Lost escrita por Li


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas :) Eu sei que andei desaparecida mas isto anda mesmo complicado e fica difícil postar. Espero que compreendam :)
Aqui está o capítulo :) A partir de agora, vou tentar postar tudo direito
Boa leitura :)



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A conversa com o Nico tinha-me deixado abalada. Reviver o momento traumático da minha vida, mesmo que já tivessem passado oito anos, continua a ser algo que eu evitaria a qualquer custo. Mas eu também sabia que o Nico merecia a verdade.

As pessoas começavam a dispersar. Marine e Adrien já tinham saído rumo à sua lua de mel. Os seus convidados ficaram para trás com promessas de aproveitar a festa por eles.

Sirius encontrava-se no meio da pista de dança com Dominique. Ele nunca se cansava.

Optei por não o incomodar. Eu não queria estragar o momento de felicidade dele com os meus problemas. Os mesmos problemas que eu falei durante oito anos.

Nico estava perto dos pais. Conversavam animadamente. Decidi despedir-me deles. Apesar do Nico ter pedido tempo, acho que não fazia mal eu ir ter com ele para me despedir.

—Rose, querida. – disse Andrea quando me viu aproximar.

—Vinha-me só despedir. – comecei – Já está a ficar um bocado tarde. Espero encontra-los noutra altura.

—Espero o mesmo, querida. – disse Andrea abraçando-me, inesperadamente – Nico acompanha a Rose.

Nico não contrariou a mãe. Surpreendeu-me ele ter vindo comigo dado o que se tinha passado mais cedo. A justificação mais plausível era que ele não queria contrariar a mãe.

O caminho feito até à saída foi em completo silêncio. Um silêncio estranho. Naquele momento, nenhum de nós tinha algo a dizer. Ou melhor, não sabia o que dizer. A história que eu tinha contado a Nico ainda estava muito fresca na sua cabeça. Já eu não sabia como agir. Ele tinha pedido espaço e eu só queria respeitar.

—Chegamos. – disse Nico afirmando o óbvio.

Eu não respondi. Não havia resposta para o que ele tinha acabado de dizer. Não havia nada para dizer ali.

—Rose. – chamou Nico. Encarei-o – Eu sei que as coisas entre nós estão difíceis mas isso não impede de falarmos um com o outro. Antes de tudo, nós somos amigos. Mesmo que um relacionamento não funcione. Basta a honestidade entre nós.

—Fico muito feliz por te ouvir dizer isso. – disse, aliviada – Eu pensei que quisesses cortar completamente as relações comigo. Apesar de apenas teres pedido um tempo.

—Eu nunca iria fazer isso. – respondeu Nico, sorrindo. Sorri de volta.

Despedimo-nos com dois beijos na cara. Como dois amigos. Era assim que a nossa situação estava agora. Bem melhor do que eu imaginava.

Aparatei à entrada de Hogsmeade. Os pequenos candeeiros iluminavam as ruas. Alguns estabelecimentos ainda estavam abertos. O Três Vassouras, em especial, estava cheio de gente.

Continuei o meu caminho até casa. As memórias da festa do casamento vinham até à minha memória. O momento com o Malfoy veio à minha mente.

Até aquele momento, com tudo o que aconteceu depois, eu não tinha tempo de ter pensado no que realmente tinha acontecido. Eu não tinha pensado no beijo. Durante o resto da festa, eu estive preocupada com o Nico. Mas agora as coisas com o Nico estavam mais ou menos resolvidas e estávamos a caminhar novamente no caminho certo.

Já das coisas com o Malfoy não se podia dizer o mesmo.

Stupefy. – foi a última coisa que ouvi antes de desmaiar.

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Parecia que tinha acabado de levar com um martelo na cabeça. A dor era tão forte que eu nem conseguia abrir os olhos.

Não sabia qual a razão daquela dor. Eu não tinha bebido assim tanto no casamento.

A última coisa que me lembro era de estar a chegar a casa. Depois…depois ouvi uma voz. Alguém me atordoou.

Abri os olhos. A pouca luminosidade marcava a pequena sala quadrada em que eu estava. As paredes eram brancas. Quer dizer, pelo menos pareciam brancas. A sala estava completamente vazia, nem um único móvel, nada.

Tentei levantar-me. Não consegui. As minhas mãos estavam presas atrás das minhas costas. E foi aí que percebi. Eu estava sentada numa cadeira e estava presa. As minhas mãos e os meus pés estavam atados com cordas.

A minha primeira reação seria berrar. Mas eu suficientemente inteligente para saber que isso não me adiantaria de nada. Eu estava sem nada a tapar-me a boca. Provavelmente existia um Abaffiato a proteger a sala.

Por mais nervosa e com medo que eu estivesse, eu sabia que a melhor alternativa era manter a calma. Manter a calma para conseguir pensar numa maneira de fugir.

—Vejo que a princesa já acordou. – ouvi uma voz dizer, assustando-me. Não reconheci. A única coisa que podia dizer era que pertencia a um homem.

Foi neste momento que percebi que não estava sozinha na sala. Provavelmente, a pessoa que me tinha raptado já estava aqui desde o início. Apenas estava atrás de mim.

Mas, se eu achava que ter sido raptada já era um choque, o pior foi que veio a seguir. Quando consegui ver a outra pessoa que ocupava esta sala, a minha expressão era de puro choque.

Era eu. A pessoa que estava à minha frente tinha o meu rosto. Usava as mesmas roupas que eu. Até o penteado era igual.

Não podia dizer que a pessoa que me tinha raptado era burra. A poção Polissuco era uma poção extremamente complicada e o meu raptor tinha-a elaborado com sucesso.

—Não vais dizer nada, princesa? – voltou a questionar.

—Estás à espera que eu diga o quê? Que pergunte o porquê de me teres raptado para fazeres o discurso de vilão? Não, obrigada. – disse. O meu tom saiu firme. Sorri internamente. Eu estava aterrorizada mas tinha conseguido mostrar que ele não me assustava. Acho eu…

—Rose vais dizer que não queres saber porque estás aqui? – perguntou o raptor – Não queres saber o que te fez de tão especial para estares aqui?

Engoli em seco. Memórias atacavam a minha mente. Memórias de coisas que tinham acontecido há muito tempo e que eu coloquei no mais profundo dos meus pensamentos. E, por todos estes anos, ao contrário de tudo o que eu passei por causa do Malfoy, eu tinha esquecido. Tudo o que eu tinha passado tinha passado ao esquecimento.

—----//-----

8 anos atrás

Era primavera. As flores cresciam por todo o jardim de Hogwarts. A neve desaparecia dando lugar aos primeiros raios de sol. Os alunos começavam a abandonar as proteções do castelo e iam até aos jardins, até ao lago, a todo o lado.

Para mim e para Scorpius não era diferente. Até era pecado deixar passar este bom tempo.

Também Albus e Alice se juntaram a nós.

A relação deles prevalecia. Muitos diziam e pensavam, eu inclusive, que a relação deles não duraria muito tempo. Eu tinha visto a maneira como Scorpius e Albus começaram a agir quando finalmente colocaram na mente que ter uma namorada e dar beijos na boca não era nojento. Eu vi a forma como eles trocavam de mulher de dia para dia. Pensei que com Alice, apesar de ela ser amiga de Albus, fosse acontecer o mesmo. Mas, no fundo, Albus estava completamente apaixonado por Alice. Agora, eu estava muito feliz por eles.

—O teu pai hoje estava impossível. – reclamou Scorpius de Neville.

—O meu pai nunca é impossível. – protestou Alice. Para ela, Neville era a pessoa mais paciente e calma que conhecia.

—Não foi o que disseste quando ele te apanhou com o Albus… - começou Scorpius mas foi logo interrompido por Albus.

—Não precisas de lembrar. – pediu Albus.

A situação tinha sido bastante engraçada. Por vezes, Albus e Alice esqueciam-se que estavam em sítios públicos. Ficavam tão engrenhados um no outro que esqueciam o mundo à sua volta. A maior parte das vezes, isso tinha acontecido à minha frente e à frente de Scorpius. A solução era começar a dispersar e deixá-los.

O pior foi quando o Neville os apanhou. Eles estavam numa bolha só eles e o Neville apareceu. Mesmo conhecendo o Albus desde bebé, Neville explodiu completamente. Tinham mexido com a princesa dele. Tinha sido a única vez que eu e acho que toda a gente tinha visto o Neville naquele estado.

—Mas foi tão engraçado. – continuava a provocar Scorpius.

Ri-me. Eu sabia o quanto Scorpius adorava provoca-los com essa história.

De repente, uma dor formou-se em volta do meu estomago. A mesma dor que eu vinha sentido durante todo o dia. Eu não sabia o que se passava. Podia ter sido alguma coisa que eu tinha comida mas o Albus, a Alice e o Scorpius estavam bem.

—Eu já volto. – disse levantando-me e correndo, com a mão na boca, até à casa de banho mais próxima.

—Não me digas que engravidaste a minha prima? O tio Ron vai-te matar. – ainda consegui ouvir Albus dizer.

Vomitei. Vomitei tudo o que tinha lanchado. A dor não passava. Aliás, ela estava pior. Ela estava completamente insuportável.

Tentei levantar-me. Não consegui. Voltei a tentar. O resultado foi o mesmo. Eu não sabia o que se passava. Só sabia que isto não era uma dor de estomago normal.

A sonolência começou a atacar-me. Os meus olhos começaram a fechar. Tentei abri-los mas não consegui.

Acordei horas mais tarde. Encontrava-me numa grande sala cheia de cortinas. Tinha também algumas camas. Eu própria estava deitada numa.

—Rose. – ouvi Scorpius chamar-me.

—O que é que se passou? – consegui perguntar quando consegui abrir totalmente os olhos. Estavam todos lá. Os meus pais, o meu irmão, os meus primos, Scorpius, Alice, Octavia…

—Podem deixar-nos um bocado sozinhos? – pediu a minha mãe aos restantes.

Todos abandonaram a enfermaria exceto os meus pais e o meu irmão.

—Mãe, o que é que se passou? Porquê que eu estou na enfermaria? Porquê que estão todos aqui? – perguntei.

—Calma, querida. – pediu a minha mãe – Eu vou explicar mas precisas que te acalmes.

Respirei fundo e acenei afirmativamente. Eu tinha de mostrar que estava calma. Só assim é que saberia o que se tinha passado.

—Não sabemos como, mas tu foste envenenada. Um veneno poderosíssimo. Ninguém sabe o que se passou. Só sabemos que alguém te tentou matar.

—----//-----

8 anos atrás

Faltavam duas semanas para os E.F.B.E.s. Os alunos de quinto e sétimo ano já tinham terminado as aulas para puderem ter mais tempo para estudar.

Os meus dias passavam-se pela biblioteca. Eu, Scorpius, Albus e Alice estudávamos exaustivamente. Esta era uma daquelas alturas em que Albus frequentava a biblioteca.

Naquele dia não seria diferente. Combinamos encontrar-nos às nove à porta da biblioteca. O ideal era começar cedo para pudermos aproveitar bem o dia.

Eu caminhava em direção à biblioteca quando algo me fez dar meia volta.

Comecei a subir as escadas. Ia em direção à torre de Astronomia. Os meus pés pareciam que flutuavam. Eu sentia-me totalmente bem. Não havia problemas. Não havia exames.

A claridade fazia-se notar a torre. O céu estava completamente azul.

Segui até uma das varandas. Subi para cima da grade.

—Deixa-a em paz. Por favor. – ouvi uma voz ao fundo da minha mente.

Como acontecera há algum tempo atrás, acordei na enfermaria. A última coisa que me lembrava era de estar a ir em direção à biblioteca.

Mais uma vez, toda a minha família e amigos encontrava-se ali. Estavam todos à espera que eu acordasse.

A minha mãe repetiu o mesmo que há algum tempo atrás. Pediu a todos para sair.

—Tentaram matar-me outra vez? – perguntei. Apesar de não demonstrar quaisquer emoções, eu estava aterrorizada. Havia realmente alguém que me queria matar. E eu não fazia a mínima ideia de quem seria.

—Usaram a maldição Imperius para te controlar. Quase que te atiraste pela varanda da torre de Astronomia. Se o Scorpius não tivesse aparecido…eu não sei o que seria.

Eu nunca tinha visto a minha mãe assim. Da primeira vez, ela consegui manter-se firme à minha frente. Mas eu nunca duvidei que, quando não estivesse na minha presença, ela se tinha ido abaixo. Mas ela agora já não conseguia disfarçar.

—Até ao fim de Hogwarts estará sempre um auror contigo. Para qualquer lado que vás, ele irá contigo. Isto até descobrirmos quem fez isto. Porque nós vamos descobrir. – disse o meu pai em tom sério.

Apenas acenei. Eu não sabia o que pensar. Havia realmente alguém que me queria fazer mal e eu estava aterrorizada com a possibilidade de que essa pessoa conseguisse.

—----//-----

—Acho que veio algo à tua mente, não foi? – perguntou a pessoa à minha frente vendo, quase de certeza, a minha expressão. A expressão de alguém que se tinha lembrado do que tinha passado no fim do sétimo ano em Hogwarts.

—Foste tu que me tentaste matar em Hogwarts? – fiz, finalmente, a questão que valia mil galeões.


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Notas finais do capítulo

Que acharam da conversa entre o Nico e a Rose? Que acharam dos flashbacks? Quem acham que raptou a Rose? Quem acham que a tentou matar em Hogwarts? Acham que é a mesma pessoa?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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