Simplesmente Acontece escrita por Jenny


Capítulo 16
"Então eu também sou odiado?"


Notas iniciais do capítulo

Oi, Oi! I'm back!
Espero que gostem. Boa leitura!



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Pov's Katniss

Sabe quando você se sente tão bem que parece que está flutuando? Pois é, me sinto justamente assim. Peeta é absurdamente maravilhoso em tudo, e com isso não foi diferente. Com certeza a melhor noite da minha vida! Principalmente porque eu não me lembro de muita coisa da primeira e única vez que ficamos.

Ainda estávamos acordados, 4:30 da manhã. A chuva continuava agressiva lá fora. Estávamos deitados, eu sobre o peito dele enquanto o loiro me envolvia em seus braços e acariciava meu cabelo.

— Sabe, você já pode me dizer obrigada. - Peeta comenta.

— Obrigada? - levanto o corpo levemente, para poder encará-lo e arqueo uma sobrancelha.

— De nadaa - cantarola no ritmo da música do Maui, personagem do filme Moana, que minha filha tanto gosta, me fazendo gargalhar.

— E isso, meu amigo, é o que a paternidade faz. - digo e ele ri.

— Nem me fale! Já sei cantar todas as músicas da Disney. - Peeta faz uma careta engraçada.

— Bem vindo ao clube. - rio, voltando a me deitar na posição anterior. - Mas, porquê eu tenho que te agradecer, afinal? - volto ao assunto.

— Oras, pelo melhor sexo da sua vida! - responde como se fosse óbvio.

— Sabe, você devia morar em um lugar aberto. Só assim pra caber todo seu ego! - reviro os olhos, mas rio.

— Ah, mas é verdade! Eu duvido que, em algum momento da sua vida, alguém já tenha te proporcionado 4 deliciosos orgasmos seguidos. - ele comenta e eu sou obrigada a concordar, afinal ele não estava errado.

— É! - rio. - Porém, em minha defesa, devo dizer que não é como se eu tivesse tido muitos parceiros de sexo. Quer dizer, eu não tive muito tempo na adolescência, meu pai era bem rígido e eu não me sentia pronta pra perder a virgindade. Pelo menos não antes de completar a maioridade! E depois... Manuela! É difícil arrumar tempo pra sexo quando se tem um bebê pra cuidar sozinha. - respondo, sentindo seu peito vibrar em uma risada.

— Não importa! Eu aposto qualquer coisa que eu ainda seria o melhor, mesmo se você tivesse transado com mil caras diferentes! - afirma, convencido.

— Narcisista! - acuso.

— Realista, morena! - retruca. Acabo rindo de novo. - E, aproveitando que você falou, qual é o lance com seu pai? Você nunca falou sobre isso, exatamente. - pergunta, curioso. Droga! Venho fugindo desse assunto desde aquele dia em que ele me convidou pra conhecer os pais dele. E agora, 1 ano depois, não tenho mais como fugir, mesmo que seja um assunto que não me agrada nenhum pouco.

— Bom, digamos que ele não gosta de mim! - digo, mordendo o lábio inferior.

— Como assim o seu pai não gosta de você? - questiona indignado, como se fosse a coisa mais esquisita que ele já ouviu.

— É uma história de longa data. - suspiro.

— Eu ainda quero ouvir! - insiste.

— Certo! Então... Meu pai sempre quis que eu fosse perfeita. Eu deveria ser a filha perfeita! E eu era, na medida do possível. Ele sempre foi muito rígido, ao extremo, em tudo! E eu era boa, sabe? Eu era mesmo boa. Eu tinha as melhores notas do colégio, até nas matérias que eu tinha mais dificuldade, minhas notas eram boas. Eu fui eleita a melhor aluna do colégio durante os 3 últimos anos que estive lá. Me lembro que uma vez fizemos uma competição de redações. A minha foi a melhor! Até publicaram no jornal da cidade! Quando fiz 14 anos, já sabia que queira cursar medicina, então comecei a estudar pra isso desde então, mesmo não sendo tão prioridade no momento, já que ainda faltavam 3 anos pra eu terminar o colégio. Eu sempre fui realmente uma boa filha. Não era o tipo de adolescente que dava trabalho nenhum. Não tive milhares de namorados. Não me envolvia com pessoas consideradas "más influências". Como eu já disse, eu era realmente boa. Mas, não importava o quão boa eu fosse, nunca era o suficiente. Não pra ele! Minha mãe tentava fazer com que ele fosse menos... rigoroso, mas ela não podia mudar isso! E, durante tanto tempo, tudo que eu mais queria era que ele se orgulhasse de mim, pelo menos uma vez. Mas isso nunca aconteceu! O problema era que eu deveria ser perfeita. Contudo, eu sou um ser humano, então simplesmente não dava pra ser perfeita. E não importava o quanto eu fizesse, eu só não era suficientemente boa pra ele! - paro por um momento, pensando no meu pai. Ele definitivamente não é uma boa referência de figura paterna. Peeta não falou nada, apenas continuou em  silêncio aguardando que eu continuasse.

"Bem, quando eu terminei o colégio, prestei o vestibular de várias universidades. Fui aceita em 4! Todas elas grandes universidades. Optei por Stanford! Então, fui contar aos meus pais que havia sido aceita. Eu sempre tive consciência de que, se eu queria que meus sonhos se realizassem eu devia me esforçar pra isso, e isso era minha obrigação. Contudo, eu esperava que quando contasse à eles, ao menos parabéns pelo meu esforço eu merecia. Esperava que se alegrassem comigo. Claro, minha mãe fez isso! Mas meu pai, a única coisa que disse foi "Ótimo! Você não fez mais que sua obrigação. Agora veja se não estraga tudo, porque eu não vou gastar meu dinheiro pra você não fazer por merecer!". Mesmo assim eu não me importei. Aquela altura eu já estava acostumada! Nada mudou desde então. Meu relacionamento com ele já não era grande coisa antes. Nós mal conseguiamos manter um diálogo. E ficou ainda mais complicado depois que me mudei pra Califórnia! No entanto, o problema maior foi quando eu contei sobre a gravidez. - outra pausa. Suspiro e me sento na cama, para poder olhar melhor para o loiro. Ele acompanha meu movimento, sentando-se também, virado para mim.

"Fui para Miami e contei a eles. Minha mãe me deu um sermão enorme, e ficou realmente irritada, mas só momentâneamente! Mas, ele não disse nada. Simplesmente se levantou e saiu da sala. Depois disso, nunca mais falou comigo. Nenhuma palavra! Ele nem mesmo me olha. É como se eu não fosse nada, ou estivesse morta! Ele não conseguiu lidar com isso. Eu nunca fui perfeita como ele gostaria, de fato, mas uma gravidez precoce, de um cara que eu sequer conhecia, foi demais pra ele! Então, quando Manu nasceu, minha mãe veio passar os primeiros meses comigo, pra me ajudar. E o convenceu a vir também. Eles foram me ver no hospital! Ele continuava não falando comigo. A enfermeira chegou com Manuela e ele pegou ela nos braços. Pela primeira vez em anos, vi ele sorrir. Mas não pra mim. Mesmo assim, eu acreditei que isso teria feito ele mudar de ideia, então tentei falar com ele de novo. Como de costume, me ignorou! Foi aí que entendi. Manuela não tinha nada a ver com a história. Ele soube separar as coisas. Ela era uma criança inocente e neta dele. O problema era eu! É, ainda. E aí, desde então não nos falamos mais. Ele ama Manu e é um ótimo avô, porém ainda age como se eu não existisse. Manu nunca percebeu, graças a nossa falta de convivência e o fato de "disfarçarmos" perto dela. Eu já nem ligo mais. Quer dizer, é doloroso ainda, afinal ele é meu pai! Mas, contanto que ele continue amando a Manuela, tudo bem pra mim. Ele pode me odiar o quanto quiser, desde que não fira ela! - termino finalmente, triste ao pensar no meu pai e Peeta parece indignado.

— Céus, Kat! Me desculpe, mas seu pai é um cretino! - fala irritado e eu gargalho.

— Eu sei! - concordo.

—E se você contar pra ele sobre a gente? Quer dizer, sobre eu estar na vida da Manu agora. Não sou mais um desconhecido. - sugere.

— Ele já sabe! Manu contou um dia depois de conhecer você! A única diferença é que agora ele tem um nome pra culpar por ter me engravidado. - respondo e ele faz careta.

— Então eu também sou odiado? - pergunta.

— Sim, querido! - afirmo e ele ri.

— Que coisa. - dá de ombros, parecendo inconformado com a história. - Certo, vamos mudar de assunto, porque esse tá estragando nossa ótima noite. - o loiro diz.

— Tem razão! Porque a gente não deixa a conversa pra outra hora? - sorrio maliciosa, me aproximando dele e mordo o lóbulo da sua orelha. Ele ri, e segura minha cintura, me trazendo para seu colo. Abraço sua cintura com as pernas e minhas  mãos sobem pelos seus braços musculosos, até repousarem em seus ombros fortes.

— Ótima ideia! E o que você pretende fazer agora? - ele morde levemente meu pescoço, me fazendo soltar um gemido baixinho.

— Dormir, né! - falo, apenas para provocá-lo.

— Você pode dormir o dia todo amanhã. Não vai trabalhar! - retruca ele, agora com suas mãos nos meus seios nus, apertando-os fortemente e carinhoso ao mesmo tempo. Oh céus! Só ele consegue ser sexy, selvagem e carinhoso tudo de uma só vez. Como aquilo é delicioso. Como ele é delicioso.

— Mas você vai. E já são quase 5 horas da manhã! - alerto em meio aos gemidos que saem dos meus lábios, mas ele não parece se importar. Em um movimento rápido, ele gira nossas posições e me deita na cama, se posicionado sobre meu corpo. Agora sem nenhuma peça de roupa nos tampando, mesmo depois das 4 vezes anteriores, meu corpo parecia em chamas implorando pela junção ao dele novamente, só pelo contato direto com sua pele.

— Eu sou o chefe da empresa. Ninguém vai questionar meus horários! - alega, me lançando um sorriso safado enquanto seu olhar passeia por meu corpo despido. 

— Certo, e porque a gente ainda tá conversando então? - pergunto retoricamente e ele ri.

— Você é muito apressada, chère! - me corpo estremece ao ouvir a palavra francesa pela qual ele me chamou. A língua francesa já é absolutamente sexy por si só. Pronunciada por ele, é enlouquecedora.

Em resposta a sua afirmação, agarro seus lábios com os meus. Ele não protesta, correspondendo de forma desesperada! Sem o trabalho de nos livrar das peças de roupa, fica tudo mais fácil. E não demora muito até que nossos corpos estejam mais uma vez conectados por completo naquela noite, expressando todos os sentimentos que ambos sentíamos. Sentimentos esses que eu não ousei tentar entender...

***

* 1 semana depois *

— E então consegui convencer Rachel a ir também! - minha mãe conta, animada.

— Que ótimo! Mal posso esperar por vocês aqui. - digo, sinceramente.

— Mas... - fala, deixando o resto da frase no ar, provavelmente já imaginando que eu queria ter feito alguma colocação a mais.

— Pai! - digo simplesmente, soltando um suspiro.

— Vai ser como das outras vezes, meu bem! - ouço sua frase e imagino seu sorriso doce tentando passar algum consolo.

— É, mas Peeta estará aqui dessa vez. E os pais dele! - mordo o lábio inferior, incerta se é uma boa ideia o encontro do meu pai com os Mellark! 

— Você disse que já contou pra ele sobre... A relação de vocês! - argumenta.

— Mesmo assim! A senhora acha que o meu pai vai levar numa boa? - reviro os olhos.

— Não! Mas ele vai se comportar. Eu garanto! - afirma. Sou obrigada a rir. Realmente, meu pai é um homem muito complicado. Porém, minha mãe tem um poder absurdo sobre ele! Ela é capaz de convencê-lo ao que quiser. Bem, exceto quando se trata de mim.

— Tudo bem! Vai ser bom ver vocês, de qualquer forma. - concordo, tentando não ser negativa. Sinto braços rodearem minha cintura e um beijo sendo depositado no meu ombro direito. - Ei, não faça isso aqui. - ralho, me virando para encarar o loiro que ainda me abraça pela cintura.

— O que você disse, filha? - minha mãe questiona.

Hã, nada. Eu não falei com a senhora.— respondo, tentando me controlar apesar dos beijos no meu pescoço.

Falou com quem, então?— ela pergunta novamente. Peeta desliza suas mãos para minha bunda, apertando-a com força e deixa uma bela chupada no meu pescoço, me fazendo soltar um gemido involuntário. Ele ri. - Filha, tá tudo bem? - ouço a voz da minha mãe, que parece confusa.

Tu... tudo! Eu ligo depois, mãe. Beijo! - informo, antes que ela possa ouvir mais que o necessário.

Hã, tá bem. Dê um beijo na Manu por mim...— ela mal termina de falar e eu desligo o telefone, jogando sobre a mesa da cozinha e usando as duas mãos para parar Peeta.

— Qual o seu problema? - digo, repreendendo-o.

— Minha falta de capacidade de manter o controle quando estamos juntos. - ele dá um sorriso de canto.

— Pois trate de aprender a se controlar, então. Céus, Peeta! Estamos na casa dos seus pais. Qualquer um pode entrar aqui na cozinha a qualquer momento. - me desvencilho de seus braços e me afasto, mantendo uma distância normal e não suspeita.

— E daí? Não estamos fazendo nada de errado. - ele dá de ombros.

— Não importa. Combinamos que não faríamos isso na frente de ninguém! - relembro. Desde o dia em que ele apareceu lá em casa de madrugada, nossa relação mudou drasticamente. Não estamos namorando, na verdade. Mas, nos beijamos com frequência agora. Ah, e fazemos sexo. Quase todas as noites. Ele dorme lá em casa, no geral. Mas sempre vai embora de manhã, antes da Manuela acordar! Como não temos uma relação definida, decidimos manter isso apenas entre nós, e não contar pra ninguém. Principalmente pra nossa filha! É, e nós ainda ficávamos julgando Finnick e Johanna. Quem diria, em?!!

— Certo. - ele revira os olhos, depois me rouba um selinho rápido e saí do cômodo. Evelyn entra em seguida, quase nos flagrando.

— E então, querida, os seus pais virão? - pergunta a loira, empolgada para conhecer meus pais. Ela viu quando eu estava vindo para cozinha pegar água e atendi uma ligação da minha mãe. Eu havia comentado com ela que minha mãe estava planejando aproveitar as férias para vir nos visitar. 

— Sim! Provavelmente chegam no fim de semana. E os pais da Johanna também virão! - conto e ela sorri.

— Fabuloso! Estou animada em conhecê-los! E eles ainda poderão passar o seu aniversário com você. - outro sorriso brilhante.

— É mesmo! Vai ser ótimo! Aposto que eles também estão empolgados em conhecer vocês! - falo. Bem, é verdade. Pelo menos a minha mãe e os pais da minha melhor amiga. Agora, o meu pai... Bom, vamos esperar e torcer para o melhor que essa visita possa ocasionar.

— Mal posso esperar! - exclama a loira! Pois é, Evelyn, eu também. Concordo com a cabeça, com um sorriso. 

Apenas espero que você colabore, James Everdeen...


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Notas finais do capítulo

Os pais da Kat virão! Será que ele vai gostar de conhecer o nosso príncipe encantado, também conhecido como Peeta Mellark? Veremos haha.
Beijocas e até o próximo ❤



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