Capitulo 30 - Uma importante decisão I

Edward Cullen

O termino com a Tanya me causou certo alivio, mas ao mesmo tempo eu senti-me mal por tudo que aconteceu, a briga havia sido terrível, e eu não queria que ela me odiasse, mas eu sabia que talvez isso seria inevitável, ela tinha todo o direito de me odiar, afinal, eu estava ciente do quanto a magoei.

Eu sabia que só o tempo que a faria me esquecer, assim como só o tempo me faria me sentir melhor, por isso, assim que deitei em minha cama, os pensamentos começaram a rodear a minha cabeça, principalmente por saber que agora eu estava livre, livre para fazer qualquer tipo de escolha sem me sentir mal e naquele momento fora impossível não pensar em Bella, logo um desejo de lutar por ela começou a nascer dentro de mim, fiquei com medo desse desejo ser algo impulsivo, aquele sentimento ardente de minha adolescência voltando a florescer, amor que fora reprimido, e confesso que eu tinha certo receio de estar confundindo as coisas.

Logo depois comecei a me culpar, afinal, eu havia acabado de terminar com Tanya, e não achava certo já estar pensando em Bella, mas tenho que admitir que isso era algo mais forte do que eu. E ao ver que não iria dormir, devido a essa confusão em minha mente, eu me levantei e fiquei andando pela casa e enquanto bebia um copo de vinho eu sentei na sala de estar e fiquei com os pensamentos longes,

Enquanto pensava, eu voltei a me lembrar da minha época de adolescência e de tudo que vivemos naquele tempo maravilhoso, logo eu pensei de como eu queria reviver ele, estava sentindo falta daquelas horas de conversas que tinha com Bella, e de como se divertíamos por qualquer coisa, tudo conosco era tão simples, e o simples tornava-se bom, era ele que me deixava mais feliz.

Um sorriso surgiu em meus lábios, enquanto ainda pensava. Era incrível, de como só em pensar em Bella eu sorria, era impossível vê-la de outra forma, era impossível definir ela de outro jeito que não seja a mesma definição da época de adolescência, era impossível pensar em Bella e não dizer: Ela é a mulher da minha vida.

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No outro dia eu estava decidido a contar para minha família sobre o termino do meu relacionamento com Tanya, logo isso seria comentando na televisão e nas revistas e eu teria que falar com Emmett sobre o que eu iria responder, ele era ótimo para me ajudar a bolar uma resposta ou fugir de um assunto, parecia um especialista e confesso que era isso mesmo o que eu queria fazer, fugir do assunto. Na verdade eu não queria falar sobre isso na imprensa, ainda mais nesse momento delicado, mas eu sabia que não poderia me manter em silencio para sempre, mesmo isso me irritando um pouco eu sabia que essa era as conseqüências das pessoas que tem uma vida publica, infelizmente eu preciso dar explicações ao mundo inteiro, mesmo que o assunto seja de minha vida particular. Afinal, se eu não dou, eles inventam.

Mas Emmett poderia me ajudar a conseguir as respostas certas, onde eu não precisasse entrar muito no assunto, mas também não queria deixá-los no escuro.

Logo de noite eu fui á casa dos meus pais, Emmett e Rosalie também estavam lá, já Alice e Jasper tinham saído para jantar juntos, para comemorar o aniversario de Jasper.

Enquanto jantávamos, Emmett e Rosalie estavam comentando que eles estavam tentando ter um bebê, minha mãe ficou bastante feliz com á noticia, exclamando de que estava ansiosa para ver a casa cheia de crianças.

Aquilo me fez automaticamente pensar em Nessie quando era bebê, fiquei imaginando como ela seria quando ela era bem pequena, até imaginei Bella com Nessie nos braços, e isso fez os meus pensamentos irem longe, senti o meu coração apertar ao pensar que não tenho nem a chance de ver uma foto de Nessie bebê. Aquele maldito tirou muitas coisas de Bella, assim como também tirou de mim, por causa dele, por causa de tudo isso, eu não pude ver uma boa parte da infância de Nessie, não tive a chance de participar de seus primeiros anos de vida.

— Está tudo bem Edward? – meu pai perguntou, fazendo com que eu voltasse para realidade, soltei um longo suspiro, e olhei para minha mãe, para ele, para Emmett e por ultimo para Rosalie.

— Sim, é que, bem, eu tenho que falar uma coisa para vocês... – eu disse.

— O que? – Emmett perguntou.

Soltei um longo suspiro, antes de responder.

— Tanya e eu terminamos... – falei. Todos se entreolharam, mas eles não ficaram tão surpresos como eu imaginei que ficariam.

— É a gente sabia que existia essa possibilidade, só não achei que terminariam tão rápido! – meu pai comentou, enquanto tomava uma taça de vinho.

— Bom, o termino tem haver com a Isabella, a mãe da Renesmee? – minha mãe perguntou.

— Sim, também, seria difícil continuarmos juntos depois de tudo que está acontecendo, e também seria injusto com a Tanya, já que eu estou confuso, e sei que ainda sinto algo pela Bella! – confessei, enquanto olhava para baixo, logo senti minha mãe tocar em minha mão, e então olhei para ela, e vi que ela estava sorrindo para mim.

— Se você acha isso meu filho, fale isso para ela... – minha mãe me aconselhou, olhei para os outros e vi que todos estavam me olhando com um leve sorriso nos lábios, e então, sorri também, acho que minha mãe tem toda razão, e pelo sorriso deles, eles pareciam que estavam me apoiando.

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Terminamos o jantar, então decidi ir ao banheiro, enquanto minha mãe e Rosalie tiravam os pratos, Emmett e meu pai ficaram a mesa ainda conversando, assim que usei o banheiro e em seguida sai dele, fui para a sala de estar, e deparei-me com Emmett.

— Ah droga! – ouvi Emmett exclamar, ele estava em pé, em frente á televisão e com o controle remoto na mão, aproximei-me dele para olhar o que ele estava assistindo e soltei um suspiro ao ver que era um programa de fofocas que estava falando justamente de mim, os paparazzi havia tirado uma foto de mim no zoológico junto de Nessie, e estavam começando a especular quem seria essa garotinha, até já desconfiavam que ela era muito parecida com a Renesmee que fugiu de um cativeiro um tempo atrás, imagina quando eles descobrirem que suas suspeitas estão certas, e que as duas são a mesma pessoa.

— Eu acho que seria bom você dar uma entrevista num programa de televisão e esclarecer isso tudo... – Emmett falou se sentando no sofá, eu sentei ao lado dele.

— Eu estava pensando nisso, mas vou falar o que? – perguntei.

— Ué, a verdade, falar que a garotinha é sua filha, falar que realmente terminou com Tanya, se não eles vão começar a inventar um monte coisa, você sabe como é a mídia! – Emmett falou, e isso eu tinha que concordar com ele, já tinha pensado nisso antes.

— Eu queria tanto que antes desse dia eu pudesse conversar com a Bella, saber se teríamos uma chance de... – eu dizia até que então me calei sem ter coragem de completar a frase, eu mesmo estava me questionando se eu não estava sendo ansioso demais, ou estava querendo ir rápido demais, tinha medo de não saber me controlar e acabar assustando a Bella com essas minhas atitudes.

— Você queria falar recomeçar, não é? – Emmett perguntou, suspirei e concordei com a cabeça, afinal, eu não poderia negar que era isso que eu queria mesmo, pelo menos eu queria ter um pouco de esperanças de que ela e eu pudéssemos começar de novo.

— Acha que estou precipitando as coisas? Que eu estou desejando isso muito rápido? – perguntei, o olhando.

— Acredito que não, afinal, aquele homem obrigou a Bella a perder seis anos da vida dela, e não só isso, ele congelou a história de vocês por seis anos, eu acho que vocês não deveriam desperdiçar mais tempo, se você está seguro de que ainda ama ela, vai em frente, tente se aproximar dela de alguma forma... – ele falou, olhei para baixo e logo uma idéia venho em minha mente, tão de repente, mas pareceu tão boa que eu não pude deixar de sorrir, voltei a olhar para Emmett, dando um tapa de leve no ombro dele.

— Suas palavras sempre são úteis, meu irmão! – eu falei bastante animado, e então trocamos sorrisos. E realmente eu estava decidido seguir a idéia de que havia surgido em minha mente.

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Eu queria que Bella soubesse que eu estava sentindo e o que senti todo o tempo em que ela esteve desaparecida, eu sabia que o sofrimento dela havia sido enorme, a ponto de nem poder ser comparado ao meu, mas eu queria que ela soubesse que eu também eu sofri, que eu também me senti mal e angustiado com a sua ausência, mas como ela havia pedido um tempo, só uma idéia surgiu em minha cabeça, escrever uma carta já que essa era uma maneira para me manter perto dela, mesmo não estando presente.

Decidi levar a carta no sábado, assim eu aproveitaria também e faria uma visita a Nessie, mas para minha surpresa, assim que cheguei á casa dos pais dela, eu não era o único que havia ido visitá-la, assim que entrei deparei-me com monte de convidados e logo me dei conta de que eles estavam fazendo uma pequena festa.

— Oi Edward, que bom que você veio, hoje estamos fazendo uma pequena festa familiar! – Renéé me falou, deixando-me levemente sem graça.

— Eu acho melhor eu voltar outra hora! – eu falei.

— Que isso, não, eu insisto, fique você também faz parte da família, é pai da minha neta! – Renéé insistiu, puxando-me em direção a sala de estar. Assim que entrei Nessie logo me viu.

— PAPAI! – Nessie gritou vindo ao meu encontro e me dando um forte abraço, que prontamente eu correspondi, meus olhos já foram passando pela sala de estar, até pararem em Bella, novamente ela estava próxima daquele seu primo de segundo grau, era incrível como eles eram tão amigos, ela olhava para mim e mesmo que eu quisesse desviar o olhar eu não conseguia, meus olhos pareciam ter grudado nos dela. Devo confessar, que vê-la próximo dele me incomodou.

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Naquele sábado, não pude deixar de reparar no quanto Bella estava bonita, ela usava um vestido azul, seus cabelos estavam soltos e ela estava levemente maquiada, cada vez que eu a via sorrir, eu sentia vontade de sorrir também, nunca havia me esquecido de como o sorriso dela é bonito e ao mesmo tempo muito agradável.

Nessie também estava usando um vestido vermelho, estava com a metade do cabelo amarrado para trás, por um laço vermelho, ela estava feliz brincando com outra criança, era bom ver ela assim, se enturmando e tendo a oportunidade de ser uma criança normal.

Uma tia de Bella veio falar comigo, ela começou a fazer um monte de perguntas e a maioria era sobre o termino do meu relacionamento com a Tanya, que a essa altura era o que os jornais estavam mais comentando, eu confirmei o termino e ela ainda arriscou a fazer algumas perguntas sobre Bella e eu.

Confesso que fiquei um pouco incomodado com as perguntas, pois eu não sabia muito bem o que responder, eu fiquei um pouco aliviado quando a conversa chegou ao fim, ela parecia ser simpática, mas Bella e eu estávamos em um momento delicado, qualquer deslize poderia afetar nossas vidas para sempre, eu tinha medo de fazer algum comentário que a incomodasse, ou falasse uma coisa que ela pudesse interpretar errado, eu não queria fazer nada que afastasse mais ainda Bella de mim.

Bella ainda ficou algum tempo falando com aquele primo dela, e confesso que fiquei mais feliz quando ela se afastou dele para falar com a mãe dela, poderia ser algo estúpido sentir ciúmes dela com o primo, talvez a amizade deles fosse inocente e sem malicia alguma, mas ciúme ás vezes é algo que não conseguimos evitar ou controlar, e embora eu acredite que eu tenha conseguido disfarçar, eu não podia evitar-me de sentir incomodado com a situação. Eu estava totalmente inseguro, já de que ainda não sabia se Bella ainda nutre sentimentos por mim.

Eu fiquei observando-a da maneira mais discreta o possível, e teve um momento em que um familiar de Bella entregou um bebê para ela segurar, isso enquanto ia á cozinha, fiquei observando Bella falar e aninhar o bebê e aquilo me fez novamente imaginá-la fazendo o mesmo com Nessie, aquilo fez com que imediatamente um nó formasse em minha garganta, pois novamente eu me lembrei de que não tive a oportunidade de ver Nessie desse tamanho, não tive a oportunidade de ver Bella fazendo isso com Nessie.

Mesmo pensando nisso, ainda não pude evitar sorrir, pois era visível o quanto Bella ficava linda com um bebê nos braços, a forma em que ela aninhava e falava com a criança, mostrava claramente de como ela era ótima com crianças, por isso era uma mãe tão boa para Nessie, e a cada segundo que olhava para Bella, era impossível não admirá-la mais e mais.

Assim que a mãe da criança voltou e começou a falar com Bella, eu vi que o melhor era eu ir embora, mas antes eu estava decidido a deixar a carta com a mãe de Bella, já que eu não teria coragem de deixar a carta nas mãos dela. Eu levantei e cumprimentei dois familiares de Bella que se aproximaram para falar comigo, depois eu despedi-me de Nessie e segui para cozinha, encontrei Renéé lá, toquei em seu ombro e ela logo se virou e me olhou com um leve sorriso no rosto.

— Eu já estou indo... – eu avisei a ela.

— Mas está tão cedo querido! – ela disse.

— Eu sei, só que, eu estou meio cansado, vim rapidamente, só para entregar isso, você poderia entregar a Bella? – eu perguntei tirando a carta de meu bolso, Renéé olhou para o envelope e depois me olhou com um leve sorriso no rosto.

— Claro querido, pode deixar, boa noite então! – ela disse.

— Boa noite! – eu me despedi.

Eu já estava indo embora, quando só foi eu sair da casa que eu ouvi a voz que eu não imaginava ouvir naquele momento me chamar, meu coração automaticamente disparou, e surpreso eu me virei, ainda não acreditando que era ela que tinha vindo falar comigo.

— Você já vai? – ela perguntou, aproximando-se lentamente.

— É uma festa familiar, eu só apareci porque eu não sabia dela, vim ver a Nessie e... – abaixei a cabeça envergonhado, e soltei um suspiro. – Me desculpe!

— Por que está pedindo desculpas? – ela perguntou.

— Imagino que a minha presença deve estar te deixando nervosa e eu não quero que você fique assim hoje, deve ser um dia bem especial, você está revendo toda sua família... – eu falei, voltando a olhá-la, notei que ela sorriu.

— É verdade! – ela disse se aproximando e parando bem na minha frente. – Mas você não precisa ir embora, você faz parte da família, é o pai da minha filha!

Então eu sorri, era muito bom a ouvir falar isso, isso me deu esperança de estarmos evoluindo, e de que talvez, no futuro eu possa sim ter uma chance com ela.

— Quer me acompanhar até o carro? Quero te mostrar uma coisa! – eu falei, lembrando de que antes de vir à casa dos Swans, eu passei no Burguer King e comprei uns lanches e refrigerante já que eu estava com preguiça de cozinhar assim que chegasse em minha casa.

Ela concordou e fomos em direção ao meu carro, assim que me aproximei, peguei a chave do carro para destrancá-lo, logo abri a porta deparando-se com os lanches do burguer king.

— Não acredito que depois que você se tornou tão famoso e muito mais rico, ainda vai nesse lugar! – a ouvi comentar.

— Como eu iria parar, era o nosso passeio favorito lembra? – eu disse pegando uma das caixas e então a olhei. – Nos entupirmos de lanche e coca-cola, ficarmos horas lá dentro, falando sobre qualquer coisa...

— Eram ótimos tempos, e confesso que senti bastante falta daqueles lanches!

— Só dos lanches? – não pude evitar perguntar, no fundo estava com esperança de que ela pudesse dar uma pista de que estava sentindo a minha falta assim como eu estava sentindo a falta dela.

— Claro que não foi só dos lanches, eles são realmente bons... – ela riu enquanto me olhava. – Mas senti mais falta dos momentos que realmente eram bem especiais! – ela ficou calada por alguns segundos, antes de continuar. –Tivemos muitos momentos bons Edward, você me fez muito feliz, só não nos últimos quinze minutos quando você terminou comigo, mas devo confessar que foi algo bem pequeno, se comparado a todo resto, você foi incrível, e se eu tivesse morrido naquele dia, eu teria muitas boas lembranças de você para levar comigo...

Aquilo fez meu coração despertar novamente para novas batidas desesperadas, eu queria abraçá-la e dizer muitas coisas a ela, mas eu me segurei, pois sabia que ainda não era o momento certo, para soltar tudo que estava sentindo.

— Você não faz ideia de como ouvir isso me deixa feliz... – eu falei, mordendo meus lábios inferiores e olhei para o lanche, em seguida o entreguei. – Acredito que você não tenha comido mais nenhum, desde que saiu daquele lugar!

— Não mesmo... Ai meu Deus, parece que você leu os meus pensamentos, ao falar de burguer king eu já estava louca, imaginando-me devorando um desses maravilhosos lanches... Alias, por que você tem tantos lanches desses no seu carro?

— Hoje eu não estava a fim de cozinhar, depois do treino eu passei no burguer king, pedi alguns lanches e refrigerante, ai, eu passei na sua casa, agora eu vou para minha... – eu expliquei.

— É... Antes de você ir, eu posso te perguntar uma ultima coisa? – ela perguntou.

— Claro! – respondi.

— Eu vi na televisão que você terminou com a Tanya, seja sincero comigo, foi por culpa da Nessie? Porque se foi, está errado, e...

— Não se preocupa Bella! – eu a interrompei, imaginando se ela soubesse o real motivo do meu termino com Tanya, só que eu não tinha coragem de contar a ela. – Não foi só por ela, simplesmente nos demos conta de que se nos cassássemos seria um erro... – eu disse e fiquei calado por alguns segundos, até que não me segurei e acabei entrando no assunto de algo que já estava me corroendo. – Você deve ter percebido que eu estava te olhando enquanto você estava com aquele bebe nos braços... – comentei, e senti meus olhos ao mesmo tempo marejarem, enquanto eu me lembrava de como me senti quando a vi com aquele bebe.

— É eu percebi... – ela falou, num tom baixo.

— Sabe, te olhar foi como assistir uma cena perdida no tempo... – falei, enquanto ainda a olhava, ainda tentando imaginar aquele momento que tanto eu queria ter participado. – Tempo da qual infelizmente eu não pude fazer parte...

Notei que os olhos dela marejaram também.

— É em pensar que nós poderíamos ter tido a chance de viver isso juntos, mas o destino não permitiu... – ela falou e isso me fez lembrar do que tanto me incomodava, o passado, aquele erro que Jeffrey não permitiu que eu concertasse.

— Eu queria recuperar o tempo, eu queria voltar naquela noite, naquela lanchonete, no momento em que você chegou e se sentou na minha frente, eu juro que se eu pudesse, eu faria tudo diferente... – admiti, e no mesmo momento uma lágrima caiu dos olhos dela, e ela olhou para baixo, e aquilo só fez meu coração apertar mais.

— Não podemos mais voltar para o passado Edward! – ela disse para mim.

— Mas podemos aprender com ele e praticar o aprendizado em nosso presente e assim garantir o nosso futuro... – eu disse dando um passo na direção dela, nós nos encaramos nos olhos. – Bella... – ele falou, soltando um longo suspiro. – Eu não vim hoje até sua casa apenas com a intenção de ver a Nessie, eu também vim lhe trazer uma coisa...

— O lanche? – ela perguntou e não pude deixar de rir com a pergunta dela.

— Não, é outra coisa, está na cozinha, com sua mãe... – falei, lembrando-me da carta.

Ela me olhou com as sobrancelhas franzidas.

— O que é? – ela perguntou.

— Uma forma que eu encontrei para estar perto de você, mesmo não estando presente... – falei, soltando a mão dela para acariciar o seu cabelo levemente, e em seguida dei um leve beijo na testa dela, embora eu quisesse beijá-la em outro lugar. – Eu espero que você me dê uma resposta! – falei num tom baixo e em seguida me afastei, tentando evitar voltar a olhá-la, enquanto entrava no carro para ir embora.

E enquanto eu entrava no carro, ligava-o e ia embora dali, eu sentia minha cabeça girar, e um nó formar-se de forma mais profunda em minha garganta, e enquanto eu sentia vontade de ficar ali e abraçá-la, beijá-la e não soltá-la nunca mais, uma lágrima caiu dos meus olhos, senti o meu corpo arder como se tivesse em chamas, eu sabia o que era isso, eu já conhecia muito bem esse sentimento, era a saudade imensa de sentir o corpo dela, de sentir as nossas peles se colarem como se fossem uma só, era um desejo ardente de tê-la em meus braços, e infelizmente, naquele momento eu precisaria agüentar e controlar todo esse desejo, como eu controlei por todos esses anos.

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Confesso que depois de ir embora da casa de Bella, fiquei bastante ansioso para saber se ela leria minha carta ou não, claro, que eu torcia para que ela lesse, mas mesmo eu torcendo para isso, eu sabia que existia a possibilidade, mesmo que pequena, de que ela não conseguisse lê-la, não por raiva, rancor ou maldade, mas sim por medo e isso, claro é compreensível.

Decidi ficar distante por alguns dias, pois assim caso ela lesse a carta, ela poderia refletir sobre as minhas palavras, e se eu tivesse muita sorte ela poderia até mesmo pensar sobre nós dois.

Nesses dias eu tive jogos, e ainda Emmett marcou a entrevista para eu ir, eu iria em um bom programa de entrevista, e eles falariam sobre tudo, não só apenas sobre minha vida pessoal, o que era bom, pois assim eu poderia ir me acostumando e me sentindo mais a vontade com as perguntas da entrevistadora, antes que chegasse essas perguntas mais tensas.

Confesso que quando entrei no programa e ouvi a batida de palmas do publico, eu senti-me menos nervoso do que imaginava que estaria, lógico que não era a primeira entrevista que eu dava, mas seria a primeira depois de todas as especulações da mídia, Emmett deixou claro para mim que eu precisava esclarecer as coisas, não apenas sobre a Renesmee, mas também sobre Bella. Mas confesso que até o momento que começou as perguntas, eu ainda não tinha nenhuma idéia formulada, ainda eu não sabia o que eu iria falar sobre a Bella.

Mas depois de todas as perguntas, quando a entrevistadora foi entrando pouco a pouco em minha vida pessoal, até finalmente perguntar se existia a possibilidade de eu voltar com Isabella Swan, eu já estava tão à vontade que quando dei por mim já estava analisando a resposta de forma sincera, e soltei sem nem me importar que era em rede nacional:

— Bom, não é algo que depende só de mim, então é delicada essa pergunta, mas se dependesse só da minha resposta, com certeza sim...

+++

Depois da entrevista, confesso que fiquei preocupado se Isabella poderia se incomodar com o que eu havia falado, pois provavelmente depois da minha resposta a mídia voltaria atenção a ela, e sinceramente acredito que não é algo que ela esteja querendo no momento.

A ultima coisa que eu queria era incomodá-la, mas eu sabia que não iria agüentar ficar com essa duvida, eu estava preocupado, achei que havia sido impulsivo e precisava saber se ela está chateada comigo ou não, então decidi ir à casa dos Swans, na expectativa de que finalmente Bella e eu pudéssemos ter a conversa que tanto eu estava esperando.

Cheguei lá com o coração disparando e decidido de uma vez por todas confessar minhas intenções a Bella, é como minha mãe mesmo me falou, se eu achasse que tenho ainda sentimentos por ela eu precisava falar de uma vez por todas, e eu já havia dado a entender na carta, já havia falado em rede nacional, mas ainda faltava falar pessoalmente, olhando nos olhos dela. Eu não podia deixar de fazer isso, não podia deixar de dizer que ainda nutro sentimentos por ela.

Assim que cheguei e toquei a campainha, quem me recebeu foi a Nessie, e como sempre toda feliz venho me cumprimentar, com aquele sorriso que amo tanto, e tão doce quanto de sua mãe. Logo notei que Bella estava me olhando, pela sua expressão ela parecia ter sido pega de surpresa, mas assim que sorri para ela, ela também sorriu para mim, e aquele sorriso me confortou.

Desviei o olhar para olhar para Nessie.

— Iai como você está minha filha? – perguntei, pegando-a no colo e dando um demorado beijo em seu rosto.

— Estou bem, ahhhh papai, papai sabia que existe uma mulher que vive dentro de um poço, ela coloca os cabelos tudo no rosto...

— É sério? – perguntei, lembrando de uma personagem de um filme parecido com que ela estava me descrevendo. – Ela usa assim papai...

Ela jogou todo o cabelo para frente.

— Nossa, e como você sabe disso? – perguntei, enquanto Nessie agora tirava o cabelo do rosto e olhava para ele.

— É porque eu vi na internet... – ela explicou.

— Eu já te disse para você parar de assistir essas coisas Nessie... – ouvi Bella falar, olhei para ela e novamente meu coração disparou, era tão bom vê-la se aproximando de mim, ainda mais sorrindo, logo sorri para ela também.

— Eu não tenho medo dela! – Nessie falou.

— Mas não é coisas que crianças assistem, você tem os seus desenhos... – ela a repreendeu Nessie suspirou, e cruzou os braços, meio contrariada.

— Tá legal! –ela disse então notei que Renéé se aproximou.

— Edward, que bom ver você, já estávamos sentindo sua falta! – disse Renéé, me cumprimentando, ela estava acompanhada de Charlie, que logo tratou de me cumprimentar também.

— Esses dias foram meio corridos, eu tive jogo, entrevista marcada, queria ter vindo antes... – me expliquei, o que era realmente verdade, mas no fundo eu sabia que também mantive um pouco distante para dar tempo para Bella pensar.

— O importante é que agora você está aqui, eu vou fazer um café, e acho que também tem bolo na geladeira, é, Nessie você me ajuda a preparar um café para seu pai? – ela disse, e até achei a idéia boa, eu queria ficar mesmo a sós com Bella.

— Sim vovó, mas eu quero encher a caneca de água! – Nessie disse, indo correndo para cozinha.

Charlie olhou Renéé e Nessie se afastarem e depois nos olhou.

— Bom, eu vou estar na sala assistindo televisão... – ele disse, antes de se virar e ir para sala de estar.

— Acho que seus pais querem nos deixar a sós... – falei, a olhando.

— É... E eles estão certos, precisamos mesmo conversar, você quer conversar lá fora? – ela perguntou.

— Claro! Pode ser! – eu falei.

Assim que saímos da casa, senti novamente meu coração disparar, eu estava realmente nervoso, e já estava formulando o que iria falar para ela, embora eu notasse que as palavras meio que estavam embaralhadas em minha mente, Bella se aproximou, e quando voltei a realidade, ela já estava me puxando em direção a rede, ela sentou primeiro e então sentei ao lado dela, nos olhamos e senti-me tentado por ter os nossos rostos tão próximos.

— Eu adorei a carta... – ela falou.

— Então você a leu... – eu disse, sorrindo. Era bom ter a certeza de que ela a leu.

— Você por acaso pensou mesmo que eu a rasgaria? – ela perguntou.

— Não, mas se eu disser que eu não pensei que isso pudesse acontecer eu estaria mentindo, e se você rasgasse, eu não te julgaria, afinal, você já tinha me avisado que queria um tempo... – eu disse, ela então mordeu os lábios e olhou para o baixo.

— Você me deu esse tempo... – ela disse e me olhou. – E todo esse tempo foi extremamente compreensivo...

— É o mínimo que eu poderia fazer... – eu disse, criando a coragem de pegar a mão dela, ela estava quente, logo entrelacei nossos dedos.  – Você já sofreu tanto!

— Você também sofreu Edward, todos esses anos você se sentiu culpado, não sabia o que tinha acontecido comigo, eu ainda te via na televisão, e você? Você achou que eu estava morta... – ela disse, suspirando.

— Sim eu sofri, mas o meu sofrimento e o seu foram diferentes... – falei, e naquele momento fora impossível não pensar no quando Bella deve ter sofrido nesses seis anos.

— É, pode ser, mas também não vem ao caso a gente ficar comparando os nossos sofrimentos... – ela falou olhando para o chão.

— Sim, porque temos que deixar para trás, precisamos dar um jeito de virar essa página! Isso se você realmente conseguir me perdoar... – falei, o que era mais pura verdade, como eu desejava que daqui em diante pudéssemos começar uma nova vida, juntos é claro, nós três, como uma família.

— Edward! – ela rapidamente me interrompeu. – Eu já disse que eu te entendo, ainda mais depois daquela carta, eu não preciso te perdoar porque eu sei que você me amava, nosso termino não foi por falta de amor, ou por traição nem nada do tipo, só era medo, medo da distancia... Se aquilo não tivesse acontecido, eu acredito que daríamos um jeito de continuarmos próximos um do outro... – ela falou, e novamente eu me lembrei do passado, exatamente daquele dia que tanto me perturbou todos esses anos.

— Eu não iria querer que você deixasse de realizar o seu sonho... – ele falou.

— Não seria um sonho se você não fizesse parte dele, Edward! – ela falou, e aquilo me fez sorrir, senti a expectativa aumentar dentro de mim, dizendo que o que ela tinha acabado de falar era um bom sinal.

— Mas agora o destino está concertando o que foi quebrado há seis anos... – eu falei, ainda sorrindo.

— Destino não, foi Deus e nós mesmos, Deus me deu Nessie para nos aproximar, agora o resto depende de nós... – ela falou daquele seu jeito doce de sempre, então eu mordi os lábios enquanto a observava.

— Você já sabe o que eu quero, não sabe? – perguntei, soltei a mão dela para tocar o seu cabelo, o acariciei levemente e tirei uma mecha do pequeno rosto dela, colocando-a atrás da orelha, ela fechou os olhos e fiquei admirando aquele rosto tão doce, delicado, que estava louco para beijar.

— Edward... Você precisa saber que eu não sou mais a mesma!

Ela soltou um longo suspiro.

— Eu sei Bella, eu sei que muitas coisas mudaram, mas quando eu te revi, foi como se o tempo não tivesse passado... – eu confessei.

— É, mas você precisa estar ciente de que ele passou...

— Sim, mas foi como se nossa história apenas tivesse ficado congelada, esperando apenas o momento certo para continuar... – falei, o que era mais pura verdade, pode ter mudado essas coisas nesses anos todos, mas cada vez ficava mais claro, de que nossos sentimentos não haviam mudado. – Se você mudou, não tem importância, pois eu quero conhecer essa nova Bella, temos muito tempo pela frente, para você me apresentá-la!

— E se você não amar o que eu sou hoje? – ela perguntou, parecia receosa.

— Isso é impossível, o pouco que eu já vi dessa nova Bella, eu já admiro, vejo que você se tornou uma mulher mais forte e é uma ótima mãe... – eu disse.

— Eu tento me esforçar o máximo com a Nessie, além de que você também é um ótimo pai, na verdade eu sempre soube que você seria... – ela falou, olhando para o céu, novamente peguei sua mão.

— Confesso que eu fiquei com medo da Nessie se assustar comigo, ou me odiar, no começo eu me senti perdido, não sabia como tratá-la, como agir... – falei, e então ela me olhou.

— Você superou esse medo muito bem, pois a Nessie te adora, ela tem muito orgulho de te ter como pai, você tem que ver como ela fica tagarelando para lá e para cá de que o pai dela é importante, aparece na TV e é um jogador de basquete...

E então nós dois rimos.

— E você Bella? – não pude deixar de perguntar, ela parou de rir. – Você tem orgulho de mim?

Ela colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha, mordeu os seus lábios inferiores enquanto ainda me encarava fixamente, senti um frio no estomago, enquanto esperava a sua resposta.

— Eu sempre tive Edward, você sabe, é como eu dizia quando éramos adolescentes, para mim você e meu pai são os homens mais maravilhosos desse mundo, os que mais eu admiro, os meus heróis... – ela admitiu, pareceu ficar envergonhada, tanto que olhou para baixo, e eu não pude negar que fiquei muito feliz com sua resposta.

— E eu fico feliz em saber que isso não mudou... – falei, levantando o rosto dela com minha mão.

Olhei-a nos olhos, e acariciei sua bochecha com o polegar, sentindo a maciez da pele dela.

— Edward... – ela sussurrou.

Eu não consegui responde-la, apenas fiquei olhando, admirando aquele pequeno rosto, notando que embora os anos passassem, poucas coisas naquele rosto havia mudado, apenas alguns traços, que indicava que ela havia tornado-se mais madura, de adolescente se tornou uma mulher, e uma mulher linda, incrível, admirável.

Então eu não resisti, achei aquele momento perfeito para fazer aquilo que eu tanto desejava, fechei meus olhos e aproximei-me até nossos lábios se tocarem pela primeira vez, depois de tantos anos.

Senti a leveza daqueles lábios, que parecia ter sido feito perfeitamente para me beijar, beijei-a levemente, enquanto sentia todo aquele desejo ardente que senti na época de adolescência, aquela sensação boa, que somente o beijo dela conseguia me trazer vir á tona.

Ela era perfeita para mim. Isso já tinha certeza, fora como o momento tivesse parado, tudo parecia perfeito até que de repente, ela me empurrou, colocou a mão em sua boca, enquanto lágrimas caíam dos seus olhos.

Naquele momento um medo me invadiu, fiquei preocupado com medo de ter avançado demais, de ter exagerado, de ter passado do ponto com ela.

— Eu fiz algo de errado? – perguntei.

Ela sacudiu a cabeça rapidamente e colocou a mão na cabeça.

— Não... – ela falou, mas mesmo assim não consegui me senti aliviado, sabia que tinha algo de errado. – Você é maravilhoso... – ela disse e visivelmente nervosa levantou-se da rede rapidamente, eu também me levantei enquanto ainda a olhava.

— Então...? – fiz num tom de pergunta.

— A culpa é minha, Edward, não dá, eu não consigo... – ela disse num tom de choro, olhei-a nos olhos e consegui enxergar o quanto ela estava sofrendo. Meus olhos marejaram, tentei me aproximar, mas rapidamente ela recuou e aquilo só fez meu coração bater mais forte e o desespero aumentar. – Você não merece alguém como eu Edward, eu estou quebrada por dentro, com lembranças que achei que tinha superado, mas agora... – ela se calou, fechou os olhos e mais lágrimas foram caindo dos olhos dela. – Vejo que me enganei... – ela acrescentou e antes de eu poder respondê-la, ela se afastou entrando rapidamente em sua casa, e deixando a porta aberta.

Olhei para trás até vê-la desaparecer, e então senti um nó formar em minha garganta, e uma lágrima escorreu por um de meus olhos.

+++

Eu estava me sentindo culpado, pois eu sabia que o beijo que havia dado em Bella, havia feito ela se lembrar de coisas que sem sombra de duvidas ela estava tentando o máximo possível esquecer.

E infelizmente, devido a essa culpa, fora impossível não me torturar nos próximos dias, pois a única coisa que eu conseguia pensar era nela, em como ela deve estar se sentindo, e como vou encarar isso, como eu irei me aproximar dela e não lhe causar dor. Afinal, não era isso que eu queria, não queria lhe causar mais sofrimento, já basta tudo que ela passou.

Mesmo assim, eu também não queria desistir, estava claro para mim que eu amava Bella, e não queria perdê-la de forma alguma, já bastava tudo o que aconteceu que acabou nos separando, não merecíamos continuar separados, não podíamos aceitar que Jeffrey continuasse sendo nossa sombra, eu não podia aceitar que ele continuasse nos separando, mesmo não estando presente.

Mas eu sabia como tudo isso era delicado, eu precisava ter paciência e dar um tempo para ela novamente, e por ironia do destino o basquete acabou contribuindo nisso, precisei viajar a trabalho, pois teria alguns jogos fora da cidade, e logo vi que isso seria perfeito. Afinal, assim eu me distrairia com os jogos, e ao mesmo tempo daria um tempo para Bella.

Confesso que esses dias mesmo sendo cansativos por causa dos jogos, também foram difíceis de aguentar, logo comecei a sentir saudades de Nessie, e também fiquei agoniado com a falta de Bella, era muito difícil estar longe sabendo que nossa história estava mal resolvida, definitivamente era difícil não ter noticias dela, com Nessie eu ainda falava no telefone, mas ela eu acabei ficando todo esse tempo sem falar, e devido a isso, logo os minutos acabaram tornando-se horas, horas pareciam dias e dias pareciam semanas. Fora uma tortura, e quando finalmente pude voltar, senti-me aliviado, mas não tanto, por não saber se voltando eu conseguiria me resolver com ela.

Logo a neve começou a cair, sempre gostei muito dessa época do ano, pois sempre me trazia boas recordações, o natal era um momento agradável, pois sempre passei com minha família, já que ela costumava fazer uma bela ceia de natal. Logo, ao pensar que essa época do ano estava chegando novamente, eu não podia deixar de me perguntar se Bella estaria presente nesse natal... Será que eu vou poder passar esse momento que tanto gosto na companhia dela e de Nessie?

Assim que cheguei de viagem, o primeiro lugar que fui foi na casa dos Swans, estava louco para ver Nessie e matar a saudades, e também claro, ver se encontrava Bella, eu queria muito saber como ela está.

Assim que bati na porta, foi Renéé que a abriu, ela logo sorriu para mim e me cumprimentou com um forte abraço:

— Edward! É tão bom rever você... – ela falou.

— É O PAPAI? É O PAPAI? – logo vi os gritos de Nessie dentro de casa.

— Entre! – Renéé pediu, ainda sorrindo e em seguida deu espaço para que eu pudesse entrar, logo que entrei vi Nessie vindo correndo em minha direção, até que ela me deu um abraço bem forte, que logo correspondi, dando um demorado beijo em sua cabeça.

— Papai, papai, eu estava com saudades, por que você precisa jogar tão longe? – ela me perguntou, soltando-me.

— É porque não é eu que escolho onde jogo minha filha... – falei.

— Ainda bem que você chegou antes do papai Noel, eu quero vê-lo papai, e estava esperando você, para você me levar... Ele já venho do pólo norte e está lá no shopping, tirando foto com crianças e pegando as cartas para saber o que nós queremos ganhar! – ela me explicou, eu não pude deixar de sorrir.

—E você já sabe o que você vai querer? – perguntei.

 - Sim, um videogame para jogar sonic! – ela falou.

— Legal, ai nós podemos jogar juntos quando o papai vir te visitar! – falei.

— SIM! Vai ser muito maneiro! – ela falou, dando mais um abraço, parecendo bem animada. – Vamos agora, vamos? Vamos? – ela pediu.

— Nessie, não é assim, seu pai acabou de voltar de uma viagem, vocês ainda precisam marcar um dia... – Renéé começou a explicar.

— Ah, mas eu quero ir hoje! – ela disse, cruzando os braços e ficando emburrada.

— Mas se ela quer muito ir, não tem problema, posso levá-la... – eu falei.

— SIM! Mamãe podia ir junto, ia ser muito legal... – ela falou, e então eu sorri ao pensar na possibilidade de Bella ir ao shopping conosco.

— Mas Nessie, sua mãe não está em casa! – explicou Renéé.

— Vamos ligar para ela? Ela ganhou o telefoninho do vovô... – ela disse.

— Não é telefoninho, é celular Nessie! – Renéé disse e depois suspirou. – Tá bom, vamos, vem Edward, sente-se um pouco aqui na sala... – ela pediu.

Enquanto eu ficava na sala de estar, Nessie e Renéé ligaram para Bella, confesso que esses minutos eu fiquei um tanto apreensivo, ansioso com a idéia de Bella finalmente sair com a gente, afinal, desde que ela voltou não tivemos a oportunidade de sairmos nós três, e cada dia eu estava mais ansioso para a chegada desse momento.

Mas logo que elas desligaram o telefone, eu vi que não seria dessa vez, Renéé me explicou que Bella estava ainda na aula de direção, fiquei feliz em saber que Bella estava querendo voltar a dirigir, mas ao mesmo tempo fiquei desapontado por saber que não seria hoje que a nossa conversa aconteceria.

Mas mesmo assim, tentei curtir o máximo possível aquela tarde com Nessie, a levei ao shopping, e conversei bastante com ela no caminho para matarmos a saudade, quando fomos até o local onde ficava o papai Noel, até eu quis tirar uma foto com ele, comprei duas tocas apenas para tirarmos a foto, que alias saiu perfeita. Tanto que pedi para revelar duas, uma para dar para Bella de presente e outra para eu guardar de recordação.

Como já imaginei que aconteceria, no shopping deparei-me com alguns fãs que pediram para tirar foto comigo, alguns pediram até que Nessie saísse na foto também, acabei permitindo, afinal, não vi mal algum nisso.

Levei Nessie para tomar sorvete, e lá ela me contou que construiu um boneco de neve com sua mãe, fora impossível não ficar imaginando a cena, como deve ter sido lindo, as duas, juntas, fazendo o boneco. Fiquei sorrindo o tempo todo, e senti-me estranho, ao pensar que não pude estar com elas e participar desse momento.

— Deve ter sido muito legal Nessie! – falei.

— SIM! Foi um máximo! – ela falou, chupando seu sorvete de chocolate. – Pena que mamãe falou que ele não vai durar para sempre, quando acaba a neve ele morre... É tão triste! – ela disse, e então eu ri.

— Não é que ele morre, ele não é real Nessie, ele apenas derrete! – eu expliquei.

— Ele vira água! – ela falou.

— Isso mesmo...

Assim que voltei para casa dos Swans, antes de Nessie descer do carro, eu tive uma idéia, peguei a foto que ia dar para Bella de presente e decidi escrever uma pequena mensagem atrás dela: “O passeio foi incrível e eu só não digo que foi perfeito, porque faltou você, sinto sua falta, Edward”.

Era pequena, mas as palavras eram realmente sinceras, soltei um suspiro, antes de entregar a foto para Nessie e pedir para ela entregar para Bella, logo depois lhe dei um abraço de despedida.

Levei-a até a porta, falei rapidamente com Charlie que fora quem nos recebeu, despedi-me deles e fui embora, já que ainda não tinha nem desfeito as minhas malas.

+++

Eu estava tão cansado que acabei deixando para desfazer as malas no domingo, e por isso na madrugada de sábado tive até um pouco de dificuldades para dormir, fiquei revirando na cama enquanto ficava pensando como Bella havia reagido ao receber a foto, e só de pensar no assunto um sorriso surgia meus lábios na expectativa de ela gostar.

Por causa disso, acabei acordando somente ás onze horas, e então tratei de criar coragem e começar a desfazer as malas, tive que colocar um monte de roupas para lavar e enquanto fazia isso ouvi o meu telefone tocar, eu parei o que estava fazendo para ir atender e fiquei surpreso ao ver que se tratava de Renéé, ela me ligou para pedir o meu endereço, dizendo que já queria pedir isso algum tempo mais sempre se esquecia, achava bom tê-lo, para caso acontecesse algo e precisasse urgentemente vir aqui em casa ela já teria essa informação.

Achei uma idéia boa passar meu endereço a ela, já que Nessie é minha filha e morava com eles, nunca se sabe quando eles pudessem precisar vir aqui em casa. Depois que passei o endereço, cheguei a perguntar de Nessie e de Bella, ela disse que estavam bem e tinha acabado de chegar da igreja, depois de conversar mais um ou dois minutos, eu desliguei e tratei de voltar a colocar as roupas para lavar.

Eu fui almoçar às duas horas da tarde, comi omeletes e assisti um pouco de televisão, quando se passava das cinco horas da tarde eu já estava entediado, cheguei a falar com os meus pais e com Alice pelo telefone, já que ainda não havia ido visitá-los, prometi ir amanhã, já que hoje estava com preguiça de sair.

Fui até a cozinha e decidi beber um pouco de whisky, na tentativa de relaxar, enquanto colocava a bebida no copo, Bella surgiu em minha mente, fiquei me perguntando em pensamentos quando eu teria a chance de conversar com ela de novo, estava pensando em arriscar, fazer uma visita durante a semana, quem sabe usar a desculpa de visitar Nessie, para tentar arriscar a sorte de encontrá-la em casa. E enquanto eu dava os primeiros goles, eu pensava no dia exato que iria à casa dos Swans, estava na duvida entre quarta-feira a noite ou na quinta. Quando a campainha tocou, eu soltei um longo suspiro e coloquei o copo de whisky em cima do balcão, em seguida fui caminhando em direção a porta de entrada, soltei mais um suspiro antes de destrancar a porta, e enfim, abri-la.

Ao ver de quem se tratava, imediatamente os meus lábios se entreabriram, senti o meu coração bater acelerado, pisquei algumas vezes, não acreditando no que estava vendo. Ela realmente estava ali? Parada bem na minha frente? Não, não parecia real, parecia mais um sonho, uma miragem, qualquer coisa, menos a realidade. Como isso poderia ser possível?

— Bella... – eu sussurrei a voz quase não saiu.

Ela sorriu levemente, deu um passo em minha direção, enquanto me olhava eu notei que os olhos dela começaram a marejar, e aconteceu o mesmo com o meu.

— Eu... – ela se calou, e respirou fundo, antes de continuar. – Eu... Eu te amo Edward! – ela, enfim, declarou, os meus lábios se entreabriram mais, o meu coração errou algumas batidas e até mesmo senti uma lágrima escorrer de um dos meus olhos, continuei a observando, e vi quando de repente ela se aproximou mais, e num gesto rápido, colocou os braços em volta de meu pescoço e grudou os seus lábios aos meus.

Demorou alguns segundos para eu digerir o que estava acontecendo e ter realmente a certeza de que aquilo era mesmo real. E quando finalmente cai em mim, eu sorri, entrelacei-a pela cintura e entreabri os meus lábios permitindo que o beijo acontecesse, e naquele momento eu desejei que se caso estivesse enganado e aquilo fosse apenas um sonho, eu não queria acordar dele nunca mais.

Continua...