Os escolhidos escrita por dreamy nerd


Capítulo 39
Segunda chance


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, esse capítulo vai ser aquela One shot que eu dediquei para a Queen Von fantasie e a para a Nick Frost e para todos os fãs de Hicstrid.
Como não vou poder posta-la como o história de verdade resolvi que postaria ela num dos capítulos dessa história.
Quem não quiser ler na precisa mas eu ficarei muito grata se o fizerem.
Confesso que o produto final ficou um pouco diferente do que eu esperava por isso não sei se vão gostar. Nunca sei como terminar uma One shot.
Boa leitura.



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Sinopse: 

Loira, raivosa e azarada, essa é descrição de Astrid.
Tudo vai mal para ela, sua vida profissional está horrível, a situação financeira de mal a pior e sua vida amorosa nem sequer existe desde o dia em que teve seu coração quebrado por Hiccup Strondus.
Desde o dia em que ela ouviu o amor de sua vida pedir em casamento outra mulher sua vida nunca mais foi a mesma.
Se ela não fosse tão cética poderia até acreditar que tinha uma maldição que chama problemas ou que o destino não gosta dela...
Quando sua melhor amiga desmarca um compromisso e ela acha que pior do que está não fica o elevador abre as portas e nele entra a última pessoa que Astrid queria ver.
Presa num elevador com o ex Astrid terá que encarar o passado.
Sentimentos voltam, lágrimas são derramadas e palavras não ditas antes terão que ser ouvidas.
Um amor pode voltar depois de anos guardado?
Um mal entendido é capaz de interromper um amor?
Um elevador parado, dois corações partidos e um mal entendido.
Talvez essa possa ser uma segunda chance.  

Capítulo único: 

pov Astrid 

Odeio meu trabalho, odeio meu azar, odeio morar longe e não ter um carro. Ah e odeio coisas supersticiosas.
Quem me visse pensaria que eu era louca: uma loira andando e resmungando sozinha não é algo normal.
Mas não me culpem por isso afinal hoje tive engolir muito sapo porque poderia perder o emprego, por um momento eu quase perdera a compostura e quase bati numa colega mas consegui me controlar a tempo, precisava daquele emprego, preciso pagar minhas contas. Mas eu estava frustada com o trabalho que tinha que desempenhar na empresa, como todo recém formado eu tinha a ilusão que depois que terminasse a universidade acharia um emprego num lugar bom e faria sucesso mostrando minhas habilidades mas pouco a pouco o trabalho estava mostrando que aquele era um pensamento errado e idiota.
Eu tinha arranjado uma vaga numa revista famosa e achava que me dariam a chance de mostrar meus talentos e que com um bocado de esforço teria minha própria coluna mas em vez disso passava o dia inteiro tendo que servir de secretaria para todos daquele lugar.
Estou ao ponto de cometer um assassinato dentro daquela empresa, afinal eu não tinha feito curso de jornalista por 4 anos para ficar anotando recados e servindo cafezinhos com aqueles sorrisos falsos e congelados. Eu queria uma coluna, queria mostrar que era capaz.
Caminhei lentamente pela rua até chegar ao prédio onde vivia, meu dia estava sendo péssimo.
Tenho os pés doloridos, a cabeça doendo, o corpo implorando por uma cama e os nervos a flor da pele.
Esse dia tinha sido particularmente difícil, primeiro acordei atrasada e por isso nem consegui tomar café, depois tive de escutar bronca do chefe me esforçando para não voar no pescoço dele e para completar ainda servi café para a pessoa que mais odiava dentro do trabalho tendo que escutar as piadinhas debochadas dela.
Um dia ainda mataria Clara.
Desde meu primeiro dia na empresa ela tinha cismado comigo. Eu tinha vontade de dizer umas boas verdades para ela mas não podia porque possivelmente ela faria queixa de mim ao chefe e eu seria despedida.
E sei que com a sorte que tenho algo pior ainda poderia acontecer para fechar meu dia com chave de ouro. Sou uma azarada de primeira mão.
" Talvez um raio me acerte na cabeça ou eu tropece e caia de uma janela no quarto andar" - Penso mal humorada.
Eu nunca acreditei em coisas como gatos pretos, ou espelhos quebrados que dão azar mas as vezes eu achava que tinha sido amaldiçoada.
Ou meu salto quebrava, ou carro espirava água em mim, ou alguém derramava algo em mim. Eu parecia atrair azar.
Passei pelo porteiro e murmurei um cumprimento qualquer evitando contato visual, contato visual faria com que o porteiro começasse a puxar assunto e no momento minha paciência para aturar seres humanos estava muito baixa. Tudo que queria era entrar no meu apartamento tomar um banho quente vestir o pijama e assistir um filme enquanto fazia cafuné em minha arara chamada tempestade e aguardar minha melhor amiga para termos uma noite de maratona.
Mas para chegar até ao meu andar tinha que enfrentar ainda o elevador. Viver no quinto andar já não parece tão legal assim.
— Desculpe o imcomodo senhora Astrid mas acho que seria mais recomendável que usasse as escadas, os elevadores estão com um ruído estranho e pode ser que seja por causa de algum problema. Liguei para os mecânicos mas eles avisaram que só poderiam vir amanhã. - Avisou o porteiro um segundo antes de Eu tocar no botão que chamaria um elevador.
bufei irritada e analisei bem as escadas: eram 5 lances de escada que eu em perfeita forma faria sem nenhum problema mas cansada do jeito que estava sabia que não conseguiria nem subir três degraus.
— Quais são as chances do elevador avariar comigo dentro? - Perguntei lançando um olhar irritado para o porteiro. Sabia que a culpa não era dele mas sinceramente estou pouco me lixando com aquilo, estava com fome sono e dor de cabeça, poderia culpar quem eu quisesse.
— Eu diria que 20% de chances senhorita. - Respondeu o porteiro desconfortável com o olhar que recebia de mim.
— Posso sobreviver com isso. - Respondi tocando num botão chamando assim o elevador. O porteiro deu de ombros e voltou para seu lugar ignorando-me completamente. Ele era um poço de simpatia.
Eu sei que estou sendo mal educada por isso a culpa instalou-se em meu coração.
" Se continuares grossa desse jeito não vais arranjar um marido nunca" -Quase podia ouvir a voz de minha mãe reclamando dos meus modos, mas que se dane, não queria arranjar um marido mesmo.
Minha amiga Elsa era quem tinha razão: "Homens são uns idiotas que não admitem sair com mulheres mais inteligentes e mais fortes que eles, somos evoluías demais para eles". Eu e Elsa somos grande amigas principalmente porque partilhávamos do mesmo azar para relacionamentos.
Não que nós nos importamos com isso, nossa careira profissional era muito mais importante.
Tudo que eu quero da minha vida nesse momento é conseguir uma coluna na revista, depois me tornar redatora chefe e por fim abrir minha própria revista.
Um relacionamento só atrapalharia tudo. E de qualquer forma não é como se eu tivesse uma fila de pretendentes.
A maioria dos rapazes não queria uma mulher que xingava, sabia lutar e gostava de esportes. Em todos os encontros eu ouvia a mesma resposta: "nossa Astrid, você é muito legal. Você é tão diferente das outras garotas. Falar com você é parecido com falar com qualquer amigo meu. "
As poucas vezes que eu namorei deram errado porque acabávamos por discutir muito.
Me apaixonei uma vez mas me arrependi amargamente por isso. A ferida ainda está aberta e ainda sangra sempre que me lembro.
O elevador chegou e entrei nele sentindo um leve arrepio de medo, mas ignorei. Afinal qualquer coisa é melhor que as escadas.
Entrei e toquei no botão que indicava o quinto andar.
Aproveitei que estava sozinha no elevador e tirei meus saltos.
Tentando ficar mais confortável ainda desfiz o meu coque e tirei o casaco também.
Começo a pensar na minha cama confortável mas o toque do meu celular me tira dos meus devaneios.
Olho para o celular e vejo na tela escrito sorvete e a foto da Elsa vestida de sorvete no Halloween do ano passado.
Ela tinha ido de sorvete, a Merida de Katniss de jogos vorazes, a Anna de boneco de neve e eu de viking.
Sorrio e atendo logo.
— Oi Elsie! - O simples fato de falar com minha melhor amiga já me anima um pouco mais. Hoje era uma quinta-feira ou seja era dia de maratona de filmes.
Toda quinta eu, Elsa, Merida e Anna fazíamos uma noite de amigas. Mas hoje infelizmente só eu e Elsa faríamos isso porque Anna tinha ido passar uma semana com a família do namorado ( muito bonito, trocar as amigas pelo boy) e Merida tinha ido visitar os pais na Escócia.
— Oi Ast. - A voz da Elsa parecia triste e logo percebi que algo estava errado.
— O que foi que aconteceu? - Perguntei preocupada.
— Desculpa Ast mas não vou poder ir para aí hoje. -
— Mas porque? - Eu estava zangada. Eu realmente estava precisando de uma amiga hoje.
— Acabou de acontecer um acidente e muitas pessoas se feriram e acabaram por pedir que todos os médicos que pudessem fiquem para ajudar. - Ela explicou com uma voz meio cansada, Elsa nunca deixaria alguém necessitado para trás mesmo que isso signifique que ela tenha que ficar dias sem dormir. Elsa era um anjo caído.
— Tudo bem, Elsie. Eu entendo. Se eu soubesse qualquer coisa sobre medicina eu iria para ir te ajudar. - Digo solidária.
— Obrigada Ast mas vamos combinar que você possivelmente machucaria ainda mais meus pacientes. - Eu não podia ver mas tinha quase certeza que Elsa possuía um sorriso provocante no rosto.
— HAHAHA muito engraçada Snow. Tchau sorvete! - Me despeço.
— Tchau ogra! - Como podem ver até minha melhor amiga me acha uma flor.
No momento que desliguei o celular o elevador abriu no 3 andar e alguém entrou.
A porta fechou e o rapaz tocou no botão para o terraço. Todos os moradores do prédio diziam que a vista do terraço era incrível mas eu ainda não tinha tempo de ver. Apesar de eu ter um trabalho horrível eu ainda escrevia textos para o dia em que eu pudesse mostrar meus trabalhos.
Quando me virei para encarar o rapaz não pude evitar de xingar.
Com tantas pessoas no país eu tinha que me encontrar logo com ele?!?!
— A-Astrid? - A cara de espanto e surpresa do Hiccup me irritou mais ainda.
— Não, sou a fada dos dentes não está vendo? - Não consegui evitar uma resposta sarcástica.
Eu estava ainda mais irritada, o Hiccup estava ainda mais lindo do que antes. Os seus cabelos morenos estavam um pouco maiores do que da ultima vez e ele estava mais alto e mais forte.
Nós éramos vizinhos na infância mas não nos suportávamos. Como nossas famílias eram amigas nós tínhamos que nos ver constantemente.
Acabamos por seguir uma linha clichê e acabamos por namorar na adolescência até nossos 19 anos.
Quando terminamos eu decidi me mudar e vim para cá. Ficar na minha cidade e ver Hiccup todos os dias era algo que eu não estava preparada. Mas com a minha sorte claro que eu tinha que encontrá-lo num elevador numa cidade tão grande como essa.
— Delicada como sempre não é? - Ele perguntou sorrindo enquanto me analisava. Aquilo fez meu coração errar uma batida mas não liguei.
Resolvi que o ignoraria até chegar ao meu andar.
— O que você... - Antes que Hiccup pudesse continuar o que ia falar ouvimos um grande estrondo e as luzes do elevador se apagaram.
O elevador tinha parado!
— M*rda. - A chance disso acontecer era de 20% e acabou por acontecer mesmo. Na verdade eu não deveria estar surpresa, minha sorte permitia que coisas assim acontecessem.
— O que foi isso? - Hiccup perguntou.
— Caso você não tenha reparado o elevador parou. - Respondi irritada. O elevador sempre foi tão pequeno e abafado assim?
— Agradável como sempre. - Ele diz irônico.
O Hiccup começa a clicar no botão de emergência repetidas vezes mas tudo o que faço é me sentar no chão e tento me acalmar. Eu não sou claustrofobica mas ficar presa num elevador com meu ex não é algo que me agrade.
— Você não vai fazer nada? - Ele pergunta me olhando irritado.
— O que quer que eu faça? Caso não tenha percebido não sou mecânica. - Respondo devolvendo o olhada irritado.
— É que eu achei que você pudesse se transformar no hulk e quebrar as portas do elevador. - Mais ironia vindo dele.
— Você vai ver o que eu vou quebrar se você não calar a boca. - Ameaço mal humorada. - Estamos presos aqui até amanhã.
— E como você sabe disso? - Ele pergunta estranhando.
— O porteiro me avisou antes de eu entrar que o elevador possivelmente estava com problemas e que os mecânicos só viriam dar uma olhada amanhã.
— Droga! - Ele resmunga se sentando também.
O silêncio reinou no lugar logo após aquilo, ninguém tinha nada para dizer. Quem teria algo a dizer para o ex?
Liguei para o porteiro explicando sobre a nossa situação mas ele só me disse o que eu já sabia: os mecânicos só viriam amanhã e desligou na minha cara. Um poço de simpatia.
— O que você faz aqui? - Ele pergunta depois de um bom tempo em silêncio mas o ignorei. Não quero falar com ele.
— Vai mesmo me ignorar? - Ele pergunta indignado. - Pretende ficar até a manhã calada ou pior falando com as paredes?
— Nesse momento as paredes parecem melhor que a sua companhia. - Falo antes que eu possa me controlar. Ele dá um de seus típicos sorrisos vitoriosos de quem conseguiu o que quer e eu reviro os olhos.
— Você ainda tem uma arará chamada tempestade? - Ele pergunta ignorando minha provocação.
— Sim. - Minha resposta é curta e seca. Começo a observar as paredes do elevador. Elas eram tão escuras.
A única luz que nos iluminava era a de uma placa com letras em néon escrita emergência.
— O que você faz aqui nesse prédio? - Ele repete a pergunta que tinha feito antes.
— Eu moro aqui. - Explico suspirando. Eu realmente tinha que falar com ele senão olhar para as paredes monótonas do elevador me fariam enlouquecer e além do mais ficar encarando assim me dava um pouco de fadiga.
— Aqui nesse prédio? -
" Não, dentro do elevador. " - sinto uma enorme vontade de responder isso mas me controlo.
— Sim, no quinto andar.
— Impossível, se você morasse aqui eu já teria esbarrado em você antes. Eu moro aqui. - Ele explica e então é minha vez de arregalar os olhos. Hiccup morava no mesmo prédio que eu? Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece.
— Eu trabalho cedo e só volto a tarde e na maioria das vezes ou vou para casa das minhas amigas ou elas vem aqui e ficamos trancadas no meu apartamento. - Explico. Eu moro aqui já tem uns 4 anos ( desde que mudei de cidade) e poucos e mesmo assim não conhecia quase ninguém a não ser a velhinha do andar de baixo que costuma me convidar para tomar chá com biscoitos feitos por ela.
— Eu trabalho de manhã mas volto para casa cedo então deve ser por isso que não nós encontramos antes. Além do mais só me mudei faz alguns meses.
Faço um som de concordância sem ter mais nada para dizer.
O silêncio volta a reinar e procuro algum assunto para falar, o silêncio é assustador.
— Você trabalha no que? - Pergunto sem olhá-lo nos olhos. Já são anos que não o vejo mas ainda me lembro do poder que o olhar dele tem sobre mim.
— Dou aulas de equitação para crianças e adultos e de vez em quando participo de alguns torneios com o banguela.
— Banguela? - Pergunto estranhando.
— Meu cavalo. - Ele explica e posso sentir carinho na voz dele. - Meu melhor amigo. Me ajudou a superar meus piores momentos.
— Qual piores momentos? - Pergunto curiosa mas me amaldiçoando depois. Eu não queria saber da vida dele. Não queria me importar nem ficar curiosa com ele.
Mas eu sabia do que ele estava falando afinal durante um bom tempo tempestade foi minha única companheira e me ajudou a me animar quando eu me lembrava do Hiccup e chorava até dormir.
Patético! Uma mulher independente e forte chorando por homem e comendo chocolate e engordando.
— Todos nós passamos por decepções e cicatrizes. - Ele diz e me olha durante alguns minutos. - Mas algumas são maiores que outras. - No momento que ele diz isso ele coloca a mão na perna e levanta um pouco o tecido da calça.
Solto um arquejo de surpresa quando vejo que no lugar do seu pé esquerdo está uma prótese.
— C-Como? - Pergunto sem tirar os olhos daquilo.
— Aconteceu um acidente enquanto eu treinava um cavalo. Ele se descontrolou e correu em disparada em direção de uma amiga. Eu empurrei a Stella para o lado mas no processo cai no chão e o cavalo pisou meu pé esquerdo. Quando acordei me contaram o que aconteceu e me disseram que os médicos achavam melhor cortar o pé. Eu relutei mas no final acabei concordando. - A medida que ele contava eu via em seus olhos a dor que ele tinha passado antes e senti vontade de abraçá-lo e lhe dizer que tudo ficaria bem. Pensamento idiota! - Não queria mais montar nem trabalhar até que encontrei o banguela, ele estava ferido e não deixava ninguém se aproximar dele. Acho que nossas almas machucadas se conectaram.
Me amaldiçoei por ter um pensamento destes.
Hiccup tinha me trocado por Stefany uma amiga nossa na época. E eu ainda gostava dele e ainda queria o bem dele, devo ser uma idiota de primeira.
Eu o amava tanto e tinha tantos planos para nós que quando tudo aconteceu eu simplesmente desmoronei.
Eu me lembro como se fosse hoje.
Flash-Back On
Eu estava passando com as compras que tinha feito nas mãos quando reconheci o Hic e a Stefany na praça.
Resolvi que me aproximaria por trás deles e daria um susto neles. Me aproximo lentamente escondida pelos arbustos com um sorriso sapeca mas as palavras que ouço Hiccup dizer me paralisam:
— .... Mas eu te amo e pretendo enfrentar a tudo e a todos pelo nosso amor. O que nós trás até a pergunta: você quer se casar comigo? - Vejo Stefany sorrir maravilhada e colocar sua mão por cima da mão de Hic.
Não consigo ouvir mas nada porque me afasto e corro até a casa deixando minhas lágrimas caírem.
Flash-Back off
No dia seguinte bem cedo eu arrumei minhas malas, me despedi dos meus pais, pedi trasnferencia da minha universidade e me mudei.
Preferi não contar nada a Hic pois eu sabia que ele terminaria tudo e diria que estava gostando de outra pessoa e eu sabia que meu coração não agüentaria ouvir a pessoa que amo me dizer aquilo. Fui uma fraca idiota. Se apaixonar faz isso com as pessoas.
— .... Astrid! - A voz de Hic me traz de volta ao presente.
—Oi? - Respondi.
— Você está bem? Estavas falando comigo até que paraste e começaste a olhar para longe com um olhar triste e perdido. - Ele explica e me envergonho.
— Estou bem. Só estava me lembrando de algo.
— Te formaste em jornalismo? - Ele pergunta interessado. O seu sorriso era o mesmo que ele me dava antes quando falávamos sobre nossos futuros.
Me sinto incomodada com o fato de lembrar de tanta coisa de antes. Eu já devia ter esquecido tudo aquilo.
— Sim. Atualmente trabalho na revista Na mira. - Respondo sem muita emoção. Lembrar do meu trabalho não era algo muito animador.
— Que legal, você escreve sobre o que?
Quando não respondo nada ele começa a tentar adivinhar:
— Escreves sobre desporto? Não, então sobre cultura e estilo de vida? - A animação dele fez com que me desse uma enorme vontade de mentir e dizer que eu escrevia coisas incríveis mas não o fiz, eu tenho acredito que essa era só uma fase e que em breve eu teria uma coluna.
— Na verdade no momento eu estou apenas servindo de ajudante para todo mundo. Por ser a mais nova na empresa eles acharam que seria uma boa se eu aprendesse observando eles. - Expliquei corando um pouco.
— ah, realmente se você observar pode aprender muito mais. - Ele diz sorrindo. - Você é talentosa, tenho certeza que lhe darão uma coluna daqui a pouco.
Após isso um silêncio reconfortante se apossou de nós. Mais uma vez uma lembrança de eu e Hic no parque sentados em silêncio me invade.
— Quem diria que nos encontraríamos aqui? - Hic fala. - Se eu contar para minha mãe ela de certeza não vai acreditar.
— Realmente é muita coincidência. Se eu acreditasse em destino eu diria que isso tinha sido obra dele. - Respondo me lembrando da tia Valka. Eu adorava ela.
— Você não acredita em destino? - Ele pergunta surpreso.
— Não, você sim? - Pergunto curiosa. Eu não acreditava em destino e em coisas do tipo. Na verdade deixei de acreditar a muito tempo.
— Claro que sim. Acredito que mesmo nossos erros foram cometidos para que pudéssemos um dia chegar ao nosso destino. - Ele explica me olhando como que esperando que eu concordasse com ele.
— Mesmo nossos erros? Isso é ridículo. Acho que esse tipo de pensamento é apenas uma forma de você tentar se sentir melhor cada vez que pensa nos erros que cometeu. Uma forma de não se sentir tão culpado. - Acuso um pouco irritada. Então ele queria dizer que me trair tinha sido um erro necessário para poder chegar no seu destino? Ridículo!
— Não é nada disso Astrid. Eu apenas acho que erros são aprendizados e que nós somos feitos deles. Mesmo que nos arrenpedamos de ter feito algo não há forma de voltar a trás mas sempre podemos aprender com ele e tentar perdão. - Ele disse olhando sugestivo para mim.
Sinto a irritação aumentar mas não falo nada.
Será que eu deveria perdoa-lo mesmo ele tendo me traído com uma amiga e pediu ela em casamento?
Será que eu deveria esquecer todas as noites chorando e me culpando?
No início eu pensava que a culpa era minha por ter sido irritante ou grossa ou provocativa com ele as vezes. Acabei por quase me rebaixar.
Não, ele não merece perdão.
— Você nunca se arrependeu de algo que fez e quis tentar mudar aquilo? Tentar pedir perdão? - Ele me olha com esperança esperando minha resposta.
Sinto meu coração apertar mas não ligo.
— Não, nunca senti isso antes. Eu não sei se sou capaz de perdoar alguém que me machucou demais.
Ele parece triste e decepcionado e eu quase mudo minha resposta.
Mais uma vez o silencio reina sobre nós mas dessa vez é um silêncio pesado e desconfortável.
— Eu sou um idiota por acreditar que você mudaria e se arrependeria. - Ele murmura baixo mas eu escuto mesmo assim.
— Como assim? - Pergunto confusa e irritada. - O que você queria que eu fizesse? Simplesmente te perdoasse?
— Me perdoasse? - Ele pergunta indignado. - Eu não fiz nada.
— Não fez nada?! - Tento lutar contra as lágrimas mas falho miseravelmente. Era isso, bastava algumas palavras dele para que todo meu autocontrole se desmanchassem. Tudo que incluía Hiccup despertava esse lado em mim. - Então você acha que me trair com a Stefany não foi nada? Você acha que pedi-la em casamento escondido de mim não foi nada? O que é que custava ter terminado comigo antes... T-Ter m-me c-contado... - No final da frase eu já soluçava.
Ainda doía tanto. Porque eu tinha que reencontra-lo? Essas lembranças estão me sufocando, eu deveria ter pego as escadas.
— Eu pedi a Stefany em casamento? - Ele quase gritou zangado. - Enlouqueceu de vez?
— Vai se fazer de desentendido agora? Vai fingir que não se lembra? Eu te odeio Hiccup. - Digo ainda chorando. Ele sempre me fazia sentir-me fraca, sempre me fazia sentir-me frágil. - Você me odiava tanto que preferiu continuar namorando comigo enquanto pedia outra em casamento? Enquanto amava outra? - Perguntei mas não deixei que ele respondesse. - Você deve ter ficado contente em saber que eu me mudara né? Contente em saber que eu sai de lá destruída.
— Do que você está falando Astrid? - Ele perguntou voltando a se levantar enquanto limpava as lágrimas que ele tinha derramado. - Eu não estou entendendo mais nada, se arrependeu e resolveu mentir foi isso?
Agora era eu quem não entendia mais nada, Hiccup e eu parecíamos não estar falando da mesma coisa. Ele estava me fazendo de idiota? Estava se divertindo em me ver assim?
Dou um soco com força na porta do elevador e xingo alto.
— Droga Hiccup! Admite que me traiu de uma vez.
— Eu nunca te trai Astrid. Infelizmente eu sempre te amei demais. Sempre te amei muito mais do que você me amava. Eu era um idiota que até pensava em se casar com você depois que terminássemos a faculdade. - Depois que Hiccup diz isso não consigo me controlar e dou um soco nele.
— Pára de mentir! Eu ví tudo, está bem? Ninguém me contou eu ví. Vi você conversando com a Stefany na praça e pedindo ela em casamento. - Não consigo mais me manter em pé então simplesmente deslizo até o chão soluçando em meio as lágrimas. - E o pior é que ainda te amo.
Droga!!! Se passaram 4 anos mas eu ainda amava ele. Meu coração estava machucado mas ainda o amava. Apoiei a cabeça nos joelhos e parei de falar.
Fechei os olhos e deixei as lágrimas caírem.
Pov. Hiccup
Encarei Astrid sentada no chão ainda com a mão no lugar onde ela acabou de me dar um soco.
Ela acabou de dizer que me ama? Sinto vontade de gritar, de abraçá-la e beija-la mas sei que se fizer isso ela irá me dar outro soco.
Agora eu tinha entendido tudo,
Por isso ela tinha ido embora da cidade? Por ter me visto com a Stefany?
Flash-Back On
Eu estava nervoso caminhando pelo parque ensaiando a melhor forma de ir falar com Astrid. Eu iria pedi-la em casamento.
Eu sabia que ainda tinha-mos apenas 19 anos e que era cedo porque ainda nem tínhamos terminado a faculdade. Mas eu a amava e queria que ela fosse minha noiva.
Esperaríamos até que terminássemos a faculdade e depois nos casaríamos. Simples e perfeito.
A não ser o fato de que estou muito nervoso.
— Oi Hic! - Stefany me cumprimenta alegre. Eu nem a tinha visto chegar. - Sua mãe contou para minha mãe que você pretende pedir a Ast em casamento hoje e ela acabou por me contar. - Ela explica e me dá os parabéns.
— Estou nervoso. - Confesso para ela. - Tenho medo dela não aceitar se casar comigo, medo dela não me amar como eu a amo.
— Vem, vamos sentar nesse banco e eu ajudo você a treinar o pedido perfeito. - Ela oferece ajuda e aceito feliz. - Pode começar.
Nos sentamos no banco e respiro fundo antes de começar.
— Ast eu sei que ainda somos jovens e que temos muita coisa para viver ainda. E também sei que depois do meu pedido talvez nossos pais e amigos critiquem por achar precipitado demais mas eu te amo e pretendo enfrentar a tudo e a todos pelo nosso amor. O que nós trás até a pergunta: você quer se casar comigo? - Falo tudo que eu tenho planeado e vejo Stefany sorrir maravilhada.
— Com um pedido lindo desses tenho a certeza que ela vai aceitar. - A abraço e agradeço antes de ir para casa pegar o anel.
Flash-Back Off
Depois disso fui a casa dela mas os pais disseram que ela estava dormindo. No dia seguinte soube que ela tinha ido embora sem se despedir nem deixar recado. Supus que isso queria dizer que ela não me amava.
Nunca poderia imaginar que ela tivesse visto meu ensaio e interpretado mal.
Sorrio largamente ao perceber que Astrid me ama e muito possivelmente teria aceitado meu pedido.
Me abaixo até ficar na altura da Astrid e levanto sua cabeça delicadamente com minha mão.
Olho para seu rosto cheio de lágrimas e sinto um aperto no coração.
— Eu te amo Astrid. Aquele pedido de casamento que você ouviu era para você e não para a Stefany. Ela apenas estava me ajudando a treinar. Eu não trairia você e nem me imaginaria casado com alguém que não você.
Ela me olha em choque e posso ver a cabeça dela trabalhar ainda em dúvida.
— Acredita em mim por favor. Quando descobri que você foi embora e achei que não me amava eu quase morri. Eu te amo Astrid. - Completo tocando delicadamente aquele rosto que eu tinha sonhado tantas e tantas vezes.
Eu ainda a amava mesmo depois do tempo separados e do mal entendido. Me pergunto como seria nossa vida se isso não tivesse acontecido.
— E-Eu n-nunca te abandonaria Hic, eu te amo muito. Quando eu ouvi aquilo eu pensei que fosse morrer. Nada deu certo na minha vida depois daquilo. - Ela fala baixo olhando para o chão. Era a primeira vez que eu via Astrid com vergonha.
— Então vamos retomar de onde paramos. Vamos tentar novamente. - Digo confiante. Essa seria nossa segunda chance.
— Não sei se dará certo, se passaram anos e nós mudamos. - Ela explica temerosa. - Não quero criar esperanças e depois ver que não dará certo. Não quero magoar-me novamente.
— Só saberemos se tentarmos Astrid.
Você está disposta a tentar? A dar mais uma chance para nós? - Pergunto esperançoso.
—Estou mas.... - Não deixo que ela termine a frase e a beijo. Pensar demais acaba com a coragem.
Cada parte de mim vibra quando selo nossos lábios e sei que ela sentiu o mesmo.
Nossas bocas pareciam dançar em sintonia como a algum tempo atrás.
Tudo pode ter mudado mas o nosso amor e nossa sincroniza ainda era a mesma.
— Eu te amo. - Dizemos ao mesmo tempo quando paramos o beijo por falta de ar.
Antes que pudéssemos continuar o beijo as luzes se acendem e o elevador volta a funcionar.
Sorrimos um para o outro e voltamos a nós beijar.
— Acho que depois disto vou começar a acreditar no destino. - Ela murmura entre um beijo e o outro. - e afinal acho que não tenho tanto azar assim.
O elevador abre as portas no andar dela e ela me olha sorrindo mas eu nego com a cabeça.
— Você já foi ao terraço alguma vez? - Perguntei enquanto o elevador se fechava e ela me olhava curiosa.
— Não, nunca fui para lá. Mas você acha mesmo que é uma boa idéia? Já passam das 9 da noite.
Olho surpreso para ela, passamos muito tempo presos.
— Você vai gostar. - Digo simplesmente antes de abraçá-la. Desde que ela partiu senti tantas saudades do abraço dela e do seu cheiro.
As portas abrem no terraço e saio de mãos dadas com ela.
Ela arfa surpresa quando olha a vista que estávamos tendo.
Do terraço do prédio poderíamos ver uma grande parte da cidade.
O parque cobria grande parte da vista então poderíamos ver uma paisagem verde muito bonita.
Por estar de noite os postes de luz estavam todos acessos embelezando ainda mais o lugar.
Nos sentamos no chão abraçados enquanto apreciávamos a vista e a companhia um do outro.
Sorrio enquanto dou um beijo na testa da Astrid.
— Sinto muito por ter ido embora sem nem ter falado nada. Se eu tivesse falado com você talvez não tivéssemos passado esse tempo separados. - Ela diz ainda abraçada a mim. - É que eu estava tão machucada e triste.... Eu te amo tanto que... Que.... - Ela na consegue voltar a falar porque começa a chorar.
Ela esconde seu rosto no meu peito para que eu não veja ela chorando. Sempre preferiu esconder coisas assim.
— Shhh tudo bem Ast, eu entendo. Vamos esquecer tudo isso, vamos fechar esse capítulo e começar outro. - Digo abraçando-a mais forte e sentindo seu cheiro de Jasmim.
— Um novo começo. - Ela diz.
— Um novo começo. - Repito enquanto nos olhamos.
Essa seria nossa segunda chance e eu pretendia aproveita-la muito bem.

 


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Notas finais do capítulo

Peço perdão se ficou melosinho demais mas é que as vezes é sempre bom aumentar o nível de açúcar no sangue kkkkk
Prometo que ao decorrer da fic vou fazendo outras One shot para dedicar a algumas pessoas em específico ( apenas as que comentam )
O que acharam???? Estou ansiosa para saber porque é a primeira vez que escrevo sobre esse casal porque apesar de gostar da Astrid eu shippo Mericup.
Se querem mais do tipo basta pedir que eu faço.
Bjs
P.s capítulo dessa fic sai no domingo.



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