O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 5
O Dia da Lua




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“Doutor!” River chamou, sua voz cheia de desespero. “É o Canton! Ele disse que levaram a Rose.”

O Doutor não perdeu tempo e pulou na TARDIS logo em seguida, pilotando até o orfanato para encontrar sua Rose. Chegando lá, eles encontraram Canton e Amy no quarto em que possivelmente Rose estava.

“Ouvi o grito de Rose e tentei correr para ajudá-la, mas eles trancaram a porta do quarto em que eu estava.” Disse Amy ainda nervosa.

“Eles quem?” Perguntou o Doutor enquanto Rory foi tranquilizar sua esposa.

“As criaturas.” Disse Canton. “Eu encontrei o nano-gravador de Rose no chão. Eles devem tê-lo tirado.”

O nano-gravador começou a tocar a voz de Rose. “Há alguém aí? Está escuro, muito escuro. Eu não sei onde estou.” Ela dizia.

O Doutor tomou para si o nano-gravador da mão de Canton. “Rose, onde quer que esteja, eu vou encontrá-la. Eu prometo.”

“Você sabe que ela não pode te ouvir.” Disse River.

“É aí que você se engana. Temos uma ligação e posso confortá-la.”

“A criatura.” Canton se lembrou. “Eu atirei em uma delas no escritório de Renfrew.”

Eles foram até o escritório e a criatura estava lá, ferida. Oportunidade perfeita para um interrogatório.

O Doutor se abaixou para ficar frente-a-frente da criatura derrubada. “Quem e o que é você?” Ele disse com tom de raiva.

“Silêncio, Doutor. Nós somos o Silêncio.” O Doutor logo se lembrou das vezes que ouviu falar sobre o Silêncio. O Prisioneiro Zero, Rosanna Calvierri e a própria Rose.

“O Silêncio cairá.”

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O Silêncio ferido foi levado para a prisão na Área 51. Canton o manteve em observação e tratamento médico enquanto que o Doutor, Rory, Amy e River investigavam a roupa de astronauta que encontraram no orfanato. Com certeza a garotinha voltou para lá e agora estava completamente desaparecida.

“É um exoesqueleto.” Disse River, analisando com seu scanner. “Basicamente, um suporte de vida.”

“Quem era ela e por que colocá-la aqui?” Perguntou o Doutor não querendo mostrar sua aflição, mas temia pela vida de Rose nas mãos de criaturas que ele mal conhece. Já fazia tempo que ele não ouvia a voz dela. Aliás, desde que ela foi sequestrada, ela passava mais tempo desacordada do que acordada.

“Essa roupa tem armamentos e pode hackear qualquer sistema.” Continuou River.

“Inclusive linhas telefônicas?”

“Facilmente.”

“Isso faz sentido, muito sentido.” O Doutor começou a passear de um lado para o outro enquanto pensava. “A criança fica assustada e ela liga pra pessoa mais importante da Terra. Mas por que criar uma criança?”

“Para mantê-la a salvo? Oferecendo sua independência?” Sugeriu River.

“É possível que não seja uma menina qualquer.”

“Bem, eu diria que ela é humana, pelo software de suporte.”

“Mas?” O Doutor se aproximou da roupa para ver o que River queria mostrar.

“Ela pulou pra fora da roupa. Parece que forçou a saída. Deve ser incrivelmente forte.”

“Incrivelmente forte e fugitiva. Já gosto dela.”

River deu um sorrisinho com as palavras do Doutor, mas não deixou que ele percebesse.

“Ainda não entendo por que eles utilizaram uma garotinha.” Disse Amy com Rory ao seu lado observando. “Quer dizer, eles poderiam usar qualquer pessoa que coubesse nessa roupa.”

“Ainda não acredito que eu atirei nela.” Disse Rory com voz de culpa. “Eu podia tê-la matado.”

“Não foi sua culpa.” Amy o confortou.

Nessa hora, o comunicador do Doutor apitou informando uma nova mensagem. Era de Canton que conseguiu gravar o vídeo que eles queriam. Uma vitória no meio da aflição. O Doutor mostrou o vídeo aos seus companheiros.

“Mas como um vídeo vai nos ajudar a encontrar a Rose?” Perguntou Rory.

“Eu posso rastrear o sinal e nos levar direto a ela.” Respondeu o Doutor.

“E por que não fez isso antes?”

“E depois? Não é uma invasão alienígena. Eles moram aqui há muito tempo. Eu precisava de algo para pará-los.”

“Essa gravação os mantêm em custódia. A raça humana matará todos eles!” Informou River Song ao Doutor.

“Eles são os parasitas! Uns parasitas que usaram uma criança como uma arma e cometeram o erro de sequestrarem minha esposa!”

“Vai permitir um genocídio?”

“Vou deixar o destino da raça nas mãos dos próprios humanos.” Retrucou o Doutor. “E não se preocupe comigo. Rose sempre me faz ser melhor.”

Disso, River não tinha dúvidas.

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Rose abriu seus olhos e gemeu com a dor da luz em seus olhos. Ela logo percebeu que estava com as mãos e pés amarrados em uma mesa inclinada. Ela tentou se soltar, mas nada aconteceu.

Um dos Silêncios se virou ela. “Você é Rose Tyler.”

“Eu sei meu nome.” Ela retrucou.

“Nós faremos com que seja honrada. Você trará o Silêncio.”

“Não sei o que quer dizer, mas cometeu um erro em me trazer aqui.”

“Ninguém encontrará você.” O Silêncio provocou. “Você irá dormir agora.”

O Silêncio estava manipulando a dormir quando a TARDIS começou a se materializar. Rose sorriu com a chegada de seu amado e companheiros.

O Doutor foi o primeiro a sair analisando o local em que estavam. “Rory e River, mantenham sempre um Silêncio na mira, e Amy, ajude a Rose com as amarras.”

Amy foi direto até Rose, enquanto que River apontava sua arma e Rory observava as criaturas. Ele não poderia fazer muita coisa sem uma arma também, então ele decidiu ajudar Amy a soltar Rose.

“Já viram o que está na TV?” O Doutor dizia. Ele pegou uma televisão típica da época e pôs no centro da sala. Sua voz parecia mais jovial. “Olá, Rose! Vim resgatá-la, como pôde ver. Agora, fiquem onde estão. Estou confiante hoje, o que é ruim pra vocês. E esta é nossa amiga, River. Ela é esperta e tem uma arma. Diferente de mim, ela não liga em atirar nas pessoas. Que fique claro que eu não aprovo!”

“Obrigada mesmo assim.” Disse River sempre mantendo a mira.

“Sei que agem como uma equipe, mas ela vai matar os primeiros três de vocês...”

“Sete, facilmente.” River disse enquanto ela e o Doutor estavam costas com costas.

“Sete? É sério isso?”

“Talvez oito.” Ela desafiou.

“De onde você é?”

“Hey! Eu sou a prioridade aqui!” Rose chamou a atenção.

“Certo, desculpe.” Disse o Doutor. “Como eu dizia, eu sei que vocês têm interferido na história por milhares de anos. Pessoas sofreram e morreram. Para quê ter dois corações se não pode ser generoso de vez em quando? Por isso, estou disposto a aceitar sua rendição e deixá-los em paz.” O Doutor ficou cara-a-cara com uma das criaturas, mas a resposta não veio. “Oh, o Silêncio. Tudo bem, me pegaram! Não ia deixar assim tão fácil. Seria legal, mas não é Natal.”

Rory e Amy conseguiram soltar Rose das amarras e tiveram que ajudá-la a caminhar para TARDIS.

“O que ele está planejando?” Rose quis saber, parando para observar a trama do Doutor.

“Eu não faço ideia.” Respondeu Amy.

“Primeiro, falem-me sobre a garota. Quem é ela? Por que ela é importante? Para que ela serve?” Perguntou o Doutor para o Silêncio, mas ele não respondeu. “Amy, você pode ligar a TV?” Ele pediu com um meio-sorriso.

“Claro!” Amy disse e ligou a TV ainda sem entender, enquanto que o Doutor fazia uma rápida ligação para Canton.

“Pronto?”

“Pronto!”

A tensão era grande e palpável, principalmente quando Neil Armstrong começou a dizer suas icônicas palavras pela TV. “Um pequeno passo para o homem...”

“Deveriam nos matar assim que nos vissem... Deveriam nos matar assim que nos vissem... Deveriam nos matar assim que nos vissem...” A imagem gravada do Silêncio interrompeu a do Armstrong.

“Acabaram de dar a ordem para sua própria execução e o planeta inteiro os ouviu.” Disse o Doutor.

“...mas um grande salto para a humanidade.” As palavras de Neil Armstrong retornaram enquanto que o mundo inteiro atiravam nas criaturas para matá-las.

Rose ficou impressionada com a inteligência de seu marido. Ele sempre dá a volta por cima.

“O quão rápido vocês podem correr?” Perguntou o Doutor. “Porque hoje é o dia no qual a raça humana expulsou vocês do planeta deles. E quer saber? Eu não ligo! Oops.”

Raios elétricos começaram a se formar enquanto o Silêncio na frente do Doutor se preparava para atacar.

“Corram! Galera, isso foi pra gente! CORRAM!” O Doutor deu a ordem e River começou a atirar nas criaturas.

As criaturas soltavam raios elétricos por toda parte. Rory puxou Amy pro seu lado e o Doutor puxou Rose para o seu. Os quatro foram agachados até a segurança da TARDIS, somente River ficou atirando nas criaturas. Foi um verdadeiro caos até entrarem na nave, mas eles viram que River não perdeu a coragem e ainda prevalecia no ataque.

Dentro da TARDIS, o Doutor pôs a Rose sentada na cadeira do capitão e Amy estava ao lado para dar apoio. Ele examinou sua esposa com a chave de fenda sônica, mas não detectou nenhum mal físico.

Rory percebeu que o barulho do caos do lado de fora havia cessado, então ele foi ver se River estava bem. Abrindo a porta, ele deu de cara com ela segurando sua arma aguardando reação das criaturas caídas no chão. Aparentemente já estavam todos mortos.

“O Doutor não viu isso, ele viu? Ele vai ficar irritado porque ele não aprova.” Disse River se virando para Rory.

“Então, que tipo de doutora você é?”

“Arqueologista.” Um Silêncio ficou de pé atrás dela, mas ela o atirou com prontidão sem nem olhar pra trás. “Eu amo as tumbas.” Ela guardou sua arma e embarcou na TARDIS.

Após constatar que estavam todos bem, o Doutor materializou a TARDIS de volta ao escritório do Presidente para despedidas. O Doutor deixou uma sugestãozinha ao Nixon para ajudar Canton a se casar.

“Preciso voltar ao meu lugar.” Disse River quando a TARDIS se desmaterializou de novo.

O Doutor olhou para Rose e viu que seus olhos pediam para ele convencê-la a ficar. “Por quê? Você poderia ficar aqui.” Ele disse.

“Eu já escapo o suficiente, obrigada.” Ela respondeu de volta. “E tenho uma promessa a cumprir.”

“Eu não entendo.” Disse Rose. “Você prometeu ficar numa prisão?”

“Foi melhor assim. Em breve, vocês entenderão.”

Como decidido, a TARDIS foi materializada em um dos corredores da prisão de Storm Cage, em frente de cela vazia e aberta.

O Doutor e Rose saíram juntos com River Song. O casal ficou à porta da TARDIS enquanto que River foi à sua cela e a fechou. Eles acenaram adeus e o casal foi embora. Um dia, eles irão entender.

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Seis meses depois...

Nas ruas de Nova York, um mendigo fazia seu trabalho diário de catar nas lixeiras o que fosse necessário para ele. Uma criança apareceu no beco atrás dele. Ela tossiu e o mendigo logo se preocupou.

“Você está bem?” Ele perguntou. “É uma garotinha! Tudo bem?”

“Está tudo bem.” Ela disse fracamente. “Mais ou menos. Eu estou morrendo.”

O homem logo sentiu pena da garotinha. O que ela fazia sozinha na rua?

“Mas eu posso dar um jeito nisso.” Ela voltou a falar. “É fácil, na verdade.” Ela estendeu as mãos e elas começaram a brilhar. “Viu?”

O homem correu de medo ao ver uma garota brilhar no corpo inteiro, da cabeça aos pés. De longe ele sentiu uma explosão, mas não voltou para ver o que havia acontecido com a garotinha.

Ela já não era mais a mesma.


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Notas finais do capítulo

Vocês estão vivos? Pois aguentem aí que o próximo capítulo é um interlúdio para complementar a história. Até logo!



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