de reféns? Roubar nossas coisas?

Preciso ter certeza.

— Como vou saber se o que diz é verdade?! – pergunto mais ríspida do que deveria.

— Não sei o que significa, mas Rey me disse que a frase “Você é a General” iria fazer sentido. – ela responde rápido e começa a olhar para os lados. Alguns zumbis se aproximam ao longe, mais alguns minutos e estariam aqui.

Minha expressão morre.

Rey me disse isso quando me entregou a bandana. Só ele sabe. Foi ele que bolou essa frase. Não teria como ela saber.

— Onde eles estão? – pergunto abaixando minha arma, Glenn e Harry fazem o mesmo.

— Na saída Van Wayne, em um bar ali próximo. Estão presos dentro! – ela diz e vejo que ela tem pressa. Decido não atrasar mais. Me viro para Glenn e Harry, com expressões confusas olhando para mim.

— Voltem! Avisem os outros! Vocês escutaram onde estamos, se não voltarmos até o anoitecer, fiquem preparados! – digo e começo a me direcionar até a porta do passageiro, enquanto meus dois amigos vão dando passos para trás, se afastando.

Van Wayne! Um bar de esquina todo madeirado! – a mulher grita em direção a eles.

— Tá-tá bem... – Glenn responde a mulher antes de Harry dar dois tapinhas em seu ombro, o fazendo se virar para a ponte. Eu entro no carro após tirar minha espada e sua bainha das costas, a segurando na mão para conseguir entrar no carro.

A mulher olha para minha espada franzindo a sobrancelha, mas depois se concentra na direção e arranca o carro.

— O que aconteceu exatamente? – pergunto a ela enquanto ela dirige.

— Meu pai trombou com seus amigos em uma loja de conveniência das redondezas aparentemente, eu e minha irmã tínhamos nos metido numa roubada enquanto caminhávamos até uma loja de ferramentas. Disparamos nossas armas e aquilo chamou muita atenção, foi aí que corremos até o bar. Meia hora depois, meu pai nos encontrou no bar, mais alguns minutos e seus amigos foram parar lá também, estavam ajudando meu pai.

Eu reviro os olhos e encaro a janela.

É claro que ajudaram.

Ela percebe meu desconforto.

— Se sairmos bem dessa, vou dever tudo a eles...e a você claro. – ela diz e eu fico pensativa.

Certeza que isso foi coisa do Rey. Coração mole! Custava ter seguido o próprio caminho e nos encontrado na ponte? E Mary? Porque não disse nada?!

— Eu não entendi seu nome. – me viro pra ela, que desvia o olhar por alguns segundos para me olhar.

— Maggie. – ela responde e dá um sorriso fraco, eu balanço a cabeça.

— Espero que não esteja me levando pra uma armadilha, Maggie. – tiro minha pistola das minhas costas e a fico segurando, bem a mostra.

Isso é pra ela entender que eu não estou de brincadeira aqui.

A expressão dela fica séria.

— Não estou. Só quero tirar minha família de lá. – ela diz e eu não respondo nada. Ficamos em silêncio um pouco.

— Melhor eu não virar aqui, certo? Muitos deles. – ela diz, parando um pouco o carro e gesticulando para uma rua. Na placa próxima a um poste se lê “ Rua Van Wayne”

— Muitos...quantos? – eu pergunto. Ela suspira.

— Algumas dezenas. – ela responde.

Apoio minha mão no queixo e começo a pensar.

O barulho chama a atenção deles...

Olho pra minha arma.

O barulho.

— Como eles estão posicionados? Estão em volta do bar ou só na frente? – pergunto.

— Estão em volta. Eu saí pelos dutos, mas quase que morro. Tive que correr bastante, mas ainda há zumbis em volta. – ela responde, enquanto puxa o freio de mão.

— Dá pra passar o carro na rua? De frente com o bar? – pergunto encarando seus olhos verdes. Ela inclina um pouco a cabeça pro lado, pensativa.

— Acho que sim...mas porquê voltar pra lá? Nós temos que tirar eles de lá, se formos lá com o carro só vamos chamar a atenção de mais deles! – ela diz.

— Ou... – a interrompo e ela parece atenta no que estou prestes a dizer – Você fecha os vidros, dirige bem devagar na frente do bar e eu abro uma fresta dessa janela aqui – dou dois toques com minha pistola no vidro ao meu lado.

— Quando eu abrir a janela, vou disparar. Isso vai chamar a atenção e os zumbis que vão querer entrar no carro, mas você vai continuar dirigindo. E com isso vamos tirar todos os zumbis do bar, dando brecha pra sua família e meus amigos saírem correndo dali. – explico meu plano. Maggie parece pensar no assunto, ela encara o volante em sua frente.

— Como eles vão saber que é pra sair? E se eles não saírem? – ela pergunta.

Vou com minha mão até meu rádio no ombro.

— Eles vão saber. E vão sair. – respondo.

 

PONTO DE VISTA – REY

 

(11 dias desde a infecção.)

 

— Então vocês tinham uma fazenda?! – eu pergunto perplexo. Hershel e Beth afirmam com a cabeça.

— Tínhamos. Era da minha família por anos...tivemos que abandona-la, pegamos a estrada e passávamos por aqui quando decidimos passar em algumas lojas e ver o que podíamos achar. – Hershel me diz.

— Escutou isso Mary? Mary?! O que está fazendo?! – vejo Mary atrás do balcão, colocando algumas garrafas de bebida dentro da bolsa.

— Ué, já que não conseguimos nada na loja de conveniência, pensei que pegar umas bebidas não faria mal! – Mary diz e Beth ri, eu balanço a cabeça negativamente, mas não deixo de rir.

— Ignorem ela. É uma idiota. – digo aos risos, Hershel sorri e Beth dá mais uma risada.

— E vocês? O que faziam antes de tudo? – Beth pergunta para mim.

— Eu trabalhava com programação televisiva. A cabeça de abóbora ali trabalhava com Relações Internacionais, certo Mary? – digo e me viro pra Mary, que estava abaixada sobre o balcão. Ela levanta um dedo positivo enquanto tem a cabeça abaixada ainda.

— Certo! – ela diz e Hershel, Beth e eu rimos novamente.

— Beth estava escolhendo uma faculdade pra ingressar. Recém formada na escola. – Hershel diz e Beth concorda com a cabeça.

— Pensava em fazer o quê? – eu pergunto tentando ser simpático.

— Sempre gostei de música...mas não sei dizer se queria cursar isso ou se era simplesmente um hobbie... – ela responde.

— Ela canta muito bem. – Hershel diz e parece orgulhoso. Ela sorri e dá um tapinha no ombro do pai. Eu sorrio.

O barulho do meu rádio preso ao ombro me assusta, Mary tira a cabeça de debaixo do balcão e eu percebo que o rádio dela também chiava. Hershel e Beth olham atentos para nós.

— .......................Rey?...Mary? Podem me ouvir?— uma voz metálica sai de nossos rádios ao mesmo tempo, identifico a voz de Carley. Eu e Mary trocamos um olhar, levo minhas mãos até o rádio e aperto o botão ali.

— Carley?! Estamos aqui. Estamos ouvindo! – respondo e solto o botão.

— Estou aqui com a tal da Maggie. Temos um plano pra tirar vocês daí! — ela responde.

— O que fazemos? – pergunto a ela enquanto olho para Mary.

— Vamos passar de carro na frente do bar! Eu vou disparar pra chamar a atenção, quando vocês ouvirem as buzinas do carro, corram pela porta da frente e vão em direção ao nosso ponto de encontro original. Vamos abandonar o carro em algum ponto mais distante de casa para não levar os zumbis para lá, outro dia voltamos para pega-lo. Encontramos vocês você sabe onde.— ela explica e eu concordo com a cabeça como se ela pudesse me ver, mas Mary é a que responde.

— Faremos o que disse! – Mary responde, e Hershel e Beth começam a pegar suas mochilas que estavam encostadas em um canto. Hershel leva duas mochilas, uma provavelmente sendo a de Maggie.

— Certo! Preparem-se! Câmbio Desligo.— Carley diz por fim e nenhuma mensagem mais é enviada.

— Bora! – bato uma palma e começo a pegar minha mochila e conferir as munições da minha pistola e meu fuzil, Mary faz o mesmo.

— Quando formos sair, não disparem. Se não vai estragar o plano deles, já percebi que Carley quer chamar a atenção, se fizermos qualquer coisa com as nossas armas pode ser que não funcione. – Mary diz enquanto abria a roleta da própria arma.

— Ok... – Beth respondeu e Hershel balançou a cabeça.

Me posicionei próximo a porta, Mary veio do meu lado , e Beth fica atrás de nós. Ficamos nós quatro olhando para a porta, esperando com expectativa o barulho dos tiros acontecer. Havia uma tábua de madeira servindo de tranca para a porta, Hershel vai e apoia as mãos na mesma, esperando o sinal para que pudesse retira-la dali eu suponho.

No meio dos grunhidos e arranhões do outro lado da porta, consigo identificar o barulho de pneus, e quando eu mais esperava...

*POW!* *POW!*

Escuto gritos do outro lado da porta, Mary e eu vamos até uma janela a poucos metros dali. Ouço um barulho de mãos se chocando contra o metal e quando chego a janela vejo a imagem de Carley sentada sobre a janela do passageiro, com as pernas pra dentro do carro. Ela grita “Ei!” e “Aqui!” enquanto dá vários tapas no teto do carro, zumbis começam a se distanciar da porta.

*POW!*

Ela dá mais um tiro pro alto, quando os zumbis se aproximam o suficiente dela, ela volta para dentro do carro, saindo da janela. O carro começa a andar lentamente e Carley começa a fechar a janela, ela deixa apenas uma fresta com três dedos de espaço.

*POW!*

— Vem! Vai ser a qualquer momento! – Puxo Mary pra porta, nos posicionamos lá e aguardamos as buzinas.

*POW!*

Quase lá...

*POW!*

Quase...

Escuto os grunhidos se afastarem aos poucos, tenho a impressão que o tempo não passa.

*POW!*

Os tiros parecem um pouco mais distantes...

Silêncio.

Até que finalmente...

*BIIIIIIII**BIIIIIIII**BIIIIIIII**BIIIIIIII**BIIIIIIII*

Hershel tira a tábua bruscamente da porta, Mary a abre e todos corremos porta afora, enquanto corro na rua vejo alguns zumbis que estavam por ultimo olharem para nós, uma dezena pelo menos, eles começam a nos seguir mas nós somos mais velozes. O carro que Maggie dirigia estava distante, com dezenas de zumbis atrás deles. Continuo a correr o mais rápido que posso.

— Pra onde?! – Hershel grita pra mim.

— Por aqui! – Passo sua frente e começo a guiar o grupo em direção a ponte. A caminhada de 20 minutos seria reduzida para 15 ou 10 se corrêssemos rápido.

 

PONTO DE VISTA – CARLEY

 

(11 dias desde a infecção.)

 

— RÁPIDO! SAI DO CARRO! – grito pra Maggie do meu lado e ela desliga o carro e tira a chave da ignição. Depois de dez minutos dirigindo para afastar os zumbis do bar, finalmente estamos saindo do carro.

Bato a porta do carro e começo a correr, Maggie me acompanha. Os zumbis ainda estão muito próximos, somente no final do nosso trajeto que Maggie acelerou para nos dar uma brecha pra correr. Eles ainda estavam próximos e tínhamos que correr o mais rápido possível para que eles não nos seguissem, pensei em irmos de carro até a ponte, mas lembrei  que o barulho do carro iria atrair muito mais os zumbis do que nossos passos, então planejei de irmos correndo mesmo.

— Vamos! – apresso Maggie que continua a me acompanhar ofegantemente. Estamos ambas elétricas correndo pela rua.

Mais alguns minutos e finalmente estaremos lá

Até chegarmos lá, eu ficava constantemente olhando para trás, na intenção de conferir se os zumbis estavam em nosso encalço. Estávamos correndo muito, mas eles não estavam tão distantes assim.

Depois de minutos correndo, finalmente avisto Mary, Rey, um senhor de idade e uma adolescente parados próximos a ponte, todos com as mãos nos joelhos. Olho pra trás, infelizmente alguns zumbis ainda estavam próximos.

PRECISAMOS CORRER!

Quando chegamos próximos a eles, eu não cumprimento ninguém. Não temos tempo pra isso.

— VAMOS! VAMOS! – Corro atravessando a ponte e ouço passos apressados próximos a mim, o que indica que o grupo estava me seguindo. Olho pra cima, em direção ao Beco e vejo um semblante ali, logo reconheço como Matt.

Ele segura uma Sniper.

Espera...AH MERDA!

— NÃO! NÃO! – Começo a gesticular para Matt não atirar nos zumbis que nos perseguiam ao longe, se ele atirasse poderia atrair as dezenas para o forte.

— NÃO ATIRA! NÃ- – continuo a gritar, mas é tarde demais.

Ele dispara.

O som de um disparo alto corre pelo ar e eu xingo.

— VAMOS HERSHEL! VAMOS! – Escuto Rey dizer ao senhor. Continuamos a correr, viro para trás e vejo que o senhor de idade está ofegante, ele põe a mão no peito, mas insiste em correr. Matt ameaça disparar novamente, eu começo a pular enquanto corro.

— NÃO ATIRA! NÃÃO! NÃO! - começo a gritar pulando e Matt parece confuso com tudo, até que vejo sua expressão mudar e ele começar a correr de volta para o Forte, saindo do Beco com a sniper nas costas.

GRAÇAS A DEUS!

Entramos na Pevensie, e vemos alguns zumbis mais, uns cinco ou seis. Enquanto corremos rua adentro, o portão se abre e Harry, Rob e Glenn saem de dentro do Forte com machetes e canos nas mãos. Eles começam a atacar os zumbis ali próximos.

Vamos conseguir! VAMOS! VAMOS!

Um zumbi começa a vir em minha direção, e pela primeira vez eu tiro minha espada da bainha com um pouco de dificuldade por lidar com uma situação inesperada. Com apenas um giro, ataco horizontalmente o zumbi, arrancando sua cabeça. Por alguns milésimos eu quase perco o equilíbrio, mas me restabeleço e continuo a correr. Já consigo ver a entrada a poucos metros.

QUASE....QUASE!

— PAPAI! – ouço um grito feminino atrás de mim e viro a cabeça, parando um pouco de correr. Vejo o senhor de idade segurar um zumbi pelos pulsos, Glenn é o que está mais próximo dele, ele corre em sua direção. O idoso consegue derrubar o zumbi, o tal do “Hershel” está ofegante e parece morto de cansaço, assim que vai retomar o passo, ele cai.

Os minutos seguintes parecem que correram em câmera lenta. O zumbi antes afastado pelo senhor, volta e põe as mãos na batata da perna de Hershel. O idoso tenta se soltar, mas o zumbi parece o puxar cada vez mais.

— PAI! PAI! – Maggie começa a correr em direção a ele, ela começa a tremer na tentativa de tirar a arma do próprio cinto. Meu coração para ao ver o zumbi mordendo a parte de baixo da perna do senhor, arrancando alguns nervos. Ele grita, e antes que eu possa fazer ou dizer alguma coisa, Glenn saca a arma e atira no zumbi. Eu levo minhas mãos na cabeça.

Tudo parece rodar devagar.

Não congele.

Não congele.

NÃO!

Glenn começa a levantar o senhor, que sangra muito. Corro na direção deles para ajudar enquanto coloco minha espada na bainha novamente, quando chego lá, Maggie está tentando levantar o pai junto com Glenn, a adolescente chora compulsivamente.

— SEGURA AS PERNAS DELE! SEGURA! – grito pra Maggie, eu e Glenn seguramos Hershel pelos braços enquanto Maggie segura as pernas, Harry, Mary, Rob e agora Matt matam os zumbis em volta enquanto Rey leva a adolescente loira para dentro. Passamos em disparada pelo portão enquanto o senhor agoniza.

— FECHA O PORTÃO! – Matt grita para Harry que começa a fechar o portão junto a Rob.

— SOBE! SOBE! – Aponto com a cabeça pras escadas que levariam direto para a entrada da sala e começamos a subir com dificuldade, Matt se junta a Maggie para ajuda-la a levar e assim nós quatro começamos a levar Hershel escadaria acima. Eu e Glenn caminhando de costas.

— Meu Deus...Meu deus... – Matt fala baixo e parece estar hipnotizado pela situação. Está em choque.

Eu não tenho tempo de pensar! Não pense! Não paralise!

— ABRE A PORTA! – Glenn começa a apoiar Hershel com dificuldade no próprio peito, ele gira a maçaneta e abre a porta, depois segura o idoso novamente.

— PRO QUARTO! – grito gesticulando em direção ao quarto mais próximo da sala, onde antes era o quarto dos meus pais. O sangue de Hershel vai pingando por todos os lados, vejo Mary pular a janela da sala, saindo da passarela e chegando até nós pela escada do quintal. Harry e Rob estão logo atrás dela.

— CUIDADO! CUIDADO! – Glenn grita e colocamos Hershel deitado na cama de casal que tem ali.

— PAI! MEU DEUS! PAI POR FAVOR! – Maggie começa a gritar com as mãos completamente ensanguentadas, ela segura no rosto do pai. Rey chega no quarto com Beth que aumenta ainda mais o choro, se encolhendo em um canto do quarto.

— GLENN, LENÇOIS! PEGA OS LENÇOIS OU FRONHA QUALQUER COISA! – eu grito pra ele, olho pra perna de Hershel, completamente ensanguentada. Ele agoniza e faz caretas.

Eu...eu...eu...

Começo a olhar pros lados, Glenn traz os lençóis e Harry começa a abrir a própria mochila, procurando algo desesperadamente.

Ele foi mordido. Já era.

— PAI! PAI! – Maggie começa a chorar, eu simplesmente fico perdida. Olho pra perna de Hershel novamente.

E se...

— Coloca os lençóis aí – eu falo rapidamente pra Glenn, gesticulando para o chão. Com as mãos trêmulas, começo a tirar meu cinto. Puxo Maggie bruscamente para o lado, ela sai da minha frente ainda aos prantos e eu começo a amarrar o cinto em volta da perna de Hershel.

Me abaixo e pego uma fronha que Glenn trouxe, embolo ela na mão e coloco na boca de Hershel, ele morde o lenço.

— ESPERA! O QUE VOCÊ... – Mary começa a falar, ela está ofegante. Todos na sala estão suados e chocados. Minhas mãos já estão encharcadas de sangue.

Eu tiro minha espada da bainha.

— Façam com que ele não se mexa. – eu digo firmemente, mas minhas mãos suam.

Preciso tentar.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?!



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