A Canção de Fogo - Faíscas escrita por Sapphire


Capítulo 21
Hyde III


Notas iniciais do capítulo

coe galera, chegou a hora de um núcleo meio POLÊMICO, esse capítulo terá cena de sexo e incesto, mas caso vc não curta não tem problema que é só pular essa parte de boas, só isso que eu queria falar msm.



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Naquele dia o vento não estava mais seco do que a garganta de Hyde. Fazia algumas horas desde que ele andava pelo jardim ao lado de Penélope, sem a mínima vontade, mas precisava continuar ali, fingindo. Esse era uma das desvantagens de ser Rei, nunca poder mostrar os seus verdadeiros sentimentos.

Ela tinha longos cabelos loiros, que estavam unidos em uma única trança, e usava um vestido de tecidos leves e brancos. A moça era bem tímida, e Hyde se sentia mal por não a dar muita atenção, porém não conseguia evitar.

— Você sempre quis se tornar Rei? - Perguntou com sua voz doce.

— Não - Hyde olhou para uma árvore de frutas roxas logo acima dele. - Mas precisei sentar no trono, era meu dever.

Subiram a ponte dourada e apenas o som do riacho soou durante um tempo já que o Rei não estava interessado em conversar.

— Igual se casar?

Não olhou para ela, estava ocupado demais pensando nas políticas do Reino. Precisava mandar construir novos canais de irrigação para alimentar as novas plantações, assim podendo aumentar a produtividade e a exportação de alimentos para os outros reinos. Hyde odiava a ideia de depender de outros reinos para sobreviver, infelizmente ainda era depende das terras de Aksum e isso era um problema que seria resolvido dentro de alguns anos.

— Você não quer se casar comigo, não é? - Penélope soou cabisbaixa e Hyde a fitou durante alguns segundos.

— Meu coração pertence a ... - Pensou nas palavras que diria a seguir, talvez o silêncio no ar havia se tornado pior do que o imaginado. - Outra pessoa.

— E por que você não casa com ela?

“Porque não é uma mulher, é meu irmão” Pensou. Não fez questão de responder, desviou o assunto de maneira que aquele encontro terminasse.

— Nosso casamento será anunciado a minha família no jantar, leve uma amiga sua, se for seu desejo.

Ela deu um sorriso e fez que sim com a cabeça. Hyde talvez não quisesse casar com alguém tão jovem e ingênuo, para ser sincero não gostaria de casar, mas em tais circunstâncias gostaria talvez de escolher alguém melhor, mas já era tarde.

A mesa de Jantar estava repleta de comida. O Rei estava sentado na ponta, do lado direito, Jorah e Alec se alimentavam normalmente e do outro lado sua mãe encarava a comida séria, provavelmente esperava algum motivo para reclamar. As outras cadeiras eram ocupadas por figuras do Conselho, formado por líderes religiosos e nobres poderosos.

Olhou para o mosaico representando uma serpente na parede, ao mesmo tempo em que tocava seu dedo no braço de ouro. Estava atrasada. Gostaria de acabar com aquela noite o mais rápido possível, mas daquela forma não via esse caminho.

Um guarda se aproximou do Rei e falou algo em seu ouvido, ele fez um sinal com a cabeça e, quando o homem se afastou, colocou-se de pé em direção a porta da Sala de Jantar que se abria lentamente.

— Vocês podem não saber – Olhou o rosto de todos. – Mas essa noite não é apenas uma noite. Será marcada por um anúncio bem mais do que especial.

A única pessoa que sabia o que aconteceria a seguir era Alec, quanto ao resto, limitaram-se a curiosidade que duraria pouco tempo.

Penélope estava linda, ele devia admitir. Seus cabelos loiros enrolavam entre si, caindo pelos ombros, e os olhos brilhavam ao contemplar o palácio por dentro pela primeira vez, quem sabe. Seu vestido era simples para os padrões da nobreza, mas talvez o mais bonito que pode conseguir. Hyde aguardou ela se aproximar para segurar sua mão.

— Eu vou me casar – Viu o olhar alegre de todos. – Com Penélope.

Como um borrão, todas as conversas não passavam de gravuras trêmulas e o único rosto em que ele conseguia focar era o de Jorah. Seu irmão podia forçar uma felicidade, mas ele o conhecia e sabia o que estava acontecendo.

Loren Oakenridge deu um salto na mesa, Hyde franziu as sobrancelhas pela força de energia na idosa. Batia palmas sorrindo, nunca havia visto a mulher tão feliz em toda a sua vida, finalmente ela pararia de reclamar.

— Me sinto muito honrada de fazer parte da família Oakenridge - Penélope sorriu.

— Você será mais do que uma Oakenridge – Um dos nobres disse. - Será uma Rainha.

— Um brinde ao casamento! - Alec levantou com um sorriso no rosto e uma taça na mão.

Os corredores do palácio nunca foram tão longos para Hyde. Penélope estava ao seu lado, ainda fascinada com tudo aquilo, talvez nem ela estivesse crendo no que sua vida estava se tornando.

— Aqui é o seu quarto – Hyde disse ao parar em uma porta. - Por enquanto.

A moça deu um sorriso e entrou no quarto. Para o Rei de Shurin aquele quarto não era nada demais, mas para ela talvez fosse tudo.

— Não é muito, mas é confortável o suficiente para você ficar enquanto o casamento é preparado – Ele soou vendo a jovem passar seus dedos pelos móveis do cômodo.

Ela lhe deu um forte abraço e disse:

— Muito obrigada por estar fazendo isso por mim.

Hyde deu um sorriso. Gostaria de dizer que ela estava ajudando muito mais casando com ele do que o contrário, mas apenas deu um sorriso e a deixou sozinha com seus pensamentos.

Aquilo realmente estava acontecendo, ele iria se casar. Sempre imaginou que aquele dia chegaria, mas a verdade é que não imaginava que se sentiria daquele jeito. Os pensamentos ficavam cada vez mais intensos a medida em que se aproximava de seu quarto e, quando abriu a porta, viu seu irmão sentando na cama.

Jorah. Outro problema que Hyde não gostaria de resolver. Gostava de estar com seu irmão, ele o fazia feliz de formas inimagináveis, mas era estranho ter mais alguém para dividir esse assunto.

— Então é isso – O príncipe suspirou. - Você vai se casar.

— Nós sabíamos que esse dia chegaria – O Rei se sentou ao lado de seu irmão. - Espero que não mude nada entre nós... eu não quero que mude.

Eles se olharam. Jorah precisava entender que aquilo tudo era para um bem maior.

— Você sabe que não vai ser a mesma coisa de antes – O irmão colocou seus braços entre as pernas. Hyde aproximou o rosto do homem e lhe entregou um beijo demorado.

Sentir o corpo do irmão tão perto do seu era um dos sentimentos mais intensos que Hyde já havia sentido, e ele sabia que era recíproco. Jorah forçou seu corpo contra o dele retribuindo o beijo e passando a percorrer o corpo do Rei lentamente com seus dedos antes de ter sua roupa arrancada pelo homem, que o jogou na cama o montando enquanto tirava sua própria roupa.

Por alguns segundos, Hyde sentiu o peso do olhar do irmão admirando seu corpo, o rosto dele estava enrubescido, não como estivesse envergonhado, mas sim excitado. Seu coração se acelerava, passando a bombear mais sangue pelo corpo, algo dentro dele era indiscutivelmente despertado e, com a mesma ferocidade que surgiu, se perpetuou enquanto Jorah o puxava para mais perto, beijando seu pescoço.

Hyde cavalgava sobre ele, roçando seus corpos e soltando gemidos baixos, sua mão percorreu o corpo do príncipe por inteiro, até encontrar as poucas roupas de baixo e entrar nelas provocando gemidos que o parceiro se esforçava para abafar.

— Ninguém vai nos ouvir- Sussurrou no ouvido do irmão enquanto acelerava os movimentos e observava seu efeito sobre o corpo dele. Em seguida, começou a percorrer a boca por sua clavícula, descendo pelo seu peito e sentindo sua respiração ofegante –Eu preciso te sentir - Aquele pedido saiu em um tom desesperado e, em questão de segundos, o Rei virou o copo do irmão de modo que seu peito se voltasse para a cama.

Ele sentia o desejo percorrer cada centímetro do seu corpo enquanto colocava seu membro dentro do corpo dele, acelerando seus próprios movimentos enquanto apreciava os gemidos constantes, que se tornavam cada vez mais intensos. Seus corpos se atraíam, se combinavam, se completavam, de modo que o mundo, entre aquelas quatro paredes, já não importava.

A luz do sol acordou Hyde. Ele sentou na cama encarando as grossas cortinas entre abertas, olhou para trás apenas para ver Jorah pelado, com metade do corpo tapado, enquanto o outro era aquecido pelo raio de luz solar.

Respirou fundo e se levantou, procurando uma roupa para vestir, daqui a alguns minutos ele iria se encaminhar para uma reunião para decidir sobre seu casamento, mais especificamente quem ele iria convidar, quanto mais cedo os convites fossem mandados melhor.

Ele passou a mão pela bunda de Jorah, e o homem respondeu virando um pouco seu rosto, de forma que seus olhos pudessem ser vistos por Hyde. Após isso, se levantou, e enquanto colocava a roupa, disse:

— Você precisa ir antes que as servas entrem para arrumar o quarto.

Jorah se movimentou, de forma que ficasse sentado na cama, fitando o outro.

— Pensei que tinha as dispensado.

— Tem noção como é trabalhoso arrumar tudo isso sozinho? - Começou a se encaminhar para a saída. - Eu vou dispensar os guardas, vejo você mais tarde.

Fechou a porta logo atrás e fitou os dois guardas parados no corredor. Após poucas ordens não havia mais nenhum guarda ali, e Hyde esperou que seu irmão não fosse idiota o suficiente para ser visto saindo do quarto depois daquilo.

A Sala de Reunião estava cercada por opiniões e falas aleatórias, mas quando as portas se abriram tudo se calou, e os cinco conselheiros ficaram de pé para receber o Rei, que após chegar seu lugar se sentou, sendo acompanhado por cada um deles.

O Conselho de Shurin era formado por quatro lordes e um sacerdote supremo. E todos eles pensavam as mesmas coisas, então para Hyde seria fácil impor a sua vontade.

— Venho informar que nenhum reino será chamado para o meu casamento. - O Rei soou.

O Lorde do lado sul, Goulart Saral arqueou as sobrancelhas.

— Meu rei, esse ato não me parece muito amigável, o que os outros reis vão pensar?

— Que nós não precisamos deles – Hyde disse. - Rom é um reino em ruínas, Laguna um reino mesquinho, Arkang? - Completou com uma risada, não era nem necessário citar. Arkang era quase um mito, ninguém conhecia muito sobre o Reino, tudo o que Hyde sabia ele acreditava serem apenas lendas de crianças.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos, até que a voz do Lorde do lado Oeste, Scally Kane soou:

— E com isso você também descarta as Tribos de Areia?

— Não.

— O que?! - Sires Golfard, Lorde do Lado Norte juntou as sobrancelhas. - Meu Rei você não pode convidar aqueles selvagens para seu casamento, será um mal presságio!

— Uma das últimas vezes que as Tribos de Areia pisaram em Shurin ocorreu uma rebelião - Corpus Falko, Lorde do lado Leste disse.

A anos atrás, as Tribos de Areia se rebelaram, na época a família real já era os Oakenridge, e a guerra civil em Shurin foi sangrenta com muitos corpos espalhados pelas areias escaldantes. Mesmo que a Capital tenha vencido, aos poucos as Tribos de Areia foram se tornando mais independente, seu modo de vestir, falar, agir... Eles até mesmo escolherem seus próprios líderes sem a consulta ou a interferência dos Oakenridge.

— Isso já faz anos, Lorde Corpus – Hyde olhou em volta, todos estavam irados e temerosos com a vinda das Tribos de Areia para Shurin, com um pouco de razão. - As Tribos fazem parte do nosso Reino, e não os convidar vai fortalecer a ideia de que eles não precisam da Capital para sobreviver.

— E eles precisam? - Goulart Saral disse. - Desculpe ir contra a vossa palavra, majestade, mas se as Tribos de Areia são tão dependentes de nós, porque negaram os convites para ter um representante no Conselho?

O Salão ficou em silêncio durante muito tempo, e Hyde odiava estar errado, então ele não podia estar, sua cabeça pensava em algo para tapar sua falha, mas o Sacerdote falou:

— As Tribos de Areia são a união das três cidades mais hereges que Shurin já viu... - Ele se levantou e começou a andar até o grande mapa do continente de Lamoras na parede. - Eu já contei a vocês sobre o que vi em minha viagem para Laguna?

Ninguém falou nada.

— Precisei passar pela sede das Tribos de Areia, e eu vi algo horrendo... Eles não adoram nenhum deus, nenhuma divindade... Pelo contrário, negam a própria religião para se relacionarem consigo mesmo, os homens mostrando seus corpos para outros homens, mulheres para elas mesmas.... Eles andam em cima dos animais amaldiçoados, sem o mínimo respeito por nossos deuses... As Tribos de Areia são a escória de Shurin.

— Mas eles pertencem a Shurin – A Religião, na capital ao menos, era algo sério, famílias reais inteiras foram dizimadas por não acreditarem ou não seguirem a fé, os Tamond são o grande exemplo disso. Uma família forte que desapareceu com o movimento de um machado. - As Tribos de Areia virão ao casamento, essa é a minha última palavra.


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Notas finais do capítulo

Iai galera, o que vocês estão achando? Po deixem um comentário aí, eles são bem importantes de todas as formas possíveis!!

Beijos e até o próximo (O próximo vai ser muito bom eu amei escrever)



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