Inerzia escrita por Captain Marvel


Capítulo 10
Non Mentire


Notas iniciais do capítulo

Agora sim, um capítulo de verdade hahaha
Bom, era pra estarmos na metade da estória, mas estou tão empolgada em escrever, que acho que teremos mais de 20 capítulos!
Esse aesthetic do nosso justiceiro favorito foi feito pela @StarksLady, portanto todos os créditos e parabenizações à ela!

Tenham uma boa leitura!



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— Como assim ela foi assediada e vocês não fizeram nada? – Fábio indaga com tom de voz alterado na sala de espera do hospital, atraindo olhares reprovadores de outros pacientes, acompanhantes e funcionários.

— Senhor, peço por gentileza que fale baixo, ou teremos que retirá-lo daqui! – uma enfermeira orienta, saindo em seguida.

Thiago começa a se arrepender de ter ligado para eles contando que Pâmela havia passado mal. Ao chegarem lá, fez questão de explicar o motivo de ele estar com ela no momento de sua crise, entretanto, o vizinho não quis entender muito.

— Amor... Acalme-se, por favor! – Maria pede, acarinhando seu ombro.

— Calma? Olha, se algo pior acontecer à minha filha, vou processar a delegacia! – vocifera.

Sua paciência esvaía-se. Uma revirada de olhos é inevitável. Não tem culpa do que aconteceu à garota. Essa é a justiça do Brasil!

— Dona Maria... Seu Fábio...? – uma figura conhecida aproxima-se do casal, abraçando-os.

“Agora essa para piorar ainda mais meu dia!”— ralha consigo próprio.

O jovem de cabelos louros, barba desenhada perfeitamente, extremamente bem vestido; se aproxima com desdém.

— O que faz aqui, Thiago? – sente a fúria em suas palavras.

— Pâmela sofreu assédio sexual na empresa, foi à delegacia mais próxima de sua casa, que coincidentemente é a mesma em que trabalho. Ao revelar que não tinha provas para tal acusação, o delegado disse que não poderia fazer nada. Ela surtou e acabou sendo expulsa. Vi que não estava bem; por sorte a trouxe para cá a tempo de socorrê-la! – dispara. – Agradeça-me depois! – pisca, sorrindo debochadamente.

Apesar do ciúme que o consumia, Daniel só consegue prestar atenção no mesmo ponto que Fábio insistia segundos antes.

— Como assim não fizeram nada por ela? Que tipo de justiça é essa?

— Seja bem-vindo à legislação brasileira, meu caro. Para cada lei que te protege, existe uma brecha que defende um criminoso! Mas acredito que você deveria ter coisas mais importantes para se preocupar, como o estado de saúde de sua namorada, por exemplo... Né? – alfineta, fazendo o rapaz erguer as sobrancelhas.

— O que os médicos disseram?

— Ela está em repouso. Precisa descansar. Ainda está desmaiada devido à falta de ar, mas em breve estará bem! – o pai esclarece.

— Ótimo! Obrigado por me avisarem! – coloca as mãos nos bolsos. – Vim correndo do trabalho para cá, nem avisei ao meu chefe que sairia mais cedo! – diz preocupado.

— Não fez mais que sua obrigação... – Thiago solta num murmúrio, todavia, é ouvido por todos, que o encaram sérios.

— Do que está falando, coroa? – Daniel dá um passo, parando de frente a ele.

— Eu também abandonei meu trabalho e trouxe Pâmela pra cá. Mas não estou pedindo nenhum crédito por isso. Fiz porque era o correto! – retruca.

— Você não tinha nem que estar aqui, querido! – altera o tom de voz. – Vem cá... Por que sempre tem que estar perto da minha noiva? – todos os presentes os encaravam assustados, curiosos.

Antes que o ex-policial pudesse responder, um segurança aparece e orienta para que se retirem dali. Fazem-no, todavia, as provocações continuam ao lado de fora do hospital.

— Daniel, preciso responder sua pergunta com outra pergunta... Por que você é tão babaca e abusivo com sua noiva?

— O QUÊ? – grita.

— Ela me contou da chantagem que fez. Isso é abusivo! Pâmela não é uma propriedade sua.

— OLHA AQUI... A FORMA COMO EU TRATO OU DEIXO DE TRATAR MINHA NOIVA, É PROBLEMA MEU! EXCLUSIVAMENTE MEU!!! – brada, tentando desferir um soco em Thiago.

Sua mão é parada, ao mesmo tempo em que o mais velho o encara íntegro.

— Agressão a um policial? Isso é sério? – ri. Em seguida, o empurra, fazendo-o se desequilibrar e quase cair.

Agarra-se à parede atrás de si, enquanto uma pequena aglomeração se forma em volta deles, a fim de assistir à briga. Recompõe-se. Acerta um soco no estômago de Thiago, que se debruça com as mãos na região.

— Ninguém mexe com o que é meu! – os olhos de Daniel fervilham em ira. Estava pronto para acertar outro golpe no justiceiro, porém é agarrado pelas pernas. Atirá-lo-ia contra o chão, quando vê Fábio saindo do hospital.

— QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – estrondeia a plenos pulmões, obrigando-os a se separarem.

[x]

Após Thiago ser convidado a se retirar, foi para casa relaxar um pouco. Pelo menos foi o que pensou, já que seu chefe ligou dizendo que seria suspenso do trabalho por um dia, por sair sem avisar. Nem argumentou. Precisava mesmo de um descanso.

Depois de um bom banho, abre uma lata de cerveja, liga a TV, assiste a um filme qualquer. Seus pensamentos devaneiam pelo acontecimento com Pâmela. O endereço da empresa de call center estava cravado em sua mente.

Pega o telefone, disca o número do amigo advogado.

Fala meu querido!— cumprimenta com um sorriso na voz.

— E aí Rodrigo! Preciso de uma informação... Se uma mulher é assediada no local de trabalho e não possui prova do crime, o que você – como advogado – pode fazer por ela?

Uh... Sem provas é embaçado, cara! Poderia trabalhar em cima da verdade dela, mas é complicado. A vítima teria testemunhas?

— Não. O crime foi praticado em uma sala fechada. Há possibilidade de que a empresa tenha câmeras de segurança no local... – comenta.

Huuum... Não adianta muito. Câmera da empresa só pode ser usada a favor da mesma. É um caso realmente difícil de ganhar. Mas por que a pergunta?

— Depois te explico... Parece que o justiceiro tem um trabalho!

Rodrigo sorri do outro lado.

Então pega esse filho da puta, tigrão!

[x]

Já devidamente trajado com seu colete e máscara de caveiras, sobe em sua moto; sai soturnamente, a fim de não ser notado.

Com a rota traçada na mente após ler no GPS, ruma para a empresa de telemarketing, onde observaria Antônio, baseando-se nas características descritas por Pâmela. Não poderia matá-lo. Não agora. Senão, desconfiariam rapidamente da coincidência.

Queria negacear sua presa, como um leão faz com as zebras. Poderia estar faminto, sedento; porém, deveria esperar o momento certo de agir.

Não muito tempo depois, vê um homem de baixa estatura, cabelos castanhos claros e cavanhaque de mesma cor. Anda ao lado de uma mulher negra, cabelos cacheados, rindo de algo dito pela mesma.

“Então é você, né, filho da puta?”— pensa.

O justiceiro esconde-se atrás de uma árvore, retira o capacete da moto e os segue. Provavelmente iriam para a estação de metrô mais próxima. Iriam, pois foram interrompidos quando três homens armados surgiram, cercando-os.

As pernas da mulher tremem, os olhos de ambos se arregalam.

— Encostem na parede! Vai, vai, vai! – um dos mascarados ordena.

Outro deles, vestindo colete à prova de balas na cor preta, assim como sua roupa, se coloca em frente ao casal e dialoga.

— Então quer dizer senhor... – lê uma anotação em seu celular. – Antônio Mantovani... Que o senhor gosta de assediar suas funcionárias?

— Não sei do que está falando... – abaixa os olhos.

— NÃO FODE, PORRA! – o indivíduo dá um tapa em seu rosto.

A mulher geme, com as mãos do outro tampando sua boca.

— Não adianta negar... Eu pesquisei sua ficha na polícia. Tenho informantes lá! Você mexeu com a pessoa errada...

Ergue sua máscara, assustando Antônio. Thiago não consegue escutar a conversa, tenta se aproximar, entretanto, acaba pisando em um galho de árvore que chama a atenção dos mascarados.

— É melhor terminarmos logo esse trabalho... – o ameaçador pega a arma da mão do colega e a carrega. – Diga suas últimas palavras, babaca!

— Por favor... Eu não fiz nada! Sou inocente! Vocês pegaram o cara errado! Eu sou inocen... – antes que terminasse a frase, recebe um tiro no meio da testa.

Sangue jorra na parede atrás do corpo sem vida, ao passo que a mulher se debate nos braços do homem.

— Vamos te deixar na estação... Se ameaçar falar um “piu” sequer para a polícia, família, qualquer pessoa... – dá uma pausa, sorri. – Vou te caçar até no inferno! Estamos entendidos?

Uhum! – responde com lágrimas nos olhos e a boca ainda encoberta.

Ergue-a, a empurrando para dentro do carro, dando partida em seguida.

Aquela barbárie havia sido demais até mesmo para Thiago. Antônio merecia morrer, contudo, deveria ser por suas mãos e não naquele momento.

Desnorteado, pilota até a casa de Rodrigo, que é surpreendido.  Vestindo apenas uma camisa velha e uma cueca, recebe-o. Observa as redondezas com o intuito de saber se estão sendo vigiados.

Constatando que não, se joga no sofá e tira o capacete, passando as mãos pelo rosto em seguida.

— O que aconteceu, Thiago? – é tudo o que o advogado pergunta.

 


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Notas finais do capítulo

Olha a cara do embuste, vulgo Daniel kkkkkk (Esse gif combinou perfeitamente!)

Quem matou Antônio? O que acharam da treta? Estão com saudades da Pâmela? Não deixem de comentar!

Criei um quiz, onde vocês poderão descobrir qual personagem de Inerzia vocês são! Faça o teste e comente seu resultado: https://pt.quizur.com/quiz/quem-voce-seria-em-inerzia-3zpC



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