Os dias seguintes passaram com correria para Harry, que se dividia entre várias atividades passadas pelos professores e os treinos como o novo apanhador da Sonserina.

O tempo passou tão rápido em meio a essa confusão que o menino nem se deu conta de que o dia das bruxas estava quase ali, prestes a ser comemorado.

No mundo trouxa a data também era de grande importância, mas para os bruxos eram muito mais do que se fantasiar de alguma coisa e sair por aí pedindo doces nas casas dos vizinhos., pronto para ser comemorado, e ele nem se preparou para a chuva de enfeites magníficos que encontraria no Salão Principal naquela semana. Abóboras enormes, morcegos vivos e luzes encantadas eram só algumas das centenas de coisas que enfeitavam as paredes de pedra do castelo, mas não foi só isso que prendeu e conquistou a atenção de Harry, pelo contrário, o que o encantou verdadeiramente foi ter ganho uma vassoura novinha para enfim poder participar do time da sua casa.

O pacote chegou logo pela manhã, junto com o correio, e trazido por Edwiges que parecia contente de finalmente ter algum trabalho a desempenhar. O garoto quase não se segurou em abrir seu presente, porém o carta presa a ele logo lhe advertiu que deveria mesmo esperar.

NÃO ABRA O PACOTE À MESA. Ele contém a sua nova Nimbus 2000, mas não quero que todo o mundo saiba que você ganhou uma vassoura ou todos vão querer uma.

Prof. Alvo Dumbledore.

— Uma Nimbus 2000! —  Exclamou Rony admirado — Mas os alunos do primeiro ano não podem ter uma vassoura.

— Eles também não podiam jogar, mas o professor Snape conseguiu permissão, além do mais, como eu jogaria se não tivesse uma vassoura?

— É você tem razão — Concordou.

Hermione, que não falara com eles desde a perseguição da outra noite, se esticou toda em seu lugar para observar o pacote que Harry tinha em mãos.

— O que você tem aí? — Ela questionou.

— Ora, não é da sua conta! — Retrucou Rony que gostava menos ainda da menina agora.

Granger bufou, lançando um olhar mal humorado para Rony, mas voltando para o seu lugar.

—  Contrabandeando para Hogwarts logo no café da manhã Potter? —  Perguntou Draco Malfoy de algum lugar da grande mesa da Sonserina.

Harry se inclinou um pouco para ver o menino alguns metros a frente, ladeado por Crabbe e Goyle.

— Acabo de receber minha nova vassoura, Rony e eu estamos indo para o dormitório para vê-la, quer vir?

Malfoy deu de ombros.

— Por que não?

Assim, os cinco garotos deixaram apressadamente, ansiosos para ver a tão famosa Nimbus 2000.

— Eu pedi para o meu pai uma dessas, sabe — ia comentando Malfoy — As vassouras são ultrapassadas muito rápido, minha Comet 260 não passa de uma velharia, papai prometeu que a trocaria pela melhor.

— O Harry tem tanta sorte, entrar no time de Quadribol logo no primeiro ano, ter sua própria vassoura…

— Não teria conseguido nada disso se Malfoy não tivesse me desafiado na aula de voo, foi uma sorte Flint estar lá por perto também.

Chegaram ao Salão Comunal da Sonserina, Harry murmurou a senha e o quinteto se viu diante da frieza das masmorras.

— Vamos, abra logo! — Incentivou Rony quando eles pararam próximos a uma mesa e Harry fez o que lhe foi pedido.

Até Harry, que não entendia nada de vassouras e suas diferenças, achou que a Nimbus tinha uma aparência fantástica. Aerodinâmica e reluzente com um cabo de mogno, a vassoura tinha uma longa cauda de palhas limpas e retas e a marca Nimbus 2000 escrita a ouro próximo ao punho.

Os meninos suspiraram, a sensação era quase como receber um prêmio por algo incrível que ele fizera.

— Não posso esperar a hora para voar nela — Confessou Harry passando as mãos no cabo da Nimbus 2000.

— Por que esperar tanto? — Perguntou Malfoy com um brilho nos olhos — Ainda está cedo, vamos para o campo e você pode experimentá-la.

Crabbe e Goyle concordaram.

— Vão acabar nos vendo e eu posso perder minha vaga no time.

Malfoy fez um som de desprezo.

— Não vai não, você foi fantástico pegando o Lembrol do Longbottom e eu tenho acompanhado seus treinos, Lloyd não é metade do que você é e ninguém da Sonserina gostaria de arriscar perder o campeonato esse ano. Está tudo certo, vamos lá — Insistiu.

Harry pensou um pouco, ainda tinha medo do que poderia acontecer caso fosse pego quebrando as regras enquanto voava pelo campo fora do horário, mas ele já conseguia sentir o vento em seu rosto e a liberdade também, características que sempre lhe acompanhavam enquanto voavam e ele queria tanto experimentar sua vassoura nova.

— Certo, mas nós temos que voltar antes do jantar ou vamos nos encrencar.

— Relaxa Potter, tudo o que vamos fazer é nos divertir.

— Harry, posso dar uma volta da sua vassoura? Depois de você é claro — Rony pediu.

— Lógico, vamos ver se essa Nimbus 2000 é rápida mesmo.

Gritos e incentivos eram ouvidos enquanto Harry sobrevoava rapidamente ao redor das balizas do campo. A Nimbus 2000 não era só rápida, ela era como nenhuma outra vassoura que ele tivesse visto, respondia ao seu comando suavemente e até mesmo o mais leve dos movimentos ainda a fazia girar para o lado de que Harry queria. Voar era um verdadeiro paraíso.

— Potter, meu amigo, nós vamos arrasar com a Grifinória esse ano. Ter você no time foi a melhor ideia que o boboca do Flint teve nesses anos todos — Exclamou Draco quando Harry pousou ao seu lado.

— Não entendo qual o seu problema com o capitão do nosso time — Replicou Harry, afinal, já tinha visto vezes demais o outro menino jogar veneno sobre Flint para perceber que existia uma inimizade entre os dois.

Malfoy deu de ombros.

— O Flint é um idiota, sempre foi, e quando mais novo era pior ainda. Depois que virou capitão do time é que deu uma melhorada, mas só porque Snape mantém os olhos bem abertos em cima dele.

Harry olhou para Rony que parecia muito preocupado em levantar voo para prestar atenção na conversa deles e então para Crabbe e Goyle que estavam igualmente encantados com a vassoura e se inclinou para perto de Malfoy.

— Que tipo de coisas ele fazia para que Snape tenha que manter os olhos sobre ele? — Questionou.

Os olhos de Draco assumiram um brilho malicioso, como se ele tivesse entendido exatamente onde Harry queria chegar.

— Coisas que, se ele fizesse de novo, poderiam encrenca-lo e talvez até mesmo tirá-lo do time.

— Algo sério então.

— Muito sério.

— Talvez devêssemos conversar sobre isso em outro momento, já está quase na hora do jantar e nós prometemos voltar.

— Certo Potter.

— Rony! — Gritou Harry acenando com os braços para fazê-lo descer, o garoto entendeu o sinal e empunhou a vassoura em direção a eles. E, Malfoy, nós somos amigos. Pode muito bem me chamar pelo meu nome.

— Certo Harry.