Sword Art Online - Imergentes escrita por And990


Capítulo 9
A Dança dos Assassinos - Parte 4




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Realmente, a sala de treino de Violet não era grande, mas era o suficiente pra treinar. Era o meu segundo dia de prática, e eu tinha acabado de chegar, antes dela.

Tinha que admitir: era mais empolgante do que eu pensara.

No início, tive muita dificuldade com arremesso de kunais e shurikens, mesmo sendo particularmente úteis pra elas que no jogo simples gestos de mão fossem comandos que pudessem sacar armas que não estavam com seus portadores direto do inventário. Descobri que também haviam agulhas disparáveis e eram muito mais rápidas e precisas, mas era impossível lançá-las com efeito.

Comecei logo a tentar lutar com as longas mas finas espadas samurai, mas descobri que eu era melhor com as facas longas de empunhadura única. Não eram tão longas quanto uma espada, mas passavam com mais facilidade pela defesa do adversário.

Notei logo a princípio a diferença entre lutar em Blood Moon e em DFD ou Alfheim. Não adiantava atacar de frente, as espadas do jogo não tinham força pra colocar tanta pressão assim, e do outro lado, as lâminas curtas fariam um estrago em todas as brechas que eu abriria.

Dessa forma, era melhor atacar com estocadas rápidas e precisas, esperando o adversário abrir uma brecha e rasgá-lo por ela. Nesse tipo de luta, eu tinha que me preocupar significativamente mais com meu jogo de pés.

E quando a distância entre eu e meu combatente aumentasse, eu deveria lançar kunais e shurikens, que mesmo se fossem bloqueadas, poderiam abrir as brechas perfeitas para um ataque rápido.

Fiquei feliz com meu avanço teórico, mas a prática era totalmente diferente.

Eu claramente precisava treinar.

Finalmente, Violet entrou na sala. Estava com o capuz pra trás e sua expressão era de clara insatisfação. Na verdade, parecia furiosa.

Foi até um canto e se sentou, olhando pra parede. Não deu o menor sinal de querer se dirigir a mim. Por hora, preferi continuar o que fazia. E assim fiz.

Mas depois de uns cinco minutos com ela ainda pensativa, comecei a ficar desconfortável.

— Érr… Jen… quer dizer, Violet… há algo errado? - perguntei, cauteloso. Ela se virou pra mim apaziguando sua expressão, como se só agora houvesse percebido que eu estava na sala.

— Ah, Andy… desculpe, só estou pensando. É que… lembra do Skorpion? Ele ia caçar ontem à noite e… - ela disse, hesitando.

— Sim, lembro. E?…

Ela respirou fundo.

— Depois que você deslogou, eu fui procurá-lo no Morro da Lua. Mas… encontrei ele todo ferido, e sob efeito de um veneno de paralisia potente. Menos de cinco por cento de vida. Foi o Slash. Ele o pegou. Skorpion tentou resistir e conseguiu mantê-lo afastado por algum tempo, mas teve suas duas pernas atingidas por arpões. Depois disso, Slash o prendeu contra o chão com mais deles e correntes, e depois o esfaqueou com uma adaga embebida em veneno de paralisia potente - ela concluiu. - e deixou ele lá. Eu o encontrei minutos depois, sem nem sinal do Slash.

Ela cerrou os punhos. Pra mim, uma coisa ficou clara: ela era amiga de Skorpion. Se culpava por não ter imaginado isso e, agora, queria vingança. Deixei algum tempo passar antes de fazer minha sugestão.

— Bom, se me der algum tempo pra treinar, talvez possamos ir atrás de Slash juntos…

Ela deu uma risada curta, amarga e sem humor.

— Não leve a mal, Andy, mas se fôssemos lutar agora você ficaria assistindo e tentando acompanhar visualmente. Não se preocupe, eu não vou atrás de Slash. Pelo menos, não tão cedo. Agora, a prioridade é o seu treino - ela disse. Eu assenti. Voltei a praticar.

Descobri alguns dias depois pra que servia aquela estátua de samurai. Não era só uma estátua. Ela se movia e lutava. Inclusive, me dava uma surra.

Por outro lado, eu sentia que meu progresso era rápido. Fosse pela minha bagagem em jogos de imersão, fosse por todo o equipamento avançado da sala particular da Rank 1, em três dias de treino eu já estava no nível de um jogador mediano, que em Blood Moon é muita coisa. Em quatro, já vencia a grande maior parte deles. Ainda assim, Violet mal me deixava sair daquela sala.

E os dias passavam. Só depois de uma semana treinando
exaustivamente naquele quarto Violet me deixou sair. Durante o dia, fomos caçar em dupla, à noite, só em grupos de no mínimo cinco.

Mas depois de tanta prática naquela sala, no terceiro monstro eu já tinha pego o jeito. Subi de nível e upei meus atributos a uma velocidade tremenda. Numa só tarde passei por várias e várias dificuldades de monstros. Só travei quando lutava contra creeps do nível de players no top 100 do servidor.

Fiquei surpreso comigo mesmo. Mas Violet não parecia. Em uma semana eu já tinha virado um destaque no jogo, e por conta do meu treino praticamente em isolamento, eu não tinha nem ideia.

— Preste atenção, esse é o seu desempenho contra creeps. Podem ser de alto nível, mas a gente ainda não teve que lidar com jogadores ou emboscadas. Você acumulou um ouro absurdo. Certamente tentariam te caçar se eu não tivesse sido reconhecida lá. Ninguém vai atacar alguém do lado da Ranking 1, pode estar carregando todo o ouro do jogo - ela me disse, enquanto voltávamos pro centro. Já estava escuro na cidade.

Eu parei pra refletir um momento. Depois fiz uma das perguntas mais idiotas da minha vida.

— Jennifer, você… é forte?

Ela não parou, mas virou pra mim, claramente pega de surpresa pela pergunta.

— Quer dizer… o quanto você é forte? E como você descreveria a sua força? - complementei, tentando me explicar. Ela bufou fundo.

— Eu amo esse jogo. Essa é minha força. Acho que é a sua também. Talvez, a de qualquer jogador em qualquer jogo. Falo amor no sentido de paixão. Eu amo esse jogo. Isso me faz querer mais. Me faz querer ser melhor. Me faz lutar como eu luto - ela respondeu. Ficamos em silêncio por algum tempo.

— Agora, se quer em termos mais técnicos… eu sou muito rápida em botes. Sei usar o fator surpresa. E tenho um excelente olho pra emboscadas. Em confrontos diretos, sei usar minha empunhadura dupla pra flanquear, criando minhas próprias brechas na defesa do oponente em vez de esperá-las surgir. Acho que isso é o principal sobre como eu luto - ela respondeu.

Passei mais um tempo refletindo. Agora, eu tinha certeza do quanto ela era forte. Não por como lutava. Ela tinha certezas, tinha objetivos. Sempre tinha um alvo, não importando o quanto a abatessem. Esse era o motivo de sua força;

“E eu? Eu sou forte? E por que eu seria?”. A resposta me veio à mente quase ao mesmo tempo.

“Pelo mesmo motivo. Eu amo o que faço. Por isso luto. Porque amo. Amo mais do que qualquer um. Por isso eu sou forte”. Essa era minha única certeza.

Eu estava certo. E, cara… como eu estava errado.


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