Lost escrita por Li


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Sorry :)
Boa leitura :)



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Nico saiu cedo, naquela manhã. Ele tinha treino de Quidditch.

Já eu permaneci na cama. Pelo menos durante a manhã. 

Só voltaria a trabalhar na próxima semana. A minha vontade não era essa. A minha vontade era voltar ao trabalho já hoje. Mas fui proibida por todas as pessoas que conheço. Nenhuma delas ficou do meu lado e disse que não havia problemas em trabalhar já hoje. Todos diziam que eu era maluquinha e que devia aproveitar as férias que eu nunca tive.

Octavia e Albus almoçaram comigo. Quem fez o almoço foi o Albus. Eu tinha que admitir que ele era um excelente cozinheiro, mas isso já era algo que eu sabia. Desde os tempos de Hogwarts quando ele ocupava o lugar dos elfos na cozinha para nos cozinhar algo durante a noite.

—Eu trato a loiça. – disse Octavia enquanto empilhava os pratos uns sobre os outros para conseguir lavar tudo de uma vez – E antes que digas alguma coisa, Rose, já sabes que não podes fazer esforços e deves permanecer na cama pelo maior tempo que conseguires.

—Eu nem disse nada. – tentei defender-me daquela provocação.

—Como se eu não te conhecesse. – respondeu Octavia entre risos.

—Sabes que ela tem razão. – disse Albus – Sobre o facto de te conhecer. Era óbvio que tu ias tentar fazer alguma coisa.

—Agradeço a confiança que tens em mim. – respondi, cruzando os braços e fazendo beicinho.

—Fico feliz que estejas a falar bem comigo. – confessou Albus.

—Isto não quer dizer que eu não estou magoada, Al. – respondi, tentando ser o menos agressiva possível – Al, tu mentiste-me. Eu implorei-te.

—Mas tu sabes qual foi a razão. – tentou defender-se Albus. Então o Scorpius já lhe tinha contado sobre a nossa última conversa.

—Eu sei. Mas isso não te impedia de me contar a verdade. – contra-argumentei – Podias não ter dito onde ele estava mas nada te impedia de me contares a verdade.

—E sabes o que fazias a seguir? – perguntou Albus, retoricamente – Não ias querer saber se ela te estava ou não a ameaçar e ias tentar encontrar o Scorpius de todas as maneiras possíveis. Sem te dares conta, irias colocar-te em perigo. E ambos sabemos em que é que isso podia ter acabado.

—Ninguém te garante isso.

—Há bocado eu disse que a Octavia te conhecia. E é verdade. Mas eu também te conheço. Eu sei perfeitamente como é que reagirias.

Não respondi. Não porque tinha ficado chateada com as palavras de Albus mas porque as estava a medir. Estava a ver até que ponto, tudo o que Albus tinha dito era verdade.

Ele tinha razão. Ele conhecia-me. E, apesar de continuar magoada por ele não me ter contado acerca do paradeiro de Scorpius, eu compreendia-o. Ele não estava só a proteger o paradeiro do amigo. Ele estava a proteger-me a mim. Da Nott. E, mais importante, de mim própria.

—Que vais fazer durante a tarde? – perguntou Octavia sentando-se ao meu lado.

—Que posso fazer eu? – perguntei, tentando dramatizar – Ninguém me deixa trabalhar.

—Coitada da pequena Rose que não pode trabalhar. – dramatizou Octavia – O sonho de todas as pessoas é ter férias. Mas claro que Rose Weasley tinha de ser ao contrário de toda a gente.

—Rose Weasley só há uma, minha querida. – concluí arrancando risadas de Albus e Octavia.

—----//-----

Eu não queria confessar, mas estava ansiosa pelo encontro com Scorpius. Não podia comparar aquelas borboletas na barriga que tinha quando adolescente. De quando ia ter com ele. Mas eu sentia um formiguinho no estomago. Algo que eu não devia sentir por ter um encontro com o meu ex-namorado. Eu já o tinha superado. Eu estava com o Nico.

Dominique apareceu pouco tempo depois de Octavia e Albus saírem. Nós tínhamos combinado assim porque Dominique tinha medo que alguém desconfiasse de alguma coisa. Primeiro, ela queria ter a certeza se estava grávida ou não.

—Tantos anos a evitar certos alimentos para agora ficar gorda. – lamentava-se Dominique enquanto entrávamos em St. Mungus.

—Domi, mesmo que quisesses tu nunca irias ser gorda. – respondi apontando para o óbvio – Já alguma vez te viste ao espelho?

—Por isso é que sei do que falo. – respondeu Dominique, amuada.

—Tu não…

—O que é que estás aqui a fazer, Rose Granger Weasley? – perguntou Astoria apanhando-me perto do meu gabinete – Tu, mais do que outras pessoas, como medibruxa, devias de ter noção do descanso precisas.

—Olá Astoria também para ti. – cumprimentei dando dois beijos no rosto de Astoria – Também estava cheia de saudades tuas. Como está o Draco?

—Está ótimo. – respondeu Astoria – Agora não tentes desvias a conversa, menina Weasley.

—Eu não estou a tentar desviar a conversa, senhorita Malfoy. – brinquei – Até parece que não me conheces.

—É por te conhecer que sei bem que eras capaz de vir trabalhar mesmo sem autorização. – respondeu Astoria.

—Mas hoje toda a gente lembrou-se de dizer que me conhece? – perguntei, emburrada.

—Astoria, ela só veio por minha causa. – disse Dominique, defendendo-me – Apesar que ambas sabemos que ela bem capaz de contrariar ordens médicas. Mas, neste caso, a culpa é minha.

—Mas está tudo bem contigo, querida? – perguntou Astoria a Dominique.

—De saúde sim, agora de mente, só daqui a pouco é que consigo dizer algo. – disse Dominique, dramatizando.

—Não ligues. – falei – Já conheces a senhorita Dominique Weasley. Exagera por tudo.

—Achas que é um exagero a possibilidade de estar grávida? – perguntou Dominique, exaltando-se.

—Só tenho a dizer que nem os teus segredos sabes guardar. – respondi face à cara de Astoria fez perante aquela revelação – E já te disse que estar grávida não é o fim do mundo.

—Queria ver se fosse contigo. – disse Dominique, entrando no meu gabinete.

—Eu depois explico-te melhor a situação. – disse, virando-me para Astoria – Temos de combinar qualquer coisa.

—Vamos jantar fora hoje. – sugeriu Astoria.

A minha primeira resposta seria claramente sim. Mas depois comecei a pensar. O meu encontro com o Scorpius seria às seis e eu não sabia quanto tempo demoraríamos. A conversa era tão imprevisível que poderia demorar cinco minutos ou cinco horas. E isso implicaria que a Nott ficaria a tomar conta da filha. Aquele monstro, que era a causa da própria filha ser um lobisomem, não podia ficar sozinha com ela.

—Pode ficar para amanhã? – perguntei – Sabes como é a Dominique. Se o teste dá positivo nem quero pensar.

—Claro. Não há problema. – disse Astoria – Boa sorte.

—Bem vou precisar. – respondi preparando-me para os momentos que vinham a seguir.

—Porque estás a demorar tanto?  - perguntou Dominique ao ver-me entrar.

—Um bocado de calma, princesa. – disse, fechando a porta – Dominique vais prometer que vais manter a calma caso o teste dê positivo não vais começar aos berros, por favor. Agora deita-te.

Lancei o primeiro feitiço. Homenum Revelio. Se a Dominique estivesse grávida de pelo menos três meses, este feitiço revelaria isso. Mas nada aconteceu. Pelo menos de três meses não estava.

—Vamos à segunda parte. Vamos usar o Reperto. Lava bem as mãos, por favor. Depois vais envolver as mãos em volta da cápsula. Se ela brilhar dourado, está grávida.

Dominique lavou as mãos o mais rápido que conseguiu. Depois, praticamente arrancou-me a cápsula e envolveu-a com as suas mãos. Esperou. Esperou. Esperou. E o resultado era o que eu esperava. Dominique estava grávida.

Eu esperava pelos gritos. Eu esperava pelos berros. Eu esperava por tudo. Achava eu. Nunca na vida conseguiria imaginar a reação que Domi estava a ter. Ela mantinha-se calada enquanto encarava a cápsula.

—Domi, diz alguma coisa. – pedi, começando a ficar preocupada.

Mas Domi não me respondeu. Continuou a encarar a cápsula. A sua face mantinha-se serena. Nenhuma expressão saía dali.

—Dominique. – chamei. Esta encarou-me. Uma pequena lágrima começou a cair pelo seu rosto – Calma. – pedi, agachando-me em frente a ela.

—Um filho. – disse Dominique, mais para si mesma do que para mim – Eu vou ter um filho…

—Sim, Domi. – confirmei para ter mais alguma reação dela. Sinceramente, naquele momento, eu preferia a Dominique histérica, aquela. Aquela estava a assustar-me.

—Eu e o James vamos ser pais. – disse Dominique – Eu preciso de falar com ele.

Dominique levantou-se e saiu do meu gabinete sem dizer mais nada.

Não fui atrás dela. Ela sabia o que estava a fazer. Quer dizer, pelo menos eu achava isso.

Voltei até casa. Iria passar um dia de cama.

—----//-----

As seis horas aproximavam-se a passos lentos. A completos passos de bebé.

Durante o dia tentei entreter-me com tudo. Li e reli livros de magia. Arrumei o meu quarto. Mas nada fazia com que o tempo passasse depressa.

Pensei em falar com o Nico para ele passar aqui. Mas antes de o fazer, decidi que era melhor não falar. Eu não lhe queria mentir e, caso o convidasse a vir até aqui, teria que mentir para ir ter com Scorpius.

Quando faltavam dez minutos saí de casa e caminhei até à Cabana dos Gritos.

Aquela hora ainda existia bastante gente na rua. Era Verão. Os dias tardavam em ficar noite.

Lumus. – proferi quando entrei na cabana. Apesar de estar um dia de sol no exterior, as janelas da cabana dos Gritos estavam completamente fechadas, dando um ar assombrado à casa.

Não sabia exatamente em que divisão da casa Scorpius me iria encontrar. Por isso, decidi ficar na entrada.

Passavam das seis quando Scorpius apareceu.

 -Já estavas cá há muito tempo? – perguntou Scorpius, cumprimentando-me.

O seu toque, por mais que eu não quisesse admitir, ainda me provocar pequenas borboletas no estomago.

—Acabei de chegar. – respondi, ocultando que já esperava há algum tempo.

—Estive à espera da minha mãe. Só estava a Alicia e a Lyra em casa. – justificou Scorpius.

—Compreendo perfeitamente. – respondi, sinceramente – Vamos então falar do plano?

—Não vai haver plano nenhum, Rose. – disse Scorpius encostando à porta da entrada. Acabamos por não sair daqui.

—Pediste-me para vir aqui para me dizeres que não queres a minha ajuda a colocar a tua mulher em Azkaban? Depois de tudo o que ela fez? – perguntei indignada.

—Em primeiro lugar, a Alicia não é minha mulher. Já te disse, nós não somos casados. Em segundo, sim pedi para vires aqui para dizer exatamente isto. – respondeu Scorpius com a maior lata do mundo.

—Não me podes impedir de ajudar a Lyra a livrar-se da mãe horrível que tem.  – disse tentando desafia-lo.

—É verdade, não posso. – concordou Scorpius – Mas posso ir embora daqui. Se isso for o necessário para te manter longe da Alicia, então fá-lo-ei.

Olhei para ele, chocada. Ele era capaz de voltar a ir embora. Ele era capaz de voltar a d…

—Como é que tens a lata de dizer-me isso na cara? – perguntei, fugindo completamente do meu controlo – Como tens coragem de dizer que me vais voltar a abandonar? Depois de tudo o que me fizeste sofrer? Vais voltar a ir embora? Sobre as ameaças daquela cabra? Vais manter a tua filha perto dela só para que eu fique afastada? Vais deixar aquela mulher perto da tua filha? Tu afinal não prestas mesmo.

—Ela não vai fazer nada à minha filha. Longe de ti, ela não encontra mal nenhum para me ameaçar.

—No entanto estava longe de mim quando ela fez o que fez à Lyra, Malfoy. – contrapus com toda a raiva que tinha entalada – Sabes o que te digo? Pertences mesmo aquela casa de serpentes. És orgulhoso que nem uma porta.

—Eu não sou orgulhoso. Estou simplesmente a pensar na tua segurança.

—E a por a da tua filha em causa. Pára de ser casmurro, Scorpius. – pedi, aproximando-me dele – Deixa-me ajudar-te. Sabes perfeitamente que juntos conseguimos acabar com ela.

—E mesmo que consigamos? O que vai acontecer depois? – perguntou Scorpius começando a ceder.

—Finalmente vais ser livre. – respondi como se a resposta fosse óbvia. Que era.

—Mas tu não vais estar lá.

—Não vou estar lá onde? – perguntei sem entender.

—Ao meu lado, Rose. – respondeu Scorpius aproximando-se de mim. a distância entre nós era mínima – Eu perdi-te na mesma.

—Tu sabias que isso podia acontecer a partir do momento que deixaste aquele bilhete. – respondi tentando conter-me. Neste momento, eu só o queria agarrar. Mas eu não podia.

—Eu sei disse. Eu sempre soube disso. Mas a verdade é que eu sempre te amei. A verdade é que eu ainda te amo. Tu és a única mulher que eu irei amar para toda a eternidade. Tu não percebes, Rose? Eu vou perder sempre. – concluiu acariciando o meu rosto – Tu não imaginas o quão difícil é ver-te com o Nico. E o pior é que eu nem o consigo odiar. Ele trata-te bem. Ele faz-te bem.

Baixei o rosto. Eu não conseguia continuar a encará-lo. Eu estava completamente perdida. A minha vida estava uma completa confusão.

Scorpius tinha razão. O Nico tratava-me bem. O Nico fazia-me bem mas…

—Eu já não… - parei. Aproximei-me mais dele. Eu sabia que me iria odiar mais tarde. Mas deixei esse pensamento de lado e uni os meus lábios aos de Scorpius.


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Notas finais do capítulo

Que acharam da conversa entre o Albus, a Octavia e a Rose? Estavam à espera que a Dominique estivesse grávida? E que tivesse aquela reação? E, por fim, que acharam da conversa entre o Scorpius e a Rose?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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