Heroína Rejeitada escrita por Camily


Capítulo 1
Vida no mar e uma missão inesperada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥
Boa leitura!



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O mar está como deveria.

Há ventos e ondas grandes, cheias de espuma. Os peixes nadam. Estrelas do mar estão sempre quietas, mas sempre penso que elas sorriem. E... sereias. Elas estão bem no fundo, escondidas, vivendo vidas divertidas ou solitárias que ninguém imagina.

Você acreditaria em mim se eu dissesse que elas festejam, tem casas - que na verdade são cavernas no mar! - ou que nem todas cantam bem? E se eu te dissesse que sereias nascem de ovos criados pelo rei do mar a cada sete meses?

Provavelmente, se eu perguntasse isso á um humano, ele iria responder "não".

Mas quem sou eu? Mais uma sereia que vive no fundo no mar? É, quase isso.

Eu era apenas mais uma a seis meses atrás.

O mar era tudo pra mim. Nunca pensei que um dia teria que deixá-lo. Amigos, festas no mar. Eu gostava de todas essas coisas! Apesar da vida de uma sereia ser, ás vezes, solitária, eu me divertia com todas aqui no mar e nunca desejei sair dele.

Mas naquele momento, eu tinha que deixá-lo, mesmo contra minha vontade.

                                             ☂ ☂ ☂

— Érica! Érica! - Valentina, minha melhor amiga, estava me chamando. Abri meus olhos, com muito sono. Achei que tinha dormido demais, mas o mar ainda estava escuro!

Olhei para ela. Valentina estava a mesma de sempre. Cabelos ruivos e olhos castanhos, sua cauda avermelhada e sua pele morena. Minha amiga é mesmo muito bonita! Ela parecia estar acordada bem antes de mim, me pergunto o que ela estava fazendo.

— Oi... - Resmunguei, ainda na minha cama de algas do mar. Era tão confortável, que não queria sair dali. Fiquei apenas encarando-a.

A água presente deixava os fios de cabelo de Valentina flutuando, enquanto ela estava com uma expressão irritada em seus olhos. Desde que começamos a morar juntas, ela vem me acordando cedo. Eu diria que ela é uma sereia muito responsável para sua idade, se ela não me acordasse apenas para me meter nas encrencas dela!

Brigas, discussões, é bem a cara dela. Ela tem dezesseis anos e adora se meter onde não é chamada. Perdi as contas de quantas vezes ela fez um escândalo. E eu? Tenho a mesma idade que ela e confesso que não sou nenhuma santa por aqui, mas sei disfarçar. Sou má quando é necessário, tenho que manter minha imagem de "boa sereia".

Minha aparência é comum. Tenho cabelos e olhos castanhos, uma pele clara e minha cauda é azul. Resumindo: Minha aparência é sem graça.

— Érica, levanta. Antes que eu tire você dessa cama á força! - Disse ela, com um ar ameaçador, enquanto cruzava os braços. - Não estou com paciência para esperar.

— O que foi agora? - Falei, nadando para sair da minha cama. - Val, se for outra das suas confusões com sereias, estou fora! - Cruzei os braços, demonstrando estar irritada.

Ela hesitou um pouco em falar.

— Não, não é isso. Dessa vez é sério. Por favor! - Valentina insistiu, fazendo uma expressão chateada e balançando a cauda lentamente. Pensei um pouco, mas ao olhar nos olhos dela, toda minha raiva sumiu.

— Tudo bem - Dei uma risadinha, ela rapidamente abriu um sorriso. - Mas então, o que você quer? Correr com golfinhos?

Lembro-me de uma vez que estávamos acompanhando golfinhos, Valentina trombou em uma rocha e acabou machucando o braço. Naquele dia, eu acabei não vendo o acidente e continuei seguindo os golfinhos sozinha. Ela ficou bem zangada, pobre Valentina. A ideia foi dela, de qualquer forma.

— Com golfinhos? Claro que não! - Ela começou a nadar em volta do quarto, animada. - Vamos para a superfície, Érica!

— Superfície? - Franzi a testa. No que ela estava pensando? Ela queria observar o lar de humanos? Fiquei insegura. - Valentina, você sabe que é perigoso. Se um humano nos ver, nós...

— Eu sei. - Me interrompeu. - É por isso que vamos ficar escondidas. Tem uma rocha grande perto de uma praia, é perfeita!

Sim, perfeita para nos metermos em uma encrenca!, pensei.

O rei do mar, e seus soldados do mar. Se um humano nos visse e eles nos pegassem... estaríamos ferradas! Nenhum humano pode saber nossa identidade, ou pelo menos, o rei não quer que eles saibam.

— E por que você cismou com essa ideia? - Perguntei, ainda confusa. Valentina sempre odiou humanos, isso não fazia sentido algum! - Não vou me meter nisso.

Estava pronta para deitar novamente, quando Valentina começou a falar:

— Espera. Eu sei que pode parecer estranho! Mas do lado da praia, há uma... casa. Eu acho que é uma casa. E dá pra ouvir músicas de dentro dela! Parece que tem pessoas cantando e tocando, temos que ir lá ouvir. Você também não gosta? De cantar, por exemplo?

Fiquei constrangida e comecei a mexer no meu cabelo para disfarçar. Eu e Valentina adoramos cantar, mas minha voz é horrível. E a dela... é uma voz maravilhosa! Eu odeio admitir, mas tenho inveja.

— Eu gosto. Mas eles já devem ter parado, não é? Se não... eu estou dentro. - Eu disse.

Depois de tudo, eu queria ir. Acabei ficando curiosa com essa ideia.

— Provavelmente não. Faz alguns dias que estou indo lá ouvir, eles sempre tocam quando está escuro.- Disse ela, animada. - Victoria também insistiu para ir, então ela vai com a gente.

Até a Victoria? Achei que ela nunca aceitaria isso!

Victoria é a irmã de Valentina, dois anos mais velha. Ela é divertida e me trata como uma irmã, mas ela e Val não se dão muito bem. Na verdade, Victoria adora a irmã, mas Valentina parece a odiar. A relação das duas é complicada.

Pensei um pouco, mas no fim acabei aceitando ir. Afinal, o que poderia dar errado, não é mesmo?

Eu poderia encontrar o Yan também. Yan é meu amigo bruxo, que eu conheci "sem querer" quando trombei em uma rocha enquanto nadava. Ele ficou apenas rindo da minha cara, e até hoje, ainda não sei porque nos tornamos amigos. Talvez seja porque nós dois somos chatos.

Valentina e eu nadamos para fora da nossa casa, que era uma caverna cheia de corais e algas em volta. Tinha tamanho médio, e não era tão distante da praia.

Nos encontramos com Victoria na superfície e ficamos por lá até amanhecer. E foi depois desse dia que eu comecei a visitar a superfície sempre, escutando músicas ou observando o céu. Nenhum humano nos veria de noite.

Foi o que eu pensei.

                                             ☂ ☂ ☂

Já fazia dois meses desde que passei a visitar a superfície todos os dias.

Apoiando a minha cauda em uma rocha, eu observava o céu, escuro e cheio de estrelas. Estava muito quieto. Quieto até demais. As ondas eram o único barulho na praia.

Até que notei uma presença. Eu sabia exatamente quem era.

— Yan? - Chamei por ele. Yan, o bruxo. O bruxo que é meu amigo! Sobre o jeito dele... ele é irônico e chato ás vezes, mas como eu disse, eu também sou. A diferença é que eu sou mais comportada do que ele.

— E aí, sereia. - Disse Yan, aparecendo magicamente em cima de uma árvore. Ele estava invisível esse tempo todo, me observando! Maldito bruxo...— Enjoou do mar? - Ele fez bico.

Yan tem a mesma idade que eu, cabelos pretos - quase azuis - e olhos verdes. Ele estava com sua roupa preta de sempre. Não tinha um chapéu como os bruxos de histórias, ou talvez, ele não usava porque odeia seguir regras.

— Só estou aqui pra passar o tempo. E você, senhor bruxo? Por que está aqui? - Falei em um tom irônico. Yan abriu um sorriso, pulando da árvore e ficando próximo a rocha que eu estava sentada.

— Nada demais. Estou verificando se você não vai encalhar na areia. - Ele mostrou a língua pra mim, rindo. Mostrei a língua de volta e cruzei os braços. - Brincadeiras á parte. Eu gosto de ver o céu á noite também.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, até que resolvi perguntar:

— Yan, você acha que a vida de uma sereia é solitária?

— Por que está me perguntando isso? - Ele franziu a testa. - Eu acho que não... bem, depende. Se você quiser, posso te fazer ter pernas e a gente vai fugir juntos. - Ele foi irônico. Como um bruxo, ele poderia mesmo me transformar em uma humana? Isso seria... interessante, mas eu prefiro a vida no mar, de qualquer forma.

— Só sonha, bruxinho. - Eu ri.

Por algum motivo, Yan nunca diz meu nome. Provavelmente é o orgulho.

Eu iria falar mais alguma coisa, mas um barulho me assustou. Barulho de passos. Olhei para trás de mim, procurando de onde estava vindo o barulho. Levei um susto enorme quando vi, era um humano chegando na praia!

O que um humano fazia aqui à essa hora?

Yan e eu nos olhamos, e ele rapidamente ficou invisível com sua magia. Entrei em desespero, não estava conseguindo descer da rocha. Fiz um esforço maior, até que entrei no mar. Afundei um pouco e suspirei aliviada. Ele não me viu.

Ou pelo menos era o que eu achava. Senti uma mão me puxando pra cima e entrei em desespero. O humano me puxou para cima!

— Você está bem? Se afo... - Perguntou ele, enquanto eu estava em choque. Eu acho que ele iria perguntar "se afogou?", mas se surpreendeu com a minha cauda. Ele achou que eu era uma garota normal me afogando?

Merda, merda, merda. Não, não! Não acredito nisso!

Fiquei encarando. Ele estava com um guarda-chuva por algum motivo, e tinha olhos verdes e cabelos loiros. Eu entrei em choque, e pelo visto, ele também.

— P-por favor, me solta. - Falei, em pânico. Eu estava tremendo. Não, não era medo dele. Eu tinha medo pensando no que fariam se descobrissem que um humano me viu!

O rei do mar... o que ele faria?

Sereias são um segredo. E eu acabei sendo vista por um descuido.

— Isso é... de verdade? - Ele apontou para minha cauda, ainda confuso.

— Me solta... - Sussurrei. O humano ficou quieto, me encarando.

— Você tem uma cauda! - Gritou ele, enquanto me segurava.

Yan, ainda invisível, soltou um feitiço que atingiu o humano, fazendo-o desmaiar. E com um movimento rápido entrei no mar novamente, e só então percebi que um dos guardas do rei, me viu.

Eu estou ferrada!

Nadei muito rápido, tentando fugir. Mas não adiantou. Ele chamou outro guarda, e os dois me alcançaram, me segurando pelos braços. Olhei para eles. Eles não tinham uma cauda, pareciam mais espíritos do mar. Apesar de que, não existe homens-peixe no mar. Somente o rei.

— Me deixem ir! - Gritei, me rebatendo.- Eu não fiz nada!

Eles não me responderam, só estavam me arrastando para o rei, provavelmente.

Eu cheguei em uma caverna enorme, com vários portões. Estava cercada de corais estranhos.

Me rebati mais, só que os dois me seguravam com muita força. Eu não tinha chances. Procurei me acalmar, enquanto me levavam até o rei. Estávamos na frente dele. O rei estava sentado em um trono e segurava um cadeado mágico, provavelmente ganhou isso do Grande Bruxo - era como chamavam o líder dos bruxos - afinal eles eram grandes amigos. Yan me contou isso.

Ele tinha um olhar assustador. Foi então que um dos guardas que me seguravam, falou:

— Majestade. Uma tola foi pega com um humano. Ela permitiu que um humano descobrisse sobre sereias.

Uma tola? Eu vou socar esse guarda! Além disso, eu não permiti nada!

— Érica. - Disse o rei, irritado. Já havia visto ele antes, quando eu me perdi e acabei vindo para a sua caverna, por descuido, então ele sabia meu nome. E já sei que ele não vai com a minha cara. - O que significa isso? Explique-se.

— Eu... estava na praia com o meu amigo bruxo - Comecei a explicar. - E estava escuro! Achamos que ninguém iria aparecer. Mas então, um humano apareceu. Ele me puxou para cima pensando que eu era uma garota se afogando, e... d-deu nisso.

Ele ficou em silêncio, analisando minhas palavras.

— Você sabe porque existe a regra "Não vá para perto do lar de humanos, em hipótese alguma"? No que vocês estavam pensando?! - Gritou ele, furioso, se levantando do trono. - Essa atitude pode prejudicar á todas as sereias!

Cerrei os punhos.

— Foi só um humano! - Me defendi, começando a me irritar. - Por que você tem tanto medo que eles descubram sobre nós?! Se sente ameaçado? - Provoquei, e senti que não deveria ter feito isso.

Ele continuou quieto, e me arrependi do que tinha falado.

— Desculpa - Sussurrei, abaixando a cabeça e mexendo no meu cabelo, nervosa.

— Nenhum humano deve saber. E ponto final. Somos um segredo, Érica. - Ele falou, voltando a se sentar. - Se não dar um jeito nisso... você será expulsa do mar. E se voltar depois disso, terei que decretar punições mais graves.

Entrei em desespero. Eu não podia deixar minha casa! E minhas amigas... Valentina, Victoria... o que elas pensariam? Não, não, não!

— E-espere! Eu vou dar um jeito nisso! O-o que eu tenho que fazer? - Gaguejei, ainda tentando absorver aquelas palavras duras.

— Ou você dará um jeito de fazer ele esquecer, ou o matará. E a melhor opção seria matá-lo, obviamente. Você tem seis meses para fazer isso, ou estará expulsa e procurada pelos guardas. E sugiro você começar isso logo, antes que ele conte para alguém. Estou vigiando. - Ele cruzou os braços. - Fale com esse seu "amigo bruxo", provavelmente será mais fácil se você se infiltrar entre eles. Isso é... ter pernas.

Era muita informação pra mim. Pernas? Eu iria ter que fingir ser um deles? E matar? Matar alguém inocente? Isso não era pra mim. E como eu faria ele esquecer? Será que Yan consegue fazer esse feitiço?

De um modo ou outro, eu estou ferrada.

— Entendido - Falei, sem pensar. - Eu consigo fazer isso.

Na verdade, eu estava nervosa. Fazê-lo esquecer seria a opção mais fácil, mas os bruxos conseguem fazer isso em humanos? Se não, como eu iria fazer isso?

O rei me explicou tudo que eu precisava e se desculpou por precisar fazer isso. Mas eram as regras. Humanos não podem saber, ou podem ser uma ameaça.

Eu precisava encontrar o Yan.

                                             ☂ ☂ ☂

Fui até a superfície novamente, o céu estava mais claro. Como eu imaginei, Yan estava esperando por mim em cima da árvore.

Ergui minha cabeça para fora d'água, ainda confusa.

— Você não parece bem. Aconteceu alguma coisa? - Perguntou ele, indiferente.

Fiquei em silêncio, de cabeça baixa.

— O coroa do mar gritou com você? - Dessa vez ele parecia mais sério, Yan pulou da árvore e se aproximou do mar.

— Eu só tenho seis meses. - Falei, baixinho.

— Seis meses? - Yan franziu a testa. - Pra quê?

— Eu tenho que matá-lo. O humano que me viu, eu preciso matá-lo. Ou fazê-lo esquecer sobre hoje. - Sussurrei. - Se eu não fazer... serei expulsa do mar. Você pode fazer ele esquecer com magia?

— Magias tem efeito colateral em humanos. Ele pode morrer do mesmo jeito se eu fazer uma magia tão grande. Sugiro que você mesma faça isso. - Ele respondeu. Assenti com a cabeça, ainda chateada.

Eu estava perto de chorar. No que eu fui me meter?

Segurei as lágrimas, mas Yan percebeu.

— Ei, ei, ei. Não precisa fazer isso. Se quiser você pode morar comigo. Posso te fazer pernas com magia e você não precisará do mar. - Yan estava tentando me consolar, mas não deu muito certo.

— O mar é minha casa, ele é tudo pra mim. Não aguentaria ficar longe dele. - Olhei séria para o Yan. - Eu apenas preciso de sua ajuda para encontrar esse humano. Vou precisar das pernas.

Ele suspirou, como se já esperasse isso.

— Tudo bem, teimosa. Não diga que não avisei. - Disse ele, se preparando para fazer o feitiço.

Yan fez um rápido movimento com as mãos e eu senti uma sensação estranha. Minha cauda começou a sumir!

Eu ainda estava com apenas a cabeça para fora do mar, minutos depois a transformação estava completa. Yan pareceu estar constrangido e me estendeu um vestido branco, que ele mesmo criou.

Percebi o que havia acontecido. Eu estava nua!

Tomei o vestido da sua mão e fiz um sinal para que ele se virasse. Vesti rapidamente, de qualquer jeito.

— Obrigada, Yan - Agradeci.

— Sem problemas, sereia. - Ele riu. Yan não consegue ser sério, nem em um momento como esse?

Experimentei andar, igual Yan e os humanos faziam. Mas eu não estava acostumada com isso. Minhas novas pernas bambearam, e eu caíria no chão se Yan não me segurasse. Fiquei com vergonha e já iria agradecê-lo, mas ele começou a rir da minha cara.

Olhei brava, e comecei a dar tapinhas no ombro dele.

— Para de rir! - Falei, constrangida.

— Vai precisar se acostumar com isso. - E pelo visto ele não estava querendo me motivar.

Mal tinha criado pernas, e já queria minha cauda de volta. Ótimo.

Eu voltaria para o mar á noite para explicar melhor a situação para Valentina e Victória. Não poderia deixá-las sem dar satisfação.

E agora, tenho que achar esse humano. Ele deve morar aqui perto, talvez eu tenha sorte e o encontre na praia de novo. 

Respirei fundo. Tudo bem, eu só precisava... matá-lo. E tudo voltaria ao normal. Isso será fácil, tendo Yan como ajuda.

Eu tenho seis meses.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos no próximo ♥



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