Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 39
PERCY - Jurassic Shark


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora! meu computador morreu! ;~; fiquei 1 semana sem computador!! D: e as eleições mataram a alegria com força.

MUUUUUUUUUITO OBRIGADA ANA LUNA PELA RECOMENDAÇÃO ♥ foi O ponto bom num oceano de coisa ruim ♥



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PERCY

Desde que voltamos da costa leste, eu e Annabeth seguimos tentando achar mais pistas sobre o que acontecia. Claro que tentamos questionar as pessoas no Acampamento Júpiter sobre se haviam visto ou ouvido algo estranho ou preocupante, mesmo considerando que depois de um tempo esses problemas se tornam até normais. Mas, tirando a história sobre algum semideus, filha de Febo ou Cibele (ninguém sabia dizer com certeza), que resolveu tentar dar uma de Branca de Neve e usar passarinhos, esquilos e essas coisas fofas para limpar seu quarto e algum golfinho mágico que pareceu ter decidido ser capitão de um navio, ninguém parecia ter relatado nada de muito preocupante.

Em um certo final de semana, pouco depois de Reyna ter partido com Hazel e Frank para a Turquia, eu e Annabeth tínhamos marcado algumas coisas bem normais. Ir almoçar na casa do pai dela, passear um pouco com Tyson, tentar achar algum ser mitológico na praia para interrogar… coisas normais sabe?

Como era bem típico de final de semana, a manhã começou bem preguiçosa. Eu queria me fundir com a cama então, ignorei o alarme do celular e fiquei lá largado enrolado no cobertor como uma lagarta e abraçando o travesseiro já que o que (ou melhor, quem) eu estava abraçando até então estava ocupada tomando banho assim como o barulho do chuveiro indicava. Lentamente meu cérebro começava a acordar e, com o mesmo ritmo, meu rosto começava a ficar vermelho lembrando da noite passada. Essa vermelhidão no meu rosto continuou quando, pouco depois, a porta do banheiro se abriu e de dentro dela saiu Annabeth. Fica aí na imaginação de vocês o que aconteceu ou não. Existe uma coisa chamada classificação indicativa ok?

Notei como o rosto dela logo ficou vermelho também e ela desviou o olhar enquanto juntava todo o cabelo molhado de lado e o enrolava num único cacho.

— Bom dia. - disse ela com um fofo e pequeno sorriso se sentando na beirada da cama.

— Bom dia - eu respondi me sentando também e me aproximando para beijar sua bochecha.

Notei que ela tinha roubado uma de minhas camisetas para vestir, uma camiseta verde clara sem graça mas que ela fazia parecer bem mais incrível pelo simples fato de estar vestindo.

— Dormiu bem? - perguntei.

— Bem que ainda poderia ter dormido mais… - ela disse vermelha mas soltando o suspiro.

— F-Fiz algo de errado? Não é culpa minha né?

— Não - disse ela soltando uma risada - Assim… tá que você bem que tomou uma parte de minha noite de sono.

— Estamos quites nesse quesito. Você também tomou da minha.

— Justo. - concordou ela - É que fiquei preocupada com a hora. Já passou das 10 e temos que ir visitar meu pai.

— Vai dar tempo. - eu disse suspirando e me jogando na cama de novo.

— Pretende ficar na cama até que horas? Vá tomar um banho e vestir alguma coisa!

Eu bufei enquanto ela se levantava para provavelmente tentar de terminar de se arrumar. Bem que queria ficar mais alguns largado na cama apenas admirando Annabeth penteando o cabelo, mas o olhar dela de mandona disse o suficiente. Eu tinha que tomar banho e me arrumar ou estaríamos atrasados. Assim, sabiamente seguindo as ordens de minha namorada, tomei banho e me arrumei. Depois de alguns minutos estávamos ambos indo para a casa da família Chase e então tocando a campainha.

Eu senti a tensão em Annabeth quando ela tocou a campainha. Tentei aliviar mostrando para ela um sorriso e segurando em sua mão. Felizmente, ela respondeu o sorriso e quase no mesmo momento o pai dela abriu a porta. De cabelos cor de areia como a filha mas olhos castanhos, era fácil ver a semelhança entre o pai de Annabeth e ela.

— Annabeth! - disse Frederick Chase ao abrir a porta.

— Oi pai… - disse Annabeth enquanto era engolida por um abraço do pai.

O abraço não demorou muito, pois logo o Sr. Chase se virou para mim e deu gentis tapinhas no meu ombro.

— Percy! Muito bom tê-lo aqui também, rapaz! - disse ele.

— Obrigado pelo convite, Sr. Chase. - eu respondi.

Pouca conversa aconteceu entre a porta de entrada e sala de estar onde nos sentamos. Enquanto eu perguntava para o Sr. Chase como ía os planos dele de fazer armas com conceitos bem mortais só que usando materiais divinos como bronze celestial, a Sra. Chase apareceu à passos apressados. Não que o Sr. Chase fosse violento ou algo do tipo para fazer armas. Apenas era incrivelmente inteligente e cheio de ideias diferentes. Típico de alguém pra atrair a atenção de Atena, suponho.

— Annabeth, Percy! Que bom vê-los aqui - disse a madrasta de Annabeth.

Notei que a Sra. Chase, uma mulher asiática que na minha última visita tinha o cabelo tingido com algumas mechas vermelhas mas que agora estava totalmente negro. Considerando o começo meio turbulento de relação que ela e Annabeth tiveram, era realmente uma vitória ver elas realmente se dando bem.

— Frederick! Eu não tinha pedido para avisar quando eles chegassem? - ralhou a mulher levemente soltando um suspiro.

— Desculpe…. - respondeu ele.

Ao ver que a Sra. Chase estava arrumando a mesa, eu prontamente levantei para ajudar, assim como Annabeth.

— Podemos ajudar - disse Annabeth.

— Ah não. - disse Sr. Chase - Vocês já não vem muito aqui. Hoje serão tratados como os mais ilustres visitantes também. Bobby! Matthew! Venham ajudar a montar a mesa! Annabeth e Percy estão aqui.

Bobby e Matthew eram os meio-irmãos de Annabeth. Dois garotos gêmeos que, da primeira vez que vi, brincavam de lego. Nossa… estou começando a me sentir velho agora! Principalmente quando o garoto que desceu estava claramente mais velho do que quando visitei a casa dos Chase anos atrás.

— Bobby, vamos ajudar a sua mãe a colocar a mesa. Cadê o Matthew? - perguntou o Sr. Chase.

— Paaai… Eu sou o Matthew! - reclamou o menino revirando os olhos - O Bobby tá lá em cima. Disse que só precisa terminar uma partida lá de algum jogo que ele tá jogando e vem.

— E você não estava jogando com ele? - perguntou Annabeth surpresa.

— Ele tava jogando Minecraft. Eu prefiro LOL. - respondeu Matthew dando de ombros.

Entre várias conversas animadas, logo estávamos na mesa de jantar nos deliciando com o delicioso almoço que a família havia feito para a gente. Claro que não tinha nenhuma comida azul, isso seria coisa da minha mãe, mas tinha um grande filé de tilápia que originou muitas perguntas por parte dos gêmeos.

— Você se sente ofendido comendo um peixe? Seria canibalismo? - perguntou Bobby.

— Não e não - eu respondi com cara de estranhamento enquanto Annabeth ria.

— Percy não é um peixe, Bobby! - respondeu ela.

— Nem uma sereia! - eu disse quando vi a boca de Matthew se abrindo para provavelmente comentar alguma coisa.

— Mas você é o tio da Ariel!! - reclamou Matthew.

— E ele sabe cantar todas as músicas da Pequena Sereia - disse Annabeth com um sorriso olhando para mim com um olhar desafiador.

— Estelle gosta. - me defendi.

Depois de comer, três partidas de Injustice e dez minutos de um filme da Netflix, eu e Annabeth achamos que já era melhor irmos. Lembravamos constantemente como podíamos ser um imã para problemas. Como seria bom que a família Chase continuasse sem ser afetada por atividades mágicas e monstruosas, seguimos nosso caminho. Eu passei o braço direito pelos ombros de Annabeth e ela passou o braço esquerdo ao redor de minha cintura enquanto andávamos aparentemente despreocupados pelas ruas de São Francisco.

— O que achou do almoço? - perguntei.

— Foi bom. - ela respondeu - O objetivo pro próximo almoço é juntar seu lado da família nele..

— Minha mãe com certeza adoraria. - eu disse dando um beijo no topo da cabeça dela.

Estava tudo muito bem e seguimos nosso caminho por São Francisco indo até o ponto de encontro marcado com Tyson. Tyson é meu meio-irmão por parte de pai. Um ciclope filho de Poseidon com alguma ninfa. Mesmo com a névoa camuflando dos humanos normais o fato de ele ter só um único grande olho no centro de seu rosto, ele ainda chamava atenção por ser tão alto. Me pergunto se agora ele parecia um daqueles caras fortões tatuados para os mortais já que tinha agora gravado no corpo trechos diferentes dos Livros Sibilinos. Fui recebido com um forte abraço que foi um bom jeito de matar a saudade apesar de ter sido muito forte. Sério, forte mesmo.

— Bom te ver também, grandão. Mas deixe minhas costelas inteiras! Eu gosto delas! - eu disse no meio do abraço.

— Foi mal - respondeu Tyson com um sorriso mas me soltando - É que é tão raro ultimamente nos encontrarmos.

— Isso é verdade. - respondi.

— Todos estamos bem ocupados. - disse Annabeth enquanto era recebida também por um abraço de Tyson, mas um mais gentil.

— Ás vezes eu queria estar indo para a universidade que nem vocês… - disse Tyson - Ficar mais tempo com a Ella…

— Universidade é um saco. - reclamei - Não sei o que é pior, ela ou o T..

O olhar de repreensão de Annabeth foi o suficiente. Posso não ter terminado a palavra, mas ela me entendia o suficiente para saber que quase deixei escapar a palavra “Tártaro”. O “passeio” pelo Tártaro não foi exatamente meu momento mais feliz, muito pelo contrário na verdade. O mesmo podia ser dito de Annabeth. Num sinal de desculpas por ter trago talvez algumas memórias ruins à tona, peguei em sua mão docemente.

— Foi mal. - eu disse levemente e ela afirmou com a cabeça brevemente.

— E está uma confusão tão grande com os outros ciclopes… e no mar.... - disse Tyson soltando um suspiro.

— No mar?! Porquê eu nunca escuto falar de nada?! - reclamei. Sério! Os deuses deviam fazer uma competição às vezes pra ver quem é o pai mais ausente. Tem vez que parece que só aceitam a paternidade quando estão entediados ou algo do tipo.

— Ah mas parece que isso é meio segredo sabe? Arco-Íris que me contou… - disse Tyson logo ficando em silêncio por alguns segundos me olhando - Você está preocupado. Frustrado.

— Sim! - eu disse - Desde do ano novo estou tentando falar com qualquer criatura marinha atrás de algum rumor ou algo assim, mas ninguém sabe de nada.

— Acho que ainda é meio segredo… ou nem todos saibam - disse Tyson.

— O que está acontecendo entre os ciclopes? - perguntou Annabeth com sua típica expressão pensativa.

— Alguns estão sumindo… - disse Tyson olhando para baixo e juntando as duas mãos na frente do seu corpo.

Preocupado com ele, toquei firmemente em seu braço como na intenção de dar forças. Annabeth fez o mesmo mas, no olhar que troquei com ela, perguntei-me se os dois problemas, os dos ciclopes e os que estávamos pensando desde do Natal, estavam relacionados. Depois de alguns segundos, ele respirou fundo e ergueu a cabeça de novo. Acho que nesse momento Annabeth sentiu que era ideal perguntar algo mais para ele.

— Tyson, você sabe algo mais sobre o que está acontecendo no mar? - perguntou ela pensando rápido.

— Não, desculpe - disse ele - Mas acho que sei alguém que sabe!

Logo fiquei esperançoso quando Tyson falou para irmos até o aquário de San Francisco, o Aquarium of the Bay. Eu tinha ido uma ou duas vezes até lá depois de me mudar para Nova Roma, mas não sou muito fã de aquários. Como alguém pode ser, quando se entende o que os peixes estão reclamando? Apesar de perguntarmos para Tyson quem era essa pessoa que teria mais informações, ele disse que só iria nos contar depois.

Entrando no aquário, passamos por dezenas de peixes. Da primeira vez que vim, um passeio rápido batendo um papo com algum deles mostrou que alguns até gostavam dali pois não iriam se enroscar em lixo que os humanos deixam para trás e nem virar comida de outro peixe. Outros, no entanto, ansiavam por voltar para o grande mar azul.

Desviando dos turistas e crianças que grudavam a cara nos vidros dos aquários, chegamos na seção onde ficavam os tubarões. E não estou falando da parte que os turistas podiam ir, e sim da parte onde os funcionários davam comida para os animais. Uma plataforma de metal rodeava o grande aquário e, sentada na abertura onde os funcionários se aproximavam para dar comida aos tubarões, estava uma mulher corajosa o suficiente para botar os pés na água. Contudo, os tubarões não pareciam ligar muito para ela.

De olhar desolado, cabelos loiros e cacheados, a mulher aparentava ter pouco mais de 40 anos e parecia numa mistura de triste e pensativa.

— Quem é ela? - sussurrei enquanto ainda nos aproximavamos dela.

— Leucothea - sussurrou Tyson de volta - Ela é a mãe de um dos generais do papai.

— Oh. - disse Annabeth levemente surpresa.

— Oi Leucothea - disse Tyson.

— Semana dos tubarões de 22 a 29 de junho. - disse Leucothea fazendo eu e Annabeth nos entreolharmos enquanto Tyson se agachava ao lado dela.

— Tem escutado alguma coisa estranha ultimamente vinda do mar? - Tyson perguntou.

— Nem todos os tubarões botam ovos! Venha descobrir quais colocam! - disse Leucothea ainda sem tirar os olhos do tanque dos tubarões.

— Alguma história interessante por aqui? - disse Tyson.

— Isso vai mesmo dar certo? - sussurrou Annabeth em meu ouvido e eu simplesmente dei de ombros.

— Jurassic Shark, apresentação começa em 20 minutos. - disse Leucothea - Vai ser a primeira vez de um tubarão novo que resgataram no Pacífico.

— Esse tubarão é simpático? Ele já conseguiu fazer amigos? - perguntou Tyson.

— Medroso. Assustado. - disse Leucothea - Estavam usando sua casa para reuniões.

— Reuniões? - repetiu Annabeth começando a ver a utilidade da informação.

— O que muitas crenças têm em comum? - perguntou Leucothea.

— Em comum? - perguntei totalmente perdido.

— Ziusudra. - disse Leucothea - Vishnu. Nanabozho. Viracocha. Naunet. Bergelmir. Prometheus. Noé.

— Inundações! - exclamou Annabeth pegando a ligação mais rápido do que eu. Meu olhar de perdido para ela recebeu como resposta o olhar que dizia que ela me explicaria direito depois.

— Naunet… - foi tudo que fui capaz de sussurrar.

— Reunião todo sábado, do pico do sol ao pôr do sol - disse Leucothea - Golfo de Farallones.

— Espero que seja isso mesmo! - exclamou Annabeth - Uma inundação! Será que Naunet quer uma inundação?

— Me perdi… tá que tem Noé na lista dela mas, acha mesmo que é isso que Naunet quer? - perguntei.

— Prometheus avisou Deucalion da inundação e ele construiu a arca. Ziusudra foi um rei sumério que também se precaveu dela. Não sei direito dos outros, mas realmente não é uma ideia muito nova. Pode ser que sim, por ser que não. - disse Annabeth dando de ombros - Não custa nada averiguar.

— Podemos nos infiltrar nessa reunião - disse Tyson se juntando a conversa e eu fiquei até surpreso com a ideia.

— Temos local, data e hora. - disse Annabeth começando a pensar.

— Para essa missão em particular, acho que seria melhor não sermos descobertos - disse Annabeth.

— Eu vou também. - disse Tyson batendo a mão no peito

— É perigoso demais! - retruquei.

— Eu consigo. Você consegue suas missões. Eu também consigo. - disse Tyson.

É assim a sensação de discutir com o irmão por coisas que são para o bem dele?

— Justo - eu disse e Annabeth soltou uma leve risada.

Bem, foi assim que nos metemos numa enrascada… acho que não preciso dizer que nós fomos eventualmente descobertos.


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Notas finais do capítulo

quando eu escrevi o capítulo anterior, eu tinha uma ideia x pra esse capítulo com o Percy. Ia dar bonitinho pra chegar até o começo da batalha e a chegada dos nórdicos. Maaaaaaaaaaaaaas.... esse x virou 4x, então não deu kkk então tentei encurtar algumas coisas pra pelo menos chegar num ponto que dê pra entender que como chegou na batalha em questão.
admirem tbm a aparição do Tyson!! Não foi fácil botar ele aí. Não é um personagem que eu conheça ou lembre muito. Mas eu queria dar o momento dele para brilhar tbm. Fico preocupada em o que o Rick vai aprontar mais pra frente... espero que n mate mais ngm.
por todos esses motivos citados anteriormente, a Ella tbm não apareceu. Mas quem sabe mais pra frente né? ;D



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