O Último Segredo do Tempo – 3ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 26
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Já que acabou os feriados, que tal voltar à ação? Sério, parece que tive menos tempo em dezembro, mas estou de volta! Aproveitem essa aventura de The God Complex!



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Quando o Doutor aterrissa sua nave em um lugar que ele não escolheu anteriormente, ele sabe que foi a TARDIS que alterou o percurso para levá-los onde precisam ir. Depois de duas semanas prometendo uma nova aventura, o Doutor pôs as coordenadas para o local desejado. Aparentemente, a TARDIS precisava que eles estivessem em um hotel, pois era onde a nave estacionou.

“Vamos para Ravenscala, ele disse. As pessoas têm 200 metros de altura, usamos balões para falar com eles e as informações aos turistas são dadas em seus chapéus.” Amy resmungou enquanto eles subiam um lance de escada de um hotel dos anos 80. “Sinto muito, mas não estou vendo nenhum chapéu gigante.”

O Doutor se aproximou do casal Pond. “Amy, narigudo, esta pode ser a coisa mais emocionante que já vi!”

“O que pode ser emocionante em um hotel da Terra?” Perguntou Rose.

“Esta não é a Terra! Isto aqui foi feito para parecer com a Terra!”

“Admita que você errou o percurso!” Desafiou Rose.

“Eu juro que algo nos fez sair do curso. Então, eu não errei.” O Doutor disse, mas ele sabia que Rose não estava acreditando. Ele viu um vaso de planta ao lado de onde a TARDIS ficou estacionada – na recepção – e desceu o lance de escada até ela. “Olhe só os detalhes desta planta.” O Doutor respirou a planta. Parecia que ele era o único que notava a diferença.

“Sendo assim, quem iria copiar um hotel da Terra?” Perguntou Rose.

“Colonos, talvez. Quem fez isso aqui merece um aperto de mão, ou tentáculo, seja lá o que for.”

Rory e Amy voltaram à recepção e observaram vários quadros na parede. Os quadros eram de fotos de pessoas e alienígenas, com nome e uma descrição abaixo.

“Vocês viram isto aqui?” Rory chamou a atenção de Rose e Doutor para os quadros. Ele apontou para a foto de um Sontaran. “Comandante Halke: ser derrotado.” E apontou para um humano. “Tim Heath: ver sua foto tirada.” Para uma mulher humana. “Lady Silver-Tear: Daleks.”

“Paige Barnes: meias de outras pessoas.” Amy também leu. “Tim Nelson: balões. Lucy Hayward: um gorila brutal.”

“Doutor, o que isso significa?” Rory perguntou a ele.

“Eu não sei.” O Doutor abertamente admitiu. “Vamos descobrir.”

O Doutor tocou um sino no balcão da recepção e rapidamente três pessoas vieram do corredor ao lado e tentaram atacá-los. Uma mulher indiana ameaçava com uma perna de cadeira, um rapaz de óculos com um bastão e um alienígena humanoide balançava um lencinho branco e dizia que se rendia.

“Está tudo bem! Está tudo bem!” Rory e o Doutor tentaram acalmá-los e apaziguar a situação.

“Quem são vocês?” Perguntou a mulher indiana.

“Ela está nos ameaçando com uma perna de cadeira!” Disse o Doutor apontando para a mulher indiana.

“Se vocês precisam de ajuda, nós podemos ajudar!” Disse Rose aos estranhos.

“Nós nos rendemos.” O alien humanoide disse de novo.

“Esperem!” A mulher indiana gritou querendo a atenção de todos. “As pupilas deles estão dilatadas. Estão tão surpresos quanto nós. Além de que, se for um truque, ele vai nos dizer algo.”

“Você é boa! Ela é boa!” O Doutor elogiou o raciocínio da mulher indiana e se virou para o alien do lado dela. “Baseada na compulsão patológica a se render, eu diria que você é de Tivoli.”

“Sim, o planeta mais invadido da galáxia.” O alien confirmou. “Nosso hino é chamado ‘Glória ao [insira nome aqui]’.”

“Ele parece uma toupeira.” Rory sussurrou para Amy e ela soltou uma risadinha discreta.

“E quem são vocês?” Perguntou Rose ao resto do grupo.

“Eu sou Howie.” Disse o rapaz.

“Eu sou Rita e o alien é Gibbis.” Disse a indiana. “Estamos surpresos em voltarmos à recepção porque as salas desaparecem e os corredores mudam de lugar.”

O quarteto ficou confuso e intrigado com o que ela disse.

“O que você quer dizer?” Perguntou o Doutor.

“É como se o hotel estivesse vivo.”

“E é enorme. E parece ser sem saída.” Completou Howie.

“Já tentou a porta da frente?” Perguntou Rory apontando para a tal porta.

“Não. Em dois dias nunca pensamos nisso. Graças a Deus, você está aqui.” Rita respondeu sarcasticamente.

Amy riu do comentário de Rita enquanto o Doutor ia até a porta. Ele abriu, mas tinha apenas uma parede branca. “Não são portas, são paredes.” Anunciou o Doutor. “Paredes que parecem portas.”

“E não é só isso.” Continuou Rita. “Os quartos têm... coisas neles. Tipo... pesadelos.”

“Se não tem entrada, como vocês chegaram aqui?” Perguntou Rose.

“Eu não sei. Devo ter desmaiado porque eu acordei aqui. Foi de repente.” Rita respondeu. Os outros dois companheiros dela também afirmaram não saber como foram parar lá.

“Então temos pessoas que foram tiradas do cotidiano e postas em um labirinto sem fim disfarçado em hotel dos anos 80 com pesadelos nos quartos.” O Doutor disse pegando um cubo mágico do balcão. Ele liderou o caminho de volta à TARDIS, mas foi surpreendido ao ver que a nave não estava no local estacionado.

Os viajantes se perguntavam onde a TARDIS poderia estar.

“Eu sinto que ela está aqui, mas ao mesmo tempo ela não está aqui.” Rose disse ficando confusa mais uma vez desde que chegaram ao hotel.

“O que é TARDIS?” Perguntou Howie.

“Era a nossa saída daqui.” Rory disse resmungando.

Nesse momento, o som de um rádio começou a tocar e o Doutor ficou curioso. “Tem mais alguém aqui?” Ele perguntou.

Rita olhou para seu colega Howie antes de responder. “Tem o Joe, mas ele está meio amarrado agora.”

“Com o quê?” O Doutor quis saber.

“Não, ele está realmente amarrado agora.”

Rita, Howie e Gibbis levaram o Doutor e seus companheiros até a sala de jantar que estava cheio de bonecos ventríloquos risonhos em todas as mesas. Quando o grupo entrou na sala, os bonecos pararam de rir e lançaram seus olhares para eles.

O Doutor viu Joe do outro lado da sala e foi até ele. Os bonecos continuaram seguindo-o com olhares, mas ele não se importou.

“Olá, eu sou o Doutor.”

“Você vai morrer aqui.” Disse Joe.

“Não mencionaram isso no panfleto.”

“Eu vivi uma vida de blasfêmia, mas ele perdoou a minha inconstância e, em breve, ele deverá se alimentar.”

“E o que ele está esperando?” O Doutor logo percebeu que Joe estava mentalmente instável e quis saber de mais informações sobre quem ‘ele’ poderia ser.

“Seja paciente que você também será dele. Mas primeiro, encontre o seu quarto. Há um quarto aqui para todos, Doutor. Até mesmo para você.”

Joe começou a rir e todos os bonecos riram com ele. O Doutor decidiu não perder mais tempo em uma conversa sem sentido e pegou um carrinho de carregar caixotes e o usou para carregar a cadeira em que Joe está amarrado.

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O rádio ainda estava tocando quando eles chegaram até a recepção com Joe. O Doutor ficou perdido em pensamentos enquanto que o grupo ficou esperando por alguma solução.

O Doutor foi de encontro ao grupo gesticulando que ia falar algo. “Primeiro, encontramos a TARDIS. Uma coisinha antes de irmos: ao se sentirem atraídos por qualquer quarto, não entrem! Estejam sempre acompanhados todo o tempo.”

Todos acenaram que sim, concordando e colaborando em explorar o hotel da melhor maneira possível.

Enquanto eles caminham por um corredor, Howie conversa com Rory sobre sua teoria de que eles estão na Noruega em uma base da CIA, o que não convence Rory.

Um professor de Educação Física saiu do quarto 158 e berrou como se estivesse falando com um de seus alunos, distraindo todo o grupo. Com a distração, Howie encontrou seu quarto e o abriu. Rose foi a primeira a perceber, mas estava muito longe para impedi-lo.

“Howie, não!” Rose gritou, mas era tarde.

Lá dentro tinha um grupo de garotas adolescentes mangando de Howie por ser um nerd e por sua gagueira. Howie ficou muito aflito e as palavras ‘Louve-o’ lhe vieram à cabeça. O Doutor fechou a porta de volta.

“Isto aqui é um e-e-e-experimento fe-fe-feito pela CIA! Po-po-pode acreditar!” Disse Howie.

“Mantenha a calma, Howie. Respire fundo. É tudo coisa da CIA e nada mais.” Rose confortava-o e o incentivava a seguir adiante.

Eles subiram as escadas para o andar de cima e o Doutor observava com atenção cada detalhe nas paredes e no caminho.

No chão, Amy encontrou algumas folhas de papel com algo escrito nelas. Ela apanhou as páginas e se assustou com um rosnado. “Ok, seja o que for, não é real, certo?” Amy perguntou.

“Não tenho certeza, mas se for, vamos correr e nos esconder.” Disse o Doutor já puxando Amy e sua esposa para dentro de um quartos. Howie, Gibbis e Rory também entraram juntos com eles. Apenas Rita entrou em outro quarto e carregou Joe amarrado com ela.

“Não pisquem.” Amy avisou a todos.

Dentro do quarto, dois Anjos Lamentadores estavam esperando por eles e os viajantes do tempo ficaram paralisados e observando as criaturas. Howie não sabia como agir e ficou confuso com o aviso de Amy.

As luzes piscaram e, a cada piscada, os Anjos se aproximavam, mas não os alcançavam.

“Por que não nos pegaram ainda?” O Doutor quis saber, desconfiando dos Anjos.

“Deve ser porque tem cinco pessoas olhando fixamente para eles.” Respondeu Rose.

“Mas quando as luzes se apagam, eles têm a chance de nos pegar.” O Doutor, para provar uma teoria, deu um passo à frente e ficou perto suficiente dos Anjos para tocar em um deles. “Amy, eles não são reais.”

“O quê?!” Perguntou Amy tentando entender.

“É seu pesadelo, não é?” O Doutor foi para frente dela. “Se concentre em mim, é só um pesadelo.”

“Acho que não é pesadelo dela, ou de algum de nós.” Rory disse e apontou para um guarda-roupa ao lado. Eles viram Gibbis escondido lá dentro e ele não estava reagindo bem.

O Doutor ouviu passos pesados se aproximando pelo corredor. Ele tratou como uma oportunidade de espiar a criatura e olhou pelo olho mágico, esperando ela passar.

Rose percebeu que o Doutor ficou maravilhado e, seja como for o monstro, atiçou a curiosidade dela também. Houve uma batida na porta que assustou a todos e fez o Doutor se afastar. Os passos foram se distanciando da porta.

“Acho que ele está indo atrás de Joe.” Disse o Doutor.

O Senhor do Tempo decidiu não esperar e abriu a porta. A criatura já estava no final do corredor e arrastando o corpo de Joe.

“Não vai! É perigoso!” Rose o alertou, mas o Doutor já estava correndo atrás do monstro com a esperança de salvar Joe.

O Doutor correu pelo labirinto de corredores. Ele sentiu como se estivesse dando voltas e passando pelos mesmos lugares, mas conseguiu encontrar o corpo de Joe. Infelizmente, falecido.

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O grupo voltou para a sala de jantar com o corpo de Joe e o Doutor o examinou com a chave de fenda sônica. Rose, Amy e Gibbis tomavam chá e Rita, ainda curiosa, se aproximou do Doutor.

“O que exatamente aconteceu com ele?” Perguntou ao Doutor.

“Ele morreu.”

“Você é um médico, não é? Não é um daqueles que tem um diploma fajuto ou algo assim.”

“Não. Sim, os dois, na verdade. Os órgãos vitais pararam, como se sua faísca de vida, seus amores, ódios, crenças e medos fossem tirados. Estou sentindo cheiro de chá.”

“Sim, sua esposa e amigos estão tomando chá e é como lidamos com o trauma.”

O Doutor ficou admirado. “E como foi feito?”

“Hotéis têm uma boa cozinha. Até mesmo os hotéis alienígenas falsos.”

O Doutor ficou surpreso com a afirmação de Rita e ela sorriu ao ver que estava certa. “Eu ouvi você falando quando chegou.”

“Então entende que Gibbis é um alienígena?” Perguntou o Doutor.

“Eu estou tentando entender, mas vou arquivar como: ‘Entre em pânico mais tarde’.”

O Doutor ia responder algo, mas a voz da Amy o interrompeu. “Doutor, veja isto.” Amy estava segurando umas folhas amassadas. “Encontrei no corredor. Esqueci completamente dela.”

O Doutor pegou as folhas de papel e todos mantiveram a atenção nele quando ele começou a ler. “Meu nome é Lucy Hayward. Sou a última que restou.”

Rose lembrou que Amy leu esse nome em um dos quadros na parede, mas não quis interrompê-lo na leitura.

“Aquilo levou Luke primeiro. Aquilo o pegou no primeiro dia, logo após termos chegado. É engraçado, você não sabe o que vai estar no seu quarto até vê-lo. Então você percebe que não poderia ser outra coisa. Eu acabei de ver o meu. Foi um gorila de um livro que eu li quando criança. Meu Deus, aquela coisa costumava me aterrorizar. O intervalo das minhas preces está ficando mais curto, como contrações. Foi isso que aconteceu com os outros e...” O Doutor se enrijeceu ao ver a mudança no tom das palavras escritas. “Como eles tiveram sorte. Está tudo tão claro agora. Estou tão feliz. Louve-o?”

“Louve-o.” Howie falou.

“O que acabou de dizer?” Perguntou o Doutor a ele.

Howie levantou a cabeça e viu que todos o encaravam. Ele logo tentou se defender. “Nada.” Ele disse, mas sentiu uma onda de agonia e choque. “Louve-o!” Howie gritou antes de tampar sua boca com a própria mão.

“Foi o que aconteceu com Joe!” Gibbis anunciou e Howie se levantou em um pulo e ficou agitado.

“Não vamos abandoná-lo, Howie. Tem minha palavra.” Prometeu o Doutor.

“Ele irá trazer aquilo até aqui!” Disse Gibbis.

“Você não está ajudando, Gibbis!” Rose o repreendeu, mas Gibbis era um covarde que não importava com o destino dos outros.

“Mas, seja o for, obviamente escolheu Howard como próximo alvo. Sei que é um pensamento trágico, mas não é hora para sentimentalismos. Talvez ele fique satisfeito e deixe o resto de nós partir. Só quero é ir para casa, ser conquistado e oprimido, isso é pedir muito?” O Tivoliano caiu na cadeira se sentindo covarde.

“Tudo bem. Eu fico com Howie e vocês vão embora.” Rita disse para o grupo.

“Não, nós ficaremos juntos.” Concluiu o Doutor. Ele caminhou até Gibbis e se inclinou para ele na cadeira para sussurrar algo. “Sua civilização é uma das mais antigas da Galáxia. Agora eu vejo o por quê. Sua covardia não é singular, ela é malandra, agressiva. É como o gene da covardia sobreviveu enquanto tantos outros morreram. Mas, não hoje. Ninguém mais vai morrer hoje, certo?”

“Sim.” Gibbis respondeu quietamente.

“Brilhante.” O Doutor concordou antes de olhar para Rose. Ele acenou para Rose que guiou Howie até uma das mesas e o deixou sentado. “Howie, a qualquer momento, ele vai possuir você de novo. Quando isso acontecer, vou perguntar algumas coisas. Por favor, tente respondê-las.”

Howie acenou que sim e viu todos ficarem a postos perto dele. “Espero que minha mãe esteja bem. E-e-ela vai ficar preocupada.” Ele se calou e seu olhar mudou.

“Howie... Howie?” O Doutor deu umas batidas na mesa para chamar-lhe atenção e percebeu que ele já estava ‘possuído’. “Howie, você é o próximo. Estamos com inveja, diga, como conseguimos um pouco de ação?”

“E por que ele não possui todos nós?” Perguntou Rose.

“Vocês todos têm essas distrações.” Howie respondeu com um sorriso sinistro. “Todos esses obstáculos. Seria tão mais fácil se deixássemos tudo de lado. Limpar o caminho.”

“Você quer que ele ache você? Mesmo sabendo o que ele vai fazer?” Perguntou Amy.

“Você está brincando? Ele vai matar todos nós! Isso não é maneiro?!?”

O grupo se levantou e se reuniu do outro lado deixando Howie sentado sozinho. “É como eu pensava, ele se alimenta de medo. Tudo, os quartos, o bilhete da Lucy, até os quadros da recepção! Tudo aqui foi posto para assustar.”

“Então temos que resistir! É essa a solução?” Perguntou Rose.

“Isso! Façam o que precisar, mas não deem o medo a ele!”

“Tá legal, mas o que vamos fazer?” Perguntou Amy.

O Doutor deu um meio sorriso. “Vamos caçar um monstro.”


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