Simplesmente Acontece escrita por Jenny


Capítulo 15
"Com pressa, madame?"


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Mais uma vez, desejo a todos um ótimo ano!
Estou de volta, ainda aproveitando minhas férias que terminam em 3 semanas!
Espero que gostem! Boa leitura!



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Pov's Katniss

— CHAME A CÁRDIO! - ouvi quando alguém gritou, e antes que meu bipe começasse apitar, eu já estava chegando perto da maca onde um homem estava deitado, tendo uma parada cardíaca. Pego o desfibrilador e trato de reanimá-lo.

— Carregue em 260! AFASTA! - o peito do rapaz pula com o choque, mas nenhum pulso é obtido.

— 300! AFASTA! - outro choque. Alguns segundos e o monitor volta apitar em um ritmo não contínuo, representando uma pulsação. O coração do paciente está batendo novamente, bombeando sangue para o resto do corpo. Não é hoje que ele vai morrer! Suspiro, aliviada.

Agora que a adrenalina passou pude reparar o paciente. Era um homem, músculos bem definidos numa camiseta branca. A pele pálida, e o cabelo absurdamente loiro. Por um momento, olhei para o rosto do rapaz e enxerguei Peeta nele. Meu coração disparou, desesperada. Quase acreditei que fosse o Mellark! Fechei os olhos, respirei fundo, abri novamente. Agora a forma do rosto era diferente, real. Não mais uma brincadeira de mal gosto imposta pela minha mente perturbada. Beck Madison era o nome que acompanhava o rapaz!

Olhei no relógio, ainda faltavam 4 horas para meu dia de trabalho chegar ao fim. Depois dessa vez, decidi me trancar no laboratório de pesquisa e passar o resto do dia lá. O hospital tem outros cardiologistas para atender as ocorrências do resto do expediente. Conclui que seria melhor para mim e para os pacientes se eu só saísse do laboratório caso houvesse algum trauma realmente de grande porte, onde precisaria de mim. Não posso me arriscar a entrar em uma cirurgia ou atender qualquer paciente sem uma emergência extrema. Não com meu cérebro me pregando peças desse jeito! Exatamente, o rapaz da parada cardíaca não foi o único do dia em quem enxerguei o rosto de Peeta. Desde o momento que entrei no hospital, deve ter acontecido pelo menos umas 3 vezes! Eu não sei porquê isso está acontecendo hoje. Desde ontem, quando ele foi embora, minha mente simplesmente não consegue  focar em nada. E eu não sei mais o que fazer sobre isso!

— Doutora? - uma interna bate na porta e logo coloca sua cabeça para dentro da sala, chamando minha atenção.

— Jane? - levanto uma sobrancelha.

— Desculpe atrapalhar, mas tem uma mulher no P.S que insiste em ver você. - explica.

— Quem? - pergunto, não me lembrando de ter marcado retorno para nenhum paciente hoje.

— Não a conheço, e ela se recusa a dizer o nome. Só pediu para te chamar. - Jane fala.

— Certo, vou em um minuto! - respondo. Tiro as luvas e me dirijo para o pronto socorro. Assim que adentro o local, logo encontro a mulher de cabelos castanhos claros e um olhar perverso me encarando.

— Meg? - forço um sorriso para a tia Mellark.

— Olá, Katniss! - ela cumprimenta. Nada de sorriso.

— Está tudo bem? Aconteceu algo? - questiono, não enxergando nenhum problema visível pelo qual ela procurou o P.S.

— Estou ótima! Vim passar pela ginecologista, exame de rotina! - explica.

— Ah, certo! Mas eu sou cardiologista, não sei se a senhora sabe. Então não posso te ajudar. - digo, sem entender o motivo pelo qual ela me chamou.

— Eu sei! Minha médica é a doutora Montgomery. Só pedi pra te chamar pra ter certeza que você trabalhava aqui. Peeta me disse que você ia trabalhar, no domingo. Então, quando eu questionei o motivo pelo qual você trabalharia no domingo, ele me contou que você era médica. Eu acreditei que ele só estivesse me enrolando pra não admitir que você era uma prostituta! Me surpreendeu! - ela fala, naturalmente, dando de ombros! Essa mulher... Puta que pariu! Eu realmente sou uma pessoa um tanto paciente, mas se ela soubesse a vontade que eu estou de socar a cara dela, tomaria cuidado com as palavras.

— Eu não sei o que faria a senhora pensar isso, mas que bom que descobriu a verdade! - respondo, educadamente, suspirando para manter a calma e não ser grosseira.

— Bom, para uma mulher que seduziu um homem para conseguir engravidar dele, dando um golpe do baú e tanto, você só podia ser prostituta. Ou desempregada! - Meg diz, com seu olhar de cobra. Deus, eu vou matá-la.

— Olha aqui, a senhora... - começo já completamente sem paciência e disposta a dizer poucas e boas pra essa velha rabugenta, mas sinto alguém tocar meu braço. Paro de falar e viro para encarar a pessoa.

— Olá, senhora Smith! - Addison sorri, chamando a mulher pelo sobrenome do marido.

— Doutora Montgomery! - ela cumprimenta com um aceno de cabeça.

— Vejo que você conhece minha amiga, Katniss! - Addie comenta, ainda tocando meu braço, provavelmente em uma alerta para eu não explodir e perder meu emprego.

— É. Ela é... algo da família. - Meg diz, com desdenho.

— Claro! Então vamos para o consultório? - a ruiva chama, e me sinto aliviada por não precisar continuar perto daquele ser humano desprezível.

— Vamos! - a Smith responde, me analisando uma última vez e então lança um sorriso venenoso, já se encaminhando para a sala onde seria atendida. Addison me manda um sorriso solidário e então acompanha a outra mulher! Ainda bem. Se Addie não tivesse aparecido, bom, não teria resultado em boa coisa. Peeta tinha razão quando falou que a tia é uma pessoa horrível!. Voltei para o laboratório e passei o resto do dia lá, evitando pensar no loiro que tem me assombrado mais que o normal nos últimos dias. Quando enfim chegou a tarde, no horário de ir embora, quase pulei de alegria! Agora sim eu estou oficialmente de férias. E tudo que eu queria era sair desse hospital e só voltar daqui um mês.

— Hey! - Madge se aproxima, caminhando comigo até o estacionamento. - E aí, o que pretende fazer para aproveitar as férias? - ela pergunta, animada, já que também estava entrando de férias hoje. 

— Dormir, com certeza! - respondo, dando de ombros.

— Sério, Kat? - ela revira os olhos.

— Seríssimo! Ser mãe, residente de medicina e ainda ter que cuidar da minha casa é cansativo. Você não acreditaria se te contasse a baixíssima quantidade de horas de sono que eu tenho. - alego e ela ri.

— Compreensível! Mas vê se faça algo de útil. Tipo, dar um jeito na sua vida amorosa, por exemplo! - implica a loira.

— Por que é que todo mundo insiste nesse ponto? Desde quando minha vida amorosa se tornou tão interessante para todos? - eu quem reviro os olhos agora.

— Ah, sabe como é. Dizem que quando estamos felizes no amor, temos a tendência de querer que nossos amigos também estejam. Acho que é verdade! Eu e Tresh estamos indo bem. Você e Peeta também poderiam estar. - fala. O loiro volta a invadir meus pensamentos e tenho que me esforçar para não gritar com Mad por causar isso.

— Mad, eu amo você, mas não quero te ver dentro desse hospital por mais nenhum minuto hoje, então tchau! - digo simplesmente, ignorando o comentário anterior e me dirijo para meu carro. Ela ri e grita algo que presumo ser "até logo" ou algo do tipo, depois vai embora também.

Chego em casa pouco depois das 18h. Sem forças para mais nada, me jogo no sofá e acabo dormindo por lá mesmo. Só acordo bem mais tarde, quando ouço um barulho na porta. Olho no relógio, que marcava 22h. Então, Peeta entra, com uma Manuela adormecida nos braços!

— Hey! - ele sorri, já se encaminhando para o andar de cima. Logo volta, sozinho.

— Oi! - só agora respondo o cumprimento.

— Eu ia trazer ela mais cedo. Mas, passamos na casa dos meus pais e como eles não viam Manu desde a festa de aniversário, insistiram para ficarmos para o jantar. - explica ele.

— Ah, sem problemas! Acredite, eu acabei dormindo aqui mesmo desde que cheguei e só acordei agora. - conto e ele ri.

— Imagino que esteja cansada. O lado bom é que você está de férias agora! - comenta.

— Verdade! - concordo.

— Bom, então eu já vou! Pode voltar a descansar. - ele sorri. Acompanho ele até a porta como sempre. Nos despedimos e ele parte!

Me lembro que preciso comer e tomar um banho, apesar da minha vontade ser voltar a dormir. Então preparo um sanduíche rápido e depois de comer, vou para o banho, me permitindo demorar ali, com a água quente molhando meu corpo de forma relaxante. Minhas vestes se resume em apenas uma calcinha fina por baixo da camisola branca. Me jogo na cama, não demorando mais que 10 minutos para cair na inconsciência novamente.

***

TOC TOC! Abri os olhos, incerta se estava sonhando ou se realmente tinha ouvido.

TOC TOC! Ouvi novamente. Sim, tinha alguém batendo na porta! Peguei o celular para verificar a hora. Exatamente 3 horas da madrugada. A chuva caia em fúria lá fora. Trovões estrondosos. Clarões dos relâmpagos que iluminavam um pouco o quarto, mesmo com a janela fechada. Mas que porra alguém está fazendo na minha porta as 3 da manhã, durante essa tempestade? Da última vez que alguém apareceu na minha casa de madrugada, era Johanna. Mas isso foi há muitos anos atrás, quando ela ainda era adolescente voltando de uma festa, bêbada. Foi para minha casa por ser mais perto da festa e por não ter conseguido um táxi aquele horário. Me lembro de ter ficado irritada por ter sido acordada, cogitando a possibilidade de deixá-la dormir lá fora. Se ela não fosse minha melhor amiga, provavelmente eu teria deixado!

Levantei sonolenta, me encaminhando para a entrada. Não pode ser Johanna. Ela não faz esse tipo de coisa mais. Ainda mais agora que têm o Finnick! Confirmo meu pensamento quando abro a porta e não encontro minha amiga ali.

— Peeta? Que merda você tá fazendo? Perdeu o resto do juízo que te restava? - falo, o arrastando para dentro. Ele sorri, mesmo estando completamente encharcado.

— Provavelmente! Mas eu precisava falar com você. - ele passa a mão no cabelo molhado e morde o lábio inferior.

— As 3 horas da manhã debaixo dessa chuva? Não dava pra esperar até amanhã? - levantei uma sobrancelha, indignada com a maluquice do loiro.

— Eu sei, é loucura! - ele ri e balança a cabeça.

— Você acha? Você pode pegar uma gripe horrível. Talvez até uma pneumonia, seu louco! - repreendo, mas ele não parece se importar realmente.

— Certo! Eu sei que você deve tá achando que eu sou louco por ter saído nessa chuva. Bom, na verdade, quando eu saí não tava chovendo tanto. Ela piorou no caminho. De qualquer forma, não importa agora! Eu sei que é madrugada, e você tem o direito de me odiar por te tirar da cama essa hora, principalmente depois de um dia cansativo de trabalho. E você também tem razão sobre eu possivelmente pegar uma puta gripe ou algo do tipo. Mas a questão é que, eu precisava mesmo vir. Eu não sei o que há de errado comigo, e nem porquê. Só sei que, eu tentei durante toda a noite, mas eu simplesmente não consiguia dormir porque eu não paro de pensar em você! - ele declara tudo de uma vez, enquanto me encara com aqueles lindos olhos azuis brilhantes. Ouço cada uma de suas palavras, absorvendo-as muito bem. Contudo, não consegui concluir algo coerente para dizer. Meu cérebro trabalhava rápido, tentando raciocinar, mas nada parecia fazer sentido quando tentava colocar pra fora. Então, não falei. Apenas continuei estática, surpresa, o observando. Alguns segundos de meu silêncio foram o suficiente para ele perceber que eu não diria nada. E não precisei, já que ele mesmo decidiu dar o próximo passo por conta própria.

Peeta se aproximou mais de mim, ainda com seus olhos grudados nos meus. Suas mãos rodearam minha cintura, me puxando para perto até colocar nossos corpos. Senti um arrepio bom quando sua pele e roupa molhada tocaram em mim. Minha camisola fina e branca acabou grudada no meu corpo, ficando um tanto transparente graças a água. Mas, ele não parecia com pressa. Mesmo nessa circunstância, não desviou seu olhar do meu por um só segundo, apenas aproximou mais nossos rosto, roçando seus lábios macios nos meus, lentamente.

— Eu quero você! - sussurrou contra minha boca. As palavras nunca foram meu forte, então prefiro não usá-las. Em resposta a sua afirmação, fechei os olhos e entreabi os lábios, como em um convite. Não foi necessário mais do que isso, pois no segundo seguinte a boca do loiro já estava em contato com a minha, com nossas línguas em uma batalha calma e excitante! Meus braços rodearam seu pescoço, meus dedos se infiltrando no seu cabelo molhado. Nossos corpos cada vez mais grudados conforme aumentavamos a intensidade do beijo. Nesse momento eu já não me importava mais com o fato de ser madrugada, ou mesmo para meu corpo estar completamente molhado agora, pelo contato com o dele. Era como se seu beijo me levasse para outra dimensão, onde não existe mais nada além de nossos lábios grudados!

Senti meu corpo ser empurrado levemente para trás e então percebi que estávamos andando. Alguns passos até chegarmos no sofá. Peeta foi o primeiro a sentar, me levando consigo! Ele me colocou sentada sobre seu colo, uma perna de cada lado de sua cintura, e então deixou meus lábios para dar atenção ao meu pescoço.

O loiro se afastou alguns poucos centímetros, para poder conseguir me observar. Seus olhos atingiram uma tonalidade mais escura de azul, quando seu olhar percorreu meu corpo, prendendo-se por um tempo a mais nos meus seios expostos graças a transparência do pano molhado que me cobria. Ele sorriu e acariciou meu rosto. Não um sorriso malicioso. Mesmo na posição e situação que nós encontrávamos, seu sorriso era doce, carinhoso! Um beijo foi depositado nos meus lábios de forma casta, antes de eu aproveitar a leve distância entre nós novamente para puxar sua camisa para cima, me livrando dela. Voltamos ao beijo, dessa vez mais feroz do que o primeiro, mais cheio de segundas intenções! Senti as mãos de Peeta nas minhas coxas, subindo pela extensão do meu corpo e levando minha camisola junto. Murmurei algo como "Quarto" e "Manuela" em meio ao beijo e foi o suficiente para ele entender, já que não precisei repetir e ele se levantou, comigo em seus braços, nos levando até meu quarto.

Peeta me colocou gentilmente sobre a cama macia, se posicionando sobre mim. Seus lábios voltaram a trabalhar no meu corpo e suas mãos na minha roupa. Com uma agilidade impressionante, o loiro se livrou da peça fina que ainda me cobria. Ele sorriu, me olhando dos pés a cabeça e dessa vez seu sorriso possuia pura malícia! Sua boca deliciosa se dedicou ao meus seios, intercalando entre um e outro, enquanto suas mãos brincavam por todo meu corpo, até se encaminharem para a borda da minha calcinha.

— Nada disso! Estou em desvantagem aqui, querido. - rio da sua cara frustrada quando o impesso de se livrar da última peça que me restava. Levo minhas mãos para sua calça, desabotoando-a e ele me ajuda na tarefa de jogá-la longe!

— Agora estamos quites! - ele ri. Sou eu quem inicia o beijo dessa vez. Céus, como eu o queria! A tanto tempo que nem sei dizer. Então, me apresso em arrancar sua cueca boxer e minha calcinha quase que ao mesmo tempo. Peeta estava concentrado em beijar cada pequena parte do meu corpo, e por mais que eu adorasse as sensações que ele me transmite, eu não aguentava mais esperar.

— Peeta! - chamei com a voz falha. - Eu realmente gosto disso, mas, a gente pode deixar as preliminares pra outra hora, não acha? - digo. Ele olha em meus olhos e levanta uma sobrancelha com um sorriso nos lábios.

— Com pressa, madame? - pergunta, rindo.

— Você nem imagina o quanto! - confirmo. Ele não retruca, parecendo ter tanta vontade quanto eu.

— Opa, espera! - coloco uma mão em seu peito forte, o parando.

— O quê? - questiona.

— Sem camisinha, nada feito. Manuela está aí pra nos lembrar da última vez! - alego e ele gargalha.

— Certo, certo! - Peeta levanta da cama em busca da carteira no bolso da calça e logo volta. Antes de continuar, ele ainda me olha uma última vez, como se pedisse permissão de forma silenciosa. Sorrio em confirmação, então ele volta ao que estávamos fazendo antes, pronto para me levar ao céu durante aquela madrugada chuvosa...


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Notas finais do capítulo

Tchanam!
E aí, felizes? Hahahaha.
Isso que é começar o ano bem! Kkkk
Me contem o que acharam!

Ps: Dedico esse capítulo com sua (mais uma sim) referência de Grey's Anatomy para Jessi, minha companheira fã da série haha.
Eu realmente sou péssima com nomes, então dessa vez a referência foi a presença da minha deusa suprema, a Soberana de todo mal, Addison Montgomery! Hahahahah ❤.
Beijos e até o próximo!



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