Sword Art Online - Imergentes escrita por And990


Capítulo 11
A Dança dos Assassinos - Parte 6


Notas iniciais do capítulo

O confronto entre Devil Hunter e Slash! Os dois assassinos se enfrentam na noite sedenta de Blood Moon!



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— Prepare-se.

Dessa vez, Slash só me encarou. Não consegui saber o que pensava.

Corri pro ataque. Golpeei três vezes em arco, na altura do peito. Depois, dei três estocadas rápidas. Ele desviava movimentando o corpo inteiro, com total controle.

Tentei de novo, dessa vez, com quatro estocadas. A quarta chegou muito perto de acertar a máscara.

Ele deu um passo pra trás. Depois, fugiu em disparada.

Passado o momento de surpresa, corri atrás dele o máximo que consegui. Fiquei surpreso ao notar que minha velocidade se igualava à dele.

Porém, ele usava sua agilidade pra mudar de rumo repetidamente, sem diminuir o ritmo. Era muito difícil acompanhar, ainda mais na floresta.

Mas eu não podia deixá-lo escapar.

Então, mantivemos a perseguição a toda velocidade.

Finalmente, alcançamos o portão da cidade. No lugar de tentar abri-lo, Slash escalou a enorme parede, pulando do outro lado. Por sorte, eu também sabia fazer isso. Consegui segui-lo.

Só quando caí entendi o que ele estava fazendo.

Ele não estava fugindo. Ele tinha me atraído pro lugar mais deserto da cidade, longe da área segura, e dado tempo pra regeneração acelerada curar totalmente seus ferimentos da luta contra Violet.

Mas não parou por aí. Virando-se, continuou a correr, dessa vez um pouco mais devagar. Continuei atrás dele.

De repente, ele entrou num beco estreito que eu nem havia notado. Cheguei lá logo depois.

E ele tinha desaparecido.

— MERDA! - gritei. Olhei pras janelas e cantos do beco sem saída, em desespero. Finalmente, corri até a parede oposta, escalando-a e pulando pro outro lado.

Caí bem no meio de uma rua larga. E uns quinze metros à minha direita, Slash me esperava.

Nos encaramos por um longo momento. Então era isso. Ele decidiu que ia me enfrentar.

Guardei a adaga curta e saquei minha arma principal: uma comprida faca de caça.

Corri pro ataque. Golpeei com arcos longos, retesando o corpo inteiro. Primeiro, ataquei de cima pra baixo, depois, mirando as canelas e em seguida, no ombro esquerdo.

Mas ele previu o último golpe. Sacando do inventário um curto e pesado martelo, girou e me acertou no peito em cheio com ele.

Fui arremessado ao ar uma longa distância, mas reconheci a minha deixa.

Arranquei minha capa das costas rasgando-a e fazendo-a se dissolver. Por baixo dela, eu usava uma longa calça na parte inferior, e na superior, uma espécie de manto-cachecol que cobria ombros, peito e dava várias voltas no pescoço, com cinco longas faixas que ficavam pra trás e esvoaçavam com movimento. No rosto, um pano cobria meu nariz e boca. As roupas eram totalmente negras, assim como o meu cabelo, e contrastavam com meus olhos vermelhos.

Pousei deslizando, e me levantei. Assim como Slash, minha barriga e braços definidos por conta do atributo força ficavam à mostra.

De pé, era uma imagem de assassino tão perfeita quanto ele.

“É agora. Vamos começar.”

Com um último olhar, avancei.

Slash disparou uma onda de shurikens contra mim. Retesei minha faca, relaxei o pulso, e me concentrei na trajetória da nuvem de projéteis cortantes vindo na minha direção. Comecei a golpeá-los com movimentos curtos e rápidos redirecionando-os, e passei por todos intacto.

Depois disso, Slash trouxe do inventário uma curta adaga, e a arremessou girando na minha direção.

Freei firmando os pés no chão e girei pra direita, evitando que a arma me cortasse no ombro. Ao mesmo tempo, pus o braço esquerdo nas costas e a agarrei pelo cabo em plena rotação.

Em seguida, puxei os dois braços por cima dos ombros e lancei minhas duas lâminas como se fossem kunais, já voltando a correr.

Slash deu um enorme salto pra trás, quase deixando suas costas se chocarem contra uma parede, mas não saiu da trajetória das lâminas. Então, pulou, e elas se cravaram no muro logo abaixo de seus pés.

Enquanto corria, saquei oito shurikens do inventário, e as arremessei com efeito, mirando o tronco de Slash.

Ele desviou escalando rapidamente a parede atrás dele, e em seguida, pulou do topo dela para o telhado de uma casa próxima.

Quando cheguei à parede, fiz o mesmo. Puxei minha faca de caça do muro, subi por ele, e me lancei ao telhado.

Pousei realizando uma cambalhota, para amortecer o impacto. Slash me esperava, atento. a luz da lua de Blood Moon, azulada essa noite, batia diretamente em nós, deixando a cena mais fantasmagórica, mas não menos clara. Saquei e arremessei mais shurikens em Slash, que pulou para o telhado da próxima casa, sacou as dele e arremessou de volta.

Desviei, saltei até onde ele estava e arremessei mais projéteis. Novamente desviando, ele saltou para a casa seguinte e voltou a correr e disparar.

Continuamos saltando de telhado em telhado e arremessado projéteis um no outro, agora, correndo numa mesma direção e em alta velocidade. Era um verdadeiro confronto entre ninjas.

Finalmente, lancei uma saraivada de agulhas em Slash, mas previ pra onde ele saltaria e lancei uma bomba de fumaça naquela direção.

 

 

Slash olhou em volta, perdido, e estreitou os olhos tentando me localizar. De repente, ouviu uma faca zunir na sua direção. Agachou a tempo e chutou na direção de onde veio o golpe. Sentiu o chute ser bloqueado, e me perdeu de novo. “Esquerda”. Desviou e contra-atacou com uma adaga. Quase acertou o lado direito do meu rosto. Girando, ataquei com um chute na barriga dele, mas quando fui tentar atingi-lo no pescoço, ele desviou e sumiu de novo.

Depois, ouvi ele se movendo alguns metros à minha direita. Ataquei e errei. Ele contra-atacou e eu me esquivei. Passamos alguns segundos trocando golpes cegos na fumaça densa à nossa volta, até que ele me acertou um chute bem na testa, me fazendo rolar pelo telhado.

Correu na direção oposta. Pisando em falso e quase caindo, resolveu arriscar.

Pulou pra frente, às cegas.

 

Caiu sobre outro telhado. Se estabilizando, agachou e olhou em volta, atento.

“Direita”.

“Esquerda”.

“Atrás”.

“Em cima”.

“Cadê ele!?”

Arregalou os olhos quando percebeu.

“EM BAIXO!”

Mas era tarde. Antes que pudesse pular, o chão e as telhas sobre seus pés explodiram. A luz o cegou e o calor o feriu.

Ele caiu de mal jeito no chão da calçada abaixo de nós. Levantou, dolorido. Tinha levado muito dano.

Me localizou em cima da chaminé de uma casa, com a lua por trás de mim. Presa nas minhas costas, ele viu minha segunda arma: uma longa espada samurai.

Por mais um momento, simplesmente nos encaramos. Ele trouxe do inventário com comandos de mão duas de suas lanças escarlates.

E corremos um para o outro.

O impacto de nosso choque nos arremessou pra lados opostos. Avançamos novamente.

Golpeei repetidamente com a espada, em diagonal, horizontal e vertical, muito rápido. Slash bloqueava com as lanças na mesma velocidade.

Depois, ele avançou contra mim, estocando em sequência. Eu me revezava entre desviar e bloquear com a espada ou o facão.

Nos movíamos rapidamente pela rua, atacando, girando, cortando, estocando e desviando. Era tudo muito intenso. Fagulhas jorravam a cada impacto. Mantivemos esse ritmo acelerado por um bom tempo. Eu colocava cada vez mais força em meus golpes, tentando desestabilizar seu equilíbrio. Ele, por outro lado, atacava agilmente, mirando pontos vitais e extremidades desprotegidas com as lanças.

Então, Slash mudou o ritmo da luta lançando-se a uma sacada próxima com um grande arpão. Eu o segui só com um impulso de velocidade e um salto, mas quase fui empalado ao pousar, desviando no último momento.

Ele tentou pular outra vez, mas girando, acertei seu tornozelo com um chute, e ele foi ao chão. Então, pulei pra casa seguinte, disparando kunais contra ele ao aterrissar. Slash desviou saltando até onde eu estava, e arremessou contra mim uma das lanças escarlates ainda no ar, quase me atingindo.

A partir daí, mantivemos um duelo de mobilidade, saltando e correndo de casa em casa enquanto tentávamos nos atingir. Slash levava a vantagem ao se mover em arcos com cordas, anzóis e arpões, e eu tentava acompanhar só com velocidade.

Em determinado momento, voltamos ao telhado e houve um breve confronto direto: Slash pulou por cima de mim e começou a sacar do inventário várias e várias lanças, me golpeando de cima pra baixo com elas, fincando-as no chão e sacando novas a cada golpe.

Quando já ficava difícil de me mover, ele parou de sacar mais lanças e começou a arrancá-las do chão, ficando-as novamente ao tentar me golpear. Eu perdia terreno e espaço. E os golpes começaram a me acertar.

Mesmo de raspão, quando as lanças me arranhavam, eu sentia o corte arder, como se queimasse. Era cada vez mais difícil manter a concentração. Eu precisava virar a mesa rápido.

Então, dei um grande pulo pra trás deixando Slash cair no chão à minha frente. E ataquei com um chute frontal colocando toda a minha força.

Esse movimento pegou ele de surpresa, e ele foi arremessado, batendo de costas contra duas lanças no chão, seu braços sendo lançados pra trás com o impacto. Por um momento, abriu totalmente a guarda.

Avancei o mais rápido que pude, e o golpeei com dois longos cortes diagonais bem no tronco: o Double Slash. Achei que o tinha ferido pra valer, mas ele também se pressionou contra as lanças atrás dele, e os cortes não foram tão profundos quanto eu achei que seriam.

Ele recuou, saltando de volta pra rua. Eu fui atrás.

Caí a cerca de cinco metros dele. Avancei para um corte frontal com alcance máximo, mas ele mostrou um movimento novo: com dois arpões, se lançou para um poste atrás de mim se movendo em diagonal, depois para outro no lado oposto da rua, e então se lançou contra mim. Me acertou nas costas com um chute poderoso usando os dois pés, e me lançou dolorosamente contra o chão, rolando e levantando poeira.

Me levantei lentamente e com dificuldade, e me virei pra ele. Mesmo dolorido, percebi que ele também arfava. Estávamos ambos exaustos.

Mas nos pomos de pé. Faltava pouco. Muito pouco. Aquilo estava quase acabando.

E então, aconteceu. Por uma fração de segundo, Slash se distraiu. Seus olhos não me focavam. Ele estava pensando. Pensando em algo…

E então, eu avancei. Mas não foi só velocidade. Slash também era rápido. Eu tinha alguns metros pra cobrir. Se fosse veloz e indiscreto, ele conseguiria se esquivar. Então, eu precisava ser invisível.

Lembrei tudo que Violet me explicou sobre tenacidade. Eu deveria me movimentar o mínimo possível. Correr rente ao chão. Fluido como água. O jogo cuidaria dos detalhes.

Avancei. E mesmo bem na sua frente, Slash não me viu. Pra ele, eu tinha desaparecido. Ele deu um passo hesitante pra trás, temeroso.

Então, o contornei. Passei por ele e me posicionei bem nas suas costas, somente o braço esquerdo pra trás, segurando o punhal e mantendo a lâmina a milímetros de sua garganta. Só então ele percebeu, e congelou no lugar.

— Acabou, Slash. Você ameaçou toda a rede de imersão. Você ameaçou todo o meu mundo - eu pressionei a faca contra sua garganta levemente. Pequenas fagulhas jorraram do minúsculo corte – Não devia ter mexido com um Imergente.

Mas ele não se entregou. Sem tremer sequer um milímetro, ele sacou uma faca de lâmina cor de rubi e girou, mirando meu pescoço.

Mas eu me agachei, girei e investi, empurrando-o e enterrando tanto a espada samurai quanto a faca de caça no tronco dele, até o cabo.

Seu rosto de contorceu de dor. Ele fechou os olhos. Jorrou vermelho dos cortes.

E então, ele explodiu em fagulhas luminosas.

Caí de joelhos no chão, exausto, quase esquecendo.

— Zeny! - gritei.

— Já estou rastreando - ele respondeu.

Deitei de bruços. Cinco minutos depois, ouvi a voz dele.

— Consegui. Tenho o ID do equipamento.

Quase não tive forças pra deslogar.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo: "Quem é Slash!?" A conclusão da Dança dos Assassinos!



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