O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 25
A Garota Que Esperou


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Finalmente um novo capítulo está sendo lançado! Mais uma vez estou em vésperas de espetáculo e tenho ensaio todo dia, mas continuo escrevendo assim que posso. Aproveitem o novo capítulo!



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“Apalapucia.” Disse o Doutor.

“Diga de novo.” Pediu Amy.

“Apalapucia.” O Doutor enquanto apertava alguns botões no console.

Amy e Rory estavam do outro lado do console e estavam confusos com a palavra que o Doutor disse. “Apalapu...” Amy tentou repetir.

“...cia. Apalapucia.” Rose terminou a palavra enquanto entrava na sala de controle. Ela não ficava sem sua xícara de chá. “O Doutor me falou desse lugar. Não é só uma palavra bonita, é um mundo belíssimo.”

O Doutor concordou. “Foi votado como o planeta número 2 entre os dez melhores destinos para os mais exigentes viajantes intergalácticos.”

“Por que não ir ao número 1?” Rory perguntou.

“Um tédio! Todos vão para o número 1, o planeta das cafeterias! E Rose prefere chá.” O Doutor argumentou e caminhou até a porta da nave. “Apalapucia tem pôr-do-sol, pináculos e elevadas colunas de prata! Eu vou dar a vocês...” O Doutor abriu a porta e Rory foi o primeiro a espiar o lado de fora.

“Portas.” Rory disse decepcionado.

O Doutor ficou confuso e viu que o lado de fora era só um espaço em branco com uma porta dupla no outro extremo. Ele, Rory e Rose se aproximaram da porta dupla que parecia um elevador.

“Vocês viram meu telefone?” Perguntou Amy ainda na porta da TARDIS.

“Seu telefone? Para quê? Atualizar seu Twitter?” Perguntou o Doutor.

Rose rolou os olhos e respondeu à Amy. “Acho que você deixou no balcão, perto dos DVDs.”

“Obrigada.” Amy agradeceu e entrou de volta na TARDIS.

“Como vamos entrar?” Rory perguntou.

“Eu não sei. Aperte um botão.” O Doutor apontou para a parede, onde tinha dois botões.

O Doutor deixou Rory fazer a escolha entre o botão verde com a legenda ‘âncora verde’ e o botão vermelho com a legenda ‘cachoeira vermelha’. Ele escolheu o verde e a porta dupla se abriu.

“Ok.” O Doutor suspirou decepcionado. “Vamos adiar as colunas de prata.”

Os três entraram na sala branca devagar, olhando em volta e as portas se fechando atrás deles. Na sala tinha uma mesa com três cadeiras, uma lupa grande no centro da mesa e outra porta dupla do outro lado.

“Hey! Está trancada!”

Eles ouviram a voz da Amy do outro lado da porta.

“É só apertar o botão.” Rory respondeu a ela.

Amy demorou a entrar na sala, então Rory decidiu ir atrás dela.

“Onde ela está?” Rory perguntou depois que abriu a porta não viu Amy em lugar nenhum. “Para onde e quando foi minha esposa?”

O Doutor olhou para Rose enquanto ela sentava em uma das cadeiras e olhava intensamente para a lupa. Rose apertou um botão verde na lupa e uma imagem da Amy apareceu no vidro.

“Eu acho que a encontrei.” Disse Rose.

O Doutor e Rory foram para o lado da Rose e também viram Amy.

“Onde eu estou?” Perguntou Amy através da lupa.

Eles não tiveram muito tempo para pensar, pois a porta do outro lado se abriu e um robô branco sem rosto invadiu a sala.

“Bem-vindos ao Instituto Dois Fluxos.” Disse o robô. “Sua visita será longa?”

“Doutor, algo está acontecendo.” Rose avisou e viu a imagem da Amy sendo cortada e movendo de posição.

O Doutor usou sua chave de fenda para consertar a imagem. O robô levantou uma mão para o Rory e perguntou de novo. “Sua visita será longa?”

Rory recuou um pouco. “Qual a resposta certa para não nos matar?”

“Onde estiveram?” Eles conseguiram comunicação com Amy novamente. “Faz uma semana que estou aqui.”

“Uma semana?!” O Doutor exclamou surpreso. “Sinto muito. Mesma sala, momentos diferentes! Dois fluxos temporais em velocidades diferentes!”

“Por isso o robô disse que aqui é o Instituto Dois Fluxos!” Disse Rose.

Rory gritou por ajuda e a imagem de Amy sumiu de novo.

Depois de alguns minutos, Rory entendeu que o robô estava escaneando com a mão. De acordo com o Doutor, a mão era de pele humana enxertada no robô.

O Doutor conseguiu estabilizar a imagem da Amy mais uma vez.

“É melhor o Rory ir atrás da Amy.” Sugeriu Rose. “Ela deve ter apertado o botão vermelho e entrou em um fluxo diferente.”

“Sim, eu vou fazer isso.” Rory disse e saiu da sala pela porta que entrou.

O robô continuava esperando por uma resposta dos viajantes e nada fez. Em instantes, Rory retornou com uma cara confusa e sem a Amy.

“Ela não estava lá.” Rory disse.

“Mas ela aparece aqui na lupa.” Disse Rose também confusa com a situação.

“Eu juro que não saí daqui.” Amy falou através da lupa.

“Então, não podemos segui-la. Nunca é simples!” O Doutor reclamou e foi de encontro com o robô. “Ouviu isso, Robô-mão? Ela só apertou o botão errado. Somos alienígenas e não sabíamos!”

“Declaração... rejeitada. Apalapucia está sob quarentena planetária. Esta é uma instalação de tratamento para pessoas infectadas com Chen7.”

Imediatamente, o Doutor puxou seu casaco para cobrir seu rosto. Rory e Rose imitaram o movimento para se protegerem também.

“O que é Chen7?” Perguntou Rory.

“É a praga de 1 dia. Se pegar, você morre em 1 dia.” Respondeu o Doutor.

“Esta é uma área estéril. O horário de visita é agora.” Com esta declaração, o robô juntou as mãos e sumiu em teletransporte.

“Área estéril, estou seguro.” O Doutor murmurou, mas estava aliado. Ele sentou em uma cadeira ao lado de Rose.

“E quanto a mim?” Perguntou Amy.

“Chen7 só afeta raças de dois corações, como os Apalapucianos.”

“E os Senhores do Tempo.” Rory percebeu.

“Sim, Rory, obrigado por lembrar.” Disse o Doutor. “O tempo passa mais rápido no lado da Amy. Lá, o tempo é comprimido. A lupa sincroniza os fluxos para os visitantes! Poderia ficar só um dia e assistir suas vidas inteiras!”

O Doutor pensou um pouco e pegou a lupa da mesa. Ele se moveu pela sala até encontrar a imagem da Amy de novo.

“Tudo bem, Amy. Estamos com você. Vou levar a lupa temporal para a TARDIS e usá-la para encontrar você.” O Doutor usou sua chave de fenda sônica na lupa e um alarme disparou instantaneamente. “Amy, ache um local seguro e deixe um sinal. Lembre-se: você é imune ao Chen7, mas não aceite nada deles.”

Amy pressionou o botão de Check-in e passou pela porta do outro lado da sala. Antes da porta de fechar, ela se virou e ficou de frente pra eles. “Rory, eu amo você. Agora, venha me salvar. Vamos.”

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O Doutor, Rose e Rory voltaram para a TARDIS com a lupa. O escaneamento que o Doutor fez serviu para travar o sinal da Amy permanentemente. O Doutor acoplou na TARDIS e buscou por ferramentas. A ferramenta que ele queria era um par de óculos pretos.

“Como eu pareço?” O Doutor perguntou.

“Ridículo.” Respondeu Rory sem muita paciência para perder tempo. Sua esposa estava perdida e ele queria muito encontrá-la.

“Óculos são legais.” O Doutor pôs os óculos no Rory e acenou.

“É uma câmera.” Disse Rose apontando para o monitor. O monitor mostrava as imagens que Rory estava vendo.

“Você vai invadir Dois Fluxos e resgatar Amy.” O Doutor contou a ele. “Você será nossos olhos e ouvidos.”

“Nossos? Pensei que eu fosse com ele. Afinal, nós dois procurando por ela pode ser mais rápido.” Questionou Rose.

“Rose, eu preciso que você fique aqui.”

“Mas eu sou imune, não é? Tenho só um coração, então eu posso ir lá fora.” Com a declaração de Rose, o Doutor ficou calado e ela notou que ele tinha algo pra dizer e não queria dizer. “Você acha que eu posso estar...”

“Eu literalmente preciso de você aqui. O sistema para localizar Amy deve ser ativado no manual e é um trabalho para duas pessoas. Vou precisar de uma ajuda extra e você entende mais de TARDIS do que Rory.” O Doutor explicou.

Rory ficou um pouco confuso da conversa que o casal teve, mas ele pôs em sua mente que iria focar na missão que lhe foi dada.

Rose concordou em ficar na TARDIS.

“É melhor se segurarem, porque atravessar uma parede do tempo é difícil.” O Doutor anunciou e apertou vários botões da nave. A TARDIS chacoalhou violentamente, mas parou em seguida. “Cachoeira vermelha! Chegamos!”

Rory saiu da TARDIS e levou a lupa e a chave de fenda sônica com ele. O Doutor e Rose viram pelo monitor que estavam em uma sala branca com vários elementos culturais.

Rory saiu da galeria e seguiu caminho para outra sala.

“Rory, use a chave de fenda na lupa.” O Doutor pediu e Rory fez.

O Doutor e Rose começaram a trabalhar na TARDIS. Na lupa, apareceram várias imagens embaçadas, pareciam ter milhares de pessoas.

“A cachoeira vermelha não é só um fluxo temporal. São milhares.” Concluiu o Doutor vendo a imagem pelo monitor.

Rory abaixou a lupa somente para ver alguém de armadura o atacando com uma katana. “Eu venho em paz! Paz, paz, paz!” Ele gritou se jogando no chão em rendição.

O Doutor e Rose ficaram aflitos pelo ataque. A pessoa disse algo que eles não conseguiram entender pelo monitor, mas quando a pessoa levantou o visor, eles engoliram seco ao verem que era Amy mais velha.

“Eu acho que a trava de fluxo deve estar meio estranha.” O Doutor conseguiu dizer.

Amy mais velha levantou sua espada em posição de ataque e Rory levantou suas mãos apelando. “Não, por favor! Por favor!”

“Abaixe-se.” Amy disse a ele e ele se jogou no chão de novo. Amy enfiou sua espada na cabeça de um robô que havia aparecido de surpresa atrás de Rory. O robô caiu desativado.

O Doutor e Rose ficaram muito chocados com o aparecimento da Amy mais velha e da forma como ela lidou com o robô.

“O que vamos fazer?” Perguntou Rose ao seu marido.

“Ainda precisamos encontrar nossa Amy.”

“Mas, o Rory não vai abandonar essa Amy.”

“Eu odeio o Doutor.” Eles ouviram Amy dizer. “Você pode ouvir cada palavra por esses óculos ridículos, não é, Maltrapilho?”

“Sim.” O Doutor respondeu.

Amy estava muito ressentida e era natural pôr a culpa no Doutor, afinal, foi ele quem a levou para lá. Amy disse que passou 36 anos em confinamento solitário e sempre esperando o resgate.

Rory foi guiado até uma sala de máquinas, onde ele soube que lá era o local seguro. De repente, o sistema ficou mudo e Rose não conseguia mais ouvir as vozes de Rory e Amy.

Rose se virou para o Doutor e perguntou o que houve.

“Eu desliguei o microfone para eles ficarem mais à vontade para conversar. Não podemos ouvi-los e eles não podem nos ouvir.” O Doutor explicou.

“Podemos continuar pensando em uma solução pra Amy.” Rose disse.

“Isso, deve haver algo que possamos fazer. Primeiro precisamos achar a válvula reguladora dos motores temporais no Instituto.”

“Deve estar escondida.” Rose falou enquanto o Doutor apertava vários botões e alavancas nos controles.

“A-há! A TARDIS localizou a válvula no interior. Eis o plano: O tempo é sempre wibbly-wobbly, mas em Dois Fluxos é extra-wobbly. Vou tentar ‘sequestrar’ o motor temporal, com ele, unir dois pontos da linha do tempo da Amy para tirá-la do então para o agora!”

Rose sorriu, pois finalmente eles tinham um plano válido para consertar o que houve. Quando ela se virou para a tela do monitor, ela notou que o casal estava em um local diferente e Rory parecia estar no chão. Ela imediatamente ligou o microfone de volta.

“O que houve?” Rose perguntou.

“Um robô-mão me derrubou. Mas, Amy me salvou.” Disse Rory se levantando.

“Não se acostume com isso.” Disse Amy com raiva do Rory por ter entrado em perigo.

“Que lugar é esse? Parece que tem árvores estranhas.” Rose quis saber.

“É um jardim. Réplica da Mansão do Governador Shill em Shallanna.” Respondeu Amy. “Foi o que a Interface me disse.”

“É lindo!” Rose viu através dos óculos de Rory, mas deu pra notar a beleza do lugar.

O Doutor aproveitou a comunicação e explicou o plano para eles. “Só preciso que Amy me ajude com seu cérebro...”

“Não!” Amy disse decidida e olhando fixamente para os óculos que ela sabia que o Senhor do Tempo estaria assistindo.

Amy levou Rory de volta à sala de máquinas. O caminho, o Doutor apelou para Amy mais uma vez.

“Amy, precisa nos ajudar a ajudar você! Preciso que pense no passado, 36 anos atrás. Amy?”

A tentativa foi em vão. Amy o ignorou e entrou na sala, mas Rory ficou do lado de fora e descobriu algo.

“Disse para que ela nos deixasse um sinal.” Rory disse enquanto levantava a lupa em frente à porta. “Ele fez isso. E ela esperou. Oh, Amy.” Rory suspirou e entrou na sala de máquinas.

Rose sentiu grande empatia pelo Rory porque ele estava em uma situação muito difícil. Se conseguissem localizar Amy do tempo deles, a Amy mais velha será deixada para trás até morrer. Mas se levarem a Amy mais velha, a Amy nova terá que esperar 36 anos para ser resgatada. Rose pensou e imaginou no que Rory escolheria.

“E se Rory escolher levar as duas?” Rose perguntou ao Doutor enquanto Rory e Amy discutiam sobre o mesmo assunto. “Ele tem um coração muito bom e vai querer resgatar a Amy mais velha, imagino eu.”

“Impossível. Não pode haver duas Amys.” Disse o Doutor na certeza.

Ao verem o monitor, viram que Rory estava triste. A conversa não deve ter sido agradável e Amy não queria colaborar. Em um momento de raiva, Rory jogou os óculos no chão, culpando o Doutor pela situação.

O Doutor e Rose estremeceram e temeram perder comunicação com ele antes de um ruído chamar a atenção deles. Era o som de alguém chorando.

“Rory!” A voz de Rose chamou. “Rory, a lupa está captando o som de algo. Eu... eu acho que é Amy do passado.”

Rory pegou a lupa e mirou por trás das cortinas e começou a captar a imagem de algo. Era a Amy. A sua Amy chorando.

“Use a lupa para mostrar à Amy mais velha.” Sugeriu o Doutor. “Talvez ela tenha compaixão de si mesma e nos ajude.”

A ideia parecia boa para Rory e ele fez o que foi sugerido. Com a chave de fenda sônica, ele vai conectar as duas e fazer uma ajudar a outra.

Rose e o Doutor não puderam ver o que ia acontecer, pois Rory deixou os óculos no chão. Eles só tiveram que esperar e rezar para que Amy os desse uma chance.

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O Doutor e Rose esperaram por vários minutos, ambos impacientes. Mas, o Doutor não ficou de braços cruzados. Ele ficou se preparando para executar o plano caso Amy resolvesse ajudá-los.

O Doutor parou por um instante e se virou para Rose. “Os humanos são... interessantes.” Ele disse e viu que tinha a atenção de sua amada. “E são incríveis.”

“Alguns são, outros não.” Rose disse.

“Eu quero dizer, o seu lado humano fez você pensar que Rory poderia escolher as duas e talvez ele queira mesmo, não o culpo porque é humano; enquanto que eu jamais imaginaria duas Amys à bordo na minha nave. Eu, com certeza, escolheria a Amy mais nova, do nosso tempo. Ou seja, você pensou no amor de Rory pela Amy e eu pensei nas consequências temporais e de um possível paradoxo.”

Rose o ouviu e entendeu o que ele quis dizer. “Doutor, não esqueça que uma vez você queimou uma estrela só para se despedir de mim.”

“É verdade.”

“Mas você tem responsabilidades de Senhor do Tempo e isso não o torna menos amoroso. Eu te amo da mesma forma.” Rose se aproximou dele e apoiou os braços ao redor de seu pescoço. Ele pôs suas mãos na cintura dela.

“E eu te amo cada vez mais.” O Doutor se inclinou para beijá-la. O beijo não durou muito, pois a voz da Amy chamou por eles.

“Tá legal, vocês dois, Dois Fluxos está ao vivo de novo.” Amy apareceu na tela porque Rory pôs os óculos no rosto de volta.

Amy concordou em ajudar – era o que eles queriam – e levou Rory para o lado de fora da sala de máquinas, mas fez um acordo com ele para que a levasse junto na TARDIS. O Doutor fez uma rápida explicação de que a TARDIS poderia sustentar o paradoxo, o que não convenceu Rose, pois ela sabia que era uma mentira.

“Certo, vamos começar! Amy do passado, fique próxima da porta.” Pediu o Doutor. “Amy do futuro também. Rory, use a chave de fenda sônica enquanto que as Amys devem dividir o mesmo pensamento. Use no pilar frontal, dentro há três alavancas e cabeamento.”

Rory abriu o painel da válvula reguladora e o Doutor voltou a dar explicações.

“Depois do reinício, você tem 10 minutos para voltar à TARDIS.” O Doutor instruiu ao Rory sobre a troca de cabos e incentivou as Amys a pensarem algo forte. “Vamos, Rory. Não é ciência de foguete, é só física quântica.”

Rory se apressou na tarefa e Amy se concentrou no pensamento.

“Puxe a alavanca um.” Ordenou o Doutor.

“Ela está dançando macarena.” Rory observou Amy e depois se lembrou. “O nosso primeiro beijo.”

“Alavanca dois, Rory.” O Doutor chamou a atenção dele e ele fez. “Alavanca três.”

Ao puxar a alavanca três, a lupa de Rory se quebrou e faíscas se acenderam na TARDIS. O Doutor e Rose correram para o console para acalmar os efeitos na nave.

Rory respirou aliviado ao ver que Amy mais nova apareceu sólida, de frente para a Amy mais velha. Ele correu para abraçá-la. Por um momento, ele se sentiu estranho com a presença de duas Amys, mas ele iria superar isso, sem dúvida.

Rory ouviu um som agudo e faíscas saindo dos óculos. “Rory, tire os óculos! Está tendo retorno temporal.” O Doutor avisou rapidamente tendo o mesmo problema na TARDIS. “Criamos um paradoxo e a TARDIS odiou isso.”

“Estou tentando acalmá-la, mas ela quer ir embora.” Rose disse usando sua ligação com a nave. Ela tentava com todas as forças, mas ela se sentia mais fraca a cada minuto.

O Doutor e Rose perderam comunicação e imagem dos óculos e só puderam esperar que Rory tomasse cuidado e voltasse pra nave com suas ‘esposas’.

“Eles têm oito minutos.” Avisou o Doutor.

“Eles vão conseguir. Eu sei que vão.” Rose tinha convicção que Rory e Amy iriam conseguir, mas o problema era com a Amy mais velha. O Doutor contou a ela sobre o paradoxo criado pelo Mestre. Foi tão horrível que Rose sentia vontade de vomitar só de pensar na tamanha maldade e horror que o Mestre fez. Pobre TARDIS.

De repente, Rose cambaleou e quase caiu no chão se não fosse pelo Doutor que a segurou.

“Rose! Se sente, Rose! Você está muito fraca. O paradoxo está afetando você por causa da sua ligação com a TARDIS.”

Rose voltou a si, mas ainda não recuperada.

Após minutos de longa espera, as portas da TARDIS foram escancaradas e eles viram Rory carregando Amy nos braços. Rory gentilmente deitou a Amy anestesiada no chão. Um dos robôs tocou nela injetando anestesia. Felizmente, ela ia ficar bem.

O Doutor jogou seu casaco no chão para deixar Amy confortável e correu para a porta da frente. Ele ficou lá parado, assistindo Amy mais velha usar sua espada contra os robôs-mão que os perseguiam e correndo até a nave. “Eu sinto muito.” O Doutor trancando as portas da TARDIS e deixando Rory furioso.

“O que está fazendo?” Rory exigiu saber.

“Eu menti para ela! Pra vocês dois! Não pode ter duas Amys na TARDIS! Seria um paradoxo gigantesco.”

“Mas ela vai morrer se ficar lá!”

“E Rose pode morrer se ela entrar!”

Rory piscou surpreso ao ouvir essa informação. Foi então que ele notou a Rose meio debilitada na cadeira do capitão. “Como?”

“O paradoxo é muito grande e afeta a TARDIS de uma forma muito ruim. E Rose é afetada também.” O Doutor pôs a mão no ombro de Rory em conforto. “Quando salvarmos nossa Amy, esse futuro desaparecerá! Ela nunca terá existido. Mas é sua escolha.”

Amy mais velha ficou chamando pelo nome do Doutor, que a trancou do lado de fora. Rory sentiu seu coração se quebrar ao perceber que o certo a fazer era o mais difícil. Ele chorou e se culpou por não salvar Amy, por quebrar sua promessa.

“Oh, Amy, eu amo você.” Rory conseguiu dizer com sua voz falhando.

“Eu amo você também.” Amy mais velha respondeu do outro lado da porta. “Mas não me deixe entrar. Só diga à sua Amy que eu dou a ela meus dias, os dias que virão.”

“Eu sinto muito.”

A TARDIS começou a se desmaterializar quando o Doutor percebeu que Rory escolheu fazer a coisa certa. Dois Fluxos ficou para trás.

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“Você sabia, desde o começo, que não ia dar certo?” Rory perguntou quietamente, enquanto esperavam por Amy acordar. “Salvar as duas Amys?”

“Eu prometi que iria salvá-la e aqui está ela.”

Depois que se afastaram de Dois Fluxos, Rose se recuperou e se sentiu melhor. Ela ficou feliz pela Amy do presente, mas triste pela Amy do futuro, um futuro que não existe mais.

Ao perceberem a Amy despertando da anestesia, o Doutor e Rose se retiraram da sala de controle para deixar o casal a sós.

Afinal, a vida iria continuar. Era só o que todos queriam: que tudo voltasse ao normal de novo.


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