Lost escrita por Li


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, eu sei que falhei dois capítulos. Só vos quero dizer que foi mesmo impossível postá-los. Desculpem. Aqui vai o capítulo referente à semana passada e neste fim-de-semana postarei o correspondente a esta.
Boa leitura :)



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Contei até dez. Não resultou. Contei até vinte. Consegui ficar um pouco mais calma face à constante observação do Malfoy. Ele encarava-me. Receoso. E bem que podia ficar. Eu tinha sido bem clara sobre toda a situação.

Lyra e Malfoy sentaram-se em frente à minha secretária. Malfoy continuou sem tirar os olhos de mim.

—Como sabem, a lua cheia está a chegar. – comecei – E com isso vem a transformação. Eu tenho aqui os resultados dos exames feitos ao sangue da Lyra. E revelaram que é possível seguir com o tratamento. – revelei.

Lyra saltou da cadeira e correu para o colo do pai. Era isto que eu adorava nas crianças e que me tinha levado a seguir esta profissão. A sua felicidade.

—Mas isto não é tudo. – continuei chamando a atenção dos dois. O sorriso no rosto de Malfoy esvaiu-se. Ele sabia que existia um mas – Apesar dos resultados terem sido favoráveis ao tratamento e ser possível fazê-lo, só depois da primeira lua cheia é que será possível confirmar a aceitação.

—Mas existe algum risco? – perguntou Malfoy, preocupado.

—Não. – respondi. Eu tinha conseguido criar a poção sem que esta tivesse qualquer efeito colateral – É só mesmo a questão de ela não funcionar. Caso aconteça, a Lyra continuará com a poção que já tomava.

—Mas ela vai funcionar. – disse Lyra completamente otimista – Eu sei que sim. Eu confio em si, dra. Rose.

Sorri para Lyra. Era impossível não gostar desta criança sentada à minha frente. Por mais que ela fosse filha do Malfoy e da Nott. Ela não tinha herdado a malvadez da mãe. Nem a falta de lealdade do pai.

—É aconselhável que a Lyra passe essa noite em St. Mungus. Eu estarei a acompanhá-la durante todo o dia. – disse.

—Eu quero estar presente. – disse Malfoy sabendo perfeitamente que eu não ia negar o seu pedido. Não em frente à sua filha.

—Claro. – respondi. O Malfoy percebeu perfeitamente o meu tom. Apesar de eu não querer admitir, ele continuava a conhecer-me. Porque eu não tinha mudado assim tanto – Antes de irem embora, preciso de falar contigo. – disse dirigindo-me ao Malfoy – Lyra vai ter um bocadinho com a Georgiana.

Peguei na mão de Lyra e levei-a para perto de Georgiana. Depois, fechei a porta e encarei o Malfoy. Pela segunda vez naquele dia estávamos sozinhos.

—Eu não estava a brincar quando disse que deixava de ser a médica da Lyra. – falei, num tom baixo, mas tão sério e frio que até o Malfoy estremeceu. Apontei-lhe e minha varinha – Eu não estava a brincar. E espero que entendas isso.

—Rose, precisas de ter calma. – pediu Malfoy alternando o seu olhar entre mim e a minha varinha – Não precisamos de chegar a estes termos.

—Precisamos sim. – contrapus – Porque não entendeste de outra forma. E não me trates por Rose.

—Mas é o teu nome. – disse Malfoy não conseguindo conter um sorriso de lado.

—Mas tu não tens direito de o dizer. Não depois de tudo o que fizeste. Não depois de tudo o que me fizeste sofrer. – disse sem me conseguir conter. Contive apenas uma lágrima. Não iria chorar à frente dele.

Malfoy voltou a olhar para mim com o mesmo olhar daquela manhã. Com um olhar de medo. Um olhar que eu não entendia. Um olhar que ele apenas tinha quando aquele assunto era tocado.

Por momentos, lembrei-me do pequeno bilhete que me deixou à oito anos. “Desculpa”, dizia ele. Nunca percebi o porquê de ele o ter deixado.

—Rose. – repetiu não dizendo mais nada. Os seus olhos cinzentos encaravam os meus azuis. Tão intensamente que a minha grande vontade era desviar o olhar. Mas eu não daria parte fraca.

Baixe a varinha. Era o mais sensato a fazer.

Malfoy suspirou, aliviado. Acho que, para ele, tinha sido uma vitória ter-me feito baixá-la.

—Isto não faz com que eu mude de ideias. Por mais que não te pronuncies sobre o passado, ele existe. E sempre existirá. E por mais que queiras fingir que ele não existe, eu nunca me esquecerei dele. – disse no tom mais sério possível – Por isso é a última vez que te digo, na próxima consulta quem vem é a Astoria. No internamento já não há nada que possamos fazer, mas no resto está decidido.

—Mas…

—Mas nada. Ou isso ou eu deixo de ser a médica dela. Por mais que me custe, eu deixo.

Malfoy sabia que estava a ficar sem qualquer alternativa. Apesar de não ser mãe, eu sei o que qualquer pai e mãe faria pelos seus filhos. Tudo. E por isso sabia que o Malfoy iria acabar por ceder.

—Está bem. – acabou por concordar Malfoy – Será a minha mãe a vir com a Lyra às próximas consultas.

—Estamos então conversados. – disse voltando as costas para pegar na minha carteira mas o Malfoy agarrou-me no braço.

—Eu também não me esqueci do passado. E aquele pedido de desculpa foi sincero. – disse Malfoy. Eu permaneci calada. Eu não pensei que ele tocasse no assunto.

Sem dizer mais nada, abriu a porta e saiu. Deixou-me ali, completamente desarmada.

Estava com raiva de mim própria. Mais uma vez, as minhas defesas tinham ido abaixo.

Ninguém me podia ver naquele estado. Naquele estado de recaída. Muitos, tal como Georgiana, iam-se lembrar do que aconteceu à oito anos e isso era a última coisa que eu queria.

O meu patronus, uma águia, voou com destino à casa dos Potter. Mais precisamente, ao meu primo James Sirius Potter.

Não tardou para que ele aparecesse no meu gabinete. Eu já não chorava. Naquele momento, eu sentia raiva de mim própria. Raiva porque mais uma vez tinha ido abaixo por causa do Malfoy. Porque me continuava a afetar como já não devia.

—Ele foi embora há muito? Ou ainda consigo apanhá-lo? – perguntou Sirius mal fechou a porta. Não lhe respondi. Tinha medo que as lágrimas voltassem a ceder – Rose. Rose, olha para mim. – disse pegando no meu rosto para que o encarasse – Tens de parar. Já passaram oito anos. Oito anos. Eu sei que foi horrível tudo o que tu passaste. E sei que não posso dizer que sei a situação em que estás porque nunca vivi algo semelhante. Mas tens de seguir em frente. Se calhar o ideal era deixares de ser a medibruxa da filha dele. Isso não é saudável.

—Eu não posso fazer isso. A Lyra precisa de mim. – disse – Eu sei que parece masoquista mas tens de compreender. O problema que ela tem…eu sou a melhor pessoa para a acompanhar. Por mais que ela seja filha de quem é, eu não lhe consigo virar as costas.

—Pronto Rose. Mas achas que isso é saudável?

—Eu ameacei-o. Exigi que fosse a Astoria a vir com a Lyra às consultas. Para não o ver. Mas hoje…hoje ele desafiou-me e apareceu com ela. Eu fiz-lhe um ultimato. Disse que se ele voltasse a aparecer, eu deixaria de ser a medibruxa dela. Acho que desta vez ele vai cumprir. Ele sabe que eu sou a melhor pessoa para tratar dela.

—Menos mal. Eu não vou concordar e dizer que é saudável o que estás a fazer. Mas compreendo. Tu és uma mulher incrível, Rose. E também és forte. E eu sei que vais conseguir, finalmente, seguir à frente. Eu acredito em ti, priminha.

Abracei-o. Era disto que eu precisava. É verdade que este assunto já tinha sido comentado entre nós dois diversas vezes, mas as palavras de Sirius eram sempre essenciais na minha vida. Por mais que ele dissesse que não tinha jeito com as palavras. Ele tinha. E sabia o momento ideal para as dizer.

—----//-----

A noite chegou e com isso o meu encontro com Nico. Confesso que estava um pouco nervosa. Eu nunca tinha um encontro destes nos últimos oito anos.

O episódio da manhã tinha sido remetido para o mais profundo dos meus pensamentos. Sirius tinha razão. Eu tinha de seguir. Eu tinha de fazer com que o Malfoy não me afetasse mais.

Optei por uma saia de cinta alta negra e uma blusa vermelha. Coloquei um pouco de batom vermelho. Estava pronta.

Nico insistiu em vir buscar-me a casa. Várias vezes lhe disse que não valia a pena. Mas ele conseguiu ser mais teimoso que eu.

—Tens a certeza que vais sair assim de casa? – perguntou Nico mal me viu. O meu sorriso esvaiu-se – Eu só trouxe uma varinha para te proteger dos predadores.

—Não precisas de te preocupar. Eu também levo a minha. E garanto-te que sou muito boa a manejá-la. – respondi sorrindo.

O Três Vassouras está cheio. O que era normal para uma sexta-feira. Muitas das pessoas que se encontravam lá, eu conhecia-as. Algumas de vista. Outras eram amigas.

Octavia e Albus também se encontravam lá. Deviam de estar em mais um dos seus encontros para definir o seu relacionamento.

—Boa noite, Hannah. – cumprimentei a dona do bar e esposa de Neville Longbottom.

—Boa noite, minha querida. – cumprimentou Hannah – Os teus pais como vão?

Hannah tem a mesma idade que os meus pais. Andou durante seis anos na mesma turma que eles. Isto até eles e o meu padrinho decidirem partir.

—Ocupados mas bem. A minha mãe anda à volta com alguns problemas no Ministério. O meu pai e o meu tio George estão perto de chegar a mais uma inovação.

—Fico contentes por eles. Manda-lhe cumprimentos meus. Que vão querer?

—Duas cervejas amanteigadas. – respondi.

Hannah entregou-nos as cervejas amanteigadas e dirigimo-nos para uma mesa desocupada.

—A dona do bar parece ter um carinho muito especial por ti. – comentou Nico.

—Ela andou na escola com os meus pais. – respondi – E digamos que lhe fiz muitas visitas durante a minha estadia em Hogwarts.

—Podemos dizer que Rose Granger Weasley era uma menina rebelde? – perguntou Nico com um sorriso de lado.

—Rebelde mas que tirava notas extraordinárias. – respondi orgulhando-me do meu percurso em Hogwarts – Os meus primos, Lily, Albus e Sirius, herdaram um mapa do pai. Um mapa de Hogwarts. Com todas as passagens secretas que ligam Hogwarts aos mais diversos sítios. Muitas vezes, durante a noite, seguíamos com o mapa por toda a Hogwarts e pelas passagens. Nunca ninguém nos apanhava. O mapa também revela a posição de cada pessoa que se encontra em Hogwarts.

—Isso é incrível. – respondeu Nico completamente admirado. Ele nunca tinha ouvido falar em algo parecido.

—Era realmente incrível. E eu adorava cada aventura que tinha com os meus primos e irmão.

—Em Durmstrang, eles eram muito rigorosos. – contou Nico – Nós não podíamos fazer praticamente nada. Tenho pena pelos meus pais me terem colocado lá. Adoraria ter frequentado Hogwarts.

E eu adorava que tivesses vindo, pensei. Talvez assim tudo fosse diferente. Eu podia tê-lo conhecido mais cedo e nunca me ter aproximado do Malfoy.

—Quando eu tiver filhos, quero coloca-los em Hogwarts. – continuou Nico – Não quero que eles passem pelo que eu passei. Para a Marine foi um bocado mais fácil. Beauxbatons não é assim tão rigorosa.

—E o casamento dela? Está quase. – comentei. Marine casava-se em menos de um mês.

—É verdade. – respondeu Nico com alguma nostalgia na voz – A minha irmã vai-se casar.

—Parece que estás triste com isso. – comentei não me conseguindo conter.

—Não estou. O Adrien é um rapaz cinco estrelas. E sei que ele a vai fazer muito feliz. – respondeu Nico – E por falar no casamento da minha irmã, eu queria fazer-te um convite. – disse chamando a minha atenção.

—E que convite é esse? – perguntei com um sorriso de lado já sabendo qual era a pergunta.

—Gostarias de me acompanhar? – perguntou Nico com um sorriso de lado.

Mas antes que eu desse alguma resposta, algo prendeu a minha atenção. Algo não, alguém. Malfoy e Alicia Nott tinham acabado de entrar no Três Vassouras.


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Notas finais do capítulo

Acham que o tratamento vai funcionar? Que acharam da discussão entre a Rose e o Scorpius? Que acharam da conversa entre o Sirius e a Rose? Que acharam do início do encontro entre o Nico e a Rose? E que acharam do final? Esperavam que eles aparecessem no Três Vassouras?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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