A Canção de Fogo - Faíscas escrita por Sapphire


Capítulo 3
Quor I


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Antes de começar a falar sobre uns ngc aqui, eu vim agradecer a todas as pessoas que estão lendo e gostando, todos os favoritos, acompanhamentos e etc!! Quero também agradecer a NGomes, Luna Lovegood, Fairbolt e Hana que comentaram a fic desde que eu postei o Capítulo da VIctoria. Estou MUIITO animado com a história, que graças a vocês está crescendo cada vez mais, e espero que esse apoio que vocês estão me dando continuem cada vez melhores ♥

Eu amei escrever esse capítulo, e vocês vão entender o porquê!!!

O capítulo que se segue já se passa no tempo atual da fic (quase 4 anos depois do prólogo). Como eu falei antes, essa fic trabalha com POV (Capítulos de Ponto de Vista), e dessa vez o POV é de um personagem que vocês conhecem do Prólogo!
Fiquem tranquilos, não é o Hélius kkkkkkkkk. Como vocês leram no título é o Quor! Espero que vocês gostem da evolução que cada personagem vai ter durante a fic.

Sem mais delongas, apresento a vocês esse novo capítulo!!

Trailer da fic: https://youtu.be/pJD9bNJIWxk



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O céu estava claro e o sol brilhava como nunca, o vento forte batia no rosto de Quor. O ruído dos Dragões recheava os seus ouvidos, e durante alguns minutos, ele sentiu uma forte adrenalina. 

 Como se fosse possível, o príncipe de Aksum se viu em câmera lenta, deixando a corrida mais emocionante quando seu dragão desceu das nuvens, se unindo aos outros dois.  

— Veja quem finalmente apareceu – Sua irmã deu uma risada. 

O dragão de Selene estava grande, assim como os outros dois. Tinham muito mais para crescer, mas era emocionante ver o quanto eles aumentaram de tamanho em quase quatro anos.  O dragão dela se chamava Egres, ele tinha uma cor amarronzada, suas lindas asas eram uma mistura de marrom claro com dourado, e seus olhos eram como um ouro derretido difícil de encarar. 

— Onde está Hélius? – Quor perguntou. 

— Logo atrás – A Princesa respondeu. 

Quando o garoto olhou para trás, viu seu irmão mais velho com o dragão tendo dificuldades no voou. Mesmo depois de tanto tempo, ele não tinha concluído a domação do próprio animal, e para os outros aquilo era preocupante, ainda mais quando o rapaz era o herdeiro do trono. Menos para o próprio, Hélius Tass odiava seu dragão. 

A cidade já estava abaixo deles, e a alguns metros de distância a Caverna dos Dragões se localizava. É claro que esse é apenas um nome simbólico para a segunda maior construção de Aksum. Um enorme prédio em forma de cúpula, com uma porta onde 40 soldados podiam entrar lado a lado. Como já fica explícito no nome, é lá que os dragões ficam... Quando querem, é claro.  

Assim que voltou seu rosto para a irmã, a viu olhando para trás com um ar risonho estampado. Hélius e seu dragão Licko, se aproximavam. 

 No momento em que ficou a uma distância razoável, Quor encarou sua Selene e fez um sinal com a cabeça, um sinal que sua irmã conhecia muito bem, e de certa forma odiava. A garota revirou os olhos. Os dragões diminuíram a velocidade, e Hélius passou velozmente por eles. 

Assim que pousaram na Caverna dos Dragões, tiveram que ouvir seu irmão mais velho se gabar ao lado de sua noiva, a princesa Jane de um reino distante. 

— Mais uma vez – O mais velho sorriu, com seus braços entrelaçados ao corpo da moça. Hélius era um jovem bonito, com quase 18 anos. O filho mais velho do Rei Átila Tass era abençoado com uma feição linda. Seus cabelos cacheados tinham um lindo volume, e seus olhos castanhos podiam hipnotizar qualquer dama, e até mesmo alguns cavaleiros. Mas infelizmente, seu interior não era tão belo quanto o exterior. 

— Você é maravilhoso – Ela lhe deu um beijo. Quor odiava admitir isso, mas Jane Andrix era tão linda quanto seu irmão. Sua pele era clara, e seus cabelos longos pretos estavam divididos ao meio, os seus olhos verdes brilhavam em um tom mais escuro. 

Selene era a garota mais linda das terras do reino, com seus quatorze anos exalava uma a Aura que todos sabiam muito bem. Seus lindos cabelos cacheados, olhos negros e a pele escura. Alguns senhores diziam que ela era a própria Afrodite Tass reencarnada, uma das esposas do Rei Adônis Tass I.  Porém não é da beleza dela que Quor pensava, e sim em como seu rosto podia se transfigurar quando ela não está confortável em um ambiente, ou quando gostaria de ferir o rosto de todos ao redor, e esse era o caso.  

— Realmente, ele é maravilhoso! – Disse em um tom de sarcasmo que só os mais íntimos entenderiam.  – Só falta aprender a domar o próprio dragão.  

Quor deu uma cotovelada em sua cintura e abriu um sorriso para Hélius e Jane. Mas antes que as palavras escapassem de sua boca, seu irmão falou. 

— Do que está falando? Licko é completamente fiel a mim. – Assim que o príncipe encostou nele, um pequeno grunhido assustador se ouviu, o dragão deu as costas e começou a andar. Licko era lindo, sua cor principal permanecia em um branco, mas as escamas "mais altas" do pescoço até o rabo tinham um Tom meio azulado. Suas asas eram uma mistura de branco com azul claro, e os seus olhos eram dois mares penetrantes.  

Selene começou a rir quando Licko ignorou seu "dono".  

— Não vejo o motivo da graça... Ele só está cansado de deixar vocês dois para trás toda a corrida - O mais velho debateu. 

 - Deve estar sim – Selene respondeu Hélius. - Sabe o que eu acho mais engraçado? Você adora falar que vai ser o rei, mas que rei será esse que não consegue domar o próprio dragão? Talvez esteja chegando uma era terrível para Aksum. 

— Selene, fique quieta – Quor sussurrou no seu ouvido.  

— Os seus dragões serem controlados mais rápido só mostra o quanto eles são fracos e inferiores... - Jane falou a favor do noivo.  

— É uma conversa de irmãos, não sei nem o que você ainda está fazendo aqui – Ela virou para a branca. 

  - Não a trate com grosseria, Selene - Hélius começou a se aproximar da irmã. - Ela está certa, todos sabem que seus dragões são pequenos e infinitamente patéticos aos meus... - Deu mais uma pausa. 

 - Egres é pequeno igual você... E feio também. - Jane riu, junto com Hélius durante alguns minutos. - E quanto a Ferco? Bem, eu não preciso nem citar. 

 - Vocês são apenas a segunda escolha, pelo menos o Quor, não é Selene? - Hélius riu. A garota era a mais nova dos irmãos, mas isso não era problema, mas o que o garoto tentava lembra-la era que por ser mulher, ela não tinha direito algum ao trono. - Vocês são apenas os "outros", assim como os seus dragões.... Licko é um rei, assim como eu. 

Quando acabou de dizer isso, o dragão marrom se aproximou de Selene, a ponto do rosto dos dois ficarem bem próximos, sua boca se abriu e os dentes apareceram, sua garganta tremulava, formando um grunhido bem baixo.  O Dragão de Quor seguiu os mesmos movimentos de Egres.  

Jane por mais que quisesse manter a pose de superior, Quor sabia muito bem interpretar uma pessoa fingindo não estar assustada, e era exatamente como ela estava. Os dois dragões na frente de Hélius pareciam estar loucos para ataca-los a qualquer momento. 

— O que você está dizendo?! Ninguém que seja importante gosta de você! Todos sabem que o maior dragão é o Ferco! O meu talvez seja o menor, mas o seu está longe de ser o Alfa! E você sabe disso! - A Princesa de Aksum falou aquelas palavras com tanta raiva na voz, que Quor tinha medo de que ela avançasse no irmão quando acabasse, o que felizmente não aconteceu.  

— Blasfêmia! - Hélius gritou alto, e um eco se formou pelo local. 

 - Vamos fazer o seguinte. - A voz dela parecia mais calma. - Já que você e Licko tem uma relação tão boa! O que você acha de Egres te atacar?  

— Selene! - Quor disse.  

Os guardas espalhados pelo local pareceram começar a se preparar caso alguma matança ocorresse.  

— Fique calmo, irmão. – Sua mão direita acariciou as escamas do dragão, e ele respondia quando algumas escamas se movimentavam de forma brusca, em seguida virou seu rosto para Hélius de forma calculista. - Não temos nada a temer, já que Licko vai proteger seu cavaleiro...  

Um longo silêncio tenso se acomodou no lugar durante longos minutos, até que a garota voltou a falar.  

— A não ser que você não seja o Tass destinado a domar Licko – Ela deu um sorriso cínico.  

Egres começou a abrir a boca lentamente, mostrando aqueles seus enormes dentes e a ponta de sua língua para todos. O bafo daquele dragão era quente o suficiente para fazer Hélius se afastar lentamente.  

— Vossas Altezas –  A marcha de três soldados entrou pela caverna dos Dragões, o do meio se ajoelhou por alguns segundos, e os outros dois imitaram.  Os dos lados vestiam uma armadura vermelha, enquanto o do meio vestia-se com uma negra. Isso porque ele era Sor Bucksten Torá, "O Búfalo Negro" um dos dez membros da guarda real. Seu físico enorme, era proporcional a seus músculos e força. Normalmente um desses guardas reais ficavam ao lado de cada membro da família Tass, mas naquele dia eles haviam sido convocados para uma reunião especial, deixando os príncipes apenas com os guardas normais, ao menos naquela parte da manhã. - A Rainha Penny me encarregou para avisa-los de que ela e o rei os espera no salão de jantar. 

— Obrigado, nós já estamos indo – Quor se voltou para seus irmãos. Selene ainda encarava Hélius, que respondia o olhar na mesma medida. - Certo?  

Depois de algum tempo, o príncipe herdeiro respondeu:  

— Certo.  

O mais velho e Jane foram os primeiros a sair do lugar acompanhado de alguns guardas e Sor Bucksten. Selene continuou parada, olhando para o nada, como se ainda estivesse esperando uma resposta afrontosa de seu irmão ou de sua noiva. 

— Sel, precisamos ir  

— Eu não - Respondeu Quor de forma fria. Logo depois, subiu em Egres e o dragão começou a andar na direção do portão de saída, a garota ficou um certo tempo parada olhando para o mesmo depois de ouvir o que seu irmão perguntou. 

— Aonde você pensa que vai?  

Depois de soltar o ar dos pulmões, e acariciar mais uma vez seu dragão, respondeu:  

 - Não me siga, Quor. 

Egres começou a correr, e quando passou do portão, abriu suas asas e alçou o voo para o desconhecido. Ferco olhou para o outro voando, e passou a andar na direção do interior da Caverna. 

O dragão de Quor, era assustador, ele era tão negro quando a noite seria sem as estrelas e a lua. Um vermelho rasgava suas escamas mais altas, que se estendiam do pescoço até o rabo. Tal como as asas que eram uma mistura das duas cores, vermelho e preto. Seu rugido era tão forte que podia ser ouvido a quilômetros de distância. Seus olhos eram dois globos sangrentos com escamas que se colocavam de pé do pescoço até o rabo de uma coloração vermelha, assim como suas asas, que eram uma mistura de vermelho e preto. E segundo Hélius Tass, Ferco era um dragão patético. 

— Adeus para você também - Disse ao dragão que deu as costas para ele e se afastava cada vez mais.  

Haviam várias estradas pela cidade, uma delas é a estrada real. Ela é a estrada com mais fácil acesso. Ligando as principais partes da capital com o castelo dos Tass. De dentro da carruagem, o príncipe focava os olhos nas pessoas que faziam seus afazeres normais.   

 As nuvens impediram a luz de entrar pela janela, mas quando Quor olhou pela mesma, viu que não eram as nuvens, e sim a Fortaleza Flamejante.  O castelo era o maior edifício da capital e do reino, muitos dizem que é até mesmo o maior do Continente Hangarus. Suas torres eram tão altas que quando se chegava no topo da maior delas, era possível ver toda a Capital. Ele era repleto de quartos, salões, corredores, e tinha um imenso e lindo jardim. 

 - Foste bem na corrida, meu príncipe? - Sor Brenfy Well, outro membro da guarda real, abriu a porta da carruagem. Seu capacete estava na sua mão esquerda, e o garoto pôde ver seus olhos tão negros quanto as escamas de Ferco. 

 - Hélius ganhou, como sempre – Disse andando na direção do palácio. Sua cabeça estava lotada de pensamentos. Eles eram sobre Selene e Hélius. Era normal o conflito entre os irmãos, e as vezes Quor sentia que o dia não estava completo quando isso não acontecia. Mas o problema é que a cada dia essas desavenças pudessem ficar piores, e um certo medo começava a crescer nele. - Selene já está aqui?  

— Não, vossa alteza, pensei que viriam juntos na mesma carruagem – Disse. 

Começou a se perguntar se era necessário que fosse atrás de Egres, só para saber se sua irmã estava segura. "Talvez tenha pousado com Egres do outro lado do Palácio, assim ninguém a viu chegar" Quor pensou enquanto andava, quem sabe assim ele não precisaria dizer que a garota havia desaparecido com Egres. Já era possível imaginar todos os guardas atrás dela. Talvez com um grande grupo, seria fácil acha-la já que ela está com um dragão.  

— Céus –  Lembrou que não tinha tempo a perder, e começou a correr velozmente castelo adentro. A primeira vez no dia que ele desejou que o Palácio fosse menor foi naquele instante. O enorme corredor era enfeitado de pilastras e bandeiras com o símbolo dos Tass: Um dragão de perfil com a sua asa esquerda aberta; Vermelho em um fundo preto. 

Após alguns minutos, ele chegou no salão de jantar. Onde toda a sua família se alimentava, toda menos Selene, então seu coração gelou no momento que todos deixaram de lado sua comida para encarar o garoto na porta, todos menos Hélius.  

— Pensei que não viria – A voz grossa do Rei Átila Tass II soou.  

— Desculpem a demora. 

— Sente-se – A rainha Penny disse. 

A mesa estava cheia de comida, como de costume. O Rei Átila estava em uma ponta da mesa, enquanto a Rainha Penny estava na outra. Do lado direito estavam Hélius e Jane, e do esquerdo apenas Quor.  

— Onde está Valquíria? – Quor perguntou, a sua amiga havia se tornado uma dama de companhia, e sempre vivia com a família Tass, por mais que não fosse uma. E isso causava o ódio de Hélius, que detestava a garota.  

 - Como foi a corrida? Hélius não nos contou. - A Rainha perguntou, seu cabelos recaíam em cachos sob seus ombros, e a coroa estava colocada de forma perfeita sob sua cabeça. 

— Ele venceu novamente, nada demais – O príncipe disse ao mesmo tempo em que começava a comer. 

— E onde está sua irmã? - A Mulher perguntou mais uma vez. 

Naquele instante, Quor deu uma olhada rápida para seu irmão, que tinha estampado no seu rosto o olhar de "Não fale sobre aquilo". Era do feitio de Hélius fazer alguma coisa e depois querer esconder aquilo. E isso o fazia temer quando sobre como seria o reinado dele.  

— Ela saiu para treinar com Egres – Continuou comendo, tentando fingir que tudo estava comum. - Só não sei exatamente aonde faz isso.  

— Certo.... - Penny disse, virou para o filho mais velho e perguntou. - No que pensas tanto que não pode conversar sobre esta manhã? 

 - Eu... - Demorou um pouco para falar. - No torneio do 18º dia do meu nascimento. 

 - Torneio? - O rei perguntou, erguendo uma das sobrancelhas.  

— Sim! Na grande Arena – Ele ergueu seus olhos para cima, como se pudesse ver o evento no teto. - Chamaremos todas as pessoas importantes dos reinos. Aksum ficará lotada.  

— Como em seu 14º dia? - A Rainha perguntou. 

 - Melhor – Ele abriu um sorriso que podia assustar quem o visse pela primeira vez, o que não era o caso dos presentes ali. - Não só os reinos de Hangarus serão convidados, mas também os de Lamoras e até o reino de minha amada. O que acha da ideia? - Ele olhou para Jane. 

 - É uma ótima ideia!  - Ela sorriu. 

Depois disso, os dois começaram a falar sobre os detalhes. E quando se lê "dois", é claro que apenas Hélius se gabava, como sempre, e Jane sendo uma estátua sorridente concordando com tudo, como sempre. 

— Imagino que isso vá custar muito dinheiro... Quem vai pagar tudo isso? - O Rei perguntou. Todos ficaram em silêncio, esperando a resposta do rapaz. 

— Não sabia que o reino está passando por uma recessão. - A voz dele soou sarcástica. 

— Acho que meu filho se esqueceu mais uma vez do próprio casamento.  - Átila prosseguiu com a conversa. - Eventos deste porte custa dinheiro 

 - Isso é simples, só adiarmos - Hélius voltou a comer. 

 Quor queria falar, mas estava com receio de que seu irmão o atacasse como atacou Selene, que ainda não apareceu, e a cada minuto que se passava, ele ficava cada vez mais preocupado. É claro que seu irmão não o atacaria da mesma forma já que seus pais estavam ali, mas qualquer palavra proferida num intuito de ferir era realizada com sucesso. 

— Novamente? - Penny perguntou, segurando o talher com a mão direita e olhando para seu filho.  

— Sim, algum problema? - Ele olhou para frente, e depois de alguns segundos seus olhos voltaram para Jane. - Algum problema, querida?  

— Não! A Sua vontade vem primeiro, meu príncipe -  Quando ela disse aquelas palavras, Quor teve vontade de vomitar tudo o que tinha comido até o momento. Aquilo que estava acontecendo não era submissão, e sim escravidão. 

 "Céus, eu preciso sair daqui" O garoto pensou, mas estava curioso demais para saber como toda aquela conversa terminaria.  

— Isso não é você que decide - A voz do Rei aos poucos ficava mais alta. - Esse casamento já foi adiado muitas vezes, isso já deveria estar consumado a muito tempo! 

Jane se engasgou durante alguns segundos.  

— Isso é ilegal! - Hélius gritou. Quor acreditou que ele se referia as relações sexuais antes do casamento, mas Jane já estava no meio dos Tass ia se completar quatro anos, e qualquer membro da côrte sabia, ou ao menos suspeitava, de que esse tipo de coisa já existia na vida do Casal a muito tempo. 

 -E o que vais dizer para o sacerdote quando ela ficar grávida? - O Rei perguntou.  

 - Eu não faço essas coisas, majestade, meus pais me ensinaram muito bem... 

 - Não dirigi nenhuma palavra a você - Átila cortou Jane, que claramente ficou envergonhada.- Você teve sorte de eu ter deixado você escolher entre uma princesa qualquer e sua irmã, e é assim que me retribui?  

"Ele teve escolha?" Isso foi a primeira coisa que Quor pensou. Desde que o príncipe se entende por gente, ele sabe que quando atingir certa idade terá que se casar com Selene, para manter a linhagem pura, assim como os outros Tass fizeram. Mas só de pensar que Hélius teve a escolha, o rapaz começou a pensar na sua importância na família.  

 - Não compreendo o que estás a dizer, pai. - O Príncipe herdeiro deu uma pausa. Deixou todo o rosto estressado de lado e pareceu mais calmo que nunca. - Eu não tenho relações com Jane, se é isso que quer dizer. 

 - Não tente mentir para mim, eu sou o dono deste lugar! Eu sei de tudo o que acontece nesse Palácio 

E quando ele diz "Eu sei", o Rei Átila Tass II se refere a Melanie, a guardiã dos segredos. Quor sempre se perguntava como ela fazia para saber das coisas que rondavam não só o castelo, mas sim de todo o reino... E quem sabe do que mais ela sabe? Chega a ser assustador. Alguns dizem que Melanie tem poderes, ou que ela é apenas uma de várias gêmeas espalhadas pelo mundo, e a partir de cartas elas contam as coisas umas as outras. 

Seja o que for que se prosseguiria depois daquela fala, o príncipe estava cansado daquilo. Ele se levantou, mas não foi em um momento bom. No exato instante em que se colocou de pé, um dos servos carregava em uma bandeja um suporte recheado de água quente, o líquido borbulhava de tão quente. Era provável que tinha sido retirado recentemente do fogo. 

Em um ato de se espreguiçar, os braços de Quor foram com força de encontro a bandeja, que saiu das mãos do servo, e "voou". O suporte deu um giro no ar e derramou por completo nos dois. 

 - Oh céus! Me perdoe! - Ele disse ao notar estar todo molhado, mas o que ele viu após isso foi o servo caído no chão gritando de dor. A água estava tão quente que queimava a pele descoberta do homem. 

 A Rainha Penny e o Rei Átila se colocaram de pé, Jane tentou esticar o pescoço para enxergar melhor a cena, enquanto Hélius apenas mudou a posição de seus olhos.  

— Quor! Você está bem? - Átila perguntou.  

— Sim! - Ele deu uma pausa rápida. - Alguém precisa ajuda-lo!  

O Rei fez um sinal, e quatro servos vieram correndo buscando o homem caído no chão. Os olhos de Quor estavam arregalados para aquilo, quando virou para sua família, os viu encarando. 

 - O que foi?  

— Você também foi atingido... - Jane disse pela primeira vez naquele dia algo que não era sobre Hélius.  

Porém Quor não estava mais pensando em como Jane era altamente desnecessária em sua vida, mas sim em como ela tinha razão. Seu corpo estava com a mesma água quente que havia caído sob o servo. A diferença é que o príncipe não sentia nada. 


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Notas finais do capítulo

Oi gente, o que acharam desse capítulo?

Como vocês puderam ver Hélius está cada vez mais irritante, e para quem me perguntou sobre a princesa que aparece no prólogo ta aí o resultado!!! Espero que vocês tenham gostado deste capítulo, o próximo vai ser de outra personagem que vocês conhecem rsrsrs, ele deve sair em breve para compensar a demora para postar esse.

Espero os reviews de vocês!! Bjss e até o próximo ♥



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