Lost escrita por Li


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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O que pareceu durar horas, durou segundos. Aquela sensação, aquela intensidade, aquela saudade…tudo aquilo em meros segundos. Em meros segundos de perdição.

—Nós não podemos fazer isto. – falei, afastando-me o mais possível. Eu odiava-me. Odiava-me por estar a fazer aquilo ao Nico – Nós não podemos…

—Ei, calma. – disse Scorpius aproximando-se de mim. Dei um passo atrás. Mas isso não impediu Scorpius de continuar – Eu não vou fazer nada que não queiras, Rose. Por favor, não fujas de mim. Isso é das piores coisas que me podes fazer.

—Nós não podemos. – disse tentando mostrar-lhe o quanto isso era importante. Mas, em primeiro lugar, tentando convencer-me a mim própria – Scorpius, nós não podemos.

—Rose olha para mim, por favor. – pediu Scorpius levantando-me, com delicadeza, o queixo – Eu não vou fazer nada que não queiras, já te disse isso. Mas…mas se quiseres, eu posso impedir-te de fazer qualquer coisa que prejudique o teu relacionamento com o Nico. Eu posso prometer-te isso.

Encarei-o. Eu conseguia ver agora. Eu conseguia ver o que via há oito anos. A sua transparência. Eu conseguia ver o quanto ele estava a ser sincero e, ao mesmo tempo, o quão doloroso estava a ser para ele dizer aquilo.

Ele tinha acabado de confessar que sempre me amou. Que ainda me ama. E, momentos depois, estava a ser a pessoa mais incrível ao prometer que iria impedir-me de uma asneira futura. Eu nem sabia como reagir face a uma atitude destas.

—Tu farias isso por mim? – perguntei procurando por alguma mentira nos seus olhos. Alguma mentira que me voltasse fazer a odiá-lo. Alguma mentira que me impedisse de agir por impulso.

—Eu faria qualquer coisa por ti. – confessou Scorpius.

Abracei-o. Abracei-o com a maior força que consegui. Ele continuava como antes. Ele ainda era o mesmo Scorpius. Mesmo depois de tudo o que passou.

—Obrigada, Scorp. – agradeci, afastando-me. Uma pequena lágrima teimosa desceu pelo meu rosto.

—Ei, não quero ver lágrimas. Principalmente se essas lágrimas forem por minha causa. – disse Scorpius – Na próxima semana, a Lyra tem consulta contigo, certo?

—Sim. – respondi, não percebendo onde ele queria chegar.

—Eu vou a essa consulta com ela.

—Não podes.

—Porque não? Ela é minha filha. – respondeu Scorpius completamente confuso.

—Scorpius, por mais que nos falemos agora, tu não podes por a vida da Lyra em perigo. E, vires à consulta com ela, provocará o efeito contrário. A tua mãe começaria a fazer perguntas. E isso poderia levar a Nott a fazer perguntas. Nós temos de ser racionais. Nada de ires às consultas da tua filha.

—Então teremos que nos encontrar noutro sítio. – disse Scorpius.

—Isso quer dizer que vais aceitar a minha ajuda? – perguntei, encarando-o.

—Eu não devia. Eu devia manter-te a salvo. – começou Scorpius com o seu discurso – Mas eu também tenho de pensar na Lyra. E, apesar de a Alicia não lhe fazer nada se eu ficar afastado de ti, ela ainda lhe pode fazer alguma coisa por outro motivo qualquer.

—Tomaste a decisão certa, Scorp. – respondi.

—----//-----

Iríamos com calma. Nenhum plano estava delineado. Nada estava pensado. Apenas um acordo de que eu ajudaria Scorpius a livrar-se da Nott.

Já passava da hora de jantar quando saí da Cabana dos Gritos. Isto queria dizer que ia levar na cabeça da Octavia. Apesar de ter vinte e cinco anos, às vezes, Octavia tratava-me como se eu tivesse dezassete.

Já perto de casa, reparei que alguém estava à porta. A primeira conclusão que tirei foi que Octavia não estava em casa e por isso não me ia dar nenhum sermão. A segunda conclusão que tirei foi que não fazia a mínima ideia de quem estaria ali.

Por momentos, lembrei-me da Nott. Ela tinha-me raptado e eu tinha conseguido fugir. Ela devia estar furiosa. Já para não falar que eu e o Scorpius nos desleixamos na hora. Demoramos demasiado tempo. Ao ponto da Nott desconfiar.

Peguei na minha varinha. Eu não voltaria a ser apanhada desprevenida. Não novamente.

Mas, quando me aproximei mais, percebi que aquele silhueta me era familiar. Eu conhecia quem estava ali completamente desleixado.

—Sirius, o que é que estás aqui a fazer? – perguntei chegando perto da porta de minha casa.

—Isso pergunto eu! O que é que estás a fazer fora destas quatro paredes? – perguntou Sirius, chateado, levantando-se.

—Calma, Sirius. – pedi, procurando a chave de casa – Eu estou aqui, não estou?

—Mas podias não estar. – respondeu Sirius entrando em casa, depois de mim – Tu sabes que não podes andar por aí sozinha. E sabes que nem é aconselhável saíres da cama.

—Estiveste com a Domi? – perguntei, tentando desviar o assunto. Afinal, ela tinha dito que lhe ia contar sobre a gravidez.

—Eu estou desgraçado. – disse Sirius, suspirando e sentando-se no sofá atrás de si – Como é que eu vou conseguir ser um bom pai?

Primeira conclusão. Dominique tinha-lhe contado sobre a gravidez. Segunda conclusão. Segunda conclusão. Sirius tinha bebido. Isso explicado o facto de ter explodido ao falar comigo e estar a lamentar-se da vida.

—Eu vou preparar a poção para conseguir falar contigo direito. E para te colocar juízo na cabeça. – levantei-me e aproximei-me da banca da cozinha – Qual foi a tua reação quando a Domi te contou? – perguntei, imaginando as asneiras possíveis que Sirius podia ter cometido.

—Felicidade. – respondeu Sirius, deitando-se por todo o sofá.

—Então porque bebeste? – perguntei.

—Porque comecei a pensar no quão mau pai posso ser.

—Toma. Bebe. – ordenei. Sirius pegou na pequena caneca e engoliu tudo de uma vez. Esperei um minuto antes de continuar – Honestamente, tu acreditas mesmo nisso?

—Acredito…

—Mas eu não consigo acreditar. E sabes porquê? Porque te conheço. – sentei-me no sofá e coloquei a cabeça de Sirius sobre as minhas pernas – Sabes, hoje parece que tiraram o dia para dizer que me conhecem. E quando digo isto, estou a afirmar que houve mais do que uma pessoa a dizer-me isso. Mas agora, por mais que esteja farta de ouvir isso, vou ter de citar. James Sirius Potter, eu conheço-te. Eu conheço as tuas qualidades. Eu conheço os teus defeitos. Eu conheço-te desde que nasci. E sim, tu não és perfeito. Mas ninguém é. Mas, por mais defeitos que possas ter, uma coisa eu tenho a certeza. Tu nunca serás um mau pai.

—Obrigado, Rose. A sério. – agradeceu Sirius – Eu fiquei tão feliz quando a Domi me deu a novidade. Eu rejuvenesci.

—Então o que é que ainda estás aqui a fazer? Vai ter com ela! Vai festejar. Vocês merecem! Merecem ser felizes.

—Eu vou. – disse Sirius levantando-se repentinamente – E tu? Estás bem?

—Um dia ficarei. – respondi, ocultando o que estive a fazer nas últimas horas. Eu queria contar a Sirius, mas eu também sabia que, naquele momento, o seu lugar era ao lado de Dominique – Agora vai ter com ela. Vai festejar!

Sirius deu-me um abraço e saiu. A felicidade estava completamente estampada no seu rosto. Ele estava preparado. Ambos estavam.

—----//-----

Apesar de toda a conversa sincera e da promessa feita por Scorpius, o beijo não saía da minha mente. A culpa por ter tomado a iniciativa, possuía a minha mente. A culpa por ter traído o Nico era o pior de tudo. Eu sabia que não podia voltar atrás no que tinha feito. Mas também sabia que precisava de ser sincera com o Nico.

Se puderes, passa aqui em casa hoje.

Não se passa nada de grave, por isso se tiveres algo combinado, deixa para amanhã.

Beijos,

Rose

Peguei em Nixy e coloquei-lhe o bilhete na pata. Eu podia simplesmente ir até casa de Nico. Eu podia fazer isso. Mas sabia que ele ia reclamar e dar-me um sermão por não estar a descansar.

Deitei-me no sofá da sala à espera de alguma resposta.

Não demorou a ouvir uma coruja bater na janela. Mas, quando olhei, vi que não era Nixy. Era a coruja de Octavia.

Levantei-me e fui até à janela e abria-a deixando a coruja de Octavia entrar. Peguei no bilhete dela e dei à coruja algo para comer.

Não durmo em casa. Desculpa só avisar agora.

Kisses,

Octavia

Boa, iria passar a noite sozinha. Isso era a última coisa que eu queria.

Por mais que me mostrasse corajosa, eu tinha medo que a Nott voltasse a aparecer e me levasse à força. Eu sabia que existiam dois Aurors na porta de minha casa, mas a Nott era inteligente.

Alguém bateu à porta! Olhei seriamente para ela como se conseguisse ver quem estava do outro lado. Obviamente, não obtive sucesso no meu objetivo.

Depois do pânico, lembrei-me que eu tinha pedido ao Nico para aparecer. Talvez fosse ele.

Espreitei no pequeno buraquinho da porta e as minhas suspeitas confirmaram-se. Era Nico.

—Está tudo bem? – foi a primeira pergunta que Nico me fez quando eu abri a porta.

—Eu disse que não era nada de grave, Nico. – respondi, deixando-o entrar – Diz-me por favor que não abandonaste tudo o que estavas a fazer para vir ter comigo.

—Rose, tu foste raptada. Qualquer coisa faria com que eu viesse aqui. – disse Nico – Mas, respondendo à tua pergunta, eu estava em casa da minha irmã. Agora por favor, responde-me, está tudo bem?

—Sim, Nico. – respondi – Quer dizer…há algo que eu tenho de te contar.

Nico olhou para mim, sério. Eu conseguia ver as diversas possibilidades a surgir na sua cabeça. Ele estava a imaginar de tudo.

—Eu preciso de ficar preocupado? – perguntou Nico vendo o meu tom de conversa.

Baixei o rosto. Eu sentia-me horrível. Como é que eu lhe podia ter feito algo assim? Ele era perfeito. Ele era o homem de sonho de todas as mulheres. E, com a minha estupidez, provavelmente acabei com o nosso relacionamento.

—Eu descobri uma coisa. – comecei – Promete-me só que, quando eu terminar, tu não me vais odiar.

Nico olhou para mim, mas o seu rosto em vez de demonstrar seriedade, demonstrava preocupação.

—Tu sabes que eu nunca te vou odiar. – respondeu Nico agarrando a minha mão – Pela conversa, consigo ver que fizeste alguma asneira.

—Eu descobri algo recentemente. – voltei a começar – Sobre o Scorpius.

Como se o nome de Scorpius fosse um estimulante, eu senti a tensão no corpo de Nico quando falei o nome de Scorpius. Mesmo ele não admitindo, isso era um assunto sensível para ele.

—Eu sei que isto é um assunto difícil para ti, mas eu preciso que me prometas que esta conversa não sai daqui. Existem vidas em risco. – pedi.

—A tua é uma delas? – perguntou Nico, encarando-me. Aquele olhar doce estava completamente assombrado.

—Sim. – respondi – Eu vou direta ao assunto porque isto está a corroer-me por dentro. O Scorpius não me abandonou de livre vontade. Ele foi ameaçado. A mãe da Lyra ameaçou-o. Ameaçou matar-me se ele não fugisse com ela. Ela tentou matar-me duas vezes em Hogwarts. Nunca foi apanhada. Apesar de todos os esforços do meu pai e do meu padrinho.

—Mas então isso quer dizer que…

—Quer dizer que o Scorpius me abandonou por amor. – completei.

Nico levantou-se e começou a andar de um lado para o outro. Eu nunca o tinha visto assim. Tão desnorteado. Tão confuso.

—Isso quer dizer que algo vai mudar entre nós? – perguntou, encarando-me. A dor estava completamente estampada no seu rosto. A dor de me perder.

—Claro que não. – respondi, levantando-me e aproximando-me dele – Quer dizer, eu espero que não. Eu ainda não terminei de contar o que tinha para contar. Depois do que descobri, eu não podia ficar quieta. Como disse, há várias vidas em jogo. A minha é uma delas. Mas não só. A vida da Lyra também corre perigo. A Nott colocou a própria filha em perigo só para manter o Scorpius perto. Tu tens de compreender que ela é muito perigosa. A Lyra não pode ter uma pessoa assim por perto, mesmo sendo a mãe dela.

—Estás preocupada com a Lyra ou com o Malfoy? – perguntou Nico, não conseguindo esconder a mágoa na voz.

—Com os dois. – respondi o mais sincera possível – Nico, tu tens de compreender. Ele esteve oito anos a viver sobre ameaças. Tudo para me proteger. O mínimo que posso fazer é ajudá-lo a livrar-se dela. Ele fez tudo para me proteger.

—Por mais que eu esteja contra isso, por mais que eu o queira odiar, eu compreendo o que queres fazer. – começou Nico – Mas não tens de fazer isso sozinha.

—Eu não o estou a fazer sozinha. Eu e o Scorpius estamos a trabalhar juntos.

—Isso quer dizer que te encontraste com ele? – perguntou Nico, voltando a afastar-se de mim – Não pensaste por um momento em contar-me que ias encontrar-te com o teu ex-namorado?

—Nico, eu quero contar-te tudo. Eu estou a ser o mais sincera possível. E é por isso que eu não posso esconder-te nada. É por isso que eu preciso de contar-te que beijei o Scorpius.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do resto da conversa entre o Scorpius e a Rose? Que acharam da conversa entre a Rose o James? E, por fim, que acharam da conversa entre a Rose e o Nico? Como acham que vai acabar?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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