Lost escrita por Li


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo imenso atraso do capítulo :) Este capítulo corresponde ao da semana passada. Até domingo, vou tentar postar o desta semana.
Boa leitura :)



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Nico levaria a jantar-me, naquela noite. O local? Não fazia ideia. Nico disse que era surpresa.

Eu realmente estava feliz. Desde os dezoito anos que nunca pensei que voltasse a encontrar alguém. Alguém que achasse que valeria tentar. Alguém que me fizesse seguir em frente sem aquele pensamento da possibilidade de voltar a sofrer. Esse alguém era Nico.

O vestido vermelho curto, com as costas totalmente destapadas, encontrava-se em cima da minha cama. Aquela seria a minha aposta para o jantar. A ocasião assim o pedia.

Daqui a dois dias seria o casamento da Marine. Os últimos preparativos estavam a ser feitos.

Nico estava ansioso pelo dia. Às vezes até parecia mais ansioso que a própria irmã. Mas eu compreendia-o. Eu sentia-me exatamente assim no dia do casamento do Hugo. A ansiedade de que tudo corresse bem. De que todos os pormenores estivessem o mais perfeitos possível. Que aquele se tornasse o melhor dia da vida de alguém que amamos.

Octavia tinha-se mudado naquela tarde. Malas e malas por todo lado. Era assim que me sentia mal ela entrou. Não sei onde é que ela arranjou tanta roupa.

—Posso? – perguntou Octavia antes de entrar no meu quarto.

—Claro. – respondi acabando de fechar o fecho do vestido.

—A primeira prateleira… - começou Octavia mas interrompeu-se – Para onde é que a menina vai assim vestida?

—O Nico convidou-me para jantar. – respondi escolhendo uns brincos pretos.

—Isso está mesmo a ficar sério. – provocou Octavia.

—Apenas a conhecer-nos. – respondi.

—Vejo que sim. – respondeu Octavia com um sorriso de lado – Basta ver o vestido que estás a usar. Ele vai conhecer muito mais de ti.

Atirei com a primeira almofada que apanhei em direção a Octavia. Eu não estava chateada pelo comentário. Eu sabia que ela apenas estava a provocar-me.

Octavia ia atirar a almofada de volta mas antes que o fizesse, interrompi-a.

—Demorei muito para me arranjar. – gritei.

—É a tua sorte. Eu não quero que o Nico babe menos de cinco litros.

 -És mesmo parva. – respondi entre risos.

—É por isso que me adoras. – respondeu Octavia – E aviso já que vou estar na primeira fila para ver a reação do Nico.

Como se estivesse à espera que Octavia falasse, alguém bateu à porta. Alguém não, Nico. Octavia dissera que ia passar a noite toda a trabalhar e que não ia ter com Albus.

Octavia correu para o sofá. Pegou em alguns pergaminhos e fingiu que estava a trabalhar. Ri-me. Octavia era única.

Abri a porta e Nico teve exatamente a reação que Octavia queria. Aliás, acho que ele ainda a conseguiu surpreender pela positiva.

Nico não conseguiu pronunciar uma única palavra durante segundos. Os seus lábios separavam-se mas logo se voltavam a juntar. Ele estava sem palavras.

Eu encarava-o, analisando a sua reação. Os seus olhos percorriam todo o meu corpo. O seu olhar demorou um pouco mais no meu decote. Ainda ele não tinha visto as costas do vestido.

—Diz alguma coisa, rapaz. – provocou Octavia. Eu sabia o quanto ela se tinha contido nos segundos que passaram. E sei também que era impossível ela ter-se contido mais.

—Vamos embora. – digo empurrando Nico e fechando a porta atrás de mim. Não sem antes ter lançado um olhar a Octavia.

As ruas de Hogsmeade estavam cheias. Estávamos em pleno Agosto e muitos turistas bruxos visitavam Inglaterra. Nomeadamente as comunidades bruxas de Inglaterra.

—Desculpa não ter dito nada antes. – desculpou-se Nico, parando-me à sua frente para que me pudesse encarar – É que fizeste-me sentir como um rapaz de quinze anos que nunca viu assim uma mulher. Tu estás linda, Rose.

—Obrigada. – agradeci sorrindo. Não o admiti mas adorei as palavras dele. Isso era uma das coisas que eu adorava em Nico. A sua sinceridade. Ele até podia ter ficado sem palavras mas no fim dizia tudo o que lhe vinha na alma.

Por mais que não quisesse, o Malfoy veio-me à cabeça. Isso também era algo que eu adorava nele. Durante os nossos dois anos de relação, ele sempre foi o mais sincero e honesto comigo. Nunca tinha problemas em dizer o que lhe vinha à cabeça. Mesmo que houvesse uma probabilidade muito grande de eu ficar chateada com ele. Pergunto-me se realmente ele sempre foi sincero comigo. Depois de me ter abandonado, fica um bocado difícil acreditar nisso.

Decidi enterrar o Malfoy no mais profundo dos meus pensamentos. Eu estava num encontro com Nico e a última coisa que precisava era de relembrar o meu ex-namorado de há oito anos.

Estava tão distraída nos meus pensamentos que nem reparei que Nico me levava para a saída de Hogsmeade.

—Para onde estamos a ir? – perguntei. A minha curiosidade aumentava e Nico sabia perfeitamente disso. Ele sabia o quão curiosa eu conseguia ser.

—Estamos quase lá. Só precisamos de aparatar. – disse Nico agarrando na minha mão.

Num momento estávamos na saída de Hogsmeade. Noutro momento estávamos em plena Londres. E eu conhecia aquelas ruas. Aquelas ruas levavam a St. Mungus. E levavam também ao meu restaurante favorito. Seria aí que ele iria me levar?

—O James disse-me que este era o teu restaurante favorito. – respondeu Nico à minha pergunta interna. Era como se ele lesse os meus pensamentos.

—Realmente é uma vantagem seres amigo do meu melhor amigo. – provoquei.

Nico apenas sorriu e beijou-me de leve. De seguida, pegou na minha mão e entramos no restaurante.

A reserva já estava feita. Do outro lado do restaurante, no local onde habitualmente me sentava, estava a nossa mesa. Uma vela no centro, dois pratos e as ementas.

—Pensaste em tudo. – comentei enquanto o Nico arrastava a minha cadeira para me sentar.

—Sempre. Eu quando quero alguma coisa dou tudo de mim. E tu és alguém que vale a pena, Rose.

Sorri para ele. Sinceramente, eu nem sabia o que dizer. Ele não sabia, acho eu, mas às vezes deixava-me completamente desarmada com certas afirmações. Acho que a minha falta de experiência com relações levava a isso.

Enquanto esperávamos pela comida, comíamos algumas entradas e bebíamos um vinho branco que Nico me deixara escolher.

—De que cor é o vestido que vais levar para o casamento? – perguntou Nico. Essa era uma pergunta que eu não estava à espera.

—Azul escuro. – respondi.

—Tenho que comprar uma gravata azul escura. É o que falta no meu fato para o casamento. – disse Nico respondendo à minha pergunta interna. Agora fazia sentido a pergunta dele – Vejo que tens uma nova inquilina em casa. Pensei que depois da Astoria, querias morar sozinha.

—Nico, eu nunca disse que queria morar sozinha. – respondi – A Octavia já é minha amiga há muitos anos. Ela precisava, eu tinha um quarto a mais, problema resolvido. Mas isso não impede as tuas visitas.

—Nem eu deixaria de te visitar. As conchinhas contigo são incríveis. – brincou Nico arrancando risadas de mim – Tu és realmente especial, Rose Weasley.

Sorri. Nico Ashford sabia como conquistar uma mulher. E, mais uma vez, o meu pensamento atraiçoou-me. O Malfoy veio-me à mente. Também ele me deixava assim. Sem palavras. Sem saber o que dizer.

Resmunguei comigo própria. Eu não podia continuar a comparar o Nico com o Malfoy. Eles eram duas pessoas completamente diferentes. Nico não era um traidor.

—Rose. – chamou Nico. Encarei-o. Ele fez-me indicação com os olhos. A empregada estava à espera que eu desviasse as mãos para colocar o meu prato na mesa. Afastei-as, resmungando comigo própria, mais uma vez – Em que estavas a pensar?

—Estava a pensar onde é que andaste estes anos todos. – provoquei. Era verdade que eu ficava sem palavras quando me diziam estas coisas, mas eu também as sabia usar.

—Eu estive sempre aqui, baby. – respondeu Nico entre risadas.

O jantar decorreu normalmente. Falamos das mais diversas coisas. Desde os treinos de Quidditch até ao meu trabalho em St. Mungus. Nico tinha um jogo no próximo domingo, dois dias depois do casamento da irmã. Esse também foi um dos nossos assuntos.

Mas, apesar de Nico estar falador e encantador como de costume, havia algo estranho nele. Ele estava nervoso. Nervoso por algo que não fazia mínima ideia do que era.

—Há algo que eu preciso…

Nico não terminou a frase. Uma luz azul, forte entrou pelo restaurante dentro. Eu sabia o que era aquilo. E sabia também a quantidade de memórias que tinham de ser apagadas.

A cabeça do meu irmão apareceu à minha frente.

—Preciso que venhas urgentemente a St. Mungus. A Lily não está bem.

Ele não precisou de dizer mais nada. Levantei-me, pedi a Nico que apagasse a memória a todas as pessoas presentes e saí porta fora rumo ao outro lado da rua.

Corri. Corri até alcançar o piso em que Lily estava. Astoria estava com ela. Fiquei um pouco mais descansada.

—Ela recusa-se a que eu a veja. – disse Astoria ao avistar-me. Não consegui não revirar os olhos. Era mesmo da Lily que, mesmo em tempos de aflição, continuasse com a idade que a única medibruxa em quem confiava era em mim.

—Ela começou a sangrar. – disse Hugo. O seu tom era de completa aflição. Ele podia não ser medibruxo mas ele sabia o que aquilo podia significar.

—Astoria, preciso que me ajudes a levar a maca para alguma sala vazia. Nós precisamos dessa sala para agora. – digo agarrando num dos lados da maca – Lily, preciso que tenhas calma. Vai ficar tudo bem.

Eu disse aquilo da forma mais positiva e encorajadora possível. Sinceramente, eu não sabia o que ia acontecer. Mas eu não poderia pensar no pior. Eu tinha de ser racional. Mesmo que Lily fosse alguém da família. Eu não podia deixar as emoções levar a melhor.

St. Mungus estava praticamente esgotado, naquela noite. Parece que toda a gente decidira ficar doente ou ter acidentes.

Eva, uma medibruxa de St. Mungus, tinha acabado de deixar uma sala vazia. Essa era a nossa oportunidade para tratar Lily.

Colocamos a maca dentro da sala o mais rápido que conseguimos e começar a proceder aos feitiços.

Lily tinha tido realmente uma hemorragia. Mas, por sorte, não tinha sido algo grave. O bebé estava bem. Eles iam ficar bem.

—Rose como é que está o meu bebé? – perguntou Lily. Tal como Hugo, também Lily estava desesperada. Nunca lhe tinha acontecido nada disto em nenhuma das outras gravidezes.

—Está tudo bem, Lils. – acalmei-a. Lily começou a chorar. Eu sabia que aquelas lágrimas eram de alívio. Alívio por saber que o bebé estava bem – Eu vou falar com o Hugo. Se bem conheço o meu irmão, ele deve estar uma pilha de nervos.

—Eu saio contigo. – disse Astoria, acompanhando-me – A enfermeira já vem.

Astoria fechou a porta atrás de nós e seguimos em direção à sala de espera.

—Onde andavas? – perguntou Astoria. Eu não estranhei a pergunta. Bastava olhar para as minhas roupas para saber que eu tinha saído.

—Estava a jantar com o Nico num restaurante muggle. Devias de ter visto a cara das pessoas quando o Patronus entrou pelo restaurante. Mas o Nico ficou a tratar disso enquanto eu vinha para cá.

—Vejo que as coisas estão a ficar sérias. – constatou Astoria.

—É verdade. Acho que finalmente encontrei alguém que me faça feliz. – respondi.

—Fico muito feliz por ti, Rose. A sério – disse Astoria.

Para além de Hugo, também estavam na sala de espera o meu pai e os meus padrinhos. A minha mãe não estava. Devia ter sido ela a ficar com os netos.

—Ela está bem. – disse antes que alguém perguntasse – E está tudo bem com o bebé.

—Ainda bem. – disse Hugo num tom completamente aliviado, abraçando-me – Obrigado.

—Tu sabes que eu estou sempre aqui para vocês.

—Eu sei, maninha. – respondeu Hugo.

—Agora vamos todos ver a menina antes que ela enlouqueça a enfermeira. – digo arrancando risadas de todos os presentes.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do encontro entre o Nico e a Rose? Ficaram com receio que alguma coisa tivesse acontecido ao bebé da Lily e do Hugo? Ainda bem que não aconteceu nada, certo? Que acharam da conversa da Rose com a Astoria? E do momento final entre a Rose e o Hugo?
Contem-me tudo nos comentários :) Beijos ♥



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