Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 37
MALLORY - Chocolate, chocolate, chocolate.


Notas iniciais do capítulo

mais um cap!! desculpa qualquer demora! XD
espero que gostem desse cap. ele é importante pra dar uma sacodida em quem está em cada grupo para poder seguir com outros focos na história.



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MALLORY

Já tinha algum tempo que eu tinha acordado. Mas, mesmo assim, fiquei apenas fitando o teto do quarto ainda deitada na minha cama. Tinha sido uma noite difícil para encontrar o sono e dormir, principalmente depois do funeral do TJ. Não é todo dia que algum Einherjar recebe um funeral Viking, principalmente considerando que, não importa quantas vezes morremos, sempre voltaremos a vida se essa morte for em Valhalla. Infelizmente, isso não foi o caso para TJ.

Eu me sentei em minha cama e me espreguicei. Tomei alguns segundos para tentar achar coragem para sair da cama e encarar esse dia de merda que vinha pela frente. Com um suspiro, me levantei, tomei banho, troquei de roupa e saí. Não queria olhar para a porta do quarto de TJ, mas, felizmente, meu olhar foi atraído para Mestiço que estava logo na frente da minha porta de braços cruzados provavelmente esperando eu sair.

— Estava me esperando? - perguntei.

— Estava - respondeu ele soltando um pesado suspiro.

Notei como o olhar dele foi para a porta de TJ. Espero que, assim como eu, ele estivesse se coçando para fazer uma boa e velha vingança em nome do nosso amigo. Nenhum de nós dois tínhamos nos dado bem com TJ no começo. Quando cheguei em Valhalla, TJ me parecia alguém um tanto irritante. Contudo, assim como aconteceu com Mestiço e TJ, acabei ficando amiga de TJ.

— O que quer? - perguntei.

— Preciso de motivo pra ver minha namorada? - perguntou ele abrindo um sorriso confiante enquanto eu revirava os olhos.

— Como se fosse algo normal você ficar parado na frente da minha porta me esperando acordar com um motivo desses.

— Ok. Me pegou. Ouvi o barulho do chuveiro e imaginei que fosse sair logo - ele explicou - achei uma boa ideia ver se estava bem.

— Estou… Ou o melhor que dá para estar considerando a situação… - eu respondi desviando o rosto.

Talvez motivado pela diferença de altura, ele então achou que seria uma boa ideia botar a mão em minha cabeça e bagunçar meus cabelos. O lado ruim de ser ruiva? Fiquei estupidamente e obviamente vermelha, o que fez ele soltar uma leve risada e continuar a bagunçar meus cabelos. Revoltada, empurrei a mão dele dali e fui em passos pesados até a porta de Magnus. Por mais que me sinta lisonjeada com a preocupação de Mestiço, acho que valia a pena checar como estavam os dois caçulas do andar, principalmente considerando que Magnus estava se sentindo culpado.

Ao me aproximar da porta do quarto de Magnus e não ouvir nada, fiquei considerando se valia a pena bater na porta dele e arriscar acordá-lo. Essa decisão foi tirada das minhas mãos quando uma mão me empurrou levemente para o lado.

— Deixa comigo! - disse Alex ao se aproximar saída do quarto dela.

Sem pensar duas vezes, ela bateu duas vezes na porta mas foi logo entrando sem esperar uma resposta.

— MAGNUS CHASE! - exclamou Alex entrando no quarto -  HORA DE SAIR DA CAMA PORQUE TEMOS CARONAS PARA DAR E BUNDAS PARA CHUTAR!

— Me lembre de nunca mais deixar a porta do meu quarto destrancada… - sussurrou Mestiço ao meu lado embaixo da porta enquanto seguíamos com o olhar Alex indo até a cama onde era possível ver que Magnus ainda estava deitado.

— Só se me der uma cópia da chave - respondi.

A risada de Mestiço ecoou alta no quarto de Magnus enquanto eu me escondia em minha própria vermelhidão. Toda a agitação ali fez Magnus sentar-se na cama e olhar com a gente com uma típica cara de sono ao mesmo tempo que seu cabelo mais parecia um ninho de passarinho.

— Rola um café da manhã pelo menos? - perguntou Magnus.

Como, Alex fez um ótimo trabalho em tirar Magnus da cama, não demorou muito para que todos estivéssemos indo comer. Depois disso, num piscar de olhos estávamos nos empanturrando de comida junto com os outros. No entanto, não era mais um café da manhã pois demoramos tanto para sair da cama que chegamos na hora do almoço.

— Sua boca tá suja.. - disse Alex apontando para Magnus que logo desviou sua atenção da comida e passou o braço para limpar a boca.

— Valeu - respondeu ele.

— Sabe… - disse Mestiço se aproximando de mim e sussurrando em meu ouvido - Uma parte de mim achava que Alex ia limpar com um beijo ou algo assim.

Eu quase cuspi o meu suco de maçã. Tentando segurar a risada, olhei para ele com a cara mais séria que consegui fazer.

— Não me parece muito do feitio da Alex - respondi falando baixo também - Você “achava” ou “esperava” então? .

— Vai que... - disse ele dando de ombros.

— Anda lendo algum livro estranho de novo para ter essas ideias?

— Não leio nenhum livro estranho desde do doutorado em literatura germânica. - resmungou ele logo devorando uma salsicha gorda - Nenhum novo pelo menos.

— Embora aposto que tenha repetido a leitura de um ou outro.

— Friedrich Hölderlin não é estranho.

— … Não é o cara que falava as vezes de deuses gregos? - perguntei depois de tirar alguns segundos para lembrar da vez que ele tinha mencionado os escritores que estudava enquanto fazia o doutorado.

Wir sind nichts; was wir suchen ist alles. Nós somos nada; o que procuramos é tudo. - disse Mestiço fazendo o favor de traduzir a fala antes de soltar uma levíssima risada - Que ironia. Certamente não imaginava estar nessa situação com deuses gregos no meio quando estava lendo os poemas dele.

Nossa conversa foi interrompida quando Hunding se aproximou de nós. Eu, Mestiço, Magnus e Alex paramos o que estávamos fazendo para olhar para ele.

— Achei uma saída que parece levar para a costa oeste embora eu não saiba com certeza em que parte dela - disse Hunding.

— Não sendo lá pras bandas da América do Sul, já ajuda muito - disse Alex.

— Certeza que é pro norte - disse Hunding.

— Onde fica essa saída? - perguntou Magnus.

— Sabe… odeio fazer isso mas… - disse Hunding soltando um suspiro - Não foi muito fácil descobrir essa informação e… tem a papelada para vocês saírem de novo…

— Te trago um chocolate! Não.. uma caixona cheia de chocolates! - disse Magnus - Da marca e tipo que quiser! Barra, bombom, quente, cobertura de bolo ou o que quiser.

Foi engraçado ver o brilho que surgiu no olhar de Hunding. Foi como se Magnus estivesse falando que iria dar para ele uma montanha de dinheiro. Quase pude ver as engrenagens de seu cérebro se mexendo desesperadamente na escolha de um chocolate especial.

— A einherjar que chegou semana passada… - disse ele no ar.

— A da suiça? - perguntei - Como era o nome dela mesmo?

— Alina? Lina? - disse Mestiço.

— Lina. É. Ela. - disse Hunding suspirando - Ela mencionou uma marca suiça que, segundo ela, tinha o chocolate mais divino que conheceu.

— Diga o nome e como chegar na costa oeste que ele será seu! - disse Alex.

— Lindt. Mesmo um bombom está de bom tamanho - disse Hunding esfregando uma mão na outra provavelmente já ansioso pelo chocolate.

— Cuidaremos disso. E a saída para a costa oeste? - perguntei.

— Dizem ter uma no andar 82. Em alguma parte do andar tem uma máquina de venda de refrigerantes. Dizem que é só apertar o número 7 nela. - explicou ele.

— Só isso? Certeza né? - perguntei.

— Sim. - disse com firmeza na voz.

Tendo essa bela informação para começar nosso dia. Decidi confiar na fonte de Hunding. Assim, terminamos nosso café da manhã com calma… ou com a maior quantidade de calma que era possível ter em Valhala. Em um momento, pouco antes de nos levantarmos, uma briga começou por causa de um pedaço de coxa de frango e alguns pratos, comidas e armas saíram voando. Nada fora do normal.

Depois disso, nos preparamos para voltar para Nova Iorque e, com o Bananão no bolso do Magnus, fomos até o mais perto do mar que Boston conseguia ficar, aumentamos o Bananão e seguimos viagem. Tínhamos marcado bom Blitzen e Hearthstone nos encontrarem lá, então eles viajaram para Nova Iorque conosco ansiosos por conhecer os outros peões nessa aventura maluca.

Ao chegar na casa do Brooklyn, fomos recebidos por Carter que abriu a porta prontamente ao nos ver.

— Ainda bem que não demoraram tanto… Reyna já estava ficando preocupada - disse Carter.

— A cama estava mais forte do que a gente - disse Alex.

— Vou chamar eles - disse Frank que estava na sala e, ao nos ver, foi logo subindo as escadas chamar os outros.

Seguimos então para a sala onde também encontramos o tal Nico sentado no sofá mas claramente dormindo com a cabeça apoiada no ombro do garoto loiro que, se me lembro o nome direito, era Will. No fundo da sala, vimos alguém novo. Um garoto de cabelos castanhos encaracolados e uma garota loira. Ambos estavam focados em aparentemente consertar um dragão de metal.

— Descobriram mais alguma coisa enquanto estávamos fora? - perguntei.

O barulho de nós chegando atraiu a atenção de Sadie que saiu da cozinha e ela, junto com Carter, explicou que estavam procurando por informações na biblioteca que tinham. Nos deixaram também mais a par da situação apresentando também então as outras pessoas que não conhecíamos, Leo e Calipso, os dois que estavam nos fundos arrumando o dragão que aparentemente se chamava Festus. Pelo o que entendi, tinha mais um semi-deus, Peter, e um sátiro, Grover. Sátiro, quem diria. Aparentemente, os dois estavam na biblioteca junto com Zia, Cleo, Julian e Sean procurando por mais informações enquanto esperavam o conserto do dragão.

— Caaara… porque seu pai não pode nos dar um dragão ao invés de um barco, Magnus? - perguntou Alex - Seria bem mais legal. Mesmo se fosse um dragão todo amarelo.

— Um barco cabe mais pessoas que um dragão. - disse Mestiço - Embora eu reconheça que um dragão seria realmente incrível.

— Hey! - disse o garoto, Leo, finalmente tirando os olhos do dragão - Não fale assim com Festus! Ele tem sentimentos e ele se sente culpado às vezes por não poder levar tantas pessoas como fazia quando era o Argo.

— Argo? - perguntou Magnus.

— Um barco. Do tipo voador - disse Hazel abrindo um leve sorriso.

— Nossa! Barcos que voam! E depois dizem que Vikings é que eram ótimos navegadores! - exclamou Blitzen que estava equipado completamente com seu traje de passeios diurnos que o protegia dos raios do sol.

Hearthstone então sinalizou algo que Magnus fez o favor de traduzir para Carter. Na verdade, no decorrer da conversa toda, as mão sde Magnus estavam ocupadas fazendo uma tradução simultânea para Hearthstone. Não tenho muita ideia de quanto a leitura labial do elfo consegue captar de uma conversa. Especialmente com várias pessoas envolvidas, o que era justamente o caso, especialmente depois que todos os outros se juntaram a conversa.

— Hearthstone quer saber se ele e Blitzen podem ficar aqui enquanto damos carona para os outros até a costa oeste. - disse Magnus - Hearthstone iria adorar aprender ao menos um pouco sobre magia egípcia.

— Não sei… - disse Carter pensando - Quero dizer, não tenho nada contra esperarem aqui. Só tenho minhas dúvidas quanto a parte de aprender. Não é algo tão leviano e que pode ser feito por todos. Eu mesmo sou um pouco ruim nela. Os abracadabras ficam mais com a Sadie.

— Não vejo problema em trocarmos alguma informações básicas. - disse Sadie sentando no braço do sofá e botando um pirulito na boca.

A essa altura, Nico já tinha acordado com tanta conversa, mas ficou quieto olhando para a gente com cara de quem não gostou nada de ter sua soneca interrompida por mais que ainda estivesse com a cabeça deitada no ombro de Will. Hazel, Frank e Reyna, nossos viajantes da carona, já pareciam estar prontos para partir também. Tinham mochilas nas costas e armas na mão. Meus tipos preferidos de caronas, os que sabem se defender.

— Só espero que não tenhamos problemas. Uma volta pelo canal do Panamá é meio longa - disse Reyna.

— Conseguimos uma outra forma de rota. - eu disse - Vamos ter que subir para Boston e passar por Valhalla. Existem várias passagens espalhadas pelos nove mundos. Encontramos uma para a costa oeste.

— Isso é mais prático do que os portais! - exclamou Zia.

— Não é tão prático pois é difícil saber onde tem uma… - disse Mestiço dando de ombros.

— Acho que dá pra chamar isso de dia de sorte - completou Magnus.

— Semideuses não tem dia de sorte. - resmungou Nico - Podem ficar preparados, algo vai dar errado.

— Nem fala, por favor! - reclamou Hazel.

— Hey! - disse Grover. Talvez eu tivesse imaginado o sátiro que aparece no filme do Hércules quando mencionaram ele, mas ele não era lá tão parecido com o Phil do filme. Bem, pra começar ele não era da altura do meu joelho - Se vão subir para Boston, podem nos dar carona para algum lugar mais perto do Acampamento.

— Seria até bom para achar mais peças para consertar Festus de vez… - disse Leo soltando um suspiro.

— Ele consegue andar ou ir até onde o barco está? - perguntou Calipso.

— Um vôo curto carregando só eu… acho que sim… talvez. - disse Leo.

— Cabe quatro pessoas e um dragão em seu barco? - perguntou Grover.

— O barco não é problema. A maior preocupação é passar vocês três por Valhalla. Considerando que Amir já esteve lá, não acho que seja um problema tãaao grande… - disse Magnus apontando rapidamente para Hazel, Reyna e Frank.

— Amir foi convidado de honra. - respondi - É diferente. Daremos um jeito sem que Hunding ou Helgi reclamem.

— Acho que é aqui que entra o suborno achocolatado - disse Alex.

Afirmei levianamente com a cabeça concordando com a ideia do suborno. Esperava que Hunding entendesse a situação atual.

— Acho que podemos ir então né? Ou falta algo? - perguntou Mestiço.

— Ahm… aproveitando que pela cara estamos nos mandando… - disse Leo olhando para Sadie - tô preocupado que seu namorado esteja planejando métodos para arrancar minha cabeça.

— Nah, ele é mais da onda de putrefazer os inimigos… mas porque acha isso? - perguntou Sadie embora eu estivesse perdida no motivo da preocupação.

— Porque ele não voltou ainda… - disse Leo.  

— Ocupado no submundo? - sugeriu Will dando de ombros.

— Difícil...o submundo egípcio está com uns problemas de falta de cliente… - explicou Sadie - Mas não, relaxa. Ele só… disse que... queria ficar um pouco sozinho. Mas não sei também onde ele está.

— Mais algum assunto inacabado antes de irmos? - perguntei.

— Eu! - disse Peter levantando a mão - Eu queria mais chocolate quente!

E, verdade seja dita, ele estava com um bigode feito de achocolatado. Além disso, provavelmente resolvendo também o próprio assunto inacabado, Hazel se aproximou de Nico e Will e abraçou os dois ao mesmo tempo.

— Se cuida, maninho - disse Hazel.

— Você também, maninha - respondeu Nico com um sorriso de canto.

— Podemos arrumar chocolate quente no caminho. - eu disse.

E, com isso, começou o difícil processo de tirar o dragão de dentro da casa para seguirmos viagem.

 

 


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Notas finais do capítulo

sei que talvez alguns estejam ainda um pouco cansados depois de tantos capítulos na Casa do Brooklyn, mas acho que deu pra ver que agora deu outra misturada legal que dá pra explorar. Não só ainda na Casa do Brooklyn, mas também com o povo que vai pro Bananão. assim, temos (por enquanto) os seguintes pontos importantes com personagens de importância já mencionados.

1) A Casa do Brooklyn com: Carter, Zia, Sadie, Nico, Will, Blitzen, Hearthstone, Cleo, Julian, Sean, Filipe, Khufu
2) Bananão: Magnus, Alex, Mallory, Mestiço, Reyna, Hazel, Frank, Grover, Peter, Calipso, Leo, Festus e Jacques
3) Frankfurt: Sam, Amir, Thália, Kowalski
4) San Francisco: Percy e Annabeth (ACHARAM QUE ESQUECI DELES NÉ? XD)
5) ??: Anúbis

ps: eu tenho todo um gráfico pra lembrar onde está cada um kkk é uma loucura.
ps2: achei divertido explorar a relação da Mallory e do Mestiço. Até pq eles (ao menos na minha cabeça e mais claramente pro Mestiço) são mais velhos no final das contas. Me pergunto até onde foram. ( ͡° ͜ʖ ͡°)



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