Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 38
JACQUES - Um belo reencontro


Notas iniciais do capítulo

hey galera! olha só! consegui fazer uma atualização semanal pelo menos uma vez hehe XD
mas, em contra partida, o próximo não deve sair tão rápido assim. foi maaaal
acho que vcs estão rindo ou abrindo um pequeno sorrisinho (ou assim espero) ao ver quem é o narrador da vez haha. sim, nosso querido Jacques está muito orgulhoso em ter a honra de narrar dessa vez! divirtam-se!



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JACQUES

Pois é, quem diria que chegaria o dia em que eu estaria contando os eventos que me aconteceram! Isso me lembra uma vez em que estava batendo um papo com Legbite. Pensa numa espada egocêntrica! Se achava sensacional só porque era empunhada pelo Rei da Noruega, que por acaso é xará de meu atual mestre. Pois é, Rei Magnus. Terceiro. Mas enfim, me lembrou de Legbite porque ele adorava ficar contando todas as aventuras que teve com Rei Magnus III nas suas conquistas pelas Ilhas inglesas. Mas com licença tá? Eu tenho muitas aventuras com Frey também e estava fazendo minhas aventuras com Mangus. Não vamos comparar aventuras com um “rei” com aventuras com um deus. E, convenhamos, nem com as de um semi-deus né?

De toda forma…. para narrar alguma coisa eu tenho que de fato narrar né? Bem, vamos lá. A situação foi a seguinte… Do Brooklyn até a água, passamos em uma loja para comprar o chocolate quente para o Peter e uma sacola de chocolates suiços sortidos para subornar o Hunding. Depois disso, o passeio no bananão foi até bem tranquilo sabe? Deixamos Nova Iorque para trás para deixar parte do grupo na metade do caminho.

— Sabe, acho que a essa altura eu já cansei de olhar para o mar - disse uma garota loira que, pelo o que peguei até então, se chamava Calipso.

— Não tem muito mais para se ver em Ogigia né? - perguntou o garoto do dragão, Leo.

— Só me lembro de ter me cansado do mar quando nos perdíamos… - disse Mestiço olhando para o horizonte e soltando um suspiro que parecia sem dúvida bem saudoso - Bons tempos.

Nem eu entendo o que tem de bom em ficar perdido no mar. Principalmente considerando que já fiquei perdido no fundo do mar também! Maus tempos!! Já estava ficando com medo de ser recuperado por alguém não muito digno, como um colecionador ou algo do tipo, e acabar dentro da vitrine de um museu! Certamente eu morreria de tédio! Mas… tentei rebobinar um pouco a minha memória… se o nome da garota era Calipso e ela aparentemente vinha de Ogigia…

— Pera! Você é a Calipso de Ogigia! - exclamei.

Claro que ela, Leo e os outros dois novatos, Grover e Peter, ficaram surpresos quando descobriram que eu podia falar. Não é todo dia que se conhece uma espada tão fenomenal como eu embora falar seja uma de minhas habilidades mais simples. Não são muitas espadas que conseguem o título de espada mais afiada dentre os Nove Mundos.

— De onde essa voz está vindo? - perguntou o garoto chamado Grover ao notar que a boca de Magnus não estava se mexendo.

— Ahm… Apresento-lhes, Jacques, minha espada falante - disse Magnus exibindo-me. Ou melhor, exibindo-me em forma de pingente.

— Isso é um pingente… - disse Peter.

— Pode ser uma espada disfarçada. - disse Grover - Formas mais discretas como essa são normais. Meu amigo, Percy, esconde a sua numa caneta.

— Ah… sim… lembro… - eu disse soltando um suspiro - Contra-corrente! Não é todo dia que se encontra uma espada como ela. Certamente linda! Espero poder reencontrá-la logo…

— Explicação, por favor? - disse Hazel.

— Porque me parece que você estava dando em cima da Contracorrente? - perguntou Reyna

— Porque eu estava! - exclamei.

 

—Tenho várias perguntas também! - pediu Leo chegando mais perto todo curioso - Por onde sai o som? Como consegue falar? Existe Tinder pra espadas?

— Falando ué! - eu disse - E não que eu saiba. Mas seria bem útil um.

— Pera… volta… impressão minha ou ele acabou de soltar um suspiro visivelmente apaixonado pela espada do Percy? - perguntou Grover.

— Nem me surpreendo… - disse Mallory suspirando.

— Amor realmente não escolhe forma - disse Frank.

— Como seria uma fanfic dos dois? - perguntou-se Alex botando a mão no queixo e parando uns segundos para imaginar a cena.

— Pode trocar para a forma de espada? - pediu Leo olhando para Magnus.

Mangus não demorou muito para tirar-me de minha forma de pingente e então exibir-me em toda a minha glória. Talvez eu tenha irradiado um leve brilho de orgulho com os olhos curiosos de Leo me examinando. Mas… argh!... isso me fez lembrar que todo esse pequeno caos fez minha pergunta ser esquecida até por mim.

— Esperem! Calipso! Você! Você conheceu Odisseu né? - perguntei.

— Sim…. Porquê? - perguntou ela cruzando os braços.

— Queria saber… como era a espada dele. Se é que era uma espada. - eu disse - Nesses contos os heróis sempre são os que ficam famosos mas raramente as armas também ficam famosas. Claro… eu, Excalibur, Mjölnir, Sharur… algumas armas tem sua fama.

— Como era a espada de Odisseu? - perguntou ela perdida querendo confirmar a pergunta.

Alex já estava um tanto entediada com a conversa, assim como Mestiço, mas pude ver uma pequena risada subir no rosto de Mallory embora ela tenha a escondido com a mão. Contudo, não sei com qual motivo. Teria afirmado com a cabeça para Calipso, mas isso não era possível. Felizmente, ela pareceu começar a pensar na resposta enquanto provavelmente tentava puxar alguma memória de Odisseu.

— Ah… não sei se minha descrição estaria do seu agrado. - disse ela - Nunca prestei atenção sabe? Lembro de uma espada e uma adaga. Acho que a espada não era tão diferente assim de Contracorrente.

— Nada de especial e grandioso então? - perguntei - É um dos maiores heróis da mitologia grega! Ele devia ter um espada fenomenal!

— Lamento, não sou especialista em armas.

Suspirei visivelmente desapontado e logo voltei para o pescoço de Magnus. Não posso dizer que alguma outra conversa que tenha acontecido tenha atraído minha atenção. Ouvi Alex mencionando brevemente para Magnus que tinham que pedir para Sam enviar as fotos tiradas na Turquia do Obelisco, mas ela não atendia.

— Provavelmente está sem internet ou algo do tipo… - sugeriu Magnus.

— Já deve estar no avião ou em Frankfurt - disse Alex.

Em algum ponto Grover pediu para que parássemos em um lugar de aparência nada especial em Long Island. O lugar que eles pediram para parar não era tão longe de Nova Iorque, então não deu muito tempo para conversar muito. Grover, Peter, Calipso e Leo estavam se preparando para descer do navio quando Leo se aproximou para falar com Magnus, mas logo notei que era comigo mesmo.

— Alguma chance de você me deixar analisá-lo ou algo do tipo para que nós da cabana de Hefesto possamos tentar fazer uma espada que fale ou algo legal assim? - perguntou Leo - Sempre precisamos fazer armas cada vez mais incríveis porque sempre nos metemos em problemas cada vez mais incríveis.

— Não mesmo! - exclamei - Isso me parece muito constrangedor. Sem falar que eu não posso nem devo ser imitado assim! Só pode existir um Jacques!

— Tem razão. - disse Leo soltando uma risada - desculpa por pedir. Até mais!

Não sei o que raios um dragão mecânico, um sátiro, dois semi-deuses e uma ex-titã iam fazer no meio de Long Island. Mas, paciência né? Deixamos eles onde eles queriam e seguimos para o nosso destino, Boston. O medo de todos, meu incluso, era de como íamos fazer três semi-deuses romanos entrarem em Valhalla e passarem por essa tal passagem que vai para a costa oeste da América sem ninguém reclamar nem matar eles no processo.

— Temos que conseguir tipo aqueles crachás que deram pro Amir - disse Magnus - ‘Vistante. Mortal!! Não matar!!’

— Mas Amir é o noivo da Sam. Acha que vão reclamar se entrarmos com cinco semi-deuses romanos que são totalmente novidade pra todos? - perguntou Alex.

— Já ouvi uma história que alguém de algum andar que não lembro qual trouxe um mortal normal na surdina à noite - disse Mallory fazendo pouco caso com a mão.

— É sério isso? - perguntei.

— Não sei dizer. Mas foi o que ouvi - disse Mallory dando de ombros.

— Ah! Lembro dessa história também! - disse Mestiço - Acho que tinha um motivo bem romântico por trás né?

— De toda forma, - disse Reyna - Temos que fazer dar certo. Seria muito útil ter um jeito fácil de ir de um lado por outro.

— Só der certo, seria uma boa não ficar tentando passar exércitos inteiros de um lado para o outro ou algo do tipo - eu disse.

— Ninguém lá iria gostar - disse Magnus.

— Muito pelo contrário. Acho que iriam adorar essa chance de comprar briga com pessoas diferentes - disse Mestiço.

— Uma verdadeira festança - completei.

— Faremos uso sensato - disse Frank.

Algum tempo mais se passou até chegarmos em Boston. Fomos direto para a entrada do Hotel Valhalla e, ao entrar no saguão, deu pra sentir a veia que provavelmente estava estourando na testa de Hunding. Ele bufou e massageou as têmporas. Talvez devêssemos colocar na lista de compras uma analgésico. Sorrateiramente Magnus se aproximou e exibiu a sacola de chocolates sortidos com um sorriso meio falso.

— Vocês me colocam em cada situação complicada - reclamou Hunding.

— Desculpe por isso - disse Magnus.

— Mas situações extremas pedem medidas extremas - completou Alex.

Existe coisa mais fofa que um casal onde um termina a frase do outro? Espero ficar algum dia assim… seria uma ótima chance com a Contracorrente mas ela mal me fala qualquer coisa! É realmente frustrante…. mas… não. Não quero falar disso. Vamos mudar de assunto, por favor!

— Uma condição… - disse Hunding.

— Só dizer! - disse Mestiço.

— Vocês vão ter que preencher um grande formulário e escrever um enorme relatório explicando tudo o que está acontecendo! Quero ter algo para provar que tudo isso foi mesmo necessário para que eu não fique com consequências depois por deixar eles passarem! - disse Hunding.

— Pode deixar. - disse Magnus soltando um suspiro assim como todos os outros imaginando a trabalheira que vai ser.

— Lamento por botar você nessa situação. - disse Reyna

Com passos apressados com medo de acontecer alguma coisa no caminho, fomos o mais rápido possível para o 82º. Não pude ver o olhar de provável admiração que os semideuses romanos tinham por estar visitando Valhala pela primeira vez mas, quando ouvi Hazel falando que bem que adoraria ter tempo para conhecer melhor o hotel, imaginei que eles estavam bem maravilhados e curiosos. O que é compreensível.

Desviando dos vários vikings pelo caminho, incluindo de um claramente bêbado que estava cantando Let it Go, chegamos no andar de número 82 e passamos a procurar qualquer máquina de refrigerantes. Escondida no fundo de um corredor escuro quase imperceptível, encontramos uma. As luzes dela estavam falhando e, como o corredor era um beco sem saída sem mais nada além daquela máquina, o ambiente estava parecendo ser construído para um filme de terror.

— Qual era o número mesmo que ele falou pra apertar? - perguntou Alex.

— Sete - respondeu Mallory.

— Sete… aqui, pela cara, sete é essa lata de refrigerante de romã e cereja - disse Hazel.

— Uhh… Canada Dry! - disse Frank - Eles tem uns refrigerantes muito bons. Mas nunca experimentei esse, parece meio enjoativo.

— Aposto um denarii de que essa passagem vai nos levar pra costa oeste do Canadá - disse Hazel.

— Não vou discordar da teoria - disse Mallory logo fazendo o processo de compra do refrigerante.

O refrigerante saiu e então o vidro da máquina se abriu como uma porta. Nem vou mencionar que, por algum motivo que desafiava as leis da física, por mais que a porta não tivesse mais do que quatro dedos de espessura, todas as dezenas de refrigerantes e o fundo da máquina pareciam estar na porta também. Claro, acho que a essa altura isso já estava dentro do nível de esquisitices esperado.

— Legal… - disse Magnus olhando para porta enquanto Frank não perdia um segundo antes de pegar a lata do refrigerante e abrir.

— Quer? - disse ele oferecendo para Hazel enquanto dava um gole.

— Uhum… - disse ela afirmando com a cabeça.

Mas voltando para a porta… do outro lado dela vimos o que parecia ser claramente uma loja. Era como se estivessemos saindo do depósito dela ou algo do tipo. As paredes eram enfeitadas com camisetas com estampas bem aleatórias como buda, o busto de um faraó, um dragão, uma fada e coisas do tipo. Também tinha armas de plástico para vender. Bonecos, canecas… enfim… era uma loja estranha e que, apesar de tudo, ainda dava uma aparência meio medieval. Provavelmente por causa dos adesivos colados na grande vitrine que se assemelhavam aos arcos e pilastras de um castelo e por causa do chão que fazia parecer ser de blocos de pedra.

A loja não estava cheia, pra falar a verdade, estava fazia. E a garota chinesa de cabelo rosa raspado na lateral que trabalhava no caixa e mascava um chiclete de um jeito bem irritantemente barulhento não pareceu ligar de ter um monte de pessoas brotando de seu depósito. Quando saímos, Alex virou para olhar o nome da loja.

— Vikings Dragons and Fairies… - disse Alex - Senti a ironia.

— Não que tenha muita coisa Viking dentro da loja - disse Hazel.

— E… parece que estamos em um shopping - disse Reyna olhando para os corredores com pessoa que iam de um lado para o outro impulsionando o capitalismo.

— Gente… acho que sei onde estamos - disse Frank - Acho que já vim nesse shopping.

— Mesmo? - perguntou Hazel.

— Sim. Lembro de vir aqui uma vez! Bem vindos à Vancouver! - disse Frank suspirando com um sorriso no rosto - Mais especificamente, Bem vindos à Chinatown de Vancouver.

— Ótimo! Temos a pessoa certa para nos guiar para a água para que possamos seguir a viagem! - eu disse.

Não vou contar os detalhes de como Frank ficou perdido em memórias, nem de como cruzamos o pequeno espaço entre a Chinatown de Vancouver e uma baía. Não fico prestando atenção em cada coisa que acontece enquanto Magnus me prende em seu pescoço e nada de preocupante acontece. O Canadá parecia ser um lugar legal. Certamente iria merecer um passeio mais demorado depois. Quem sabe na volta pudéssemos parar e comer um pouco de panqueca com xarope de boldo? Não sei. Fica aí a ideia.

Tendo acesso a água, foi fácil entrar no bananão novamente e seguir caminho. Felizmente, Vancouver era perto da fronteira com os Estados Unidos. A primeira cidade grande americana ao sul seria Seattle, mas nosso destino era outro, era São Francisco.

Se quiser alguém para contar os detalhes de o que aconteceu até São Francisco, peça outro narrador. Porque estou doido para contar o que aconteceu quando chegamos em São Francisco! Sim! Porque, enquanto eu esperava ver a famosa ponte vermelha no horizonte, a visão que nos recebeu foi outra. Ondas enormes e nem um pouco naturais, monstros, uma batalha. Meu coração bateu mais forte quando a vi. Lá, no meio da batalha, estava ela. Formosa e elegante como sempre, a Contra-corrente.


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Notas finais do capítulo

Jacques está chateado pq teve que parar aqui a narração, logo em seu momento mais emotivo, segundo ele. mas é pq tava ficando já grande e... enfim... digam se gostaram da narração dele. foi difícil escrever como uma espada kk
alguém aí shipando Jacques e Contracorrente? kkk
até o prox cap! e comentem! adoro o comentário de vocês!
ps - o refri Canada Dry existe mesmo
ps2 - a loja Vikings Dragons and Fairies também XD (aqui é fidelidade pura kk dá um trabalho achar os lugares pra bater as coisas da história)