The New World escrita por xMissWalkerx


Capítulo 23
Não Mortos Abra Aqui


Notas iniciais do capítulo

Alguém pegou a referencia? hahaha



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PONTO DE VISTA – MARY

 

Eu me segurava na mão de Rey com toda a minha força, e podia sentir que Rob fazia o mesmo com o meu antebraço, não iria desfazer aquela corrente humana por nada nesse mundo.

Principalmente ali, onde estávamos agora.

Carley puxava a frente enquanto Matt estava por último na retaguarda. Meus olhos passavam correndo em todas as direções naquela rua lotada de zumbis. Vamos ter que descer até o final da rua, para finalmente virarmos a direita para entrarmos de fato na Denbrough.

Denbrough...onde tudo começou a dar merda.

Precisamos andar por toda a extensão de Denbrough, e depois virar algumas ruas...a casa de Carley não é tão longe daqui, talvez uma meia hora de caminhada.

Minha gorda interior não curte muito esse pensamento.

Andávamos lentamente em meio a multidão, um passo de cada vez. Eu olhava em volta quase como se eu estivesse em câmera lenta, qualquer movimento meu podia acabar com o plano e eu não queria ficar com esse peso na consciência. Melhor ficar igual uma idiota fazendo as coisas devagar do que morrer e levar os outros, como me disseram ontem de manhã em uma das minhas milhares de crises que tive nas últimas 24 horas.

Sentia meu coração estar parado na garganta, um frio se instalava em minha barriga, mas eu acho que minha vontade de sair logo dali era maior.

Se eu tivesse com o medo que eu estava ontem, com certeza eu já estaria morta agora. Mas não quero que essas criaturas sequer OUSEM pensar em tocar em mim. Já deu dessa merda, só quero chegar logo na casa da Carley pra finalmente conseguir buscar minha família.

Os zumbis nos olhavam com curiosidade em questão de segundos quando nos aproximávamos, mas perdiam o foco tão rapidamente quanto. A rua estava lotada de corpos, tanto andantes como de pessoas mortas.

Tipo, mortas de verdade.

Os corpos eram de adultos, adolescentes, idosos, até mesmo crianças, suas roupas iam de uniformes e aventais brancos para roupas comuns, o que me fazia deduzir que havia alunos, professores, e é claro, pessoas que deram o azar de estar por perto. Havia alguns corpos que estavam com coletes a prova de bala e uma espécie de uniforme cinza...outros usavam uma espécie de roupa camuflada.

Meu corpo se arrepiou ao perceber que se tratavam de soldados e policiais.

Eles perderam a batalha pra valer. Há corpos deles aqui na rua, eles tentaram acalmar a população mas não sabiam que esses “doentes” na verdade já estão mortos.

Me pergunto o que deve ter acontecido com os outros que estavam instalados na Denbrough. Não falta muito até finalmente chegarmos ao fim da rua e virarmos a direita agora...logo matarei essa dúvida.

Havia também alguns zumbis que não conseguiam se mexer direito, por falta de uma perna, ou na maioria das vezes, por falta de partes do tronco. Era impressionante que mesmo com a chuva de ontem havia muito sangue nas ruas e nas calçadas. Nas casas próximas a nós, podíamos ver portões abertos e portas escancaradas, os moradores eram vistos lá dentro...zanzando pra lá e pra cá.

Eu evitava ficar encarando os corpos na rua, estando mortos ou apenas incapazes de mover. Apesar de ter meio que “me acostumado” com essa visão terrível, isso ainda me embrulhava o estômago.

Todas aquelas séries de médicos que eu vi não estão servindo pra nada.

É obvio que não! Tem uma diferença entre realidade e ficção!

Enquanto caminho penso no quanto o conceito de “Realidade” e “Ficção” mudaram na minha cabeça nessas ultimas horas...parece que eu estou dentro de uma história de terror ou dentro de algum videogame.

Só que não tenho vidas extras nesse jogo. Então presta atenção na sua frente antes que-

Meus pensamentos são interrompidos quando sou impossibilitada de dar um passo pra frente, pois Rob não estava andando. Parei de caminhar, o que fez Rey, Harry e Carley pararem também. Eles olharam pra trás, Rob soltou minha mão e eu os acompanhei pra ver o que tinha acontecido para nossa fileira ter parado de caminhar.

Não, ninguém estava sendo encarado muito tempo por um zumbi ou algo do tipo igual aconteceu lá dentro da escola...Rob tinha soltado minha mão por conta própria porque agora ele estava encarando um zumbi encostado em uma pequena árvore, pelo uniforme, vi que era policial. Matt ainda segurava o cotovelo de Rob, até receber um olhar dele que o fez soltar.

Eu como sempre não estava entendendo nada.

Recebi um cutucão de Rey, e eu dei de ombros pra ele , Carley e Harry que me encaravam para mostrar que eu também não sabia do que estava acontecendo.

Matt deu dois passos até chegar na frente do zumbi policial, que estava com ambas as pernas esticadas pra frente, em cima de alguma coisa preta que eu não conseguia identificar e apoiado de costas na árvore. Ele tinha um buraco no meio do tronco que parecia ter sido cavado por mãos humanas. Tive que fechar meus olhos e engolir seco por um instante ao perceber esse detalhe, tentei tirar o pensamento da cabeça.

Quando eu abri meus olhos vi uma cena que me fez querer gritar por Rob ali mesmo, e percebi que Matt também queria. Não me virei para ver a reação de Harry , Rey e  Carley, mas supus que foi a mesma.

Rob se agachava lentamente até o policial, eu podia ver gotas de suor se formando em sua testa, ele olhava atentamente para os olhos do policial que cambaleava a cabeça para os lados e ignorava completamente Rob. Ficava somente lá, grunhindo e batendo os dentes, quase como se quisesse falar algo. Rob foi com a mão livre até próximo ao joelho do zumbi-policial, vi que ele desceu os olhos para o enorme buraco na barriga do morto, o que o fez virar a cabeça de olho fechados. Ficamos todos ali parados encarando a cena, não entendendo nada.

Estou de mãos atadas! Devo chama-lo? Mas e se chamar atenção?! O que devo fazer? O que ELE está fazendo?!

Rob abriu os olhos e encontrou os meus, depois ele viu os olhares sérios de Harry e Carley, enrijeceu o maxilar e voltou sua atenção para o morto, dessa vez encarando seu joelho.

Ou melhor, o que havia de baixo do joelho do morto.

O que essa coisa preta em baixo do morto tem de tão interessante pra Rob ficar encarando? O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AFINAL DE CONTAS?

Com a mão livre, Rob segurou a ponta retangular preta pequena que se mostrava visível abaixo do joelho do morto e começou a puxar devagar dali, seus olhos estavam no zumbi, parecia estar aguardando qualquer tipo de reação do mesmo, ou estava com medo de tal reação.

Eu estava morrendo de medo. Porque Rob estava querendo tirar algo do zumbi? Ou melhor, DE BAIXO do zumbi? Queria impedi-lo, mas se eu fizesse qualquer movimento brusco ou chamasse pelo seu nome eu ia chamar mais atenção ainda.

Olhei em volta e vi que nenhum zumbi estava focado em nós, mas aquele zumbi policial próximo a Rob estava olhando para ele com atenção, grunhindo muito. Quando ele bateu os dentes em determinado momento, Rob até afastou a mão, mas ao ver que o zumbi nada fez voltou a tentar puxar o objeto que eu tentava a todo custo identificar mas não conseguia pelo fato de somente uma parte dele estar visível.

Rob puxou o suficiente para conseguir segurar mais firmemente o objeto, e quando finalmente o segurou direito, consegui ver um semblante do que poderia ser aquilo, mas eu não tinha certeza ainda. Antes que pudesse concluir meu pensamento, Rob finalmente tirou o objeto de baixo do zumbi e se levantou.

Finalmente eu e todos os outros puderam ver o que tinha na mão de Rob agora.

Uma pistola. Uma arma de fogo.

Rob olhou para mim, depois para Harry, Rey e  Carley e levantou as sobrancelhas para eles. Ele tremia a mão que segurava a arma, Matt olhava pro objeto com os olhos arregalados e eu olhava da mesma forma. Carley encostou a mão em sua própria mochila, e deu dois tapinhas dela, depois gesticulou com os olhos a mochila de Rob.

Ela quer que ele guarde na mochila.

Rob negou com a cabeça e levou a arma para a cintura, a colocando dentro da calça, fazendo o objeto encostar em sua cintura. Carley mordeu o lábio e Rob levou o dedo indicador e o dedo do meio em direção aos próprios olhos e depois apontou eles para o chão, gesticulando para nós ficarmos de olho no chão, eu acredito.

Não tínhamos notado, mas o único proveito que poderíamos tirar do fato de ter policiais e militares mortos aqui fora era que eles não precisariam mais das armas.

Nos demos as mãos novamente e começamos a caminhar de novo. Agora eu estava 100% do tempo olhando para o chão e para tudo que se parecia com uma arma, depois de andarmos alguns passos, percebi Carley começar a atravessar para o lado oposto da rua, em direção a outra calçada. Ainda caminhávamos para frente, mas agora estávamos trocando de calçada.

No meio do caminho, fiz a fileira parar cutucando levemente Rey, impedindo-o de continuar andando. Olhei para o um revolver que estava a centímetros da mão de uma mulher que usava uma boina preta e uma roupa de camuflagem, talvez uma soldada. Me agachei e peguei o revolver sem dificuldades já que o mesmo não estava debaixo dela. Fiz igual a Rob e não coloquei na bolsa, e sim no meu quadril, dentro da calça. Depois disso continuamos a atravessar a rua.

 Quando chegamos do outro lado, vi o porque Carley trocou de calçada. Havia dois corpos de policiais na nossa frente, próximos a um carro que estava estacionado na rua, Carley se abaixou e foi mais ousada do que eu havia sido a poucos minutos atrás, ela foi com a mão diretamente no coldre do policial e na arma que lá estava. Ela tirou uma arma branca de dentro do coldre, bem devagar e diferente do que eu pensava, ela também não colocou a arma da mochila.

Rey encarava o carro com a cabeça reclinada, ele olhava para o zumbi próximo do carro, o zumbi estava simplesmente dilacerado como se alguém tivesse explodido suas pernas, não olhei muito para evitar enjoos. Ele não se movia, mas tinha um dos braços esticados até a parte de baixo do carro, Rey se agachou para ver debaixo do carro, bem lentamente e vi sua expressão se surpreender fazendo um grande “O” com a boca. Ele deixou seu suporte no chão e começou a abrir lentamente a própria mochila, Carley, Harry e eu olhávamos com curiosidade, enquanto Rob e Matt olhavam para os lados em preocupação.

Depois de abrir a bolsa, Rey se agachou mais um pouco até quase deitar no chão, próximo ao zumbi, fiquei só olhando aquele zumbi com medo de algo ruim acontecer, mas Rey esticou uma das mãos para baixo do carro, e começou a fazer uma cara que indicava que ele estava aplicando força em alguma coisa. Ele começou a puxar algo relativamente grande de baixo do carro, ele puxou mais um pouco e vi um grande retângulo preto surgir. Rey se juntou mais perto do carro o que fez Carley lhe dar um chute leve na perna, ela olhava para todos os lados, parecia preocupada.

Eu também estava preocupada com aquela demora. Cada grunhido que eu escutava me fazia pensar se não estávamos chamando muita atenção, mas Rey ignorou Carley e levou ambas as mãos para baixo do carro, a expressão de força se fez em seu rosto novamente e pude ver o que ele puxou de debaixo do carro.

CARALHO!

Uma escopeta.

UMA PORRA DE ESCOPETA.

Ele tirou a escopeta com ambas as mãos e se ajoelhou em frente a própria mochila e começou a colocar lá, Harry dava um sorriso sem mostrar os dentes e Carley encarava com os olhos esbugalhados. A escopeta era tão grande que não coube na mochila, assim que Rey fechou o zíper, uma parte da escopeta ficou de fora, mas isso não tinha problema.

Nós temos uma PORRA DE ESCOPETA!

2 pistolas, 1 revolver e 1 escopeta.

Puta que o pariu.

Rey pegou seu suporte do chão e recolocou a mochila na frente, ele gesticulou a cabeça indicando que poderíamos seguir, Carley assentiu dando um sorriso fraco e se virou para frente para seguirmos. Estávamos quase no fim da rua, mais alguns passos e estaríamos prontos para virar a direita...

Virar a direita para entrar na Denbrough e vermos a real proporção dessa merda toda.

Ver o que aconteceu com todas aquelas barricadas, soldados, e oficiais da policia...

Apesar que minha consciência já sabia exatamente o que tinha acontecido...mas eu precisava ver com meus próprios olhos.

E eu vi.

Teve um outro momento que Matt parou a fileira porque viu uma pistola igual a que Rob pegara momentos atrás, mas ela estava simplesmente jogada no chão, próxima a outro zumbi policial. Não ficamos mais de dois minutos parados para isso então pudemos seguir em frente.

Finalmente chegamos ao final da rua e viramos a direita.

Jesus Cristo....

Parecia literalmente o fim do mundo.

A Av. Denbrough era uma extensa e larga avenida que servia de via principal para várias outras ruas que se conectavam com ela, como a Cezarius Phineas, também conhecida por mim como “a rua da escola” na qual acabávamos de sair. Os negócios que ficavam próximos as calçadas da Denbrough eram muito variados: Mercados, Lojas de Materiais de Construção, Lojas de Bicicletas, Quitandas, Papelarias... você encontrava de tudo por ali. E olhe que estou falando só da Denbrough em si! Não estou considerando as ruas que se convergiam com ela! Aquela avenida era um ponto muito movimentado, pois havia outras escolas além da que acabávamos de sair por ali nas outras ruas próximas...ou seja, havia pontos de ônibus, e é claro, muitos carros.

Agora, a visão que eu tinha do que costumava ser uma das principais avenidas do bairro era algo relacionado com o inferno.

A extensa avenida estava dominada por carros abertos, sangue no chão, ônibus parados, carros e jipes das forças armadas, barricadas destruídas e, é claro, MUITOS corpos.

Corpos que se movimentavam e corpos que estavam jogados no chão sem vontade de fazer nada era tudo que eu via, e a cada segundo que passava parecia vir mais e mais mortos por todas as ruas que se conectavam a Denbrough. E o som deles...

Parece um vespeiro.

Depois de ver os jipes e carros policiais, minha esperança foi por agua abaixo. Esta era a visão do fim do mundo, eu não conseguia imaginar uma maneira de sairmos dessa situação...uma maneira do vírus deixar de se espalhar...agora, eu entendia perfeitamente do porque os militares e policiais não tinham chegado até nós e do porque os alunos e professores não chegaram em casa ontem.

Eles estão todos aqui.

Todos estão mortos.

Me lembro da emissora de rádio que escutamos ontem a noite, e lembro que havia muito barulho e muita falta de sinal...eu tinha certeza que a cidade estava perdida depois de ver o que tinha acontecido em uma certa AVENIDA...imagine em um local maior, no qual há chances maiores de contaminação e do caos se instalar com mais facilidade.

Estamos fodidos.

Mas eu não podia paralisar aqui agora, não com meus amigos envolvidos, sinto a fila andar e retomo meu passo. Temos que chegar até o final da avenida, o que vai demorar uns 20 minutos sem interrupção, mas acredito que se acharmos algo útil, iremos parar, e é exatamente o que acontece depois de apenas dois minutos andando no meio daquela gente toda com muito cuidado.

Carley é que para a fila. Ela para ao lado de um carro de policia, dentro do carro, há dois zumbis. A porta do carro já estava aberta, vejo que há um FUZIL na posição vertical próximo ao meio das pernas do zumbi. Ela o tira lá de dentro com certa dificuldade e passa ele pra trás, para que Harry o pegue. Ele o faz enquanto abre a mochila lentamente, Rey,Rob,Matt e eu ficamos olhando para os lados para conferir se aquilo chamou a atenção.

Estamos nos arriscando demais!

Quando acho que Carley terminou, ela se esgueira mais para dentro do carro, não consigo ver o que ela está fazendo mas sei que ela está mexendo próximo do ombro de um dos zumbis. Ela  tira dois pequenos aparelhos de dentro do carro. Identifico os aparelhos como comunicadores...algo parecido com walkie talkies. Ela coloca a cabeça dentro do carro de novo.

Deus do céu! Chega!

Fico olhando para os lados pensando que tudo vai dar merda a qualquer instante. Carley tira a cabeça de dentro do carro e oferece um revolver igual ao que meu pai tem em casa...como é mesmo o nome?

Ele chama de “três oitão” mas sei que não é o nome...3...8....38? Foda-se. Preciso falar pra Carley parar.

Me esgueiro um pouco para o lado, afim de sair da fila pra cutucar Carley, mas antes que eu possa agir, ela coloca a cabeça para dentro novamente, só que ela se esgueira muito pra frente e quase cai dentro do carro, vejo através do vidro que ela está a centímetros de distancia do zumbi que está no banco de passageiro, ela estica a mão até a cintura do zumbi motorista. Meu coração gela, mas ela consegue sair, e com uma pistola em mãos. Ela entrega a mesma para Rey.

Espere...todos nós temos um revolver ou pistola agora. Imagine o quanto de armas pode-se ter aqui! Mas não podemos perder tempo, aqui está muito perigoso!

Preciso avisar a ela! É muito arriscado!

Me esgueiro novamente para o lado e consigo cutuca-la antes que ela começasse a puxar a fila novamente. Ela me olha e eu levanto a minha camisa para que ela possa ver a arma em minha cintura, quando ela olha, eu começo a gesticular com minha mão livre em direção a meu pescoço, passando minha mão de um lado para o outro abaixo do meu queixo, tentando mostrar que aquilo nos mataria. Ela me olha confusa e eu desisto desse gesto, só começo a balançar negativamente a cabeça e me comunicar com os olhos.

“Temos que parar com isso!” quero dizer a ela.

Ela parece entender depois de um tempo, ela morde o lábio inferior, olha para o carro e para os dois zumbis que estavam lá, depois ela suspira e assente lentamente.

FINALMENTE!

Ela começa então a apontar em direção ao próprio peito, dando duas leves estocadas lá. Eu não entendo e ela refaz o gesto, flexionando quatro dedos, deixando o dedão levemente curvado e leva a mão na frente da boca. Eu finalmente entendo.

Ela está fingindo ter um rádio na mão. Fingindo que fala com um rádio.

Ela agora começa a olhar para todos, e não somente para mim. Ela repete o gesto que insinua que há um rádio em suas mãos e depois gesticula para que fiquemos de olho.

Ela quer que peguemos rádios...comunicadores. Aqueles walkie talkies que ela pegou...

Eu dou de ombros tentando entender a necessidade, e ela me olha seriamente. Pelo que conheço dela, se ela pudesse falar comigo agora, eu facilmente a ouviria dizer “Dá pra fazer o que estou mandando, caralho?!”

Eu dou de ombros, Matt faz um sinal positivo enquanto Rob assente. Carley se vira pra frente e recomeça a andar.

É loucura. Eu falo pra pararmos de pegar armas por ai e ficar mais expostos e ela assente, mas ao mesmo tempo fala pra focarmos em pegar rádios agora. Comunicadores da policia!

Pra que isso?! Somos a SWAT agora?!

Estamos passando perto do “King’s Market”, um mercado mediano que possui ao lado uma entrada destinada a apenas caminhões. O local inteiro é cercado por uma grade de ferro, há muitos zumbis batendo na grade, tentando entrar dentro do estacionamento que consequentemente dava pra dentro do mercado.

Lembro de um dia, ao voltar da escola, entrar por aquelas portas de vidro em direção a sessão de guloseimas, pegava tudo que conseguia carregar e ia direto pro caixa. Tinha recebido minha mesada naquela semana então estendi orgulhosa a nota de 20...na saída tive que ter cuidado porque havia carros saindo de dentro do estacionamento, então tive que esperar eles passarem para finalmente ir em direção ao ponto de ônibus para voltar para casa.

Seria ótimo se conseguíssemos entrar no mercado. Mas com todos esses zumbis na Denbrough seria difícil, e...aquilo é um cadeado? E o que está escrito ali?

O mercado estava trancado com um cadeado, mas vi que o cadeado estava por dentro.

Zumbis tentando entrar...batendo na grade sem motivo aparente...

Se todos estão mortos lá dentro, não haveria motivo para os zumbis quererem entrar, já que eles querem apenas os vivos...querem nos devorar...

Do lado de fora, conseguia ver através do vidro que alguém havia apoiado um papelão enorme cobrindo parcialmente a visão do que poderia ter dentro do mercado.

A não ser que...

Neste mesmo papelão, havia algo grafitado escrito nele.

 

NÃO MORTOS

ABRA AQUI

 

A não ser que houvesse alguém dentro daquele mercado.


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