Sempre ao teu lado escrita por J S Dumont


Capítulo 29
Capitulo 29 - Neve


Notas iniciais do capítulo

OLÁ GENTE! Nossa mil desculpas por não avisar que não daria para postar domingo, genteee... acabou praticamente meus caps adiantados, comecei a fazer estagio o que me impediu de escrever essa semana, hoje eu passei dia todo escrevendo, para conseguir preparar as att inclusive dessa fic, então, peço por favor, comentem, eu senti falta de alguns comentários no cap. passado, fiquei triste, pois era um cap. bem especial, já que foi o primeiro beijo dos dois, MAS, acredito que ainda chegará mais comentarios no cap. passado espero que seja só a correria do inicio de ano, mas se você deixou de comentar no passado por qualquer motivo, peço comentem nesse para não me deixar triste, quando tem comentários eu faço um esforço para voltar rápido.
BOOOM, agora vamos FALAR DE ALGO IMPORTANTE criei um grupo no whatsaap sobre minhas fics, para falar das minhas fics, dar spoillers, avisar quando não der para postar, avisar quando att, e passar datas de atts, falar de novos projetos, ouvir a opinião de vocês, entre outras coisas, é uma maneira de me comunicar com vocês, e sei que muitos desejam essa comunicação, estou em alguns grupos e fui vendo o quanto é interessante e sei que muitas leitoras amam estar em grupos de whatsaap, além de que deixo livre para falarem também de outras fics e de outras autoras também, não ligo para isso.
Como estou fazendo estágio as vezes as datas das att de sempre ao teu lado pode modificar, e posso estar comunicando no grupo, eu já estou com algumas leitoras add no meu whatsaap que pretendem fazer parte do grupo, já divulguei essa minha ideia em corpus e believe in your dreams e já tive algumas leitoras que me add, mas ainda não são o suficiente e como essa é a minha fic mais popular imagino que daqui conseguirei leitoras que se interessem por isso, ainda mais porque muitas pedem spoillers dessa fic, pois tem muita coisa aqui para acontecer...
Mesmo que não comentem, não precisa ter vergonha vou deixar meu numero: 11966083940, ou vocês podem entrar no grupo diretamente por esse link: https://chat.whatsapp.com/KeTFf0gKtpmCvRP5OspDUC
Agora vamos lá, quero agradecer a Laurinha pela recomendação, amei demais ela viu quem quer me deixar com 25 recomendações? Recomendem ai gente!
Pessoal passamos de 2.000 comentários, muuuuito obrigada viu *-* agora comentem mais para chegarmos a 3.000 kkkk vamos lá gente quero finalizar essa fic com muito comentário ainda, vamos lá! nem que seja só para falar amei...
É isso, boa leitura!



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Capitulo 29 - Neve

— Silencio... Como aquele quarto era silencioso, isso quando não havia goteiras é claro! – sorri levemente antes de continuar. – Eu tenho que confessar que ás vezes o silencio me incomodava um pouco, eu sempre fui tão conversadeira, é difícil  começar a viver sem companhia, sem conversar com ninguém, sem poder ouvir outra voz que não fosse a minha... Ás vezes o silencio era tanto, que eu achava que eu iria enlouquecer, e para aliviar a tensão, eu até ficava falando sozinha, como se tivesse voltado para minha infância e arrumado um amigo imaginário, ai eu quando eu voltava para realidade e via o que eu estava fazendo, eu me sentia uma idiota... – eu falava para terapeuta, enquanto eu me lembrava daqueles anos de inferno, eu poderia fazer uma enorme lista de tantos momentos ruins que passei naquele lugar.

— Isso é normal, nós humanos somos seres sociais, sentimos a necessidade de conversar, de se relacionar, é difícil perder isso de uma hora para outra, o que você sentiu ou fez, é completamente normal se fomos analisar sua situação... – a terapeuta falou. Ela chamava-se Jane Volturi, era uma mulher de entre vinte e cinco ou vinte e seis anos no máximo. Era a primeira vez que eu estava passando nela, depois que vi que não conseguiria me sentir a vontade com a terapeuta anterior.

Com essa eu estava conseguindo me abrir mais, ou melhor, eu sentia mais segurança para falar. Mas eu estava ainda na duvida se o motivo para isso era porque ela me passava mais confiança, ou se agora é porque eu tenho um incentivo maior, Edward.

Não precisei pensar muito para concluir que era as duas coisas, além de eu me sentir melhor na companhia dela do que na antiga terapeuta, eu também estava ciente de que eu precisava superar o que aconteceu, conseguir virar a página, isso caso eu quisesse tentar um novo relacionamento com Edward, e claro eu queria e muito.

Estávamos numa sala mediana, que era igual como da maioria das psicólogas, havia um sofá onde Jane estava sentada e eu estava sentada na poltrona a frente da dela, atrás do sofá onde Jane estava sentada havia uma mesa, iguais as de escritório e um armário, que estava bem no canto da sala, eu soltei um longo suspiro antes de continuar.

— Embora o silencio me incomodasse, eu sabia que eu estava em segurança quando ele existia, pois o silencio me indicava que o monstro estava longe... – eu falei, olhando fixamente para Jane, que estava com as pernas cruzadas e com um pequeno caderno em seu colo, ás vezes ela escrevia algo nele quando eu falava, e até que eu estava bem curiosa para saber o que era.

Jane é uma mulher loira, bem branca, mediana e esbelta, seus olhos são azuis e seus cabelos são lisos e compridos, chegando até a metade das costas dela, ela tem uma expressão agradável no rosto, sempre olhava para mim sorrindo, como se quisesse me passar tranqüilidade.

— Então imagino que quando Nessie nasceu você sentiu que tudo a sua volta mudou, não é? Porque assim você ganhou uma companhia, algo para você fazer, se preocupar, se distrair....

— Sim, Nessie trouxe a luz que eu estava precisando para conseguir enfrentar tudo isso, tenho certeza que se ela não existisse eu teria cometido suicídio naquela época... – eu falei e então suspirei. – É como dizem, Deus sabe de todas as coisas, eu tenho certeza que ele me deu Nessie para isso, para ela me dar forças para carregar essa cruz... – falei, observei que Jane novamente escrevia algo em seu caderno.

— Então esses meses que você estava grávida de Nessie, você não pensou em suicídio, porque sabia que estava grávida dela... – Jane falou, voltando a olhar para mim.

— Sinceramente sim, eu não queria que ela morresse comigo, era um bebe inocente, não merecia isso... – falei, e então ela voltou a escrever algo no caderno, ao terminar ela voltou a me olhar.

— E você está aqui por ela? – ela me perguntou.

— A minha decisão de fazer terapia? – perguntei, sorrindo, ela concordou com a cabeça, pensei por alguns segundos antes de respondê-la. – uma parte sim, tenho que confessar que uma época de minha vida eu vivia apenas por Nessie, era o amor dela e o amor que eu sentia por ela que me fazia ficar viva, depois que eu sai daquele quarto, e aconteceu aquilo... – eu me calei enquanto me lembrava da estupidez que eu havia feito.

— Aquilo? – Jane franziu as sobrancelhas, parece que só depois que entendeu. – Ah sim, sua tentativa de suicídio... – ela disse e eu concordei com a cabeça.

— Só depois disso que eu entendi que viver somente pelo amor que sinto pela minha filha não iria bastar, eu tinha que ser algo mais do que apenas mãe de Nessie, eu tinha que fazer algo por mim também, e por isso eu estou aqui... – eu disse, e o sorriso de Jane se alargou, ela voltou a escrever no caderno.

— Você está aqui por amar a si mesma... – ela falou, olhando-me ainda com um sorriso no rosto.

— Sim, e porque quero ser mais do que mãe, eu quero voltar a ser mulher, eu quero poder me relacionar novamente com um homem... – eu disse, voltando a ficar séria, ao me lembrar do desastre do meu ultimo encontro com Edward, já fazia dois dias que aquilo havia acontecido e desde lá eu não havia visto ele mais.

Por um momento eu até achei que ele estava com raiva, e não iria querer dar as caras tão cedo, mas hoje de manhã ele ligou para Nessie e disse que teria que fazer uma viagem a trabalho, provavelmente iria jogar em outra cidade, ou até mesmo em outro país, e que assim que voltasse viria em casa para visitá-la, e sinceramente eu estava ansiosa para conseguir superar o meu problema até o dia em que ele voltasse, eu estava com bastante expectativa de que nosso reencontro fosse melhor do que nosso ultimo encontro.

— Então você está com problemas para ter contatos físicos, devido o trauma que você sofreu enquanto esteve no cativeiro? – ela perguntou.

— Sim, o pai da minha filha e eu nos beijamos alguns dias atrás e foi um desastre, eu me lembrei do maldito do Nick e das coisas horríveis que ele fez comigo bem na hora... Eu não tinha que ter me lembrado disso, e ainda, eu me afastei dele mesmo não querendo, eu fiquei com medo sem motivo algum, me senti... – eu suspirei antes de continuar. – Eu me senti uma louca!

Naquele momento eu senti vontade de chorar só de me lembrar disso, todos os dias fico pensando no que Edward deve estar pensando de mim devido a isso.

— Isso é normal, acontece com a maioria das mulheres que sofreram um trauma muito grande, mas saiba que você pode superar isso e voltar a ter uma vida normal... Mas primeiramente para começar o seu tratamento você tem que primeiro entender que a culpa não é sua, você não está louca por ficar revivendo o trauma através dos seus pensamentos ou por sentir medo de ter contatos físicos com outros homens, entenda que ás vezes nós não conseguimos nos controlar, agimos por impulso devido ao estresse causado por esse trauma, o que faz você reviver varias e varias vezes o que aconteceu, mesmo não querendo... – ela explicou e suas palavras até mesmo me fez me lembrar de minha mãe, ela havia já falado para mim não me culpar pelo que aconteceu.

— O que eu posso fazer se isso se repetir? Eu estou com medo de tentar algo novamente com o pai da minha filha e isso acontecer novamente... Além de ser uma experiência terrível eu fico morrendo de vergonha dele...

— Você não tem que ter vergonha dele, você precisa primeiramente é conversar com ele, explicar tudo que você está sentindo e o que sente quando ele te toca, te beija, se a conversa ser satisfatória, o processo para recuperação vai ser muito mais fácil, pois você vai se sentir mais confiante e também confiará nele e acredite a confiança no parceiro é essencial para que você possa voltar a se relacionar sexualmente... – ela falou e então eu sorri levemente.

— Entendi, eu preciso então conversar com ele sobre isso, eu já estava pensando em fazer isso... – falei.

— Claro! Você vai ver, que depois que você fazer isso, você vai começar a se sentir bem melhor consigo mesma... – ela me garantiu, sorrindo amavelmente para mim.

+++

Eu voltei para casa bem mais satisfeita, realmente a troca de psicóloga havia me feito muito bem, já no primeiro dia eu havia conseguido me abrir bem mais com Jane do que me abri com a antiga psicóloga. E uma esperança estava começando a nascer dentro de mim.

Novamente eu havia ido à psicóloga junto de Nessie, voltamos novamente de ônibus para casa, eu fiquei observando que ela continuava olhando a sua volta, reparando em cada detalhe, ela parava os olhos nos passageiros e também na janela, ainda tudo aquilo era novo para ela.

Assim que chegamos em casa Nessie foi até a lavanderia ver a Dora, e eu fui cozinhar, durante o dia seguimos a rotina normalmente, assim que os meus pais chegaram do trabalho, conversamos sobre o nosso dia, e falei com a minha mãe sobre a minha evolução na terapia, ela ficou bastante feliz e estava tão esperançosa quanto eu de que em breve eu conseguiria superar esse problema, definitivamente era o que mais eu desejava nesse momento.

Durante a noite fiquei um bom tempo pensando em Edward, o procurei pelos canais de televisão, mas não consegui encontrar nenhum jogo dele, então eu desisti, desliguei a televisão e então depois de revirar um bom tempo na cama e não conseguir dormir, eu decidi ir até o porão onde uma vez minha mãe havia me contado que havia guardado as fotos do Edward e os presentes que ele me deu.

Com o coração disparando eu fui até lá, e com o maior cuidado possível para não acordar os meus pais e nem a Nessie, assim que entrei no porão e liguei a luz, já encontrei o que procurava, pois um urso branco que Edward havia me dado estava bem em cima da caixa, eu sorri e logo me aproximei do urso, o peguei, abracei-o, enquanto abria a caixa e encontrava todas aqueles objetos que me traziam recordações que antes eu queria esquecer e que agora eu estava querendo reviver.

Fui revirando os presentes, os retratos, até parar naquele porta retrato que eu quebrei algum tempo atrás, o peguei na mão e observei aquela foto, logo um sorriso surgiu em meus lábios.

Olhar aquela foto me fazia voltar ao tempo, minha mente já me levava novamente naquele dia que eu tirei a foto, era impossível não me lembrar de como eu estava feliz, de como Edward me fez feliz e como ainda existia a chance de eu reviver novamente toda essa felicidade.

Mas quando? Quando minha mente e meu corpo iriam me permitir a isso? Quando beijar Edward e os toques dele seria totalmente agradáveis? Quando eu iria parar de sentir medo e quando eu iria parar de me afastar dele?

Respirei fundo e expirei o ar lentamente, guardei novamente o porta retrato e peguei a caixa em minha mão, eu ainda não tinha as respostas dessas perguntas, mas uma coisa estava certa em minha mente. Enquanto Edward não pudesse ser o meu presente, eu pelo menos continuaria revivendo o meu passado com ele, com essas lembranças que agora pareciam me fazer tão bem, então levei todas as coisas novamente para o meu quarto.

+++

Consegui pegar num sono apenas de madrugada, fora como um piscar de olhos, eu acordei com a voz de Nessie chamando: “mamãe”, “mamãe”. Eu abri os olhos e então a encontrei sentada em minha cintura com um enorme sorriso no rosto.

— Mamãe, mamãe tá caindo neve do céu, como eu via na televisão! – Nessie falou, toda feliz, eu sorri enquanto a observava. Eu adorava neve, o que há um tempo atrás era comum para mim, parecia que a neve havia se tornado algo novo, afinal, desde que fui parar naquele quarto, eu nunca mais pude ver a neve.

Tirei Nessie de cima de mim e fui correndo até a janela, sorri mais abertamente quando vi a neve caindo, ela estava começando a cobrir todo o chão, ela é tão linda, eu fiquei animada enquanto pensava que em breve Nessie e eu poderíamos brincar na neve, eu poderia construir bonecos de neve com ela assim como meu pai e eu fazíamos quando eu era criança, era uma das minhas brincadeiras favoritas.

— A neve é tão linda, ela é bem branca que nem você... – Nessie falou, olhei para ela com um leve sorriso no rosto.

— Você está me comparando com a neve? – perguntei para Nessie.

— Sim mamãe você poderia ser a princesa do gelo! – Nessie falou e depois se afastou para subir na cama, parecia estar bastante animada. – Sabe o que isso me lembra? A Frozen! – ela disse e logo depois começou a pular na cama, enquanto cantava. – você quer brincar na neve? Um boneco quer fazer? Você podia me ouvir e a portar abrir, eu quero só te ver...

Comecei a dar risada, enquanto aproximava-me dela e puxava-a para tirá-la de cima da cama.

— Tá legal senhorita Frozen, que tal a gente ir tomar café da manhã? – sugeri, peguei-a no colo e coloquei-a no chão.

— SIM! – ela gritou, indo em direção à porta do quarto. – Vou comer rosquinhas!

— Você já tá agitada demais, imagina comendo doce... – eu falei, mas ao me virar eu percebi que ela nem me ouviu, pois já tinha saído correndo do quarto. Discordei com a cabeça e depois fui até o banheiro para escovar os dentes, me trocar para em seguida descer e tomar café da manhã.

+++

Assim que terminei de arrumar e desci para o andar de baixo eu decidi ir ver a neve, abri a porta de entrada e olhei o lado de fora, como já imaginava um ar extremamente frio invadiu o ambiente, e mesmo eu estando com roupas de frio e até mesmo de cachecol, ainda assim eu estremeci, cruzei os braços e continuei olhando a minha volta.

Aquilo me fez recordar a minha adolescência, e então eu sorri ao me recordar exatamente do momento em que Edward e eu corríamos pela neve, feito duas crianças, enquanto jogávamos uma bola de neve no outro, aquela recordação estava tão viva em minha memória, que era como se eu conseguisse enxergar aquele momento na minha frente.

— Mamãe, mamãe quero rosquinhas! – ouvi Nessie gritar, fazendo com que eu voltasse á realidade, eu fechei a porta e me virei na direção dela.

— Está bem, eu já vou pegar... – comecei enquanto virava-me para trás, foi só então que eu percebi que Nessie estava ainda de pijama, fechei rapidamente a porta e me aproximei dela. – Minha nossa, você não pode ficar assim! Tem que se agasalhar, se não vai ficar doente, vem, vem comigo! – eu falei, aproximando-me dela e puxando-a com a intenção de levá-la até o quarto para trocar a roupa dela.

+++

Não era somente a neve que deixou Nessie completamente animada, mas também a chegada do final do ano, e tenho que confessar que não era somente ela que estava animada com isso, eu também estava, afinal, estava chegando o natal e o ano novo, e seria o primeiro que eu passaria com os meus pais depois de tantos anos.

Nessie estava feliz, pois ela dizia que agora que estava fora do quarto poderia ver o papai noel, ela estava tão empolgada com isso que até eu mesma estava pensando em levá-la semana que vem ao shopping para que ela pudesse tirar uma foto com ele.

Quando a neve finalmente cobriu as ruas, chamei Nessie para construirmos o nosso primeiro boneco de neve, Nessie ficou bastante empolgada com a ideia e ainda havia sido bastante divertido, assim que estávamos terminando eu notei que ele havia ficado bem parecido com os bonecos que eu criava junto do meu pai.

— Papai ia adorar ver esse boneco! – Nessie disse para mim, assim que arrumamos o nariz do boneco, havia ficado tão lindo.

— É, mas quando ele voltar de viagem eu tenho certeza de que vocês construirão um boneco juntos também... – eu falei para Nessie, dando um abraço nela e um beijo em seu rosto, notei o quanto a bochecha dela estava gelada. Mesmo ela estando coberta com roupa de frio, ainda não era suficiente, o frio estava demais.

— Eu estou com muita saudade dele mamãe! – ela falou.

— Eu sei, eu também estou, mas final de semana ele está de volta, não é? – eu falei.

— Sim e ele poderá me levar para ver o papai noel! – ela disse toda sorridente. – Vou pedir um videogame para ele, será que ele vai me dar?

— O seu pai? – perguntei.

— Não! O papai noel... – ela falou.

— Ah claro, sim, você precisa colocar a carta embaixo da arvore de natal, alguns dias antes do natal o papai noel vai vir lá do polo norte e irá trazer o seu presente! – eu expliquei.

— Sim e precisamos fazer bolinhos para deixar embaixo da arvore para ele comer... – ela disse sorrindo, mas em seguida o seu sorriso se desfez. – Mas a gente ainda não tem arvore! – Nessie falou.

— A gente vai montá-la no fim de semana! – eu expliquei. – Vem, vamos lá para dentro, aqui está muito frio, eu vou fazer um chocolate quente para nós tomarmos!

E então entramos em casa, enquanto Nessie corria em direção á sala de estar, o telefone tocou, eu atendi e logo vi que se tratava do advogado Morris, informando-me que o programa de televisão queria marcar uma nova entrevista comigo, mas dessa vez para falar sobre o meu relacionamento com Edward.

Eu fiquei meio receosa com isso, mas acabei dizendo para ele que era melhor esperar um tempo, afinal, o meu relacionamento com Edward ainda estava tão incerto, que eu não poderia falar de algo que nem eu mesma tinha certeza se iria mesmo acontecer ou não. Era terrível pensar, mas eu sabia que a perseguição iria acontecer novamente, logo eu veria paparazzi tirando fotos de mim por ai, ou os jornalistas iriam me pressionar para falar algo sobre Edward e eu, só que eu estava disposta a tentar evitar isso até ter uma conversa definitiva com Edward e descobrir se iríamos ficar juntos ou não.

Depois de desligar o telefone, eu fui para cozinha preparar um chocolate quente para nós duas, assim que ele ficou pronto, eu fui para sala e só então eu vi que Nessie estava assistindo televisão e estava justamente no canal de esporte, Edward estava jogando.

Eu entreguei a caneca para Nessie e fiquei com a outra, enquanto bebia o chocolate eu assistia o jogo com atenção, até que o meu coração deu pulos quando Edward de repente apareceu na TV, eu soltei um longo suspiro enquanto eu me lembrava de que ele e eu não nos falamos mais desde aquela noite em que nos beijamos. Ás vezes ele ligava para falar com Nessie, e eu até ficava tentada a pegar o telefone para falar com ele, mas, eu não conseguia, eu travava, não vinha á coragem, pois eu ainda estava com muita vergonha do que havia acontecido.

Depois de assistir Edward acertando uma cesta, eu me levantei do sofá.

— Vou fazer algo para gente comer... – avisei a Nessie, decidida a cozinhar, pois nesses últimos dias a cozinha era o que mais me distraia e controlava um pouco a minha ansiedade.

+++

Quando o final de semana chegou, Nessie estava radiante, pois já sabia que ia rever o pai dela, e também estava na expectativa de montar a arvore de natal e também de conhecer o papai noel, e eu devo confessar que eu também estava um pouco nervosa e ao mesmo tempo ansiosa, pois com o fim de semana chegando, eu sabia que eu voltaria a rever Edward, e eu ficava nervosa por não saber como esse nosso reencontro seria, na verdade eu nem sabia como eu iria tratá-lo e principalmente o que eu iria falar para ele.

Enquanto minha cabeça enchia-se de perguntas, eu tentava relaxar para ir para minha aula de direção, era a primeira que eu tinha marcado e eu estava morrendo de medo, depois de muitos anos sem pegar no volante, acabei ficando insegura, ás vezes eu ficava me imaginando dirigindo, eu tinha impressão de que eu não iria nem conseguir sair do lugar.

Nessie ficou em casa com os meus pais, enquanto eu esperava o táxi, eu fiquei observando ela brincar com a Dora em frente a nossa casa, meu pai estava sentado no banco e observava ela brincar, ao mesmo tempo em que lia o jornal.

Assim que o táxi chegou eu despedi-me deles, e entrei no carro e segui para a minha aula de direção.

E como eu já imaginava, assim que cheguei e o instrutor me pois no volante, a aula fora um tanto difícil, eu me tremi toda, era uma dificuldade para eu conseguir sair do lugar com o carro, e quando eu conseguia o carro já morria, o que me deixava ainda mais nervosa. Quando terminou a aula eu já estava me sentindo a pior motorista do mundo.

Assim que sai do carro o meu novo celular tocou, fazia três dias que eu havia o ganhado do meu pai de presente de natal. Olhei o numero e vi que se tratava do telefone de casa, rapidamente eu atendi.

— Alô? – falei.

— Mamãe, mamãe, papai está aqui, ele vai me levar no shopping para ver o papai noel, você quer ir com a gente? Quer? Quer? Quer? – Nessie falava toda animada, no mesmo momento meu coração disparou e meu cérebro travou, eu não sabia o que fazer e nem o que dizer.

Logo a cena do beijo voltou em minha mente, o nervosismo fora me dominando e quando dei por mim, eu já soltei:

— Filha a mamãe está na aula de direção e não vai dar tempo da mamãe chegar para ir com vocês, pode ir com o seu pai, tá bom? Quando chegar você me conta como foi... – falei, e notei o quanto a minha voz saiu tremula.

— AHHHHHHHHHHHHH! – ela fez, e escutei ela suspirar. – Está bem mamãe! – ela disse, e quando desliguei o celular o meu coração ainda batia forte e eu estava me sentindo uma verdadeira idiota, mas por mais que eu me odiasse por estar fazendo isso, ainda o medo era mais forte do que eu.

+++

Quando cheguei em casa, Nessie ainda não havia chegado do shopping, logo a minha mãe já foi me contando o quanto ela havia ficado feliz em poder realizar esse passeio tão esperado, eu fiquei feliz por ela, mas no mesmo momento eu me senti mal comigo mesma, por ter deixado o medo falar mais alto e eu não ter ido junto para poder participar desse momento tão especial.

Fui para o quarto e fiquei um bom tempo tentando entender a minha mente, mesmo com a terapia ainda o medo persistia constantemente, só que eu sabia que eu havia acabado de começá-la, eu tinha dado só o primeiro passo e eu sabia que eu estava num processo lento e difícil, ás vezes poderia demorar semanas, meses ou até mesmo anos para eu superar tudo o que me aconteceu, e isso me preocupava e ainda me deixava com mais medo, só que eu ainda não sabia se o meu medo era mais por pensar em Edward me tocando ou o meu medo maior seria de eu afastá-lo e acabar magoando ele de novo.

E enquanto meus pensamentos estavam distantes, eu estava olhando o lado de fora pela janela, eu observava a neve que mesmo ainda não sendo nada novo, ainda eu não havia cansado de olhá-la, parecia que eu queria compensar os anos que eu não pude vê-la.

Depois de alguns minutos decidi voltar a escrever o meu livro, eu ainda não tinha terminado de escrever sobre o meu relacionamento com Edward, pois eu estava detalhando todos os acontecimentos, não só da minha relação com ele, como de toda a minha vida, pois eu sabia que se eu publicasse, todos ficariam mais curiosos e interessados em saber como que nossa relação aconteceu e como ela foi.

Quando eu já estava chegando no momento do meu seqüestro, a porta do quarto se abriu, Nessie entrou correndo e toda sorridente no quarto, eu fechei imediatamente o notebook e sorri para ela, lhe dando um forte abraço.

— Mamãe, mamãe eu vi o papai noel! – ela falou aproximando-se de mim rapidamente. – Ele é igualzinho da televisão, e ele prometeu que vai me dar um videogame, ai eu vou poder jogar sonic!

— Ah que legal filha, eu imagino como você deve ter ficado feliz, e o seu papai ele está ainda ai? – perguntei, com coração disparando só de pensar nessa possibilidade.

— Não, ele estava com pressa, disse que tinha que guardar as coisas que levou para viagem, mas olha só mamãe, ele pediu para eu entregar para você! – ela falou, eu franzi as sobrancelhas e só então ela tirou algo do bolso de sua jaqueta de frio, era uma foto, ela estava dobrada no meio.

A abri e então eu sorri, ao ver que era uma foto dela com Edward e com papai noel, o papai noel estava sentado, Nessie estava em seu colo e Edward, agachado, ao lado deles. Meu sorriso se alargou, ao notar o quanto eles estavam lindos, Edward e Nessie estavam com a toca do papai noel na cabeça  e sorriam, os olhinhos de ambos estavam tão brilhantes. Eles eram uma graça e conseguiam ficar mais fofos quando estavam juntos.

Só depois de alguns segundos, fui dobrar a foto novamente e me dei conta de que atrás da foto havia uma mensagem.

Abri novamente a foto e a virei para ler o que estava escrito, era uma pequena frase, mas naquele momento tinha um significado enorme:

“O passeio foi incrível e eu só não digo que foi perfeito, porque faltou você, sinto sua falta, Edward”.

Meu sorriso se alargou, enquanto uma lágrima caia dos meus olhos, enxuguei-a rapidamente, antes que Nessie visse e depois a olhei, ela me olhava com um sorriso bem grande estampado em seu rosto.

— Vou guardar essa foto com muito carinho, sabe é a primeira que eu tenho de você e seu pai juntos... – falei para Nessie.

— A gente ainda não tirou uma de nós três... – ela lembrou.

— É verdade, temos que tirar, não é? – falei, dando um demorado beijo na cabeça dela.

E então ao olhar para frente, notei que minha mãe agora estava parada na porta, de braços cruzados e nos olhando com um leve sorriso no rosto.

— E então, quem está querendo me ajudar a montar a arvore de natal? – ela perguntou.

— EUUUUU! – disse Nessie, levantando o braço, e então eu ri.

— Eu também vou ajudar, nossa faz muito anos que eu não monto uma arvore de natal, acho que eu nem sei mais como montá-la! – falei, levantando-me da cama e colocando aquela foto que amei tanto em uma gaveta do meu criado mudo.

— Tenho certeza que isso não se esquece, minha filha! – minha mãe disse, assim que parei ao seu lado, Nessie passou por nós duas e saiu correndo pelo corredor, minha mãe e eu então nos entreolhamos, com leves sorrisos no rosto, ela colocou o braço em volta do meu ombro e juntas fomos caminhando em direção a sala de estar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Gente amanhã começo responder os comentários do cap. passado ainda dá tempo de comentar lá também kkk... E comentem nesse, não esqueça!
Iai ansiosos para reencontro de Edward e Bella? Bom, proximo capitulo trocaremos de visão, voltaremos para do Edward, estão querendo saber o que vai acontecer na visão dele? Me adc lá no whaats e pede spoiller, aqui não dou spoillers kkkkk...
Beijos e até nas respostas dos comentários ou até no whats!