A Chantagem escrita por Kaline Bogard


Capítulo 13
Parte 13


Notas iniciais do capítulo

Hora de por todos os pingos nos is.
Espero que faça sentido!

Boa leitura :D



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— História interessante, não acha, filho? Ouça com atenção, agora é minha parte preferida. Conta sobre um moleque, que eu quero esganar nesse minuto e só pela força nem sei de que eu to me segurando, que invadiu a casa de outra pessoa. Soa familiar...?

— Eu acho que sou o protagonista, né? — Kiba perguntou com certa inocência algo que deveria estar mais do que óbvio.

— Cê tá me desrespeitando? — Tsume rosnou.

— Não! — o menino exclamou mais do que depressa, cobrindo a cabeça com o braço esquerdo para se proteger de algum eventual tabefe.

Mas a agressão não veio. Por alguns instantes o silêncio foi peça descomunal no cenário, contundente e incomodo. A ponto de fazer Kiba voltar a observar a mãe com curiosidade.

Viu algo nos olhos dela.  Algo que não estava acostumado a ver, por isso teve dificuldade em reconhecer.  Por baixo da raiva e da decepção, brilhava um algo de... medo?

— Não pensei que entraria na minha casa — Aburame Shino retomou a fala, antes que o clima piorasse — O circuito de câmeras é acionado por movimento. Foi a primeira vez que recebi o alerta de uma gravação desde que me mudei.

— Nem me preocupei com câmeras! — Kiba suspirou — Tomei no ra... hum... me dei mal.

— Hn. Na segunda-feira pela manhã levei as gravações para o presidente. Ele ficou tão surpreso quanto eu, com a sua ousadia. E foi então que veio a ideia de um experimento.

— Do tipo ficção cientifica?

— Uma pesquisa comportamental. Consegui o seu endereço através da nossa tecnologia e vim falar com a sua mãe.

— Imagina como eu me senti quando ele bateu na porta de casa? E me mostrou aquele vídeo? — a pergunta direta não soou tão agressiva quanto poderia ter soado.

Kiba não disse nada. Não havia argumento em sua defesa.

— Pedi permissão para agir feito um... hum... chantagista e Tsume san concordou — Aburame revelou. Não foi nada fácil pra ele atuar do jeito criminoso, totalmente contra a índole muito correta. Nem mesmo com consentimento da responsável pela família Inuzuka, pois sua consciência dava umas bicadas desagradáveis e doloridas.

— Kiba, olha pra mim — Tsume pediu — Sabe por que eu concordei com esse experimento?

— Quis me ensinar uma lição? — ele respondeu com outra pergunta, meio inseguro.

— Não — a palavrinha veio com um suspiro cansado — Porque eu pensei que te conhecia bem. E tive certeza da sua confiança. “Meu filho não vai cair nessa”, eu disse. “Ele vem conversar comigo ou com a irmã dele”. E você não fez isso...

A frase foi uma punhalada no peito de Kiba. Muito mais doloroso do que todos os tabefes do mundo.

— Eu... não queria decepcionar você.

— É? Não deu certo. To muito decepcionada nesse minuto. Você preferiu mentir, enganar, arriscar a vida a vir falar com a própria mãe. Tudo não passou de um experimento, mas você já tem dezessete anos e sabe como foi imprudente. Se colocou na mão de uma pessoa estranha com intenções ruins!

— Sinto muito — Kiba soou sincero, a culpa começando a pesar e a doer mais do que o braço fraturado.

Na sua cabeça, resolveria tudo antes de sua mãe descobrir. Agora que sabia da verdade e se colocava no lugar dela, entendia o sentimento que ela estava enfrentando. O filho que devia confiar nela agiu de um jeito completamente ao contrário.

— Aqui entra a segunda parte do experimento — Aburame aproveitou a deixa — Gostaria de levá-los para conversar com o presidente Sarutobi. A intenção é fazer uma parceria com os Colegiais e apresentar o tema para discussão em forma de palestras. A princípio por Konoha, depois expandindo. Queremos conscientizar os adolescentes dos perigos online apresentando um caso real.

— Caralho! — Kiba não esperava tal oferta.

— Podem discutir todos os detalhes diretamente com ele. Termino informando que todas as despesas foram pagas pela empresa, claro. E oferecemos uma indenização por danos causados...

— Essa indenização pode ser doada para o orfanato de Konoha. Não quero saber desse tipo de dinheiro vindo da burrice do meu filho.

Kiba encolheu-se um pouco, até pensar em algo que o fez encarar Aburame.

— E a história dos quinhentos mil dólares?

O rapaz teve a decência de parecer sem jeito.

— É mentira. Eu não tenho tanto dinheiro em meu poder. Nem mesmo virtual.

— Que porra, cara! Nada é pior do que ser chamado de ladrão e...

— Ah, tem muita coisa pior do que isso — Tsume falou mal-humorada.

Kiba deu-lhe uma olhadinha de esguelha e mudou de assunto.

— O “cliente” também é mentira? Foi o que me assustou pra valer — ele confessou — Eu não estava com medo de você, porque pedir pra estudar mais ou ir pra um pub a noite não foi algo perigoso. Estudar até me ajudou! Mas quando veio com a história de vestir roupa de menina e ir pra um hotel... caralho... eu meio que surtei.

E moveu o braço quebrado em um jeito inconsciente de dar mais veracidade à própria afirmação.

— Não existe cliente — Aburame disse com simplicidade. No fundo, estava ficando mal com aquela história de manipulação e chantagem. E ver como Inuzuka Kiba aceitava tudo quase com submissão o desesperou. Usar um aliciamento daquele nível foi uma cartada desesperada, a tentativa final pra ver se o bom senso dominava o adolescente e ele pedia ajuda para algum adulto de confiança!

Claro que tudo deu errado e ali estavam eles, enfrentando os resultados.

— Kiba, olha pra mim — Tsume pediu. Ao ser obedecida, respirou fundo antes de falar o que ia em sua mente — Nós somos família, filho. Ninguém te ama mais do que eu ou do que Hana nesse mundo. Isso quer dizer que você pode confiar na gente em qualquer situação. Se um cara estranho vem aqui te acusar de roubar uma fortuna, eu não vou simplesmente acreditar nele sem te dar uma chance de defesa. Quando você apronta na escola e fica de castigo é uma coisa. Roubar tanta grana é um assunto completamente diferente.

— Desculpa — ele pediu, a garganta apertada e os olhos ardendo em uma vontade dolorida de chorar.

— Se aprendeu a lição é o suficiente. Você arriscou a sua vida tantas vezes nesses poucos dias que eu nem quero contar. Que isso não se repita, entendeu?

— Sim, senhora. Mais do que aprendi a lição.

— Alguma outra dúvida? — Aburame perguntou. Em seguida emendou — Amanhã, sete horas, pego vocês aqui para a reunião. E trago sua mochila e seu par de tênis.

Foi a forma que ele encontrou para se despedir. Intuiu que mãe e filho ainda teriam muito o que conversar, para esclarecer aquela história.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, ficou bem claro o que aconteceu? Principalmente as escolhas da Tsume. Ela não quis ser sacana ou ensinar uma lição pro Kiba. Ela só aceitou participar da experiencia porque teve confiança total que o filho iria falar com ela e pedir ajuda. Mas o Kiba não fez isso e a Tsume foi juntando decepção.

Pais costumam achar que conhecem bem os filhos e criam muitas expectativas. Mas nem sempre elas são alcançadas...

Até quinta!! :D

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ATENÇÃO

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Passem por lá! :D Foram feitas com carinho.



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