Inerzia escrita por Captain Marvel


Capítulo 11
Prendimi


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vão vocês?
Bom, o que posso adiantar a todos é que Pâmela voltou o/
Desejo a todos uma boa leitura! Não deixem de comentar ♥



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Pâmela acorda, mas nota as vistas pesadas. Coça os olhos; observa ao seu redor, distinguindo estar em seu quarto. Espreguiça-se; levanta, sentindo a cabeça rodar um pouco. Efeito dos remédios que tomara no dia anterior. Vai ao banheiro se assegurando nas paredes e móveis. Chegando lá, lava o rosto, se percebe mais pálida que o normal.

Caminha vagarosamente em direção à cozinha, ainda se apoiando no que vê pela frente, porém é surpreendida quando passa pela sala.

— Bom dia flor do dia! — Elaine fala alto, assustando-a.

Juntamente de Carolina correm em sua direção e a abraçam.

— Como você está Pam? — a morena pergunta.

—Mais ou menos. Minha cabeça está rodando e mal me lembro de como cheguei em casa. — explica. — Mas cadê meus pais?

— Foram trabalhar. Disseram que não poderiam faltar, mesmo sendo feriado. — a loira esclarece.

— Parece que foram escalados. Então pediram para que viéssemos cuidar de você! — a outra completa.

O diálogo é interrompido quando uma notícia é exibida na televisão:

“Um supervisor de uma empresa de telemarketing foi encontrado morto hoje pela manhã em uma esquina próxima ao local de trabalho.”

Pâmela corre, pega o controle, aumenta o volume.

“O homem identificado como Antônio Nogueira Gelardino caminhava ao lado de outra funcionária, quando foi abordado por uma gangue de homens vestidos de preto e bem armados. Com medo, a mulher não quis gravar entrevista.”

— Meu Deus! — sussurra Carolina.

“Até agora, as evidências apontam para o Justiceiro de São Paulo, mas não há nada que aponte para Antônio como um criminoso. Será que o intitulado ‘herói’ por alguns cidadãos decidiu virar bandido?”

— Filho da puta! — a ruiva soca a mesa de centro.

— O que foi amiga? — Elaine se achega.

— Esse é o babaca que me assediou!

As amigas se entreolham e ficam boquiabertas.

— Como o justiceiro sabia disso? — Carolina ergue uma das sobrancelhas.

— Eu também não sei. Mas se tem algo que tenho certeza é que não fui a primeira.

— Terá sido a mando de outra funcionária? — a loira indaga.

— Nunca saberemos.

Bufa, levanta-se do sofá e finalmente vai tomar seu café.

[x]

Já está próximo ao meio-dia, quando decide ligar para o advogado indicado pelo vizinho. Mesmo que Antônio tenha morrido, a empresa teria que indenizá-la pelo ocorrido. Aproveitando a distração das amigas que discutem o que almoçariam, vai ao seu quarto.

Pega o celular, o cartão de visita, disca o número.  Chama quatro vezes e quando estava prestes a desistir, é atendida:

— Alô?

— Bom dia. Senhor Rodrigo?

— Isso. Quem gostaria?

— Meu nome é Pâmela. Sou vizinha do Thiago. Ele me indicou a falar com o senhor.

— Oh! Oi Pâmela! Lembra-se de mim naquela festa? — ri. — O Thiago me explicou seu caso. O que acha de almoçar conosco na casa dele?

— Claro que me lembro! — retribui o gesto sem vontade. — Acho ótimo! Que horas?

— Pode vir para cá! Já estamos preparando a comida.

— Ok. Até daqui a pouco! — desliga.

[x]

Arrumada com uma roupa melhor, tendo em vista que estava de pijama até poucos minutos atrás; passa pelas amigas, avisa que vai à casa do vizinho, porém não dá muitos detalhes.

Deixa o celular no braço do sofá, vai à cozinha pegar um copo d’água e é seguida por Carolina. Elaine aproveita que a tela está desbloqueada, não hesita em mexer no aparelho. Entra na lista de contatos, anota rapidamente em seu telefone alguns números.

Ouve seus passos voltando. Coloca o celular bloqueado onde havia deixado. Ela o pega e sai rumo à casa da frente, enquanto a morena reclama por não poderem ir junto.

[x]

Thiago atende a porta, com os cabelos levemente espigados, bagunçados. Seus olhos exibem olheiras, consequência de uma noite mal dormida. Veste uma camisa velha, uma bermuda surrada. Dá um sorriso fraco, abrindo passagem para que entre.

Observa a casa, constatando sua organização perfeita. Apesar das paredes com pequenas infiltrações e rachaduras, acha-a linda por dentro. Avizinha-se da poltrona em que Rodrigo está sentado bebendo uma cerveja, usando uma bermuda de nylon e camisa preta.

— Nem aparenta ser um advogado, né? — Thiago aponta para o amigo, que se levanta para cumprimentar a jovem.

— Não se deve julgar pela roupa, meu caro. Sabe que sou bom no que faço... — dá uma piscadela em sua direção, enquanto beija o rosto de Pâmela.

— Vou terminar de preparar o almoço. Enquanto isso, adiante o caso para ele. — o ex-policial orienta, enquanto vai à cozinha.

— Senhor Rodrigo, desculpe-me atrapalhá-los nesse dia de folga...

— Senhorita! — intercepta. — Primeiro: Não me chame de senhor. Assim eu me sinto velho! — gargalham. — Segundo: o Thiago levou suspensão e estou sem nenhum caso. Ou seja, a senhorita é de extrema importância para mim! — atesta.

Ela sorri, mas se preocupa.

— Ele levou suspensão por minha causa, né? — questiona temerosa.

— Ah, ele nem gosta de trabalhar na parte burocrática... — sacode as mãos no ar, em tom de desprezo. — Mas antes de falarmos de assuntos profissionais, por que não me fala qual o lance entre vocês dois?

— Lance? — altera o tom de voz. — Não tem lance nenhum! — responde na defensiva.

Rodrigo lança-lhe um olhar e sorriso maliciosos.

— Sei... Pela sua irritação, deu pra ver que não tem nenhum... Lance... – dá ênfase na última palavra.

Aperta os olhos, se aproximando dele:

— Não posso fazer nada se toda vez o destino cruza nossos caminhos. Thiago é um bom homem, mas tem idade pra ser meu pai! Além disso, sou muito bem comprometida. — elucida exasperada. – Que tal falarmos daquilo que me fez vir até aqui? — desconversa, apartando-se novamente.

Rodrigo inclina-se na poltrona, passa as mãos pelo cavanhaque e retruca:

— Sou todo ouvidos!

[x]

Analisava as possibilidades de processar a empresa juntamente com a cliente, quando são convocados para almoçarem.

Fizera arroz, feijão, bife e polenta. O cheiro da comida é delicioso e Pâmela se encanta pelo sabor da mesma.

Após comerem, ela se oferece para lavar a louça. A princípio, o anfitrião hesita; contudo aceita, na condição que ele guarde os pratos. Rodrigo vai para a sala, a fim de deixá-los a sós e para assistir ao jogo de futebol.

Enquanto ensaboa os copos, ouve-o colocar a música do A-Ha – Take On Me:

We're talking away

I don't know what

I'm to say I'll say it anyway

Today's another day to find you

Canta animadamente. Decide brincar com ele, tampando os ouvidos, balançando a cabeça em negação.

— O que isso quer dizer, mocinha? — coloca as mãos na cintura, fitando-a com indignação.

— Você canta muito mal! — caçoa.

— Ah é? — aproxima-se dela. — Take on me... Take me on... — canta alto próximo ao seu ouvido, ao mesmo tempo em que continua os tampando.

Agastada, sacode as mãos molhadas próximas a ele, deixando-o todo respingado. Continua zombando, até que o vê se aproximar, fazendo cócegas em sua barriga; obrigando-a a se jogar no chão de tanto rir.

Ele para, tenta se levantar; todavia é puxado, caindo em cima dela. Aquilo os encabula; entretanto, nenhum dos dois tem coragem de sair daquela posição.

Encarando seus orbes verdes, perde-se em sua beleza. É indubitável a lascívia que o ocupa. Consumia-a também, tem certeza disto. Pois se não quisesse, o afastaria; porém não o fez.

Pelo contrário; fecha os olhos, esperando que tivesse uma atitude. Toma seus lábios de forma desesperada, como se fosse a última oportunidade de fazer aquilo.

Sua mão grande ampara a cabeça dela, enquanto se entrelaça pelo meio de seus cabelos alaranjados. Seus braços se cruzam por trás de suas costas, a fim de mantê-lo ali.

Rodrigo ouvira as risadas e o silêncio repentino. Apenas a música ainda continua de fundo, então decide conferir o que ocorria.

Sorri orgulhoso ao ver que o amigo está se dando uma nova chance, esquecendo-se de Bruna pouco a pouco, entregando-se à uma nova paixão. Sai dali ligeiramente, para que não percebam que estão sendo vigiados.

[x]

Num bairro próximo dali, Elaine desembarca de um ônibus, dirigindo-se em direção à uma casa de portão marrom. Toca a campainha. Espera alguns minutos. Finalmente um homem sai:

— Olá, no que posso ajudá-la? — questiona da janela.

— Fui eu quem te mandei mensagem, Daniel. Vai me deixar entrar?

Respira fundo, fecha a janela. Coloca rapidamente uma bermuda e ralha mentalmente por ter seus planos de assistir séries o dia todo frustrado.

— Quem é você e o que quer comigo? — interroga, assim que chega próximo ao portão.

Analisa o porte físico esbelto do homem. Extasia-se. Morde o lábio inferior, finalmente respondendo:

— Meu nome é Elaine. Sou colega de faculdade da Pâmela. Venho te avisar que ela está te traindo!

 


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Notas finais do capítulo

FDP MORRE CEDO, RAPÁ!
Olhem a carinha de anjo, inocente, super amiga da Pâmela ♥

E aí, acharam o beijo precipitado demais? Rodrigo é o maior shipper de Pâmela e Thiago (inventem o nome do shipp, pois sou péssima!) que existe? O que vai acontecer depois disso? Não deixem de comentar!



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