Lost escrita por Li


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso :)
Boa leitura :)



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E estava ali algo que eu nunca queria ver na vida. Algo que eu nunca pensei ver. Malfoy e Alicia Nott juntos. Realmente juntos.

Por mais que eu não quisesse, o meu coração acelerou. Parecia que me ia saltar para fora do corpo.

Malfoy e Nott vinham de mãos dadas. Instintivamente, olhei para as mãos de ambos. Algo que eu nunca tinha feita quando estive apenas com o Malfoy. Nenhum dos dois tinha aliança. Isso queria dizer que, apesar de terem uma filha, eles não eram casados.

O olhar de Nott cruzou o meu. Um olhar de triunfo. Aquele olhar que, tenho quase a certeza, ela esperou oito anos para me lançar. Mas eu também não iria dar parte fraca. Peguei na mão de Nico e voltei a dar-lhe atenção. Iria fingir que eles não tinham aparecido. Alicia Nott não iria ganhar.

—Estavas a dizer? – perguntei olhando nos olhos de Nico e tentando prestar a maior atenção nele. Eu sabia que o casal maravilha estava a caminhar atrás de mim.

—Está tudo bem? – perguntou Nico notando, infelizmente, a minha mudança de humor – Eu não quero que fiques assustada por te estar a fazer um convite destes.

Em todas as saídas que tive com Nico, nunca o tinha visto tão atrapalhado. Porque ele estava realmente preocupado.

—Não é nada disso. – respondi tentando acalmá-lo e, ao mesmo tempo, tentando abstrair-me do que se passava ao meu redor – É uma honra, para mim, acompanhar-te num dos dias mais felizes da vida da tua irmã.

—Então porquê que ficaste com aquela cara? – perguntou Nico – Desculpa, se calhar estou a exagerar demais. Sinceramente, eu não sei porque estou assim.

—Nervoso? – perguntei com um sorriso de lado.

—Sim. – confessou – Acho que nunca me senti assim. Com nenhuma mulher.

            -Fico feliz por saber isso. – respondi aproximando a minha cadeira da dele. O que acabou por se tornar uma má decisão. Daquele ângulo conseguia ver perfeitamente a mesa onde o Malfoy e a Nott se tinham sentado. Na mesa de Albus e Octavia. Na mesa do melhor amigo.

A porta do Três Vassouras abriu mas não prestei atenção a quem entrou. Mas não demorei muito tempo a saber quem era.

—Seu cabrão. – ouvi a voz de Sirius gritar.

Olhei para a entrada e Sirius dirigia-se a Malfoy. Agarrou-o pelos colarinhos e pegou na varinha que trazia no bolso para lha apontar.

—Como é que te atreves a aparecer depois destes anos todos? – perguntou Sirius.

O Três Vassouras estava num completo silêncio. Todos estavam atentos à confusão que se tinha instalado duas meses à frente da minha.

—Porquê que o teu primo está assim com o Malfoy? – perguntou-me Nico ao ouvido, não ousando interromper o silêncio que se tinha instalado.

Mas eu não respondi. Por mais que eu quisesse, eu não conseguia. As palavras simplesmente não saíam.

—Não falas? – perguntou Sirius – Não me digas que a Nott te comeu a língua. – troçou.

—Eu acho que devias de ter calma, - consegui pronunciar-se Malfoy.

—E eu acho que devias de responder à minha pergunta, seu anormal. – respondeu Sirius.

—Meninos, eu preciso que tenham calma. – disse Hannah conseguindo separar Sirius do Malfoy – Não quero confusões no meu estabelecimento, perceberam? Se querem resolver alguma coisa, vão lá para fora.

—Claro que o meu marido não vai lá para fora. – intrometeu-se Nott – Nós vamos embora.

—Eu não… - começou Malfoy mas rápido parou – É melhor mesmo irmos embora.

—Vais fugir como o cobarde que és, seu cabrão? – perguntou Sirius voltando a exaltar-se – Parece essa a tua especialidade. Fugir. – concluiu Sirius dando um murro no Malfoy.

—Mas estás a passar-te? – perguntou Malfoy.

Finalmente consegui agir. Levantei-me e segui para perto da confusão. Para perto do Sirius. Para perto do Malfoy e da Nott.

—Vamos embora, Sirius. – pedi metendo-me entre os dois – Por favor.

—Eu sinto vergonha de ser teu irmão, Al. – disse Sirius antes de sair do Três Vassouras.

Segui atrás de Sirius sem olhar para trás. Eu precisava de estar com ele.

—Se não fosse pela Hannah, eu tinha-o desfeito. – começou Sirius pelas ruas de Hogsmeade – Como é que ele se atreve a andar a passear aí com a mulherzinha? E como é que o meu irmão está assim com ele como se ele não te tivesse feito nada? Eu vou-lhe às trombas outra vez. Aliás, eu vou lançar-lhe um Avada.

—Tu não vais fazer nada disso. – disse agarrando os ombros de Sirius – Ele não vale a pena, Sirius. Por favor. E lembra-te que és uma celebridade no mundo bruxo. Já viste o mal que isto pode fazer à tua carreira.

—Eu não quero saber da minha carreira. Aquele cabrão destruiu-te.

—Eu sei, Sirius. – respondi baixo – Vamos embora.

Dominique encontrava-se encostada ao Três Vassouras. Ela sabia que, naquele momento, ele precisava de ouvir algumas palavras de mim. Ela sabia que apenas eu conseguiria impedi-lo de voltar lá dentro e terminar o que começou.

—Vamos embora. – disse voltando-me para Dominique.

Dirigimo-nos até minha casa. Era a que ficava mais perto.

Sirius seguiu todo o caminho em silêncio. Aposto que ele estava numa discussão interna sobre se devia de se arrepender de não voltar ao Três Vassouras.

—Vou preparar alguma coisa para comer. – disse Dominique tomando posse da minha cozinha e deixando-me sozinha com Sirius.

—Eu nunca pensei que chegasses realmente a bater nele. – comentei.

—Claro que eu iria bater nele. E bateria mais se não me tivessem impedido. Tu sabes que és uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Abracei-o. Eu sabia perfeitamente disso. Porque assim como eu era uma das pessoas mais importantes da vida dele, ele também era uma das pessoas mais importantes da minha vida.

—Se eu não soubesse que o James está completamente apaixonado por mim, ficava com ciúmes. Nem o argumento de que vocês são primos me serve. – disse Dominique entre risos – E James Sirius Potter, se te voltas a por em confusões é comigo que vais ter problemas. – avisou em tom sério – Estão aqui uns biscoitos. – concluiu num tom mais agradável. Exatamente como a nossa avó Molly. Agravável num segundo, sério no outro.

—----//-----

Dominique e Sirius saíram pouco tempo depois. Sirius ainda queria ficar e passar cá a noite mas eu disse-lhe que não era preciso. E ela tinha a namorada para ir mimar.

Rapidamente coloquei o pijama, depois de eles saírem. O que eu precisava agora, depois de toda esta confusão, era de dormir.

Mas quando já estava deitada, alguém bateu à porta. O que era estranho porque já era bastante tarde.

A minha primeira vontade era ignorar e fingir que já estava a dormir. Mas a pessoa que estava do outro lado da porta continuava a insistir.

Levantei-me, completamente frustrada e segui até à entrada. Do outro lado estava Nico. A pessoa com quem eu tive um encontro hoje. A pessoa que me esqueci completamente depois do que aconteceu com Sirius.

Abri a porta e sorri para o Nico. Não conseguia dizer se ele estava bem ou se estava chateado. Ele tinha razões para estar chateado comigo. Eu tinha-o deixado completamente plantado no Três Vassouras.

—Antes que digas alguma coisa, tens razão. – comecei tentando aliviar a tensão.

—Eu não estou chateado, Rose. – disse Nico entrando. Fechei a porta atrás de mim – Eu apenas estou curioso. Porquê que o James bateu no Scorpius Malfoy com tanta raiva? Eu conheço o teu primo e ele é tudo menos uma pessoa conflituosa.

—Isso são assuntos antigos. Assuntos que já estão resolvidos. Podemos não falar sobre isso? – pedi na esperança que Nico atendesse o meu pedido.

—Não, Rose. Algo me dizia que a razão do James ter batido no Malfoy tinha alguma coisa a ver contigo. Eu vi a forma como vocês olharam um para o outro hoje de manhã.

—Eu e o Malfoy não temos nada. Nem nunca vamos ter. – disse frisando bem a última parte.

—Rose, eu sei que nós ainda nos estamos a conhecer mas mentir não é a melhor solução. Não achas que eu mereço mais que isso?

Olhei para ele sem saber o que dizer. Mais uma vez, lembrei-me do que me tinha dito mais cedo. Que teria adorado que os pais o tivessem colocado em Hogwarts. E relembrei também o meu pensamento. Se ele tivesse ido, talvez eu e o Malfoy nunca nos tivéssemos envolvido.

O que Nico estava a pedir era demasiado doloroso. Era relembrar tudo o que eu tinha sofrido à oito anos. Algo que coloquei no fundo da minha memória. Algo que voltou quando o Malfoy voltou.

Sentei-me no sofá e encarei a lareira. A luta intensificava-se dentro de mim.

—Rose. – chamou Nico agarrando na minha mão – Eu não te quero pressionar. Nem quero que penses que estou a forçar algo que não queiras fazer. Pelo que já percebi, passou-se realmente alguma coisa entre ti, o James e o Malfoy. Algo grave. Ao ponto do teu primo estar naquele estado hoje.

Continuei com o olhar na lareira. Era por isto que eu não queria sair com ninguém. Que os meus encontros com rapazes limitavam-se a sexo. Como aconteceu com o Liam.

Mas com o Nico era diferente. Eu gostava da sua companhia. Gostava de passar o meu tempo com ele.

—É complicado. – disse apenas. As minhas mãos tremiam.

—Ei, ei. – disse Nico agarrando no meu rosto para que o encarasse. Eu tentava conter ao máximo as lágrimas. Aquele cabrão não podia continuar a merecer as minhas lágrimas.

—É tudo muito complicado. – repeti.

—Pronto, vamos esquecer esta conversa. Anda lá, Rose. Vamos pensar em coisas bonitas. – disse Nico, atrapalhado – Já alguma vez viste um unicórnio?

Não deixei de soltar uma risada. Nico era incrível. Ele não sabia como agir e mesmo assim agia da melhor forma possível.

Abracei-o.

—Obrigada. – agradeci.

Afastei-me. Encarei-o. Encarei os seus lábios. Carnudos. Aqueles lábios já tinham estado nos meus. Beijei-o. Esqueci-me completamente de tudo o que se tinha passado naquele dia. Naquele momento, a única coisa que importava era o Nico. O nosso momento.

—----//-----

Não se tinha passado mais nada naquela noite. Nico tinha dormido lá em casa. Mas apenas isso. Houve beijos. E também dormimos em conchinha. Mas foi apenas isso. Foi um momento que eu já não tinha à muito tempo.

—Pareces estar bem-disposta. – disse Astoria ao entrar no meu gabinete – Tendo em conta o que se passou ontem à noite.

O meu sorriso desfez-se.

—Tu sabes quais foram as razões para isso ter acontecido. – respondi.

—E eu não estou a dizer que o James não teve razão no que fez. Mas o Scorpius é meu filho.

—Sinceramente Astoria, eu acho que não devíamos falar neste assunto. Há demasiados interesses pessoais metidos no meio disto tudo. Porque, apesar de me teres apoiado durante este tempo todo, tu continuas a ser mãe dele. Astoria, a nossa relação nunca vai mudar, tu sabes disso. Mas não me podes pedir mais favores a respeito do teu filho. Eu já sou médica da filha dele.

—Eu sei, querida.

—O Sirius não vai voltar a fazer o que fez ontem.

—Eu acredito em ti, Rose.

—Mas não posso impedir que ele odeie o teu filho. – avisei. Mas Astoria já sabia disso. Astoria sabia o quão protetor Sirius era comigo.

—Eu sei. Eu tenho que ir trabalhar, tenho uma consulta agora.

—Almoçamos juntas? – perguntei – Ou o Draco não te deixa almoçar com uma amiga?

—Como se ele pudesse dizer alguma coisa. – respondeu Astoria com um sorriso – Até logo.

Astoria saiu e Georgiana entrou. Vinha com os ficheiros numa mão e com uma carta na outra.

—Chegou isto para ti. – disse Georgiana entregando-me a carta.

—Obrigada, Georgiana. – agradeci e Georgiana voltou a sair.

Abri a carta e comecei a ler.

Adorei a nossa noite.

Tu és uma mulher incrível, Rose.

Com carinho,

Nico


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Notas finais do capítulo

Que acharam da atitude do James? Que acharam da conversa entre o James e a Rose? E os momentos entre a Rose e o Nico? E que acharam da conversa entre a Astoria e a Rose? E, por fim, que acharam do bilhete do Nico?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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