Inerzia escrita por Captain Marvel


Capítulo 19
Perfezionare




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Mais de uma semana se passara. Não fora um trabalho muito fácil contar a seus pais sobre o relacionamento com o vizinho. Hesitara durante vários dias para lhes dar a notícia. Pegou-os de surpresa em uma manhã chuvosa antes de saírem para o trabalho.

Ouvira um princípio de sermão do seu pai, pois Maria o orientara de que chegariam atrasados, caso se estendesse na bronca. Deixaram-na com o corpo gélido quando disseram “Mais tarde conversamos”. Sabe que depois disso não sossegará até a noite.

Após lavar a louça do café, vai ao quarto se arrumar para encontrar Thiago. Veste uma regata preta com detalhes no busto e pequenos brilhos, uma legging de mesma cor, um tênis e a jaqueta jeans que o namorado a emprestara em outra ocasião.

Sem guarda-chuva nem proteção alguma, chega à casa do homem, toca a campainha. Parece demorar uma eternidade para ser atendida. Quando finalmente surge, nota que os olhos estão inchados e o rosto com marcas de travesseiro.

— Senhorita Martins, em que posso ser útil a essa hora da madrugada? — importuna.

— Vim ver meu boy, mas se ele não quiser, vou embora... — faz bico, ameaçando se retirar de lá, todavia, é puxada para perto dele, que cola seus rostos.

— Bom dia, Mulher-Maravilha! — beija-a, em meio a um sorriso estampado em suas faces.

— Bom dia, Batman! — ri. — De onde tirou esse apelido? — indaga.

— Ah, você é uma mulher incrível, maravilhosa e tão forte quanto à Diana. — responde. — Não quer entrar pra tomar uma xicara de café? — caçoa.

— Não seria muito incômodo? — prossegue com o gracejo.

— Claro que não, queira entrar! — abre espaço. Ambos gargalham.

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Enquanto prepara seu café, aproveita para lhe contar sobre a conversa com Fábio:

— Contei aos meus pais que estamos namorando... — diz, demonstrando nervosismo.

Olha-a repentinamente.

— E aí? — gesticula com as mãos.

— Ele disse que você é velho demais pra mim, que esse relacionamento não tem futuro e não passa de um sonho bobo. Ainda acrescentou que você tem idade pra ser meu pai.

— Por que todo mundo fala isso? — questiona indignado. — Ora, por que a diferença de idade tem que ser um impeditivo?

— Bom, ele não terminou o sermão, então, provavelmente vai pensar em argumentos para rebater tudo o que disser.

— E se eu falar com ele?

— Tá doido? Se não quis nem me ouvir, imagina você! Por que os pais são tão confusos? — dá uma pausa. — E os seus, será que me aceitariam melhor?

— Minha mãe provavelmente ia te adorar, mas ela morreu há 10 anos por causa de um câncer.

— Ops, sinto muito! — coça a cabeça sem graça.

— Não tem problema... Meu pai me abandonou assim que soube que minha mãe estava grávida, então não sei qual seria a opinião dele. — mantém o bom humor. — O Rodrigo vai vir aqui mais tarde, portanto, prepare o estômago pra comermos besteiras...

[x]

O advogado chega à residência do ex-policial trazendo três sacos de salgadinhos, dois refrigerantes e um pacote de pão de mel. A ruiva brinca dizendo que está ganhando peso por sua culpa. Depois, se sentam nos sofás, abrem as embalagens, começam a comer; conversar.

— E já achou alguma informação do tal Ave da Noite? — ela pergunta.

— Ainda não. — exibe desânimo no semblante.

— Por que não faz uma pesquisa relacionada a aves noturnas para afunilar a investigação?

— Gata, você é genial! — bate palmas.

[x]

No dia seguinte, prefere não se arriscar a encontrar Thiago, pois os pais estão de folga. Tenta ao máximo não cruzar com eles, portanto, decide ir à Carolina. Fábio tenta lhe dizer algo, contudo o ignora, dizendo que está de saída.

Chegando ao lar da morena, toca a campainha, que não demora a ser atendida. O semblante da anfitriã exibe desgosto ao ver de quem se trata.

— Oi Carol, tudo bem? Queria conversar com você, pois está estranha desde a última vez em que esteve em casa...

— Desculpe Pâmela, não é por nada, porém você é sinônimo de problemas! Por favor, estou tentando manter distância... Ainda nos falaremos quando tivermos nossos trabalhos da faculdade, mas somente nestas ocasiões. — solta um suspiro pesado. — Espero que fique bem.

— Ok. Ficarei bem. — força um sorriso, que é retribuído.

A porta se fecha e se permite chorar. Ainda que desconfiasse da garota, estivesse calejada em se decepcionar com amizades, aquilo dói. Decide ir à Thiago para desabafar, no entanto, não é atendida. Provavelmente não está.

Sem mais opções; sem vontade de encarar seus pais, manda mensagem a Daniel perguntando se irá querer as roupas de volta. Não obtém resposta. Volta à sua residência, percebe que está vazia.

Pega duas sacolas grandes na cozinha, vai ao quarto, abre o guarda-roupa, joga as roupas do ex-namorado ali. Coloca seu Bilhete Único no sutiã, vai para o ponto de ônibus e se direciona para a casa do loiro.

Chegando lá, vê Elaine saindo do portão. Assusta-se com sua presença; gagueja, tentando explicar a situação. Ele aparece logo atrás, arregalando os olhos quando vê a cena.

— Ei, relaxem, ok? Vocês são solteiros, independentes. São os causadores de estragos na minha vida! Olha só quantas coisas têm em comum... — alfineta, mantendo um sorriso mordaz. — Eu sabia que você era invejosa, mas não a ponto de ficar com esse lixo! — aponta para Daniel que tenta retrucar, todavia é interditado. — Querem saber? Vocês formam um lindo casal! O espancador de mulheres e a talarica invejosa. Sejam felizes!

— Pam... Espera... — o loiro segura seu braço.

— Tire a mão de mim! — ordena com os dentes cerrados. — Ah, antes que me esqueça do motivo da minha visita... — joga as roupas em cima deles, fazendo parte delas caírem no chão. — Até nunca mais, filhos da puta!

[x]

Simultaneamente, Thiago está na casa de Rodrigo depois do mesmo ligar avisando que achara pistas do Ave da Noite. Após as informações encontradas, animam-se, dado que estão mais perto de descobrirem a raiz do problema da cidade.

Levara seu uniforme de justiceiro e fora de motocicleta até lá. Observando os arredores, percebe que a rua está vazia, então sai acelerando rumo à localização fornecida pelo amigo.

No meio do caminho, repara que está sendo perseguido por um carro preto, insufilmado. Caíram numa emboscada. Estaciona num beco vazio; tira o capacete; coloca a máscara; pega as facas que estão presas em seu colete.

É cercado por cinco homens, que tentam lhe atingir. Acerta um golpe no pescoço de um, fazendo sangue jorrar por todos os lados. Tira a arma dele e lesiona outro no olho. Trava uma luta contra os restantes, levando alguns socos e pontapés. Cai de joelhos após um soco certeiro no meio de sua barriga.

Um homem alto; usando óculos escuros, arranca sua máscara, revelando seu rosto. Tira uma foto sua, corre até o veículo, enquanto os outros continuam o espancando. Num momento de distração, saca a arma que está pendurada no coldre de um deles, atira contra suas cabeças.

Aligeira-se para chegar ao automóvel antes que o homem de óculos possa dar partida. Até intenta, no entanto o justiceiro arranca a chave de sua mão e a atira para longe. Em seguida, o vê implorar por sua vida, contudo, sem piedade, envolve seu pescoço com o cinto de segurança e o aperta até ver seu ar se esvair por completo.

Depois, por garantia, dá três tiros em seu rosto. Pega o celular que está próximo ao câmbio, desbloqueado. Apaga a foto da galeria, porém entra em suas mensagens, percebendo que já havia enviado a imagem para alguém.

Soca o volante, xinga. Guarda o aparelho no bolso, pega um isqueiro que encontra no mesmo local onde encontrou o telefone, ateia fogo no veículo, a fim de não deixar rastros. Volta ao fundo do beco, coloca a máscara, monta em sua moto e vai para a casa de Rodrigo, a fim de descobrirem quem é o dono do número que recebera a imagem.

[x]

Daniel e Elaine trocam beijos, enquanto um filme repetido passa na TV. O loiro ficara visivelmente agitado depois de receber uma mensagem no celular de seu trabalho.

— Gato, tá tudo bem? — indaga-o.

— Eu quero acabar com a Pâmela mais do que nunca! Não merecemos essa humilhação que ela nos fez passar hoje.

— Acalme-se gatinho... Vamos deixar que ela e o Thiago fiquem íntimos o suficiente. Assim, quando colocarmos nosso plano em prática, sofrerão mais. — dá um sorriso maléfico, que lhe é retribuído.

Posteriormente, voltam a trocar caricias e começam a se despir.

 

 


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