Inerzia escrita por Captain Marvel


Capítulo 20
Umano


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não escrevi o título do capítulo errado rs Caso não saibam, todos os títulos de capítulos são em Italiano e baseados em nomes de músicas que traduzo para tal idioma.
A música deste capítulo se chama Human do Rag'n'Bone Man, inclusive, recomendo!
Lembrando que todas as músicas estão inclusas na nossa playlist. Vocês já a conferiram?



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Dezembro chegara, trazendo férias para Pâmela. Um descanso merecido após um conturbado final de semestre, com apresentação para a banca. Por sorte, tirara notas suficientes para ser aprovada, sem precisar pagar nenhuma atividade à parte.

A cidade de São Paulo já está toda decorada com luzes, bolas vermelhas, bonecos de neve, renas. O clima natalino brasileiro é um tanto contagiante, tendo em vista que nesta época as pessoas parecem estar “de bem com a vida”.

O natal seria dali a quatro dias; todavia o clima tenso entre Fábio, Maria e a filha permanece. Não aceitam seu relacionamento com Thiago, mesmo a proibindo de vê-lo, não os respeita. Gritos; discussões; xingamentos tornaram-se parte da rotina da casa. Muitas vezes o ex-policial bisbilhota através da janela quando vê o pai exaltado, socando algum móvel.

Eles trabalhariam até às dezoito horas na véspera de Natal, à vista disso, Maria a encarregara de fazer os preparativos da ceia para receberem seus tios e primos. Aceitara com a condição de que pudesse levar o vizinho, mesmo que o apresentasse só como um amigo da família. Negava-se a deixá-lo sozinho numa noite tão especial.

A princípio não concordaram com a ideia, no entanto, cederam vendo a teimosia da filha. Não queria provocar mais conflitos entre eles, portanto hesitara em aceitar o convite. Contudo, admirava a atitude da namorada, sabia o quanto os últimos natais foram tristes por não ter sua mãe querida ao seu lado, que era seu elo com os outros parentes.

Algumas pessoas nascem conectadas umas às outras. Esta é a única explicação plausível para a proximidade que o casal construíra em tão pouco tempo. Ele a ajudou pagando algumas consultas e exames para sempre verificar como estava sua doença, que por um milagre não lhe provocara mais nenhum desmaio, apesar das suas astenias serem mais constantes. Enquanto ela iluminava seus dias com sua graciosidade e jovialidade.

Descerra os olhos de forma lânguida. Vê-o a admirando com um sorriso largo. Retribui o gesto, espreguiçando-se em seguida.

— Bom dia amor! ­— manifesta o homem, dando-lhe um beijo rápido.

— Bom dia! — boceja. — Está tarde?

— Um pouco... — solta um riso nasal. — Já passou das onze! Você estava dormindo tão fofa que preferi não te acordar.

Solta um suspiro apaixonado.

— Você é maravilhoso!

— Você também.

A ruiva se descobre, coloca-se de pé e faz um movimento com o pescoço a fim de estalá-lo. Observa-a usando apenas lingerie, mordendo o lábio logo depois ao se lembrar da noite passada.

— Vou preparar um café para nós! — avisa-a. — Vista alguma coisa porque daqui a pouco o Rodrigo tá aqui.

— Minhas roupas estão molhadas por causa da chuva de ontem. — lembra-se de ter chegado ensopada a casa dele, após voltar da faculdade, na qual havia ido preencher sua rematrícula para o último semestre. — Posso vestir aquela sua camisa e bermuda que usei ontem?

— Claro! — dá mais um beijo nela, deixando-a sozinha.

Pega as peças do chão, vai ao banheiro, fecha a porta. Antes de se trocar, sente algo estranho em sua calcinha. Senta-se no vaso sanitário, examinando-a. Há um pouco de sangue ali. Assusta-se, pensando que seu ciclo menstrual estava bagunçado. Pragueja por não ter nenhum absorvente.

Sentindo o cheiro do café passando no coador, encontra-se com o namorado, que cantarola uma música de sua época.

— Amor, você não vai acreditar... Meu ciclo tá bagunçado! Faz pouco tempo que estava menstruada e fiquei de novo.

— Tem certeza que é menstruação? — interroga. — Você sabe que as mulheres sangram na primeira vez delas, né?

— Hã... Sério? — ergue uma das sobrancelhas. — Minha mãe é católica fervorosa, nunca me explicou nada relacionado a esse tipo de assunto...

— Pensei que suas amigas tivessem dito! — comenta rindo. — Mas e como foi a... Sensação? — pergunta tímido.

— Foi... Estranho... — tateia as palavras. — Mas foi maravilhoso! Obrigada por ser tão carinhoso e compreensivo comigo num momento como esse.

Sela seus lábios nos dela mais uma vez, servindo-lhe um gole de café, com um pouco de leite. Coloca pão francês, manteiga e talheres na mesa.

[x]

Terminam de comer quando Rodrigo chega. O anfitrião o recebe com um abraço. Segue-o até a mesa, onde a jovem ainda come.

— Bom dia Pam! Tenho novidades maravilhosas para você!

— Ai, conta! — bate palmas, ansiosa.

— Seu processo com o Daniel deu continuidade. A audiência está marcada!

— CARALHO, ESSA É A MELHOR NOTÍCIA QUE VOCÊ JÁ ME DEU!!! — enlaça-o, beija várias vezes sua bochecha.

— Ei, estou com ciúmes, viu!? — Thiago finge uma expressão brava.

— Ah, fica quietinho aí que já te beijei muito hoje! — escarnece. — Aliás Rô, tenho novidades para você também... Pesquisei algumas coisas sobre aves da noite. Após alguns dias de estudo e avaliação, descobri que a mais famosa de todas é a coruja, que é extremamente observadora, estrategista e inteligente.

— Uau, você conheceu tudo isso sobre a coruja com pesquisas no Google ou assistiu documentários no Discovery Channel? — gargalham.

— Não, besta! É que o Babacaniel amava corujas... Tinha até uma tatuada nas costas! Ele dizia que tinha muito em comum com elas. — comenta.

Os dois homens se entreolham, engolindo em seco posteriormente.

— Amor, você lava a louça do café hoje? — a ruiva questiona, após dar um último gole na bebida. — Tô precisando tomar um banho! Posso?

— Claro! A casa é sua. — riem. — Pegue outra coisa para vestir lá no meu guarda-roupa.

— Obrigada! — deposita um selinho nele. Retira-se.

Quando a notam longe o suficiente, começam a conversar num tom de voz baixo:

— Você pensou no que eu pensei, né? — o justiceiro inquire.

— Não só pensei, como agora temos certeza de que o Daniel é o Ave da Noite. A perseguição com você naquele dia, uma tatuagem de coruja... Não pode ser coincidência!

— Conseguiu o endereço dele? — o advogado anui. — Ótimo. Vamos preparar uma emboscada para pegá-lo hoje à noite. Que tal?

— Ok. Vou para casa pensar em um plano. Ligo mais tarde para te avisar.

Despede-se do amigo, que vai lavar a louça.

A garota sai do banho só de toalha, com os cabelos molhados. Seca-os um pouco com a própria peça, abrindo o guarda-roupa sucessivamente. Uma madeira cai quase em cima dela, alvoroçando-a.

Tenta empurrá-la para dentro do móvel novamente, porém, outro objeto cai. Curiosa, pega na mão, vê que se trata de um colete e uma máscara com o desenho de uma caveira. Raciocina por alguns instantes, ligando alguns pontos.

Joga as peças sobre a cama, enquanto veste suas roupas quase secas que ficaram penduradas debaixo da cobertura da janela do quarto. Joga as toalhas no mesmo lugar que deixara os achados, os toma mais uma vez nas mãos.

Volta à cozinha, encontrando um descontraído Thiago guardando os copos, após fazer o que lhe havia solicitado.

— Eu vou te perguntar só uma vez... — chama sua atenção, fazendo-o se virar para ela. — Que porra é essa? — joga a máscara em suas mãos e abre o colete diante de seus olhos, expondo-lhe.

— Calma amor, é só uma fantasia...

— Fala a verdade! — suplica já com lágrimas nos olhos.

— O Rodrigo vai dar uma festa à fantasia no começo do ano que vem para comemorar o aniversário dele, eu já a comprei.

— CALA A BOCA! — brada. — Para de mentir pra mim! — chora demasiadamente.

— Ok... Olha, eu ia te contar... Não sei quando, mas ia! Eu sabia que você ia reagir assim, então...

— Eu te amo, mas você precisa parar. Por favor... — diz Pâmela com um tom de aflita na voz.

— Sinto muito. O mal se corta pela raiz. — responde o justiceiro, decidido.

Balança a cabeça negativamente, pressionando os lábios a fim de segurar o pranto. Joga o traje no chão, vai em direção à sala, pega sua bolsa que está jogada no sofá. Ele vai atrás dela falando várias coisas que não ouve. Apenas sai, batendo a porta.

Sente uma falta de ar extrema, enquanto o coração dói mais que o normal. Teria mais uma de suas crises. Para, escora-se num muro ali próximo. Inspira; expira, buscando ar.

Repentinamente um homem surge por trás sem que perceba. Tampa sua boca e nariz com um pano molhado com álcool, fazendo-a desmaiar.


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Notas finais do capítulo

Olhem essa carinha e sintam pena junto comigo: https://78.media.tumblr.com/70a0ea26072f55b2c62c5a2684eddbe3/tumblr_osya4nWv9Q1sw01uuo3_400.gif

Acreditem ou não, essa cena da Pâmela é baseada em mim que fui descobrir, por exemplo, que um homem ficava excitado aos DEZESSEIS anos KKKKKKK
Estão chocados com tantas revelações ou já esperavam isso? O que acham que acontecerá em breve? Por favor, comentem algo, estou com saudades de vocês que estão sumidos, hein!?

Confiram a playlist de Inerzia!
Disponível no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=FgiQ9N56Wq0&list=PLA_XPR6FvEOEA4bUcSBO5c-73ye6TmQ8j
Disponível no Spotify: https://open.spotify.com/user/12174300242/playlist/1C3z6U8X5Tj68tnifTRjHo
Disponível no Deezer: https://www.deezer.com/br/playlist/4161878966



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