Simplesmente Acontece escrita por Jenny


Capítulo 14
"... Você sabe sim! Só não tem coragem de admitir."


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! Eu voltei rapidinho novamente porque queria postar mais um cap antes do ano acabar, então como já tinha esse quase todo pronto, foi mais fácil.
Como não voltarei esse ano mais, já deixo aqui meu feliz ano novo. Que esse ano que se inicia seja de bençãos para todos, de conquistas e repleto de coisas boas. E que acima de tudo, tenhamos gratidão, pela vida! E, até ano que vem! Amo poder escrever e ter vocês aqui comigo. Um abração pra todos!
Enfim, ao capítulo.
Boa leitura!



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Pov's Katniss

— Tiiia! - Manuela se jogou nos braços de Johanna, assim que a morena adentrou a casa.

— Tava com saudades, baixinha! - minha amiga sorri, abraçando minha filha.

— Eu também! - a pequena sorri.

— Trouxe sorvete e chocolate! - Joh informa fazendo o sorriso de Manu aumentar.

— Eba! - a loirinha faz uma dancinha engraçada, nos fazendo gargalhar.

— Manu, vai escolher o filme pra gente ver, enquanto eu e sua mãe vamos fazer pipoca. - Johanna pede e Manu assente.

— Achei que você fosse pro restaurante com o Finnick hoje! - comento, me lembrando da informação dada por ela mais cedo.

— Ia sim! Mas percebi que havia algo de errado com você, quando nos falamos no telefone mais cedo. Principalmente quando você disse que Manu estava na creche do hospital. - ela levanta uma sobrancelha, em uma pergunta silenciosa.

— O que isso tem a ver? - pergunto, tentando fugir do assunto.

— Você acha mesmo que eu acreditei que Manuela foi pro hospital com você apenas porque Arizona levou a Sofia? - ela revira os olhos, desdenhando da minha desculpa inventada há poucas horas.

— Certo! Foi por causa do Peeta. Ele não pôde ficar com ela. - respondo, vagamente.

— Katniss, pelo amor de Deus. Desde quando eu preciso te forçar a me contar as coisas? - Johanna questiona, irritada com minha tentativa de fuga.

— Eu só não quero falar sobre isso, Joh! - suspiro, tentando não pensar no acontecido do dia.

— Sou sua melhor amiga, não tô perguntando se você quer ou não contar! Eu tenho o direito de saber o motivo pelo qual você não está bem, porque só assim poderei te ajudar. - alega.

— Fui deixar a Manu na casa dele. Quando chegamos, quem abriu a porta foi uma mulher que eu não conheço. Ela estava quase nua, vestindo só uma camiseta masculina. Ainda teve a capacidade de me dizer que Peeta estava, porém estava dormindo ainda devido a noite cansativa que tiveram. O pior é que, antes que pudéssemos ir embora o infeliz apareceu. Queria que eu deixasse a Manuela lá. Óbvio que não deixei. Idiota! Ele é um idiota! O pior foi a cara da Manuela, confusa. Céus, como eu queria bater nele. Como ele pôde? Eu disse que iria deixar Manu com ele. Ele podia ao menos ter ligado, avisado que não podia ficar com ela porque pretendia se encontrar com uma vadia qualquer. Pelo menos a gente não teria passado por esse momento. E eu não estaria parecendo uma idiota, remoendo a raiva que estou sentindo por ter visto aquela mulher com ele, mesmo depois de... Eu só não queria me sentir assim Joh! Eu não sei o que há de errado comigo, mas isso me incomodou de uma forma que nem posso explicar. E é estupidamente doloroso. - termino de falar, sentindo mais uma vez as lágrimas escorrendo pela minha face. Outra vez eu estava aqui, fazendo papel de babaca, chorando por culpa daquele loiro infeliz.

— Você não sabe o que há de errado? Pois eu sei! Você está apaixonada, Katniss. Nessa brincadeirinha de vocês dois de se beijarem vez ou outra, e todo os momentos família e casal feliz que vocês encenam, mesmo sem perceber, tudo fez você se apaixonar. Peeta é o tipo de cara apaixonavel, fácil. E você não é de ferro, amiga. Tá mais do que óbvio isso. E você sabe sim! Só não tem coragem de admitir. - ela fala, enxugando minhas lágrimas com as mãos.

— Eu não posso estar apaixonada, Johanna. Não por ele! Isso é errado. Não posso! - contesto, um tanto aflita. Contudo, não dá mais pra me enganar. Ela está mais do que certa! Aconteceu, e já faz bastante tempo.

— Sinto muito, amiga. Mas agora é meio tarde! Sem contar que, não dá pra fugir disso, de qualquer forma. Afinal, até eu estou realmente em um relacionamento quase assumido. Quem diria que euzinha, Johanna Mason, me apaixonaria alguma hora? - ela ri. - O lado bom é que, bem, tá mais do que na cara que é recíproco da parte de Peeta. - completa.

— Até parece. Depois de hoje, não acho que essa tese possa ser real! - comento e ela revira os olhos.

— Só porquê ele transou com outra mulher não significa que ele não sinta nada por você. Só significa que, em questão de desejos carnais, ele teve que arrumar alguém pra satisfazê-lo, considerando que você sempre foge. - ela dá de ombros.

— Ou talvez, ele só queria transar comigo também, como qualquer outra. - contesto.

— Niss, convenhamos, você nunca foi "uma qualquer" para o Peeta. Nem mesmo quando vocês acidentalmente conceberam a Manuela! Isso está cada vez mais claro com a convivência de vocês. Afinal, ele se esforça muito com palavras e pequenos gestos, pra alguém que só quer entrar na sua calcinha. - a Mason fala e sou obrigada a pensar nesse fato por um momento. De qualquer forma, prefiro não criar falsas esperanças. Se esse pequeno acontecimento de hoje já me machucou, imagina se eu me deixo levar por esse sentimento bobo e a expectativa de reciprocidade.

— Eu não sei. E, sinceramente, não quero ficar pensando sobre isso! - suspiro, passando as mãos pelos olhos afim de enxugar meu rosto úmido.

— Tudo bem, vamos nos concentrar na pipoca antes que a bonitinha venha atrás de nós. Acho que ela não precisa ver você chorando! - Joh fala, já colocando a panela no fogo.

Em poucos minutos a pipoca está pronta, então voltamos para a sala e passamos o resto da tarde e parte da noite assistindo filmes. Era pouco depois das 9 horas da noite, Manuela acabou dormindo durante um dos filmes. Depois de colocá-la na cama voltei para sala, me deparando com uma Johanna pronta pra ir embora.

— Já vai? - pergunto.

— Vou! Finn disse que desocupou mais cedo do restaurante e vai lá pra casa. - explica.

— Quando vocês dois vão assumir o relacionamento? Céus, já faz um ano que vocês estão nessa enrolação. Como se ninguém soubesse! - reviro os olhos.

— Olha só quem fala. A senhora estou-deprimida-e-irritada-porque-Peeta-transou-com-outra. - responde, sarcasticamente.

— É diferente. Peeta e eu não temos um relacionamento. Nem casualmente! Só nos beijamos duas vezes, pra valer. - revido.

— Aham, sei! "Haymitch, Effie, essas são Katniss e Manuela, as mulheres da minha vida" - ela faz uma voz grossa na última frase, numa tentativa de imitar a voz do Mellark.

— Ah, cuida da sua vida! E essa imitação ficou péssima. - reviro os olhos mais uma vez.

— Oh, me desculpe. Imagino que minha humilde imitação não chega nem perto do Mellark com sua voz grossa e rouca no seu ouvido, sedutoramente. - implica.

— Johanna, Finnick não tá te esperando não, em? - reclamo. Ela ri.

— Está. Finnick e um sexo quente! - a morena dá um sorrisinho malicioso e se encaminha para a porta.

— Eu estaria mentindo se dissesse que não estou com inveja de você agora. - faço uma careta e ela gargalha.

— Sabe que a culpa é completamente sua, né? - levanta uma sobrancelha. Não me dou o trabalho de responder, dando de ombros.

— Tchau, Mason! - digo a empurrando porta a fora. Outra vez ela ri.

— Até mais, KitKat! - manda um beijo no ar e entra no carro. Aceno, antes de fechar a porta.

Volto pra sala e me deparo com o celular da minha amiga! A criatura só não esquece a cabeça porque é grudada. Corro até a porta, na esperança de encontrar Johanna ali ainda. Mas, ao abrir, Peeta é quem está parado ali, com a mão pra cima como alguém que estava prestes a bater.

— Adivinhou que eu havia chegado? - arquea uma sobrancelha e me lança um sorriso torto e eu tenho que me esforçar pra não suspirar.

— Eu vim ver se Johanna ainda estava aqui. Esqueceu o celular! - explico e ele assente.

— Vi ela virar a esquina! Posso entrar? - pergunta, meio receoso. Abro espaço para que entre e me dirijo de volta a sala, com o loiro ao meu lado.

— Onde está a Manu? - seu olhar percorre toda a parte visível da casa, a procura da loirinha.

— Está dormindo! - informo.

— Bom. Assim podemos conversar. - alega. Sou eu a pessoa a arquear a sobrancelha agora.

— Conversar sobre o quê? - questiono. Ele suspira.

— Sobre o acontecido de mais cedo! Eu...Bem, quero me explicar! - ele explica.

— Peeta você não precisa se explicar. Eu que não devia ter aparecido lá sem conseguir falar com você. - falo mas ele nega com a cabeça.

— Sei que não preciso, mas eu realmente quero! - afirma. Então me calo, assentindo e deixando que ele continue. - Aquela mulher, Glimmer é o nome dela. Eu não sei quem ela é, pra ser sincero. Não me orgulho disso! Ontem foi aniversário do Jack, meu primo filho da tia Meg. Ele queria sair pra comemorar, pois logo volta pra Paris e vai ser difícil vir de novo. Então acabou me convencendo a ir. Fomos nós dois e mais alguns amigos nossos. Finnick não foi, porque ia trabalhar! Estávamos em uma boate. Eu nunca fui muito fã desse tipo de lugar, mas a maioria queria, então não tive escolha. Ficamos só nós por um bom tempo, conversando sobre os velhos tempos e bebendo. Só que ficamos tempo de mais, e enquanto estávamos lá, estávamos bebendo. Eu fiquei tão bêbado, como não ficava em anos. Não me lembro de muita coisa. Só de que em algum momento aquela garota apareceu e começou a dar em cima de mim. Me lembro de ter saído da boate com ela e só! O resto da noite eu não sei. São apenas pequenos flashes bagunçados na minha cabeça! Bom, eu transei com ela, obviamente. Suponho que devido a quantidade de álcool que ingeri, provavelmente não fui muito... hã, gentil! Enfim, eu acordei quando ouvi sua voz! Depois que vocês foram embora, eu expliquei para Glimmer quem vocês eram e pedi para ela ir embora. Não sei exatamente porquê ela ficou, na verdade. Talvez tivesse esperança que eu fosse querer sair com ela novamente, não estando bêbado. Não importa, de qualquer forma! Eu só... Me desculpe, Kat. Eu realmente sinto muito. Não queria que você precisasse ter passado por aquilo e Manuela menos ainda. - ele termina, segurando minhas mãos. Vejo sinceridade nos seus olhos. Sei que fiquei com raiva na hora, mas também sei que, apesar de tudo, eu não tinha esse direito. Afinal ele é solteiro e tem o direito de fazer o que quiser, mesmo que eu sofra com isso graças ao meu coração idiota.

— Tudo bem, Peeta! Me desculpe também, por ter ficado irritada. É que, Manuela ficou confusa com tudo aquilo e, bem, é complicado pra ela. - sorrio, tentando convencê-lo que esse foi o único problema.

— Eu sei! E o que ela disse? - pergunta.

— Ah, mais tarde quando estávamos vindo embora do hospital, ela perguntou quem era aquela moça. Eu disse que era sua amiga! Ela não questionou mais. Nem sobre ter ido para o hospital comigo, já que Sofia, filha de uma amiga minha de trabalho, chegou de viagem essa semana, aí Ari levou ela pro hospital, então Manu acabou entretendo brincando com a menina. - conto.

— Menos mal! - ele sorri, assentindo.

— Papai? - Ouvimos Manu chamar, então ela aparece na sala com cara de quem estava dormindo, agarrada ao Olaf de pelúcia dado pelo loiro há um ano atrás. 

— Oi, princesa! - ele sorri e ela corre para abraçá-lo.

— Sua amiga já foi embora? - Manuela pergunta.

— Já foi sim. - ele confirma.

— Então eu posso ir pra casa do papai, não é, mamãe? - a pergunta agora é dirigida a mim.

— Se você quiser. - afirmo e ela sorri.

— Posso? - outra vez ela pergunta para Peeta.

— Claro que pode, pequena. Você quer ir dormir lá? - ele sorri.

— Sim! Tudo bem, mamãe? A senhora já não tá passando mal mais né? - a loirinha diz, inocentemente.

— Você estava passando mal? - o loiro questiona e Manuela responde antes que eu possa.

— Ela estava com muita dor de cabeça, depois que a gente saiu da casa do senhor ela até chorou no carro. Mas depois mamãe tomou um remédio lá no hospital, e eu cuidei dela quando a gente veio embora. - minha filha conta, balançando seus pezinhos para frente e para trás, despreocupadamente, sentada ao lado do pai. Sinto minhas bochechas quentes e imagino que esteja completamente corada.

— É mesmo? - ele desvia seu olhar de Manuela para mim, me encarando com um olhar desconfiado, o que me deixa ainda mais sem graça. Obviamente ele percebeu que eu não estava passando mal coisa nenhuma. - ainda bem que ela está melhor agora. Aposto que você cuidou muito bem dela. - ele volta a olhar pra pequena. 

— Claro, né! - ela ri. 

— Bom, então vamos? - Peeta é o primeiro a levantar, pronto para ir. Manu concorda e corre para o quarto para arrumar suas coisas.

— Você vai trabalhar amanhã? - ele pergunta.

— Vou! Amanhã vai ser meu último dia, depois estou de férias. - conto.

— Que bom! - ele sorri. - Kat, eu... - ele começa, mas parece perder as palavras.

— Você o que? - pergunto, em um incentivo para ele continuar.

— Eu... - tenta de novo, porém nossa filha já está de volta, logo ele decidi não continuar.

— Tchau, mamãe. Até amanhã! - a pequena me abraça. 

— Até amanhã, meu amor! - beijo o topo da sua cabeça loira.

— Até amanhã, Kat! - o loiro sorri e deposita um beijo no canto esquerdo da minha boca, então lança um sorriso torto irritantemente sexy. 

Acompanho os dois até a porta, acenando uma última vez antes do carro sumir da minha vista. 

Quase 22h. Deito na cama, meus pensamentos a mil. Esse loiro e sua maldita mania de virar minha vida de ponta cabeça! Passei tanto tempo perdida em pensamentos, que talvez tenha se passado horas. Não sei. Mas, depois de todos os acontecimentos do dia, eu só consigo pensar em uma coisa. Uma conclusão. Uma confissão. Uma Admissão.

— Eu estou apaixonada por Peeta Mellark! - as palavras saem da minha boca pela primeira vez em voz alta, em uma facilidade assustadora. O pior: Eu me sinto incontestavelmente aliviada por dizê-las...


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Notas finais do capítulo

Finalmente Katniss assumiu, em? Hahaha.
Comentem e me deixem feliz.
Beijocas e até o próximo!
Que venha 2018 ❤

PS: Fiz uma referência a uma das minhas séries preferidas, Grey's Anatomy, quando citei a Arizona e sua filha Sofia (Porque na série tem essa personagem, Arizona, que tem uma filha chamada Sofia). Se tem alguma fã de Grey's aqui, bate aqui haha. Se não tem, recomendo que assistam, porque é ótimo rsrs. ❤



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